No sábado pela manhã, 13 de abril, decolou do Deserto de Mojave o Stratolaunch, o avião de maior envergadura já criado – com de 117 metros (385 pés).

A aeronave, da empresa Stratolaunch, estava há oito anos em construção. Em 2022, a empresa espera usar a aeronave de fuselagem dupla com seis motores para lançar foguetes que transportam satélites no espaço.

A empresa informou que o avião atingiu velocidades de 189 mph e altitude de 17.000 pés durante seu voo de teste de 150 minutos, antes de pousar com segurança no Mojave Air and Space Port.

“Os sistemas no avião funcionavam como um relógio”, disse Evan Thomas, piloto de testes, a repórteres.

“Todos vocês foram muito pacientes e muito tolerantes ao longo dos anos, esperando que tirássemos do chão essa grande ave e finalmente conseguimos”, disse o diretor-executivo da Stratolaunch, Jean Floyd, a jornalistas.

A Stratolaunch foi fundada e financiada pelo co-fundador da Microsoft, Paul Allen, um antigo entusiasta do espaço. Ele faleceu em outubro passado aos 65 anos de complicações relacionadas ao linfoma não-Hodgkin. “Mesmo não estando lá hoje, quando o avião levantou graciosamente da pista, eu sussurrei um ‘obrigado’ para Paul por me permitir fazer parte dessa conquista notável”, disse Floyd.

A Stratolaunch espera transportar foguetes de 250 toneladas carregados com satélites a uma altitude de 35.000 pés – na estratosfera. Uma vez em altitude de cruzeiro, os motores do foguete se acenderão, carregando a sua carga de satélite pelo resto do caminho para o espaço.

Apenas algumas poucas instalações, como o Centro Espacial Kennedy, na Flórida, podem lidar com lançamentos de foguetes, o que significa uma competição acirrada por agendamento e longos períodos de espera. Aviões podem decolar de muitas outras pistas, o que a Stratolaunch espera que dê a sua aeronave uma vantagem competitiva para aqueles que desejam lançar satélites em órbita.

Os seis motores Pratt & Whitney do avião e o trem de pouso de 28 rodas foram originalmente projetados para os Boeing 747. Na verdade, a empresa aeroespacial Scaled Composites, que trabalhou com a Stratolaunch na construção da aeronave, economizou dinheiro ao reaproveitar três aviões Boeing 747 para montá-la. Seu peso máximo de decolagem é de 1,3 milhão de libras.

As ambições da Stratolaunch mudaram nos últimos anos. Originalmente, pretendia transportar foguetes modificados SpaceX Falcon 9 para o espaço, mas as duas empresas logo se separaram. Em 2016, encontrou um novo parceiro, a Orbital ATK, de propriedade da Northrop Grumman, que constrói o foguete Pegasus XL. A Stratolaunch, queria construir seu próprio foguete e motores de foguete, mas interrompeu esse projeto e demitiu alguns trabalhadores no início deste ano.

Embora representantes da holding de Paul Allen tenham dito que o bilionário reservou fundos para a Stratolaunch antes de sua morte, o futuro do empreendimento não está totalmente claro. Um porta-voz da empresa não pode dizer imediatamente quando a Stratolaunch planeja concluir voos adicionais, e a aeronave precisará de certificação da Administração Federal de Aviação antes de poder levar foguetes e satélites ao espaço.

O projeto Stratolaunch também enfrenta pressão externa. A Virgin Orbit, empresa de Richard Branson, pretende realizar seu próprio teste de um Boeing 747 modificado ainda este ano – um avião também construído para levar foguetes com satélites em órbita.

FONTE: wired.com

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