Mitsubishi Heavy Industries compra o Programa CRJ da Bombardier

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Bombardier CRJ

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MONTRÉAL, Québec – A Mitsubishi Heavy Industries, Ltd (MHI) e a Bombardier Inc. anunciaram em 25/06 um acordo definitivo, pelo qual a MHI adquirirá o programa de jatos regionais da Bombardier por uma contrapartida em dinheiro de US$ 550 milhões, pagável à Bombardier após o fechamento e a assunção pela MHI de passivos no montante de aproximadamente US$ 200 milhões.

Segundo o acordo, a participação líquida da Bombardier no Programa Regional de Securitização de Aeronaves (RASPRO), avaliado em aproximadamente US$180 milhões, será transferida para a MHI.

De acordo com o contrato, a MHI adquirirá as atividades de manutenção, suporte, reforma, marketing e vendas das aeronaves da série CRJ, incluindo os serviços relacionados e a rede de suporte localizados em Montréal, Québec e Toronto, Ontário, e seus centros de serviços localizados em Bridgeport, West Virginia e Tucson, Arizona, bem como os certificados de tipo.

Esta aquisição é complementar ao negócio de aeronaves comerciais existentes da MHI, em particular o desenvolvimento, produção, vendas e suporte da família de aeronaves comerciais Mitsubishi SpaceJet. Os recursos de manutenção e engenharia do programa CRJ irão aprimorar ainda mais as funções críticas de suporte ao cliente, uma área de negócios estratégica para a MHI na busca de crescimento futuro.

Seiji Izumisawa, Presidente e CEO da Mitsubishi Heavy Industries Ltd., comentou: “Conforme destacamos durante o recente Paris Air Show, estamos trabalhando muito para garantir um novo potencial de lucro para as companhias aéreas e estabelecer um novo padrão para a experiência do passageiro. Esta transação representa um dos passos mais importantes em nossa jornada estratégica para construir uma forte capacidade de aviação global. Ele aumenta esses esforços assegurando um conjunto de classe mundial e complementares de funções relacionadas à aviação, incluindo manutenção, reparo e revisão (MRO), engenharia e suporte ao cliente.”

Izumisawa concluiu: “O programa do CRJ tem sido apoiado por indivíduos tremendamente talentosos. Em combinação com nossa infraestrutura e recursos existentes no Japão, Canadá e outros lugares, estamos confiantes de que isso representa uma estratégia eficaz que contribuirá para o sucesso futuro da família Mitsubishi SpaceJet. A MHI tem décadas de história no Canadá e espero que esta transação resulte na expansão de nossa presença no país e represente um passo significativo em nossa estratégia de crescimento.”

“Estamos muito satisfeitos em anunciar este acordo, que representa a conclusão da transformação aeroespacial da Bombardier”, disse Alain Bellemare, presidente e diretor executivo da Bombardier Inc. “Estamos confiantes de que a aquisição do programa pela MHI é a melhor solução para clientes de linhas aéreas, funcionários e acionistas. Estamos comprometidos em garantir uma transição suave e ordenada.”

Bellemare continuou: “Com a nossa transformação aeroespacial agora atrás de nós, temos um caminho claro e uma visão poderosa para o futuro. Nosso foco está em dois pilares de crescimento: a Bombardier Transportation, nosso negócio ferroviário global, e a Bombardier Aviation, uma franquia de jatos executivos de classe mundial com produtos que definem o mercado e uma experiência inigualável para o cliente.”

A unidade de produção do CRJ em Mirabel, Québec, permanecerá na Bombardier. A Bombardier continuará a fornecer componentes e peças de reposição e montará o atual backlog de CRJ em nome da MHI. A produção de CRJ deverá ser concluída no segundo semestre de 2020, após a entrega do atual acúmulo de aeronaves.

A Bombardier também reterá certos passivos representando uma parte das garantias de crédito e valor residual, totalizando aproximadamente US$ 400 milhões. Este montante é fixo e não está sujeito a alterações futuras no valor da aeronave e a pagar pela Bombardier nos próximos quatro anos.

A transação é esperada atualmente para fechar durante o primeiro semestre de 2020 e permanece sujeita a aprovações regulamentares e condições habituais de fechamento.

O acordo contempla uma taxa reversa a pagar pela MHI sob certas circunstâncias.

A Mitsubishi Heavy Industries, Ltd. (MHI), sediada em Tóquio, é uma das empresas industriais líderes mundiais com 80.000 funcionários do grupo e receita anual consolidada de cerca de US$ 38 bilhões. A MHI oferece soluções inovadoras e integradas em uma ampla gama de indústrias, desde aviação comercial e transporte até usinas de energia e turbinas a gás, e de maquinário e infraestrutura a sistemas integrados de defesa e espaço.

Com mais de 68.000 funcionários, a Bombardier é líder global no setor de transporte, criando aviões e trens inovadores e revolucionários. Com sede em Montreal, Canadá, a Bombardier possui unidades de produção e engenharia em 28 países, além de um amplo portfólio de produtos e serviços para os mercados de aviação executiva, aviação comercial e transporte ferroviário. No ano fiscal encerrado em 31 de dezembro de 2018, a Bombardier registrou receita de US$ 16,2 bilhões.

FONTE: Bombardier

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Fabio Aguiar

Fusões, aquisições, aqui lá e em qualquer lugar.

