Poder Aéreo no Marrakech Air Show
Por Jean François Auran
Especial para Forças de Defesa/Poder Aéreo
A sexta edição do show aéreo marroquino “Marrakech Air Show”, ocorreu de 24 a 27 de outubro de 2018 no pátio da base da Força Aérea em Marrakech, como nas edições anteriores. Duzentos expositores de 80 países participaram do evento este ano com a presença de grandes empresas como Airbus, Bell, Lokheed Martin, Embraer e Thales.
Muitos aviões militares e civis foram expostos para visitantes profissionais. O show foi aberto ao público em geral em 27 de outubro. Deve-se notar o alto número de aeronaves das Moroccan Royal Armed Forces e Royal Gendarmerie. A abertura do show aéreo foi marcada por demonstrações dos F-16 marroquinos, da equipe acrobática «la Marche verte» e de 2 Canadairs CL 415.
Os americanos vieram com uma participação impressionante nesta 6ª edição do show. Muitos aviões militares estavam em apresentação estática como o helicóptero AH-1 Viper e AH-64 Apache. A aeronave de patrulha marítima P-8 Poseidon foi apresentada em adição ao C-17 e ao venerável KC-135 da Utah ANG. A empresa Gulfstream exibiu seu G550 e a BELL seu novo helicóptero de cinco lugares, o Bell 505.
A Airbus levou um CASA 295 português e um A330 MRTT britânico para apresentar sua oferta de aeronaves militares. Em seu stand, ela apresentou também um modelo do helicóptero H125M. As Forças Aéreas Reais Marroquinas e a Gendarmaria Marroquina usam helicópteros franceses há quase 50 anos. Atualmente, estão em andamento discussões para a substituição do Puma e Gazelles da Força Aérea.
Durante a exposição, a Airbus e a Heliconia assinaram um acordo para criar um centro de manutenção em Marrakech para os helicópteros H125 e H135 que operam na África Ocidental. A Heliconia é um grupo internacional com subsidiárias na França, Marrocos e Senegal. A Airbus também está desenvolvendo sua rede de subcontratados no Marrocos, que agora é um participante importante no campo da subcontratação aeronáutica.
Esta edição foi marcada pela presença da “Indústria Aeroespacial Turca”, que apresentou em seu voo o helicóptero de ataque T129 pela primeira vez em um território africano. A empresa turca espera vender este poderoso helicóptero de ataque ao Marrocos.
A empresa brasileira Embraer apresentou um estande no show em Marrakech, mas não exibiu nenhuma aeronave. Distribuiu um folheto sobre sua forte presença no mercado africano. A Embraer representa 29% das entregas de aeronaves com até 150 assentos no continente. Isso representa um total de 150 aeronaves para 45 operadoras em 23 países. A empresa certificou a empresa Atlantic Air Industries Marrocos (AAI Marrocos), com sede em Casablanca, para a manutenção de aeronaves ERJ.
Presença maciça das Forças Armadas Reais
A instituição militar marroquina proporcionou um enorme apoio à organização desta atividade e aproveitou a oportunidade para mostrar as suas capacidades e a sua história. Um hangar da base foi inteiramente dedicado a apresentações com materiais e fotos. A Marinha Real Marroquina e a Gendarmaria também exibiram suas capacidades.
O Marrocos tem uma grande força aérea em termos de capacidade e coerência. O objetivo é proteger o espaço aéreo de alguns de seus vizinhos que também possuem capacidades significativas. O país optou por diversificar seus equipamentos com aeronaves americanas e europeias. Esta mistura tecnológica é particularmente sensível ao nível dos caças e aeronaves de transporte que o Marrocos usou, por exemplo, quatro C-27J Spartan, mas também sete Casa 235.
A Royal Moroccan Air Force tem muitas aeronaves, algumas das quais estão equipadas para “missões especiais”. Estes são equipados para missões anti-gafanhoto que fazem aplicação aérea. Outros aviões estão equipados para a semeadura de nuvens para provocar chuvas, com 160 dessas missões realizadas desde 1994 pela Morrocan Air Force.
A Morrocan Air Force também está aberta à cooperação internacional há várias décadas. As escolas da Força Aérea recebem muitos estagiários de 18 países africanos e do Oriente Médio.
Marrocos, um player em ascensão na indústria da aviação
A indústria da aviação marroquina está em rápida expansão há quase 10 anos. Suas fábricas trabalham para muitas empresas do setor, como Airbus, Bombardier, COMAC, Embraer e Sukhoi. Muitos estandes na mostra destacaram as vantagens de trabalhar com empresas marroquinas com uma expertise reconhecida e custos trabalhistas mais baixos em comparação com os países europeus e norte-americanos.
Conclusão
Esta edição do programa Marrakech Air Show parece ter atraído menos pessoas do que em 2016. Geralmente marcada para abril, teve que ser adiada em outubro e o calendário está cheio de eventos como Euronaval e Milipol.
Era imperativo que o Marrocos realizasse esse evento porque esse setor é de vital interesse para o país. Os Estados Unidos demonstraram, por sua importante presciência, seu compromisso com a segurança e a estabilidade deste país, que há muitos anos tem sido um aliado fiel.
Caraca, que show!
Aquele míssil na primeira foto do f-16 é um harm? Aquele maior branco?
E aquele treco dourado abaixo da asa do King Air 200 faz parte do aparato de fazer chuva ou é outra coisa?
Esse Mirage F-1 modernizado com RDY e MICA deve ter ficado muito bom.
