Boeing T-X

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Por John A. Tirpak – Air Force Magazine

A Boeing vê um mercado potencial para até 2.600 dos treinadores avançados T-X em variantes que vão de treinamento a “light strike” e “light fighter”, disse William Torgerson, diretor sênior de integração de programas da T-X na empresa.

Isso inclui os jatos “até 475” que a Força Aérea dos Estados Unidos solicitou na competição do T-X, que se concentrou apenas na missão do treinador e não em variantes para outras missões da USAF, agora ou anteriormente executadas pelo T-38 de 60 anos de idade que o T-X substituirá, disse Torgerson. Essas missões também incluíram Agressores e treinadores de acompanhamento.

Torgerson falou em uma visita à fábrica para a mídia nas instalações da Boeing em St. Louis, Missouri, onde o T-X será produzido. Seu briefing foi o primeiro para a mídia desde que a Boeing ganhou a concorrência T-X. A Boeing forneceu viagens e acomodações para a imprensa cobrindo o evento.

A Boeing está criando instalações para a construção de 48 jatos por ano para a Força Aérea dos EUA, mas pode aumentar a cadência para 60 se a Força Aérea quiser acelerar o programa em alguns anos, ou se houver vendas externas, disse Torgerson.

Dependendo do país do cliente em potencial, a Boeing ou a Saab, sua parceira T-X, liderarão o esforço de captação, explicou Torgerson, sugerindo que a Saab assumirá a liderança quando o país do cliente já operar o caça Saab JAS-39 Gripen. A Saab anunciou na semana passada que construirá sua parte do T-X em West Lafayette, Indiana. Enquanto não deu muitos detalhes sobre o trabalho entre as empresas, Torgerson disse que, em linhas gerais, a Saab construirá a fuselagem traseira, começando em um ponto imediatamente atrás do cockpit em tandem. A Boeing construirá as asas, a empenagem e a parte dianteira do T-X.

Torgerson disse que o T-X deve se sair bem em vendas internacionais, porque “ninguém pode competir com nosso preço” em um jato comparável, observando que a Força Aérea disse que a proposta da Boeing “economizou US$ 10 bilhões”.

Para fins de comunalidade e custo, os displays do T-X são os mesmos dos F-15 avançados da Boeing para o Qatar, que equipariam também o F-15EX que a Força Aérea solicitou em seu orçamento fiscal para 2020. O sistema touch-screen não requer luvas especiais para funcionar.

As duas aeronaves Boeing construídas para a competição T-X foram usadas para gerar dados de voo exigidos pela Força Aérea, disse Torgerson. Eles não eram protótipos, ele observou, porque isso não era necessário. Por exemplo, embora o espaço tenha sido deixado para um sistema de reabastecimento aéreo, os dois aviões de competição não foram equipados para isso.

No entanto, ele descreveu a aeronave como pronta para engenharia, manufatura e desenvolvimento, o que significa que eles podem continuar a voar, gerar dados e provar software enquanto a Força Aérea e a Boeing em conjunto refinam o que o serviço quer que o T-X faça. As operações de voo serão retomadas “em breve”, disse Torgerson. O primeiro T-X voou 71 vezes durante a competição, enquanto o segundo jato voou 15 vezes. Para demonstrar sua confiabilidade, eles voaram até quatro vezes por dia durante a competição, “da mesma forma que a Força Aérea vai usá-los”, observou ele.

A Boeing deverá fornecer aeronaves iniciais aos pilotos da JBSA-Randolph, Texas em 2023 e a capacidade operacional inicial para o T-X está prevista para 2024. A Força Aérea e a aeronave estão “aprendendo uma com a outra”, disse ele, explicando que a Força Aérea está desenvolvendo maneiras de explorar todos os recursos oferecidos pelo T-X.

O T-X será em grande parte um avião de alumínio, disse Torgerson à Air Force Magazine, e a única estrutura composta no jato será o nariz. Um avião de metal é mais fácil de fabricar e mais fácil de consertar, ele disse, e o uso de materiais mais leves não era uma exigência, já que “não tivemos que apertar cada partícula de desempenho” do projeto, já que não se destina a ser um avião de combate de linha de frente. Mesmo assim, o T-X é descrito como tendo a capacidade de puxar mais de 8G.

A Boeing está desenvolvendo todo o software de treinamento simultaneamente com o desenvolvimento do jato. O plano é eliminar a latência que normalmente afeta os simuladores quando um novo programa de voo operacional é liberado para a frota. Qualquer que seja o software construído no avião, ele também estará no simulador, informou Torgerson.

A Boeing deve construir e fornecer pelo menos 46 simuladores sob o contrato de T-X e a Força Aérea tem opções para um total de 120. Haverá também treinadores de tarefas em parte e computadores e controles do tipo desktop para ajudar os pilotos a aprenderem os vários “apps” no T-X.

