Rússia expande rede do Glonass com nova base no Brasil
Quinta estação do GPS russo deverá ser instalada na região Norte, diz governo
Por Igor Gielow – Folha de São Paulo
A Rússia vai expandir a rede de bases de controle de satélites de sua versão do GPS no Brasil com a abertura de uma quinta estação no país.
A unidade será instalada na região Norte, segundo a Agência Espacial Brasileira. O Brasil já é o maior hospedeiro de bases do tipo fora da Rússia.
“A definição irá ocorrer neste ano. As bases são construídas rapidamente, de seis a oito meses”, afirma o coordenador de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação do órgão, Rodrigo Leonardi.
O Glonass, acrônimo para Sistema de Navegação Global por Satélite, surgiu em 1982 para fazer frente ao GPS (sigla em inglês para Sistema de Posicionamento Global) americano, hoje padrão no mundo.
O motivo inicial era óbvio: você não quer que seus aviões e mísseis dependam de navegação controlada pelo inimigo. Com o passar do tempo e a popularização desses sistemas para aplicações em telefones celulares e veículos, a disputa também virou comercial.
Em 2001, após dez anos de decadência econômica decorrente do fim da União Soviética, o governo de Vladimir Putin injetou recursos e ressuscitou aos poucos o Glonass.
Em 2011, sua constelação de 24 satélites ficou toda operacional e com cobertura global —algo que só o GPS já tinha alcançado, com seus 31 satélites funcionando hoje.
Como todas suas bases ficavam na Rússia, havia problemas de precisão para o serviço em algumas áreas do mundo. Em condições ideais, tanto GPS quanto Glonass podem focalizar receptores num raio de centímetros, mas o serviço comercial usualmente trabalha com uma margem de erro de três metros.
Sistemas de navegação globais têm três satélites triangulando a posição no solo e um quarto para sincronizar o horário com o relógio do aparelho receptor em terra.
Só que os objetos no espaço precisam ser controlados por sistemas em terra e ter sua posição em órbitas a 19,1 mil km de altitude calibradas, e por isso a Rússia buscou parceiros em outras latitudes.
O Brasil, por seu histórico de cooperação com Moscou na área espacial e pela posição geográfica, foi procurado e, em 2013, a UnB (Universidade de Brasília) recebeu a primeira antena do Glonass fora da Rússia.
O equipamento é de funcionamento automático, enviando dados de monitoramento à Rússia. Um ano depois, foi instalada uma unidade de medição óptica a laser, que precisa de manutenção constante e operação por uma equipe de sete funcionários trabalhando turnos de 12 horas.
“Com ela é possível ter uma precisão de centímetros, se preciso, no posicionamento do satélite. A cada 48 horas recebemos um plano de trabalho dos russos para fazer correções”, diz o professor Geovany Borges, responsável pela base da UnB.
A contrapartida ao Brasil é acesso à tecnologia de geoposicionamento. “Além disso, o país se qualifica a ter um segundo sistema à disposição, além do GPS”, diz. Os funcionários são pagos pela Rússia, por meio de um convênio de valor não revelado.
Hoje, iPhones e a maioria dos celulares com sistema Android aceitam sinais tanto do GPS quanto do Glonass.
“O Brasil não tem fôlego para investir numa constelação própria de satélites”, diz Leonardi. Em 2016, foram abertas bases do Glonass também nas universidades federais de Pernambuco, no Recife, e de Santa Maria (RS).
No Hemisfério Sul, há uma estação do Glonass também na África do Sul e três unidades na Antártica.
Na América Central, a primeira base foi aberta no ano passado na Nicarágua com alto grau de sigilo, o que levou a especulações de políticos locais de que poderia haver algum tipo de operação de espionagem em curso.
Tecnicamente, diz Borges, isso não faz sentido pois os equipamentos apenas servem para calibrar satélites, não tendo capacidade de captação de informações. “Entendo essa sensibilidade, mas não temos problemas por aqui. Se tivermos, basta desligar o aparelho”, afirma Leonardi.
