Restrição a voos de baixa altitude pode aumentar a vida útil dos bombardeiros B-1B
A capacidade de penetração a baixa altura do Lancer pode ser perdida para reduzir a fadiga da estrutura da aeronave
O bombardeiro B-1B Lancer da USAF (Força Aérea dos EUA), um avião projetado com capacidade de penetração a baixa altura, poderá terminar sua vida executando apenas missões em altitudes mais altas. A mudança é uma das várias opções que estão sendo consideradas para manter a aeronave voando nos próximos anos. O motivo é o desgaste que as missões de baixa altitude provocam na estrutura da aeronave.
“Estamos trabalhando em conjunto com as tripulações, equipes de manutenção, engenheiros da indústria e comandantes para identificar e determinar quais alterações, se houver alguma, podem ser feitas à medida que equilibramos a necessidade operacional hoje com a longevidade da estrutura B-1 para o futuro”, afirmou o porta-voz do Comando de Ataque Global da Força Aérea, tenente-coronel David Faggard.
Especificamente, as autoridades estão avaliando se os pilotos devem parar de usar o recurso de acompanhamento de terreno de baixa altitude do B-1, conhecido como modo TER FLW (Terrain Following), durante o treinamento. O modo é acionado por um interruptor simples na aviônica do avião.
“O B-1 e suas tripulações prestaram apoio profissional e constante na luta antiterror por décadas, missão para qual a aeronave não foi projetada”, disse Faggard.
“Estamos construindo um plano de transição viável para nos levar da força de bombardeiros que temos agora para a força de bombardeiros do futuro. Podemos mudar de tática – alterando, trazendo de volta ou evitando táticas ou procedimentos necessários em qualquer bombardeiro a qualquer momento no futuro”, disse Faggard na sexta-feira.
O TER FLW, que permite que o avião opere em baixas altitudes foi desenvolvido para que o B-1 “evitasse os radares soviéticos, voando abaixo dos mesmos, no transporte de armas nucleares e se evadisse do local”, disse o major Charles “Astro” Kilchrist, então chefe de treinamento do 9º Esquadrão de Bombardeio na Base Aérea de Dyess, Texas, em uma entrevista de 2017.
Testes de fadiga estrutural mostraram que o treinamento em baixa altitude pode provocar um estresse adicional na estrutura da aeronave de acordo com duas fontes da Força Aérea familiarizadas com as discussões. Assim, o argumento para limitar vôos TER FLW no futuro.
Não é incomum os bombardeiros mudarem a forma como voam. Por exemplo, os pilotos do B-52 Stratofortress já evitam voos a baixa altitude por causa do estresse adicional na estrutura do venerável bombardeiro, de acordo com Alan Williams, vice-monitor do elemento do programa B-52 no Global Strike Command. Williams está envolvido na comunidade B-52 desde 1975.
“Quando comecei a voar no B-52, baixávamos para 300 a 500 pés acima do solo”, disse ele em entrevista em agosto. “Duas horas da manhã, voaríamos sobre o oeste do Wyoming e sairíamos quatro horas depois sobre o leste do Wyoming. Isso foi difícil para a aeronave.”
Ele continuou: “A baixa altitude é ruim para as aeronaves. Há muitas forças – atmosfera, turbulência, todas essas coisas. [Mas] nos últimos 30 anos, o B-52 voltou ao que foi projetado para ser: um bombardeiro de alta altitude “.
Os oficiais não proibiram totalmente as tripulações do B-52 de voar baixo, especialmente se estiverem testando novas armas, de acordo com um oficial do sistema de armas de bombardeiros, que pediu para não ser identificado por não ter autorização para falar publicamente sobre o assunto.
Enquanto o B-52 permanecerá voando até a década de 2050, manter o B-1 viável até 2036 (data da sua provável aposentadoria) tem sido uma das prioridades do Comando de Ataque Global da Força Aérea.
O brigadeiro Tim Ray, chefe do comando, anunciou em setembro que a Força Aérea havia provado que pode modificar o Lancer para carregar mais munições – um passo que pode abrir o caminho para futuras cargas úteis de armas hipersônicas à medida que o bombardeiro busca novas missões.
Em testes com o 419º Esquadrão de Testes de Voo, equipes da Base da Força Aérea de Edwards, Califórnia, demonstraram como as equipes podiam fixar novos racks nos pontos externos do B-1 e reconfigurar seus compartimentos internos de bombas para transportar armas mais pesadas.
“A conversa que estamos tendo agora é como faremos o compartimento de bombas transportar quatro, potencialmente oito, grandes armas hipersônicas lá”, disse Ray durante a conferência anual sobre espaço aéreo e cibernético da Associação da Força Aérea.
