Sukhoi Superjet 100, concorrente dos E-Jets da Embraer, perde mercado devido a falhas

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Sukhoi Superjet 100

Sukhoi Superjet 100

Sukhoi Superjet 100
Sukhoi Superjet 100

Por Roberto Lopes
Especial para o Poder Aéreo

Nas últimas semanas, uma sucessão de falhas no Sukhoi Superjet 100 (também conhecido como SS100) resultaram em perda de mercado. A aeronave lançada sete anos atrás, compete com os E-Jets da Embraer.

A companhia Interjet – 3ª maior aérea do México (depois da Aeromexico e da Volaris) –, única usuária do SS100 na América Latina, anunciou que está deixando em terra metade da sua frota de 12 Superjets, em atenção a um alerta de caráter preventivo emitido pela Rosaviatsiya – a Agência Federal de Transporte Aéreo da Rússia.

O comunicado adverte sobre o surgimento de problemas de fadiga de material no estabilizador vertical de alguns Superjets em operação na Europa.

Mas esse é apenas o contratempo mais recente registrado acerca da aeronave fabricada pela Sukhoi.

Mês passado, a empresa russa Yakutia Airlines admitiu que planeja se desfazer dos seus cinco SS100, para substituí-los por birreatores Boeing 737-700 de 2ª mão. Nesse caso a dificuldade está nas constantes falhas dos motores PowerJet SaM146 que a Sukhoi selecionou para equipar os seus Superjets.

O apoio logístico do fabricante para a superação desse transtorno foi qualificado pela Yakutia como “medíocre”.

Sukhoi Superjet 100 da Interjet
Sukhoi Superjet 100 da Interjet

Janelas – A sequência de más notícias é, contudo, ainda mais antiga.

No fim do primeiro semestre novamente a Rosaviatsiya alertou sobre o Superjet, informando que os usuários do SS100 precisam inspecionar as janelas da cabine de passageiros da aeronave, depois que foram encontrados problemas em dois aparelhos da Aeroflot, a principal companhia aérea da Rússia – possivelmente devido ao emprego de ferramental inadequado nessas escotilhas.

O modelo para 100 passageiros do Superjet custa, aproximadamente, 35 milhões de dólares, e além de confrontar os E-Jets, disputa mercado, diretamente, com o canadense Bombardier CRJ900/1000.

A versão recebeu 140 pedidos de 27 clientes em todo o mundo, mas não é a mesma da comprada pela empresa Interjet, que optou por uma aeronave para apenas 93 lugares. Uma variante configurada para um número ainda menor de passageiros está em desenvolvimento pela Sukhoi.

O CEO da Interjet, Miguel Alemán Magnani, revelou, nas últimas horas, que sua empresa tem, entre seus planos de “reestruturação”, a intenção de retirar do voo todos os seus Superjets, uniformizando a frota com jatos Airbus A320.

A Interjet já precisou canibalizar quatro dos seus SS100, para usá-los como fonte de peças de reposição, ante a dificuldade manifesta pela Sukhoi em prover esses componentes.

A corporação Sukhoi indenizou a Interjet em 39,6 milhões de dólares, como forma de amenizar os transtornos causados à companhia mexicana, que, diante das dificuldades técnicas reveladas pelas aeronaves, precisou cancelar parte das suas frequências e remanejar um punhado de outras.

No tocante ao problema com as janelas dos passageiros, a agência russa de Transporte Aéreo sugeriu à Sukhoi um recall de 15 aeronaves dos seguintes clientes:

Aeroflot (Moscou, Rússia); Rossiya (São Petersburgo, Rússia); Interjet (Cidade do México); Yamal Airlines (Salejard, Rússia); Azimuth Airlines (Rostov, Rússia); Comlux (Zurique, Suíça); Gazpromavia (Moscou, Rússia); IrAero (Irkutsk, Rússia);

Yakutia Airlines (Yakutsk, Rússia); e Ministério de Emergências da Rússia.

Os aparelhos do recall deverão ser inspecionados a cada 750 horas de voo, ou a cada 100 dias até que acumulem 7.500 horas de voo.

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