F-35B

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BLOOMBERG – O acidente ocorrido com um F-35B do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA (USMC) que temporariamente “groundeou” (impediu que as aeronaves voassem) toda a frota foi causado por um defeito de fabricação em um tubo de combustível fabricado por uma empresa subcontratada da United Technologies, segundo investigadores do Congresso.

O defeito “causou uma ruptura do tubo de combustível do motor durante o voo, resultando em uma perda de força para o motor”, informou o Government Accounting Office (GAO) nesta semana em um relatório sobre os principais sistemas de armas que se referiam ao acidente de setembro na Carolina do Sul. O Pentágono disse ao órgão que identificou 117 aeronaves – cerca de 40% da frota mundial do F-35 na época – com o mesmo tipo de tubo de combustível que precisou ser substituído.

A revelação foi a primeira informação oficial sobre o acidente desde que o escritório do Pentágono no final de outubro emitiu uma declaração de status enquanto o Corpo de Fuzileiros Navais ainda estava conduzindo sua investigação. A unidade da Pratt & Whitney United Technologies Corp “é totalmente responsável” pelo “sistema de propulsão e tem a liderança em trabalhar” as análises de falhas, de acordo com a declaração na época.

Uma porta-voz do escritório do Pentágono do F-35 encaminhou os comentários para a Pratt & Whitney, cujo porta-voz, John Thomas, disse que a empresa não fez comentários.

Fumaça subindo do local onde caiu o F-35B do USMC em 2018
Fumaça subindo do local onde caiu o F-35B do USMC em 28 de setembro de 2018

Ejetado com segurança

O porta-voz do Corpo de Fuzileiros Navais, o Capitão Chris Harrison, disse em um comunicado que a investigação está em andamento e que os resultados serão divulgados uma vez concluídos. O Corpo substituiu todos os tubos de combustível relevantes em suas aeronaves e “continuamos a nos esforçar todos os dias para garantir a segurança e prontidão de nossas aeronaves”, acrescentou.

A queda do F-35B em 28 de setembro perto de Beaufort, Carolina do Sul, foi a primeira na história de muitos atrasos do cronograma de duas décadas, aumentos de custos e falhas técnicas. Embora o piloto tenha se ejetado com segurança, o incidente gerou preocupações sobre a aeronave, que está sendo construída e vendida para um consórcio internacional de aliados dos EUA, incluindo o Reino Unido, a Itália, a Austrália e a Turquia.

O escritório do programa no ano passado disse que “mais de 1.500 fornecedores estão no programa F-35 e este é um incidente isolado que está sendo rapidamente resolvido e corrigido. A segurança é o nosso principal objetivo.”

A peça defeituosa identificada no relatório fornece pressão operacional para o motor e combustível para o combustor do motor.

Entregas do motor

Além do defeito, o histórico recente da Pratt & Whitney, de entregas de motores no prazo, tem sido irregular. As entregas subiram para 81 em 2018, de 48 em 2012, de acordo com o GAO – ainda assim, 86% deles foram entregues tardiamente, acima dos 48% no final de 2017. Os atrasos foram devidos em parte ao aumento do “número médio de  problemas de qualidade por motor” – 941 em 2018 contra 777 um ano antes, disse o GAO.

A Pratt & Whitney disse ao GAO que “suas últimas entregas atrasadas de motores aumentaram em 2018, em parte devido a um subcontratado que não tinha todas as ferramentas necessárias para produzir mais motores do F-35B”, segundo o relatório.

O F-35 é o programa de armas mais caro do Pentágono, com um custo estimado de mais de US$ 428 bilhões. Mais recentemente, um F-35A japonês caiu no mar na costa do Japão em abril, com apenas parte dos destroços do jato encontrados desde então, apesar da busca de um mês. A causa da queda está sob investigação. O piloto do jato não foi encontrado.

FONTE: Bloomberg

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