Conheça a história do desenvolvimento do C-130J Super Hercules e as dificuldades enfrentadas pelo projeto

USAF

por Guilherme Poggio

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REABASTECIMENTO EM VOO

O C-130J na sua versão básica não pode realizar reabastecimento aéreo, seja recebendo ou transferindo combustível. Esta é uma herança indesejável do antigo projeto. No entanto, é possível converter qualquer C-130 em KC-130 (versão de reabastecimento aéreo) desde que o cliente esteja disposto a gastar uma quantia nada desprezível.

Em relação à capacidade do Hercules em receber combustível de outra aeronave, versões anteriores foram customizadas para atender exigências específicas de determinados clientes. No caso dos antigos C-130 britânicos as mudanças foram feitas em caráter emergencial após o desembarque argentino na Malvinas em abril de 1982. Os aviões receberam sondas (sistema probe and drogue) reaproveitadas de antigos bombardeiros Vulcan que foram adaptadas na parte superior da fuselagem, logo acima da cabina. Uma nova tubulação, conectando a sonda aos tanques de combustível das asas, foi instalada por sobre a fuselagem.

Antiga versão do C-130K da RAF com uma sonda de reabastecimento (sistema probe and drogue) adaptada na parte superior da cabina. A sonda está em posição centralizada. FOTO: Wiki

Mudanças também foram feitas em alguns exemplares da USAF utilizados em operações especiais. Mas nesse caso o cliente optou por um sistema com receptáculo para acoplagem de lança (sistema flying boom).

Detalhe da parte frontal da fuselagem de um MC-130P Combat Shadow (versão antiga do Hercules) da USAF. O receptáculo para reabastecimento aéreo (sistema flying boom) foi adaptado, pois nas versões antigas do Hercules esse dispositivo não era oferecido na linha de pordução. FOTO USAF

No caso atual, alguns países que optaram pelo C-130J e quiseram também uma aeronave que fornecesse reabastecimento no ar (com performance semelhante) acabaram comprando a versão KC-130J e ficaram com duas aeronaves distintas, mas com grande comutabilidade. Este é o caso de países como EUA e França.

Foi a partir do modelo KC-130J que a Lockheed  Martin desenvolveu uma versão da aeronave capaz de ser, ela própria, reabastecida em voo. Agora a Lockheed oferece versões para o sistema flying boom e probe and drogue. Em geral os clientes internacionais tem preferido este segundo sistema.

KC-130J da Força Aérea Indiana capaz de receber combustível em voo pelo sistema probe and droge. Comparar a posição da sonda desta aeronave com a foto do C-130K da RAF no topo desta página. FOTO: Wiki

As variantes denominadas HC/MC-130J da USAF foram equipadas com um receptáculo na fuselagem frontal, logo acima da cabina. Destaca-se que esta foi a primeira vez que a empresa passou a oferecer o equipamento de fábrica. Dessa maneira, a aeronave pode ser abastecida por outras aeronaves que contam com o sistema flying boom.

O sistema flying boom é empregado pela USAF, atualmente o único cliente das versões HC/MC-130J. No entanto, um HC/MC-130J não pode abastecer outro avião do mesmo tipo porque os sistemas não são compatíveis (o HC-130J recebe combustível pelo receptáculo, mas transfere combustível através de uma cesta).

Impressão artística de um KC-130J com sistema flying boom instalado no compartimento de cargas. IMAGEM: Lockheed

Por volta de 1997 a Lockheed Martin anunciou o desenvolvimento de um sistema de reabastecimento por lança adaptável ao compartimento de carga do C-130J. Este projeto visava possíveis clientes no Oriente Médio.

CONTINUA…

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