Pantsir-S1 atingido por drone israelense na Síria

Pantsir-S1 atingido por drone israelense na Síria

Pantsir-S1 atingido por drone israelense na Síria
Pantsir-S1 atingido por drone israelense na Síria

A imagem acima capturada de vídeo mostra o veículo do sistema antiaéreo Pantsir-S1 destruído por drone israelense IAI Harop.

A descrição diz que todos os mísseis do veículo tinham sido disparados (isto pode ser constatado pelos tubos lançadores queimados).

O radar também não estava na posição de combate quando o veículo foi atingido, e o suporte hidráulico estava levantado, evidenciando que o sistema estava desligado no momento do ataque

Em outras palavras, simplesmente não havia como o Pantsir-S1 reagir ao ataque. Talvez o veículo estivesse aguardando o recarregamento.

Os canhões de 30 mm também não atiraram, o que provavelmente denota também falta de munição.

Israel destruiu um Pantsir-S1 desarmado, mas as imagens serviram para uma excelente propaganda da eficiência de suas Forças de Defesa.

Os danos provocados pelo ataque do drone foram leves, concentrando-se basicamente na cabine do veículo. O sistema depois de reparado retornará à operação.

Pantsir-S1
Pantsir-S1

As origens do Pantsir
No início da década de 1970, a proteção antiaérea de curto alcance dos regimentos de carros de combate e dos regimentos de cavalaria mecanizados no Exército Soviético era fornecida por dois pelotões, sendo um de canhões antiaéreos autopropulsados ZSU-23-4 Shilka e outro com sistemas de mísseis 9K31 Strela 1 (designação SA-9 para a OTAN – Organização do Tratado do Atlântico Norte).

Quando os estrategistas soviéticos pensaram em substituir ambos por equipamentos mais modernos, veio a pergunta: por que não um sistema único que incorporasse mísseis e canhões? E assim surgiu o projeto Tunguska. O Ministério da Defesa Soviético incumbiu a empresa KBP (Konstruktorskoe Buro Priborostroeniya) de desenvolver e integrar o novo sistema.

A KBP é uma empresa que nasceu na então União Soviética em 1927, na cidade de Tula, situada a menos de 200km ao sul de Moscou. A gama de produtos desenvolvidos pela KPB é longa e inclui pistolas, carabinas, rifles de caça, submetralhadoras, canhões de uso aeronáutico e naval, mísseis antitanque e sistemas de defesa antiaérea. Não é difícil de entender porque a KPB foi escolhida para desenvolver um sistema híbrido, que associasse mísseis e canhões, pois ela já possuía experiência com ambos. Era só uma questão de integrá-los em um único sistema.

Estudos conduzidos naquela época demonstraram que os canhões de 23mm do ZSU não eram adequados para as futuras ameaças aéreas. Por este motivo, adotou-se um calibre maior (30mm) e o escritório da KBP desenvolveu o modelo 2A38, com cadência de 3.900 a 5.000 tiros por minuto.

Mas o Tunguska também foi projetado para engajar e abater ameaças aéreas a distâncias muito maiores. Por este motivo, o sistema de mísseis foi completamente revisto. Ao contrário do míssil de curto alcance empregado pelo sistema 9K31 (o Strela 1), para este projeto foi desenvolvido um artefato maior e mais pesado, de dois estágios, denominado 9M311 (SA-19 pela OTAN). A produção do Tunguska começou na primeira metade da década de 1980 e alguns desses sistemas foram exportados para países como Índia e China. Este último desenvolveu um sistema muito similar, denominado TK-1000.

O sucessor do Tunguska
O Pantsir é o sucessor natural do Tunguska (SA-19 “Grison). O arranjo geral composto por uma associação de mísseis e canhões foi mantido, mas o sistema como um todo aproveitou a evolução tecnológica ocorrida no período. Seu desenvolvimento começou no início da década de 1990 e o primeiro protótipo ficou pronto em 1994. Este era um período bastante tumultuado para a Rússia e demais repúblicas que fizeram parte da União Soviética. Por este motivo, os trabalhos sofreram sucessivos atrasos e o programa foi interrompido diversas vezes por falta de recursos.

Havia o interesse do Exército Russo em adquirir um substituto para o Tunguska, mas diante de uma redução nos gastos militares e de outras prioridades da Defesa, o governo não pôde custear o desenvolvimento do Pantsir. A solução foi procurar um cliente no exterior. Os Emirados Árabes Unidos (EAU) interessaram-se pelo sistema e acabaram se tornando o primeiro cliente. Os EAU fizeram uma encomenda de 50 sistemas em 2000 e, após algumas mudanças introduzidas, receberam as primeiras duas unidades em 2007.

Pantsir-s1
Pantsir-s1

O sistema Pantsir
Uma bateria do Pantsir pode ser formada por até seis sistemas de combate e, para cada dois deles, existe um veículo de remuniciamento. Além disso, existem os veículos que fazem manutenção, transportam sobressalentes e fazem o alinhamento. Com a organização em baterias, uma das opções de modo de operação é a designação de um sistema como “master” ou posto de comando. Neste caso, este envia as informações do alvo para os demais, que “travam” no alvo e orientam o míssil até o mesmo.

Mas os sistemas de combate também podem atuar de forma isolada e fixa, defendendo alvos específicos e estratégicos. Cada unidade pode rastrear até 20 alvos e engajar quatro ao mesmo tempo, disparando uma salva de dois mísseis para cada alvo.

Pantsir-S1 lançando míssil
O míssil 57E6 que equipa o Pantsir (12 unidades) tem um alcance máximo de 20km e pode engajar alvos voando a até 15.000 metros. Os dois canhões de 30mm podem abater um alvo aéreo a uma distância de 4km, em altitudes de até 3.000m

Armamento e chassi
O míssil 57E6 e suas variantes foram desenhados especificamente para o Pantsir e representam uma respeitável evolução sobre o antecessor, a família 9M311 que equipava o Tunguska. Segundo o fabricante, em condições ideais o míssil possui um alcance máximo de 20km e pode engajar alvos voando a até 15.000 metros.

O 57E6 possui dois estágios. O primeiro representa o “booster”, de combustível sólido, que queima por 2,4 segundos e acelera o míssil a uma velocidade de 1.300m/s. No segundo estágio localizam-se as antenas para controle da trajetória do míssil e uma espoleta de proximidade (ou contato).

Embora seja um artefato relativamente leve (90 kg), sua ogiva de fragmentação responde por boa parte do peso do segundo estágio. O míssil não possui uma cabeça de busca, o que simplifica o sistema e reduz os custos. Seu direcionamento é feito por comandos de rádio. Também há um canal óptico independente.

Os canhões são os mesmos anteriormente empregados pelo Tunguska, porém com pequenas modificações (o que acabou gerando a versão 2A38M). Sua capacidade é de abater um alvo aéreo a um alcance de até 4km, em altitudes de até 3.000m.

O Pantsir é um sistema totalmente independente quanto ao chassi empregado e, por esse motivo, aceita várias opções. O protótipo foi originalmente desenvolvido sobre um chassi de caminhão Ural 5323 8×8, mas o Pantsir tem sido oferecido sobre um chassi KAMAZ 6560 8×8. A versão adquirida pelos EAU foi montada sobre um chassi alemão MAN SX 45 8X8. Há também opções sobre chassi com lagartas.

COLABOROU: Rustam Bogaudinov

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