André Luiz.'.

Ué?! Mas a Airbus não tinha incorporado a Bombardier, ou especificamente, os “C Series”?…

mbp77

https://g1.globo.com/economia/negocios/noticia/airbus-compra-controle-do-programa-de-jatos-cseries-da-bombardier.ghtml
*
“A empresa canadense indicou em comunicado que a Airbus comprará 50,1% da C-Series Aircraft Limited Partnership (CSALP), que produz os aviões desenvolvidos pela Bombardier.

O resto das ações será repartido entre a própria Bombardier, com 31%, e o Investissement Québec, com os 19% restantes.”

Se entendi bem, a Bombardier vendeu os 31% que lhe cabiam à MHI.
Em outras palavras, o grupo está optando por deixar a fabricação de aeronaves e se concentrar nas demais atividades industrias que realiza.
Resta a dúvida:
Será que vai ter passeata em Quebec contra o “imperialismo nipônico”? 🙂
Sds.

Jorge Augusto

Esses são os CRJ que ela tinha mantido junto com os turboprops. Agora ambos foram vendidos e a unica coisa que sobrou foi a aviação executiva que apanha pra EMBRAER e que não duvido nada pode ser vendida também.

Se isso acontecer, ja era a divisão aérea da Bombardier.

Junior

“que apanha pra EMBRAER” Não é verdade, olhe os números da Bombardier jatos executivos e Embraer jatos executivos e verá que sua afirmação é falsa, a Bombardier compete no mercado de jatos de longo alcance com a Gulfstream e a Dassault, esse segmento é o que da mais lucro na aviação executiva, a Embraer não compete ainda nesse segmento. A Embraer compete nos segmentos de curto e médio alcance, é um segmento cujo retorno é menor, a principal rival é a Cessna. De todas essas empresas citadas aqui, a Embraer é a novata da turma

AndCal

Esse acordo deve encerrar alguns litigios entre as 2 companhias e impulsionar o programa MRJ70 que jah estah bastante atrasado.

Matheus

Já ouço o apertar de teclados com raiva vindo do norte sobre como o Canadá está abrindo mão de sua soberania e tecnologia.

André

Esse Canadá é um vira-latas mesmo. Onde já se viu um governo autorizar a venda de uma empresa privada para um conglomerado estrangeiro. Que absurdo se rebaixar ao imperialismo japonês. E os empregos canadenses? E a tal transferência de tecnologia, e….

Junior

A grande diferença é que a família CRJ já esta MORTA a muito tempo, a Bombardier que esqueceu de enterrar, diferentemente da família E2 que acabou de sair do forno.

Walfrido Strobel

O CRJ900 e o E175 ainda não estão mortos devido ao limite dos aviões regionais nos EUA, mesmo existindo os aviões mais modernos como os A220 e E2.
Mas o importante para a Mitsubishi é toda a linha de manutenção com instalações e os clientes atuais dos CRJ100/200/600/900/1000 que terão a partir de agora ligação com a Mitsubishi e poderão ser clientes dos seus aviões novos no futuro.

Walfrido Strobel

A Bombardier se volta a sua atividade original, o transporte terrestre.
Ela só entrou no ramo da aviação porque seu dono comprou a Canadair do seu sogro que estava lançando os Canadair CRJ-100 e 200 que evoluiu depois para o modelo 600/900 e 1000. e tinha comprado os direitos do DHC-8 que evoluiu para Dash e depois Q300/400.

Junior

Ela ainda vai ficar no segmento de jatos executivos, aonde ela é líder do mercado de jatos de longo alcance e onde o retorno é muito bom

Clésio Luiz

A Mitsubishi está mergulhando de cabeça no mercado de aeronaves. O concorrente deles para o Embraer 190 E2 já obteve a primeira encomenda ocidental. Essa aquisição da linha menor da Bombardier diz que eles são sérios em competir no mercado abaixo da Airbus/Boeing.

A Honda foi outra que meio que do nada entrou no mercado de aeronaves executivas leves e está tendo sucesso.

Não duvido nada que em 10/15 anos o Japão esteja em terceiro lugar em vendas de aeronaves de passageiros, no lugar que era do Brasil com a Embraer.

Jagderband#44

Que triste não?
Pobres canadenses.

Marcos10

Vão transferir tido o corpo de engenheiros para o Japão e não vão produzir mais nada no Canadá!

Tallguiese

Pergunta se tem alguém lá reclamando disso? Bussines meu amigo, são apenas negócios! Tanto lá como cá.

Marcos10

Em resumo:
Vendeu os Q-series por US$ 300 milhões.
Vendeu os CRJ por US$ 500 milhões.
E vendeu 50% do C-series por um dólar.

Fulcrum

Prevejo a mitsubishi ocupando o mercado regional da embraer no futuro. A boeing-brasil vai virar só boeing e nunca mais vamos ouvir falar da série E.

Fernando Lacerda

Voltamos a ser o Brasil colônia..

O estrago está feito e sumiremos do mapa da industria aeronautica mundial

Fernando Lacerda

E a Mitsubishi ocupando o lugar da Embraer no mercado

Crime Lesa pátria está feito e os seus causadores ficarão impunes.

Triste mas é a realidade

Vitor Hugo

Os profetas de plantao…

Carlos Alberto Soares

EMBRAER/BOEING agradecem…..

MHI NÃO rasga dinheiro.