Torgerson disse que crianças foram convidadas para brincar com o sistema de desktop do T-X e disseram que era “como um iPhone” e intuitivo para operar. A abordagem de “aplicativos” foi adotada para facilitar a adição de funções nas aeronaves de arquitetura de sistema aberto, sem a necessidade de reestruturar o programa de voo operacional para cada alteração. Os pilotos que treinam no T-X terão crescido, achando essa abordagem natural, disse ele.

O design do T-X também foi feito com manutenção como um fator chave. O avião tem uma asa alta para facilitar o movimento por baixo, e Torgerson disse que não são necessárias ferramentas para abrir os paineis de acesso mais usados. O trem de pouso, que é construído pela Collins, é o mesmo que o do F-16, exceto que o trem do nariz se retrai para frente, em vez de para trás.

“Por que desenvolver algo que já existe?”, Disse Torgerson. O T-X terá, no entanto, um sistema de geração de oxigênio a bordo totalmente novo e “avançado”, para aproveitar as lições aprendidas nos últimos anos em relação a problemas em outros tipos de aeronaves.

O T-X vai substituir o T-38
Cockpit do Boeing T-X

FONTE: Air Force Magazine

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MBP77

Em vários trechos do texto podemos observar não farpas, mas verdadeiros porcos-espinhos inteiros direcionados ao programa do F-35.
Ainda que não sejam aeronaves comparáveis, convenhamos, não deixa de ser uma verdade incômoda que as características do contrato do governo dos EUA com a Lockheed Martin geraram, e geram, um aumento contínuo nos custos de produção/manutenção e uma série de dificuldades no desenvolvimento da plataforma.
Sobre o T-X, a Boeing foi pragmática no programa, algo inerente a sua cultura corporativa.
Por isso ela é o que é na indústria aeronáutica.
Sds.

Guilherme Poggio

Meu caro MBP77, gato escaldado tem medo de água fria.

JuggerBR

Usando puramente o ‘olhometro’ o T-X é bem maior e mais ‘gordinho’ que o talon…

Clésio Luiz

Pode apostar que é no mínimo o dobro do peso vazio. Em compensação, a potência instalada é bem quase 2,5X a mais.

JT8D

Clesio, fiz uma pesquisa rápida e o que encontrei é que eles tem praticamente o mesmo peso vazio, em torno de 3200kg. Deve ser porque o T-38 é bimotor

Clésio Luiz

Olha, 3.200 kg é leve demais para uma aeronave que a Boeing (no texto da matéria), diz que só tem material composto no radome, o resto todo é metálico convencional.

Todos as outras aeronaves com o mesmo motor (GE F404), F-20, T-50, Gripen, pesam entre 5.950 à 6.700 kg, respectivamente. Então um treinador com dois assentos e um canopi gigantesco, dificilmente pesará menos de 6.000 kg. Pelo menos é assim que eu vejo.

Carlos Gallani

Esse canopi é tão feio que tive pesadelos não soneca da tarde!

JT8D

Será que finalmente está nascendo o novo F-5 ?

Adriano RA

Creio que uma versão armada equipada com um radar Elta 2052 seria sim um substituto adequado para o F-5.

Carlos Gallani

Nem de longe eu acredito, acho que seria algo mais direcionado a ataque ao solo.

Guilherme Poggio

No vídeo abaixo, que representa o trem de um F-16, fica fácil entender a mudança que fizeram.

Bitencourt

“Off Topic” Há pelo menos duas semanas a Base Área de Campo Grande-MS esta com uma intensa movimentação, um trio de AMX tem levantado vôo do local, hoje dois AH2-Sabre estavam sobrevoando a cidade, os editores tem alguma informação sobre manobras? Dias atrás até os helicópteros do exército estavam ativos!

Guilherme Poggio
Flanker

EXOP Tápio 2019

Victor Filipe

Seria um bom caça de custo muito baixo para força aérea de países menores

Antunes 1980

A questão não é somente o preço, mas também a liberação por parte do governo americano. É importante ressaltar que este vetor possa ser exportado com a capacidade de armamentos plena.
Pois se for para ficar somente utilizando foguetes não guiados e bombas “burras”.. prefiro mil vezes o supertucano.

Carlos Gallani

É assim que eu vejo, um super tucano de luxo, algo mais focado em interceptações de aeronaves civis e ataque ao solo.

Pedro

Boa tarde.

Pergunta de leigo. Existe a possibilidade em caso de uma eventual guerra quente, tais treinadores serem munidos de armamento real?

Guilherme Poggio

Pedro, não basta simplesmente pendurar um monte de armas embaixo das asas do avião. É preciso que ele tenha meios de identificar os alvos, distinguir entre amigos e inimigos e ter o mínimo de contra medidas para sobreviver num teatro operacional. Tudo isso é sinônimo de “eletrônica embarcada”, algo que pesa muito no preço final do avão e que nem sempre dá para ser instalado do dia para a noite.