Europa e China têm sistemas similares
- Ainda sem uma cobertura global comparável à do Glonass e do GPS, a China já tem 15 satélites do sistema de geoposicionamento BeiDou operando
- A União Europeia possui em funcionamento 17 satélites do seu próprio GPS, o Galileo
- Ambos ambicionam servir todo o planeta no futuro
- A Índia tem uma constelação mais modesta, de sete satélites do sistema Navic, que tem cobertura mais restrita, focada no próprio país
FONTE: Folha de São Paulo
Sera que tem como saber qual sinal de GPS o aparelho estatal usando. Ou seja uso GPS automotivo da Garmin e não sabia que no Brasil temos o sistema Russo.
Em princípio sim. Mas se você abrir verá qus o sistema usa muito mais do que 3 para calcular a posição e não se verifica a distinção do satélite. Na topografia o ideal são pelo menos 7 (quando se obtem mais de 10 é muito bom). Além disso os satélites tem diferentes canais. Receptores antigos tinham 16 canais, os mais novos mais de 200, isso porque os satélites podem enviar mais de uma banda ao mesmo tempo, (Ex. o GPS tem o L1 L2). Os militares dos países sede tem bandas “secretas/seguras”, pois parte da guerra eletrônica moderna consiste em… Read more »
James Mattis deve estar adorando tudo isso. Mike Pence curtiu.
Fora do contexto mas, o novo presidente da Colômbia que assumiu esta semana disse que seu país vai abandonar a UNASUL de maneira irreversível, o curioso é que três dias antes de sair, o presidente anterior, na surdina, reconheceu a Palestina como Estado autônomo. Israel foi a loucura.
Um completo randevu de caçaroleiro.
Hollywood faz um trabalho bem feito. Disso não podemos discordar.
Quem tem OTAN não precisa de UNASUL.
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Quanto a Israel, deveria parar de empurrar a questão palestina com a barriga e decidir pela autonomia palestina ou anexação.
O momento para a autonomia está passando.
A anexação será a única alternativa.Estado binacional.
Se eu não me engano, tem uma estação experimental do Beidu no RJ também, não vai demorar e a UE vai pedir para colocar estações do Galileu aqui também. Não acho ruim, o Brasil nem em sonho teria uma constelação de satélites dessa, pelo menos aproveitamos as estações pagas pelos outros para formar pessoal nessa área, a UNB e a Universidade de Santa Maria devem estar aproveitando bem isso
Quase todos os celulares de ponta conectam a GPS e Glonass.
Só não sei se é possível escolher o sistema.
Ou se depende da cobertura e o aparelho escolhe.
Alguém sabe.
Que bom. Mais um. Agora falta um europeu e um chinês, ai teremos 4 escolhas.
Muito bom!
Os Estados Unidos logo logo irão impor sanções para os países que utilizarem sinal de GPS russo.
Caro Dortmund. Creio que isso não irá acontecer, pois essa decisão abria o mercado para os concorrentes já que confirmaria a hipótese que não é possível confiar no GPS.
Mandou bem. Como sempre.
Tem estação GPS no BR ?
Esta base faz parte da iniciativa da URSAL ???
???????
SIM, isso é só o começo do nosso plano.
???‼️
Isso significa que num hipotético conflito um país que queira interferir/prejudicar o GPS do inimigo sem ter que usar meios eletrônicos pra isso, pode simplesmente atacar as estaçoes receptoras/transmissoras, já que essas são estáticas e sua localização é de conhecimento publico. Atacando essas estações ou algumas delass, o país possuidor da constelação GPS ficaria com a precisão de seu sinal comprometida? Lembro que tal empresa poderia ser feita além do tradicional ataque aéreo, também por ações de comandos no interior dos territórios onde as estações se situam, até mesmo usando agentes locais- mercenários, simpatizantes, ou nativos cooptados para tal,aí incluindo-se… Read more »
Cadê aqueles que rosnam em defesa da soberania nacional? Base russa pode Arnaldo?
