Israel usa o F-35 para atacar duas vezes alvos iranianos no Iraque

Por Yoni Weiss

JERUSALÉM – Israel ampliou o alcance de seus ataques anti-iranianos e atacou duas vezes alvos no Iraque nas últimas duas semanas, informou nesta terça-feira o jornal árabe Asharq Al-Awsat.

De acordo com a reportagem, que cita diplomatas ocidentais anônimos, Israel atingiu depósitos iranianos que armazenavam armas e mísseis no acampamento Ashraf, nordeste de Bagdá, duas vezes no mês passado.

Em 19 de julho, a base foi atingida por um caça israelense F-35, acrescentaram as fontes. A base foi supostamente atacada novamente no domingo.

A base foi usada anteriormente pelo Mujaheddin do povo do Irã, uma milícia que lutou contra o regime iraniano.

O acampamento Ashraf está localizado a cerca de 80 km da fronteira iraniana e a 40 km a nordeste de Bagdá. A reportagem disse que os assessores iranianos ficaram feridos no ataque e que um carregamento de mísseis balísticos recentemente trazido do Irã para o Iraque foi alvo.

No ano passado, vários ataques contra a Guarda Revolucionária Iraniana e a milícia libanesa Hezbollah na Síria foram atribuídos a Israel.

Na quarta-feira passada, a mídia estatal síria disse que houve relatos de um ataque israelense a uma área estratégica no sul da Síria, onde fontes ocidentais de inteligência disseram anteriormente que é uma área conhecida por ser base das milícias apoiadas pelo Irã.

Uma notícia do estatal Ikhbariyah não deu detalhes, mas disse que o ataque foi dirigido a Tel Haraa, que há muito tempo era um posto avançado para as forças russas, mas que foi posteriormente tomada por milícias apoiadas pelo Irã, segundo fontes da inteligência ocidental.

Tel Haraa é uma área estrategicamente localizada no sul da província de Deraa, com vista para as colinas de Golan, em Israel. Foi durante muitos anos um grande posto de radar militar russo até que os rebeldes assumiram o controle em 2014, antes de ser novamente recapturado pelo exército sírio no ano passado.

A zona tem sido alvo de ataques israelenses contra as milícias apoiadas por Teerã que se entrincheiraram no sul da Síria e nas Colinas de Golã, perto da fronteira com Israel.

O ministro da Cooperação Regional, Tzachi Hanegbi, disse em uma entrevista na semana passada que Israel é o único país do mundo que “está matando os iranianos”.

“Por dois anos, Israel tem sido o único país do mundo a matar iranianos”, disse o ministro. “Nós atingimos os iranianos centenas de vezes na Síria. Às vezes eles admitem, às vezes, publicações estrangeiras expõem o assunto, às vezes um ministro, às vezes o chefe de gabinete. Mas tudo é uma política coordenada.”

“Os iranianos são muito limitados em suas respostas, e não é porque eles não têm as capacidades, mas porque entendem que Israel não brinca”, disse Hanegbi. “Somos muito firmes em questões de segurança nacional.”

O primeiro-ministro Binyamin Netanyahu disse no início deste mês que “o único exército do mundo que está combatendo o Irã é o exército israelense”.