Two C-130J Super Hercules fly over Yamanashi Prefecture, Japan, after conducting airdrop training missions, March 26, 2018. The C-130J assigned to the 36th Airlift Squadron regularly conducts training missions to remain proficient in necessary skills to support any contingency. (U.S. Air Force photo by Yasuo Osakabe)

Conheça a história do desenvolvimento do C-130J Super Hercules e as dificuldades enfrentadas pelo projeto

por Guilherme Poggio

(clique aqui para ler a PARTE 1)
(clique aqui para ler a PARTE 2)
(clique aqui para ler a PARTE 3)

ATRASOS

Por ser apenas uma modernização de uma aeronave já extensivamente utilizada ao longo de décadas e por diversos operadores, a Lockheed esperava que o programa de ensaios em voo fosse bastante curto.

As expectativas iniciais indicavam que o roll-out do primeiro exemplar ocorreria em outubro do ano de 1995. Dois dias depois seria a vez do roll-out do segundo exemplar. O primeiro voo deveria ocorrer antes do Natal daquele ano e após doze meses de ensaios a aeronave receberia o certificado da FAA. Na sequência os dois primeiros exemplares seriam entregues ao primeiro cliente do modelo.

A integração dos sistemas no C-130J tonou-se uma verdadeira dor de cabeça para os técnicos da Lockheed Martin, causando atrasos consideráveis no programa. Foi necessário até mesmo trocar o fornecedor das telas do painel. FOTO: USAF

Os problemas com a integração do software tornaram-se críticos nessa etapa. A versão inicial (Block 1.1) era apenas para testar alguns componentes do circuito eletrônico. Já a versão Block 1.2 possuía os códigos necessários para fazer a aeronave voar e foi inicialmente carregada num simulador de voo para testes. Para o processo de certificação civil seria empregada a versão Block 2, que teria mais de 90% das funcionalidades da versão militar (Block 3).

Alguns fornecedores atrasaram a entrega dos equipamentos e isso postergou os testes integração. Quase todos os equipamentos dos fornecedores falharam em testes de qualificação, sendo que alguns foram reprovados em testes de vibração, interferência eletromagnética e compatibilidade com o barramento. Além disso, a Lockheed encomendou todo o primeiro lote de produção sem que os mesmos fossem completamente testados.

A Lockheed Martin acreditava que a simples troca do grupo propulsor não acarretaria em grandes mudanças, mas os ensaios em voo mostraram o oposto, causando atrasos ao programa. FOTO: Fernando “Nunão”

Por causa dos problemas de integração o primeiro exemplar foi liberado para voo somente no início do mês de abril de 1996. Naquela época esperava-se que o programa sofresse um atraso de cinco meses e por este motivo a certificação foi postergada para maio de 1997. Em outras palavras, a empresa continuava acreditando que o programa de ensaios em voo levaria doze meses.

Quando os ensaios em voo começaram a abordar as características do C-130J em condições de estol, descobriu-se que o comportamento da aeronave não era igual ao dos seus antecessores (ver texto anterior – parte 3). Ao lado dos problemas de integração de software a busca por soluções aerodinâmicas para resolver o problema de estol foram os maiores responsáveis pelos atrasos no programa.

Com se não bastasse  tudo isso, problemas com o fornecedor original das telas do painel também causaram atrasos no programa e o fornecedor foi substituído.

CONTINUA…

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