Macri no Pampa III
Macri no Pampa III

Por Roberto Lopes
Especial para o Poder Aéreo

O Presidente argentino, Mauricio Macri, preside, no início da tarde desta quarta-feira, na cidade de Cordoba – 645 km (em linha reta) a sudoeste da capital Buenos Aires –, a cerimônia de entrega pela Fabrica Argentina de Aviones Brig. San Martín (FAdeA) à Força Aérea Argentina (FAA), de três jatos IA-63 Pampa III, todos configurados para missões de ataque ao solo.

Com eles a Aviação Militar local terá 20 jatos Pampa: 6 do modelo II, 11 da versão II-40 (remotorizados com propulsores americanos Honeywell) e os três mais modernos, da série III.

Essas aeronaves devem ser distribuídas a um dos dois Grupos de Caça que voam os Pampas:

  • o Grupo 4, da IV Brigada Aérea, em El Plumerillo (Província de Mendoza), dotado, em seu Esquadrão I, de Pampas II e II-40; e
  • o Grupo 6, da VI Brigada Aérea, de Tandil (Província de Buenos Aires), também equipado, em seu Esquadrão I, com os aparelhos Pampa II-40.

A previsão do Comando da FAA é receber 40 jatos Pampa. Cinco aparelhos dos modelos I e II foram perdidos em acidentes entre os anos de 1992 e 2004.

O IA-63 Pampa é um projeto derivado do aparelho franco-alemão Alpha Jet, que mobiliou diversos esquadrões de treinamento da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) entre os anos de 1970 e 1980.

A FAdeA já tentou comercializar o Pampa no Paraguai e no Uruguai, sem sucesso. No momento há uma tratativa em curso, para que a empresa sul-africana Paramount a ofereça a forças aéreas da África.

Os argentinos também estão tentando colocar o Pampa na Força Aérea da Guatemala, que examina comprar uma aeronave de treinamento avançado e combate de baixo custo. A princípio, os guatemaltecos se inclinavam pela compra do A-29 Super Tucano, da Embraer.

FAdeA IA-63 Pampa III
FAdeA IA-63 Pampa III
Primeiro Pampa III de produção realiza primeiro voo
Primeiro Pampa III de produção realizou o primeiro voo em setembro

Mísseis ar-ar – O Pampa III se distingue da versão II porque sua cabine de pilotagem incorpora duas telas digitais multifuncionais, além de uma interação da aviônica de bordo, desenvolvida pela empresa israelense Elbit Systems, que permite transferir informações sobre o voo do painel de instrumentos diretamente ao capacete do piloto.

Mas o Sistema Pampa ainda oferece limitações importantes como, por exemplo, a impossibilidade de simular o lançamento de mísseis ar-ar do tipo BVR (Beyond Visual Range).

De qualquer forma, é importante dizer que o Pampa III ainda não representa o fim do desenvolvimento dessa aeronave de combate.

Os brigadeiros argentinos solicitaram à FAdeA ao menos 22 jatos Pampa IIIGT (Generación Táctica), aptos a disparar mísseis ar-ar de curto alcance, adequados ao chamado dogfight (“briga de cachorro”, no jargão internacional dos pilotos de caça).

A presença de Macri em Cordoba visa também elevar o prestígio do chefe da FAA, brigadeiro Enrique Víctor Amrein, cujo prestígio na oficialidade da Aviação caiu muito, desde que ficou claro que ele não conseguirá obter caças modernos (como o Kfir israelense) para a sua Instituição.

Cockpit do Pampa III

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