Segundo avião E-99 da FAB é entregue à Embraer para modernização
Projeto de modernização da Força Aérea prevê a atualização dos sistemas das aeronaves de Alerta Aéreo Antecipado
A Força Aérea Brasileira (FAB) entregou, nesta quinta-feira (04), a segunda aeronave E-99 para a Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer), responsável pelo processo de modernização do avião radar da FAB. A aeronave foi preparada para ser transferida do Esquadrão Guardião, 2°/6° GAV, sediado na Ala 2, na cidade de Anápolis (GO), para as instalações da empresa contratada em Gavião Peixoto (SP). Essa é mais uma etapa do projeto desenvolvido sob a responsabilidade da Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate (COPAC).
Durante o processo de modernização, serão atualizados o sistema de missão e outros subsistemas relacionados, ampliando as capacidades da aeronave, que atualmente é empregada em operações de controle e defesa do espaço aéreo brasileiro.
“A modernização contribuirá para o emprego mais eficiente do poder aeroespacial brasileiro. Ela é necessária para ampliar o ciclo de vida e elevar a capacidade operacional da aeronave. Vai aumentar o alcance radar, a velocidade de processamento das informações e possibilitar a identificação de alvos com mais antecedência e melhor precisão. Serão ampliados o número de operadores embarcados e de rádios que, com a implementação do novo sistema de comando e controle, vão aperfeiçoar a realização da missão.”, afirmou o Gerente do Projeto E-99M, Coronel Aviador Carlos Sérgio da Costa Lima.
O escopo de trabalho prevê a realização de vários testes em solo e em voo antes de a modernização ser concluída, além da certificação coordenada pelo Instituto de Fomento e Coordenação Industrial (IFI). A previsão é de que a primeira aeronave fique pronta e seja apresentada para a Força Aérea no primeiro semestre de 2020.
Ao todo, cinco aeronaves vão passar pelo mesmo processo, que promoverá o desenvolvimento e a integração plena dos sistemas até 2022.
E-99
O avião, cuja característica marcante é a antena radar existente na sua parte superior, é capaz de detectar alvos aéreos e transmitir essas informações para os centros de controle em terra. Essas aeronaves foram desenvolvidas a partir do jato de transporte regional Embraer 145.
Os E-99 entraram em operação na FAB em 2002, como parte das aquisições destinadas a compor o Sistema de Vigilância da Amazônia (SIVAM). Seu radar permite que cumpra missões de alarme aéreo antecipado, incluindo o controle de voos de aeronaves de caça em voos de defesa aérea, coordenação de operações de busca e salvamento e vigilância de fronteiras. Seus sensores, agora em fase de modernização, constituirão o sistema mais avançado e de menor custo para o emprego em missões de controle e alarme em voo.
O E-99 é capaz de fornecer dados de inteligência precisos, em tempo real, sobre aeronaves voando à baixa altitude. Quando os pilotos de caça recebem as suas ordens e partem para as missões de interceptação, as aeronaves E-99 já monitoram o espaço aéreo da região, visualizando toda a área de operação. Qualquer pequeno avião operando sem o conhecimento dos órgãos de controle é monitorado e identificado pelo E-99. A tripulação é habilitada a fazer o controle das aeronaves interceptadoras, conduzindo-as até os tráfegos desconhecidos.
Segundo o Comandante do Esquadrão Guardião, Tenente-Coronel Aviador Pedro Gustavo Schmidt Siloto, essas características evidenciam a relevância do processo de modernização. Para ele, isso permitirá a continuidade da participação com excelência da FAB em missões aéreas compostas e de combate aos tráfegos ilícitos, atuando com protagonismo nas operações interagências como as Operações Ágata e, recentemente, a Operação Óstium.
“Com o advento da tecnologia e de métodos e equipamentos mais eficazes, a modernização desta aeronave primordial para a atuação decisiva do Comando da Força Aérea Brasileira fez-se necessária. Esta ação permitirá que os olhos do esquadrão mantenham-se abertos e atentos, permitindo, inclusive, a expansão de seus horizontes. Assim, mais uma vez, a FAB estará à frente de seu tempo, antevendo as necessidades para a manutenção de uma proteção ideal de todos os nossos 22 milhões de quilômetros quadrados”, ressaltou.
Além disso, as aeronaves E-99 têm a capacidade de complementar os sinais dos radares de solo, servindo também como uma reserva de visualização-radar ou de comunicações para o tráfego civil.
FONTE: Força Aérea Brasileira /FOTOS: André Hansen de Oliveira
Se 02 células estão nas instalações para modernização (muito bem vinda e aguardada), somente existem mais três operacionais… A disponibilidade geral é boa o suficiente para que se evitem “gaps” nas operações de defesa aérea, caso muito solicitadas? (Supondo, por exemplo, o aumento da instabilidade na Venezuela e algum movimento perigoso daquele governo). Estamos realmente em uma fase quase tão perigosa quanto no final dos anos 90. Somente F-5M para quase tudo e uns poucos A-1A e pouquíssimos A-1M… Enquanto não chegarem os F-39 e se esses E-99 ficarem travados dentro da planta da Embraer estaremos restritos em capacidade de… Read more »
Uma curiosidade: essa versao possui APU com qual potencia? Nao poderia ser sobremotorizada com o intuito de atender a mais alguns dos sistemas a bordo?
Não é necessário, os geradores dos motores já dão conta do recado.