Muito, não perde em nada para o F-16 block 50/52.
Talvez seja equivalente ao 50/52 +.
Esse T129 da Turquia é quase uma réplica do Apache
Nada haver…
É uma versão do Mangusta, na verdade.
“Rui chapéu 27 de outubro de 2018 at 21:14
Caraca, que show!
Aquele míssil na primeira foto do f-16 é um harm? Aquele maior branco?”
Isso colega, ele mesmo.
Interessante o F-5 deles equipado com Maverick. Nunca entendi pq a FAB não adotou esta arma.
Concordo meu amigo Bardini! A FAB deveria ter adotado o maverick. Alias, ate onde me lembre, esta opçao foi ate incluida para os P3, certo?
Lembro até hoje de um título de uma matéria em uma revista antiga que dizia “Onde estão os Mavericks?”. Além dos Mavericks devia ter uns Sidewinders mais modernos. Nem precisava ser o L ou M, podia ser até o AIM-9J ou P.
Optou-se pelos Python.
Caro Delfim, conforme vc sabe, os Python destinam-se a missões muito distintas em relação a aquelas previstas para os mavericks. O ponto é: a defesa litorânea não deveria também ser uma meta? Não vejo conflitos em termos Python + Mavericks. Pelo contrario. E veja mais um ponto: o mais importante é que teríamos os F5 também devidamente aptos a operar estes misseis sem necessariamente dispor de grandes quantidades em estoque..
O Defim deve ter se referido apenas a citação do aim-9.
O Maverick seria uma incrível aquisição, mas acho que seriam melhor aproveitados nos A-1 e até nos ST.
No estande da Thales e MBDA, qual o nome do lançador de missseis?
Missile Moyenne Portée (MMP) da MBDA.
Muito interessante que a Dassault tinha o Mirage III, uma aeronave delta, e em seguida cria uma aeronave com asa convencional – o F1 – e depois volta para uma aeronave delta, que é o Mirage 2000.
O C-27J Spartan é uma boa aeronave?
Sim. Melhor (e mais cara) do que o C295, que a FAB escolheu.
Dizem que é o melhor da sua categoria, mas dizem também que é muito caro de comprar e manter, até a USAF achou caro sua operação preferindo usar C-130 usado, transferindo os C-27J pra Guarda Costeira.
E para o US Army também.
. https://encrypted-tbn3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQHnngdAOR8bRkISPFa6oy9UoI_WnmJyZnY6czYJtTyCvrzhYYZyoRW34AjHg
Era pra ser o JCA do US Army, mas a USAF teve um surto de “quem está mexendo no meu queijo” e melou o negócio.
Parte das células fabricadas foram para a USCG, substituir HC-130H e para o SOCOM.
O compartimento de carga é mais alto, largo e curto do que o do C-295 e seu piso muito mais reforçado, são 5 ton. x m² contra 1 ton. x m².
E a capacidade de carga: 1 x M-113 ou 1 x OH-58.
Não é de admirar que custe mais caro.
A camu do F-5 é muito linda, uma curiosidade por que os mísseis não camu, alguém sabe dizer o motivo.
Acredito que por normalmente os mísseis serem transportados em pontos embaixo das asas e da fuselagem, e assim ficam na cor cinza ou branco.
Bardini 28 de outubro de 2018 at 0:40
Interessante o F-5 deles equipado com Maverick. Nunca entendi pq a FAB não adotou esta arma.
Prezado Bardin, caso a FAB, tivesse esse míssil ar-terra em seu arsenal, não seria mais indicado ser utilizado nos AMX A-1, ou os nossos F-5 modernizados também poderiam utiliza-los ?
Poderia ser utilizado por qualquer um dos dois vetores da FAB.
E nos A-4… E quem sabe, nos Super Tucano.
A integraçao aeronave missel requer uma serie de estudos, ensaios fisicos, dinheiro, etc. Nos casos F5 e A4 certamente grande parte, senao todo, desse trabalho teriamos condiçoes de comprar junto com os misseis. Tambem acho que seria otimo certificar os A1; talves os italianos ja tenham desenvolvido em grande parte estes trabalhos tambem. Quanto aos Super tucanos deveriamos desenvolver integralmente; e lembrar que a falta do radar torna, pelo menos ao meu ver, infelizmente, esse trabalho proibitivo…
Marrocos anexou o Saara Ocidental e com isto arrumou conflitos com a Mauritânia, que sossegou, e com a Argélia, ainda pendente.
Como o Marrocos não passa de um traço de terra entre a grande Argélia e o Oceano Atlântico, numa situação análoga a Israel, o jeito é se armar fortemente.
Duas “invejinha boa” os hélis de ataque T129 e o Mirage F1 que de tão bonito é uma “obra prima”
desculpem o “off-topic”, mais achei importante, Caiu hoje um 737 MAX na Indonésia, é um avião novo (modelo) é primeira vez que tem um acidente com este modelo infelizmente muitas mortes:
https://airway.uol.com.br/boeing-737-max-8-cai-na-indonesia/
Fora de Contexto, mas interessante:
“Belgium Selects F-35 over Typhoon”
https://www.ainonline.com/aviation-news/defense/2018-10-27/belgium-selects-f-35-over-typhoon
Fiquei na duvida quanto a estes F- Tiger II marroquinos, Alguém sabe dizer são mais novos que os da FAB ?? eles tem quantas unidades ? já foram modernizados alguma vez ?