Pedro

Justamente. O que falo é, existe a possibilidade de incluir tais pacotes de aviônicos e armamentos nestes treinadores, ou eles sempre serão cachorros sem dentes?

Att.

Leandro Costa

Pedro, a matéria já menciona essa possibilidade. Justamente quando falam que podem fazer versões de uso operacional, versões para uso como agressores, que estão deixando espaço em projeto para equipamentos como sondas de reabastecimento aéreo além de outros equipamentos que a USAF (e subentende-se que algum cliente externo) possa vir à pedir que seja acrescentado. A idéia de atualização de software (“apps”) que a matéria diz, nos leva à acreditar que uma vez que uma nova capacidade seja acrescentada à aeronave, a atualização dos sistemas necessários para sua utilização é algo simples de realizar, inclusive com a adesão dessas mesmas… Read more »

Pedro

Eu acho que fui pouco explicativo. Vou exemplificar: Caso um país compre estes aparelhos como estão. Em caso de guerra, o avião tem espaço físico para a instalação dos componentes necessários para aviônica e armamento.

Mas pelo que você me respondeu, sim, estão deixando.

nonato

Mas talvez não seja algo que possa ser feito em fundo de quintal.

Leandro Costa

Certamente não é algo que possa ser feito em fundo de quintal, e muito provavelmente para uma mudança expressiva de capacidade, também não vai poder ser feito em alguma base aérea onde esteja baseado. Mas existem exemplos interessantes de improvisos ao longo da História Militar, mas nada realmente tão complexo como instalação de um radar ou coisa parecida. O que me vem de mais recente à cabeça agora são as adaptações feitas pelos Argentinos aos Hércules para que eles lançassem bombas durante o conflito das Falklands, e até os ingleses em relação às sondas de reabastecimento aéreo dos Vulcan. Os… Read more »

Señor batata

Boa tarde Guilherme Poggio. O senhor sabe se existe interesse e estudos pela instalação de um radar AESA no T-X, achei um prquena menção em uma notícia em inglês, mas nenhuma nos artigos publicado no aéreo. Pergunto isso pq seria um caminho interessante para uma eventual versão para combate aéreo.
Desde já agradeço a resposta, tchau.

Adriano RA

Acho que um radar AESA Elta 2052 caberia ali. É coisa boa…

Señor batata

Boa noite Adriano. Relativo ao tópico eu admito q não saberia analisar tecnicamente o radar mencionado pelo senhor. Mas uma questão que me surgiu agora é quanto uma eventual implementação pode custar, afinal o FA 50 ficou sem aesa por falta de interesse dos compradores, imagino q possa haver o mesmo se os custos do T-X com modificações para combate aéreo subirem muito.
Desde já agradeço a resposta, tchau.

Leandro Costa

Sim, em caso de guerra, tudo é possível, mas em se tratando da USAF, nesse caso e atual contexto, é algo bem difícil de ser necessário.

Ricardo

Mais fácil “ressuscitar” os F-16 estocados no deserto…

Marcelo Andrade

Futuro LIFT para a FAB? Será? ….. Espero que o Cmte Rinaldo não leia meu comentário!! rsrsrs

TJLopes

LIFT é pra Força Aérea inexperiente como a USAF, a FAB não precisa disso.

Mig35

Marcelo Andrade, o gripen já sera um lift para a Fab.

Walfrido Strobel

Gripen não é um LIFT e nunca o será.

William Duarte

Comentário limitado: LINDO! que “bixim danadu de bunitu e ainda de tudo avoa!” Quando vê as fotos não há necessidade de muitas palavras.

Gilbert

seria ótimo se pudéssemos comprar uns 60 treinadores avançados desses

Coutinho

Acho que pelo preço que essas 60 unidades custariam, daria pra comprar um lote de 18 Gripens. Talvez mais.

Robsonmkt

“Dependendo do país do cliente em potencial, a Boeing ou a Saab, sua parceira T-X, liderarão o esforço de captação, explicou Torgerson, sugerindo que a Saab assumirá a liderança quando o país do cliente já operar o caça Saab JAS-39 Gripen.” Se a Saab não conseguir emplacar um segundo lote de Gripen E/F para a FAB, ela já pode contar com um plano B.

Coutinho

Hehehe. Não pode não, já que a FAB não quer operar um LIFT.

Marcus

Prezados, perdoem-me a minha ignorância, mas gostaria de saber se é possível um civil com uma quantia razoável, adquirir uma aeronave dessas, logicamente sem os equipamentos militares.

Ivanmc

Pode sim, Marcus. O civil pode até comprar na versão militar se for doar ao seu país, desde que o país que será beneficiado seja alinhado politicamente e militarmente com o fabricante do avião.

Rodrigo Maçolla

Na matéria anterior eu disse isso “light strike” e “light fighter” só que de forma diferente
esta claro isso e vai se um sucesso, aguardem

Mig35

Com 2.600 TX desses da Boeing o gripen será enterrado de vez. Ainda mais que o F-16 vendi bastante.