Saab JAS 39C Gripen da Tailândia

Saab JAS 39C Gripen da Tailândia

Saab JAS 39C Gripen da Tailândia
Saab JAS 39C Gripen da Tailândia

Por Roberto Lopes
Especial para o Poder Aéreo

A Real Força Aérea da Tailândia (RTAF, na sigla em inglês) está providenciando a atualização da sua frota de 11 caças multifunção SAAB JAS 39 Gripen C/D, todas do padrão MS19, para a chamada configuração MS20 – a mais avançada dessa versão da aeronave.

Os tailandeses receberam os seus primeiros seis jatos Gripen na Base Aérea de Surat Thani – sede da Ala 7 –, no sul da Tailândia, no semestre inicial de 2011. Nos dois anos seguintes, entregas sucessivas totalizaram 12 aeronaves, mas uma foi perdida em um acidente (que resultou na morte do piloto). Essa perda será, contudo, reposta.

Uma fonte da SAAB disse ao Grupo Jane’s que a mudança, envolvendo atualizações de hardware e software, foi concebida para melhorar a capacidade dos Gripens de bombardear o solo, por meio de bombas aéreas não guiadas, de um pod eletro-óptico e de bombas guiadas a laser que passariam a fazer parte do inventário da aeronave.

No padrão MS20 a capacidade ar-ar da plataforma seria igualmente aprimorada, pela introdução de modos de radar inovadores.

Além disso, a sofisticada configuração – que incorpora um sistema opcional de prevenção de colisão no solo (GCAS) –, também permitiria que o avião disparasse o míssil míssil Meteor (BVRAAM), desenvolvido pelo consórcio europeu MBDA.

A modernização prevê a adoção, pelo usuário do caça, do chamado Link 16, um conduto de dados usado pela Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) – recurso de que os aviões tailandeses não irão se valer, porque eles já trabalham com um link desenvolvido em seu país, conhecido apenas como Link T.

O assunto da revitalização dos Gripen tailandeses vem sendo acompanhado de perto por dois oficiais da Força Aérea Brasileira (FAB) que, desde a primeira segunda-feira deste mês (05.11) se encontram naquele país asiático, para um intercâmbio que deve se estender até o fim do mês de fevereiro de 2019.

Os militares brasileiros, que pertencem às áreas operacional e logística, vão observar como os tailandeses operam os seus Gripen, quais os problemas que eles enfrentam, como são formados os recursos humanos que lidam com o jato de fabricação sueca, quais são as competências requeridas de pilotos, mecânicos e operadores de sistemas de apoio em terra, bem como a estrutura logística necessária aos aviões, o custo operacional e a forma de lidar com a guerra cibernética que possa ameaça esse tipo de caça.

A RTAF opera os caças suecos a partir de sua Ala 7, na Base Aérea de Surat Thani, no sul da Tailândia.

O sistema de defesa aérea da Tailândia consiste dos caças Gripen, dois aviões Saab 340 Erieye de alerta antecipado e controle aéreo (AEW & C) e uma instalação de comando e controle terrestre associada. Os links de dados táticos que conectam esses ativos com outros na Royal Thai Navy (RTN) foram fornecidos pela indústria local em colaboração com a Saab, em uma tentativa de criar uma força aérea centrada em rede.

MAIS JATOS – A ala 7 da Royal Thai Air Force, lar de todas as aeronaves Saab Gripen do país, quer mais jatos. A questão é se o orçamento de defesa do país permitirá isso, disse um funcionário na terça-feira.

“Como operador, sabemos que se trata de uma aeronave muito boa, e adoraríamos ter mais”, disse Prachya Tippayarat, vice-comandante da asa 7 da RTAF. “Mas só não sei quando. A Força Aérea terá que pensar sobre isso.

A RTAF opera atualmente 11 caças Gripen C/D, comprados do governo sueco e fabricados pela Saab. A Força Aérea perdeu um caça Gripen em um acidente de 2017 que destruiu o jato e matou o piloto.

Com 11 jatos restantes, é mais difícil realizar treinamento e manutenção, disse Tippayarat.

“Então, é claro que estamos procurando o substituto para o 12º. É só uma questão de quando. Como o operador, não podemos dizer quando vamos ter aquela aeronave”, disse ele, acrescentando que o serviço pode ter outras prioridades orçamentárias.

As 11 aeronaves Gripen da Tailândia são operadas a partir da Base Aérea de Surat Thani, localizada a cerca de 328 milhas ao sul de Bangcoc. O site Defense News visitou a base de 27 a 28 de novembro a convite da Saab.

Surat Thani desempenha um papel fundamental na defesa do sul da Tailândia. Embora o país também opere os caças Northrop Grumman F-5 e Lockheed Martin F-16, os Gripens do Wing 7 são os principais caças da Royal Thai Air Force, usados ​​principalmente para combate ar-ar e ar-terra, e para missões secundárias como como reconhecimento, Tippayarat disse.

A Saab entregou os primeiros Gripens à Tailândia em 2011. Outros usuários do Gripen C/D incluem a Suécia, a Hungria, a República Tcheca e a África do Sul.

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