O APU possui uma potência de 75 KVA, e atende somente o sistema ERIEYE, que utiliza energia AC. Os demais sistemas são supridos pelos geradores dos motores (DC)
Uau!
O ERJ145 AEW Índia tem dois APU’s.
Poderiam instalar uma sonda REVO para corrigir o único “defeito” da aeronave.
Bem lembrado.
Sem chance, isso é muito mais complexo e caro do que pode parecer, os da Índia foram feitos desde o início p/ atender essa exigência. Pense, por exemplo, que se uma aeronave normal já possui kms de cabos elétricos ( além de conexões pneumáticas e hidráulicas ) essa versão é recheada de equipamentos eletrônicos, ou seja é muito pior fazer um arranjo p/ passar dutos de combustível, garantindo a segurança sem riscos de incêndio. Os próprios tanques devem ter que ser modificados p/ poder receber combustível a uma pressão provavelmente bem maior que seria feito o abastecimento em terra, e… Read more »
Tudo se resume em uma equação chamada de custo-benefício.
Pode ser caro, complexo etc..etc.. Mas se o fim justifica os meios, é o que importa.
Dinheiro e capacidade não são problemas.
Falta de vontade sim.
Não haveria impedimento técnico algum. O duto poderia ser até externo, alimentando diretamente os tanques de fuselagem (internos). Estava na proposta de modernização, bem como o SATCOM, e ambos não foram atendidos.
Uma pena!
Uma pena! (2)
Eu acreditada que a dotação de prove para REVO no E-99 era “fitted, but not with”.
Vai ser contemplada com RWR/MAWS?
Sim, vai.
Com a palavra o Cel Rinaldo, como conhecedor operacional aa aeronave nos seus tempo de ativa!
seria interessante ter noticias dos r-99 são muito escassas noticias deles…
Horatio,
Pelo tipo de missão que os E-99 e R-99 fazem, eles tem que ser o mais discretos mesmos!!!
Até a tripulação é colocada sob sigilo, uma vez que tb são usadas para monitorar tráfegos ilícitos na Amazônia e Centro-Oeste.
Veja que não há nem fotos do seu interior operacional. O que temos aqui são fotos do interior desmontado para os serviços de modernização.
Esses aviões somente servem para controle do espaço aéreo, ou servem para vetorar mísseis e brincar de jamming em equipamentos eletrônicos inimigos também?
Defensor, os E-99 são para AEW, e são 5 aviões. Os R-99 são para sensoreamento e Inteligência eletrônica e de sinais – ELINT e SIGINT. São 3 aviões.
Obrigado caro Marcelo.
Os E-99 possuem a mesma capacidade SIGINT dos R-99.
Opa, valeu Comte.!!!!
Na minha humilde visão, a modernização é crucial para o Brasil, especialmente pra FAB.
Agora, gostaria de saber se existe estudo de viabilidade para o E190-E2, que é um avião mais moderno, mais espaçoso, com mais autonomia e com capacidade de um radar melhor e com mais estações. Se bobear incluir capacidade de autodefesa.
Acredito que seria a melhor plataforma.
Penso o mesmo.
Sou mais ousado. 195 E2. A receita certa..
Com a Boeing adquirindo a divisão comercial da Embraer, ela nunca irá deixar que o produto de uma subsidiária concorra com um produto dela.
Negoção este!!!
Não vejo motivo para que a FAB não possa adquir algumas células de 195E2 e fazer sua conversão para AEW ou outra versão militar na EDS, em Gavião Peixoto.
Alguem sabe informar se eles já irão adicionar um data link compativel com os Gripens ? ou ainda irão esperar o projeto do datalink BR ficar pronto?
Todas as aeronaves da FAB irão operar o Link BR2. Aliás, todo o MD.
Excelente notícia. Espero que possamos ter mais alguns. Muito bom para a FAB.
Uma informação mais clara poderia ser adicionada na matéria do que será modificado e quais melhorias seriam evidentes, quanto tempo levará. Por exemplo, aumento de alcance de detecção….será trocada a antena de radar? Algo será feito para melhorar o tempo “on station”? E os R99…passarão por algo similar?
Aguardo adendos!!
Estas aeronaves são importantíssimas para garantir nosso espaço aéreo com eficiência. Vou mais longe…deveriam ser no mínimo 15 unidades….5 no RS, 5 em GO e 5 no Amazonas….quem sabe com o E195 e os Gripens…
Boa tarde,
Alguém sabe se vão incorporar a capacidade REVO na modernização?
“Vai aumentar o alcance radar, a velocidade de processamento das informações e possibilitar a identificação de alvos com mais antecedência e melhor precisão”, importante, será um incremento de quantos km na capacidade?
Não, não vai incorporar REVO. Seria muito difícil e caro incorporar REVO nos E-99. Então não vai ter REVO.
O REVO ê muito importante em um AEW&C maior que leve duas tripulações completas com boa área de descanso, pois o avião pode permanecer no ar enquanto tripulações se revezam, caso dos B707 e Beriev 50(Il-76) na função.
No caso dos E-99 não se trata disso. Trata-se de poder decolar de uma pista menor, revoar e permanecer mais tempo on station. Seria uma surpresa tática. Nem todas as pistas e condições atmosféricas permitem a decolagem full tanque. No E-99 há 5 poltronas de descanso.
Em algumas situações (condições visuais, ausência de obstáculos), a restrição de segundo segmento para a decolagem é ignorada.