A melhor forma de se defender a soberania nacional é fazer alianças com todas as grandes potências militares. Todas, sem essa de mimimi ideológico. Assim, se algum dia o Trumpete ameaçar invadir e colonizar o Brasil, pede “ajuda” ao Putin e/ou ao Xi. Se a ameaça vier do Putin, se socorre ao Trumpete e/ou Xi. Se esta intenção vier do Xi, a ajuda deve ser solicitada ao Putin e/ou Trumpete. Ou alguém acredita que podemos enfrentar estes “atores” com menos de 50 caças light de 40 anos ou mais, 4 submarinos de mesma categoria e idade e munições para algumas… Read more »
A discussão de soberania nacional, por mais que estejas certo no viés militar, não se resume a isso. Inclui conceitos com graus variados de comprometimento de cada um, como auto determinação cultural, política, jurídica, comercial…
Eu, paradoxalmente, sou bem sensível à soberania, mesmo sendo anti-nacionalista desde a adolescência (nacionalismo entendido como ideologia).
Chamar uma estação de calibração de base é um pouco exagerado. Os termos que normalmente os EUA impõem são vantajosos apenas para eles; e do ponto de vista deles estão corretos em tomar esta atitude, errado é a liderança política e militar nacional aceitar tais termos. Não podemos fechar a porta para nenhum parceiro, mas temos que ter como premissa o desenvolvimento técnico-científico-militar do país. Ninguém vai ceder tecnologia sensíveis e no estado da arte, temos que cooperar com outros países onde for possível e fazer o dever de casa.
O que uma coisa tem a ver com a outra? Qual é a ameaça a soberania nacional? Uma “base” dessas não tem nada a ver com uma base militar estrangeira, como já defenderam por aqui.
Mas o Bosco!
Os “malvadus” tem 11 estações na Rússia (GDGPS : http://www.gdgps.net/images/world.png). Porque não pode , Arnaldo? KKk
Russos e chineses podem até usar a ” base de lançamentos de satélites( Que satélites?)” no Maranhão gratuitamente mas se souberem que americanos estão fazendo algo parecido com o que os russos fazem agora nossa soberania nacional estará sendo violada. Dois pesos, duas medidas.
O que “os russos fazem agora”?
Ninguém havia dito da hipótese de ameaça à soberania nacional simplesmente porque o texto foi claro, não existe essa ameaça. Só o sr. Bosco não entendeu, ou não leu todo o texto.
Os americanófilos agem da mesma forma, querem que sejamos um pet dos EUA.
P.S.: Só porque o nick que utilizo faz referência ao OKB Raduga, que projetou um que me impressionou quando tive contato com a informação militar, não me incluo entre os russófilos. Devemos discutir e perseguir o que é melhor para o nosso país.
Muito legal, sempre achei depender só de GPS uma furada, tempos que trazer estações da UE e da China também, dos Marcianos, do capeta, quanto mais acesso a essa tecnologia tão impostante para militar, melhor!
Os aviões ainda possuem ADF, VOR, DEM, ILS e inercial. Aproximações RNAV já são realizadas há anos. E, agora, temos as aproximações RNP-AR, com maior precisão. A GOL já a realiza para a pista 02 do Santos Dumont. A aeronave necessita possuir precisão de 0,1 NM. A aproximação é em curva.
Essa lenda urbana que os EUA “desligariam” o sinal dos satélites chega a ser hilária. São mais de 20 satélites orbitando a Terra, e só precisamos de 3 para plotarmos nossa posição. TODA a aviação mundial depende disso, e, se os EUA tirarem os sinais do ar, o mundo pararia. Impensável. O que existe é o sinal D-GPS, esse sim, criptografado, e que permite a guiagem de bombas de precisão.
Muito estranho estações do GLONASS em Universidades federais. No minimo suspeito. Ainda mais com o avanço das esquerdas nas universidades.
Uma instalação russa estrategica como essa dentro do território nacional e ainda na Amazônia ?! Só falta ser em Roraima! As FFAA permitiram tal atentado à nossa segurança nacional?? TIRA O TUBO!