FONTE: military.com (tradução e adaptação do Poder Aéreo a partir do original em inglês)
O primeiro voo do B52 foi em 15 de abril de 1952. Voando até 2050, significa que a aeronave voará por 98 anos. É o equivalente de a USAF estar voando, hoje, um SPAD 11. Inacreditável!
Espero que deixem ao menos um até 2052 para completar o Centenário, seria realmente memorável!
Interessante se for até 2052
B-52 – 2052…
Bota casaco, tira casaco.
O B-1A foi inicialmente projetado para voar a Mach 2 em alta altitude. Surgiu os SAMs, surgiram rachaduras nas longarinas do B-1A, a imprensa norte americana começou a chamá-lo de táxi voador, porque só serviria pra levar os pilotos para passear, então reprojetaram a aeronave para o perfil de penetração a baixa altitude, surgiu o B-1B. Agora volta tudo ao começo…
Mas hoje tem uma variedade de armas de precisão de longo alcance e nos tempos do B-1B a capacidade look down russa era primitiva.
Já vi essa situação na aviação de caça da FAB, ehhh da lhe Meteor.
Era o que eu ia comentar, o caso do Meteor na FAB. Isso foi tão traumático que os Mirage IIIE só operaram na função de ataque razante no final da vida da aeronave na força.
E bem por ai, soluções simples para problemas complexos …
É o B-1b é o bombardeiro com mais payload da USAF, se não fosse por isso provavelmente já teriam sido aposentados e mais B-52 teriam voltado a vida para manter os números.
Sem drama para os confrontos atuais qualquer B é mais que suficiente.
Não deixo de me perguntar por que a USAF colocou sua frota de bombardeiros na missão de CAS, missão da qual eles tinha a melhor aeronave do mundo para tal, o A-10.
Agora estão chorando o desgaste da frota. A única coisa que me vem à cabeça era justificar a força de bombardeiros numa época em que a Rússia não representava grande perigo, antes da acensão de Putin.
Um a-10 consegue entregar de uma só vez 57 toneladas de explosivo a qualquer parte do mundo ?
Não, mas com a precisão das armas atuais e em função do tipo de inimigo (guerras assimétricas) o A-10 cumpre 99,9% das missões.
Mesmo assim, o B-1 pode carregar 48 GBU-38 e o lançamento nem precisa ser a baixa altitude se faz a media.
Um A-10 é pra apoio de fogo contra inimigos em menor número ou quando há uma base avançada perto.
A missão geralmente era lançar as bombas nas coordenadas de GPS certas, qualquer aeronave faz.
A questão é que precisaria de vários A-10, que também estão velhos, para cobrir a mesma área e o mesmo número de alvos
A capacidade de armas do Lancer é 57 toneladas? Só por comparação qual é a capacidade do Tu-160?
Olá Leo. Pelo que pesquisei, o TU-160 leva uma carga maxima de 40 toneladas.
Cabe lembrar que o B-1B não mais está armado com armas nucleares, porém sendo capaz de transportar o AGM-86B (ALCM) e AGM-69, os quais podem ser armados com ogivas nucleares. Da mesma forma há de se afirmar que o B-1B possui três compartimentos de armas internas e seis hardpoints externos sob a fuselagem, sendo que a carga útil máxima de armas internas é de 75.000 lb (34.000 kg) e a carga máxima de armas externas é 59.000 lbs (25.000 kg), assim jamais o B1B poderia alçar voo com 57.000 toneladas de armas, primeiro porque internamente somente cabe no máximo 34.000… Read more »
E o que 57 toneladas tem a ver com CAS? Missões diferentes, capacidades diferentes.
Quer dizer que ele tem um monte de bombas e tem capacidade de vadiar por horas em cima do T.O já que é um bombardeiro.
CAS ilimitado
Missões de CAS feitas por A-10, F-16 e até F-22 são feitas, na maioria das vezes, com bombas guiadas por GPS. Claro que o B-1B não usa 57 toneladas, mas leva a carga de vários A-10 podendo permanecer mais tempo, chegando mais rápido e destruindo mais alvos sem ter que pousar ou reabastecer.
Um B-1B substituía vários A-10. Pela quantidade de carga e tempo de permanência, além de chegar mais rápido.
O A-1 não mudou seu perfil de ataque para altitudes mais elevadas ?
A África do Sul ainda possui C-47 ativos? Se sim seriam às aeronaves militares com mais tempo em operação depois dos B-52 ?
Onde o B-1B precisa fazer penetração de baixa altitude? Na Rússia dos anos 80?
Tudo bem, é uma capacidade perdida, mas provavelmente nunca seria usada mesmo, ainda mais com o mísseis de cruzeiro de hoje.