Gloster Meteor, AT-33, AT-26 e F-103E no Dia da Aviação de Caça da FAB, em 1974

Gloster Meteor, AT-33A, AT-26 e F-103E no Dia da Aviação de Caça da FAB, em 1974

Por Roberto Santana

Prezados.
Transcrevo aqui um trecho da matéria “O Dia da Caça” publicado em outubro de 1974, na revista AERO. A matéria não está assinada, porém, muito provavelmente seja de autoria do diretor e redator chefe da revista, o sr. Ribeiro de Mendonça.

Viso somente compartilhar com outros entusiastas da aviação esse interessante relato sobre o Dia da Caça comemorado naquela data. Difundir e preservar a memória de nossa aviação, assim como, render uma homenagem a essa saudosa revista e seu dedicado editor com sua equipe de profissionais e colaboradores.

“Este ano, o Dia da Caça foi marcado principalmente pela demonstração de tiro real, o que já não ocorria há alguns anos.

Como de costume, nossa equipe compareceu a Santa Cruz no dia 21, véspera da festa, a fim de presenciar a chegada dos aviões visitantes (oito Xavante do 1/4 , nove Mirage da 1 ALADA e oito AT-33A do 1/14) e fotografar tudo com calma.

Voltamos, é claro, no dia 22, que amanheceu bonito. A solenidade propriamente dita começou com a chegada do Sr. Ministro da Aeronáutica, que veio em um HS 125, o VU 932129. Seguiu-se o desfile da tropa e logo após embarcamos no ônibus que nos levou até o “stand” de tiro localizado próximo a uma das cabeceiras de Santa Cruz.

De lá assistimos à decolagem dos vinte e dois Xavante, oito AT-33A, nove Mirage, um Regente ELO L-42 e também o Gloster Meteor. À exceção do L-42 (que fez uma passagem simulando a marcação de um alvo), do Mirage biplace (que realizou somente manobras em alta velocidade) e do Meteor, todos os outros aviões participaram da exibição de tiro.

Inicialmente, os Xavante fizeram bombardeio picado, cada um lançando oito bombas de 250Ib (113kg) sobre uma colina localizada a uma distância razoável. Feito isso, passou-se para os alvos mais próximos, uma Kombi avariada e o charuto da fuselagem de um Beechcraft bimotor. Os Xavante atacaram a Kombi, cada um com duas bombas de napalm de 400Ib (181kg); os AT-33A lançaram foguetes contra o Beech, que a seguir foi alvejado pelos Xavante com suas metralhadoras .50, o mesmo fazendo os AT-33A. Por fim os Mirage atacaram o Beech com seus canhões de 30mm, sendo de se notar o efeito destruidor dos obuses dessa arma.

Seguiu-se a passagem de uma formação, liderada pelo Gloster Meteor (que se despedia), tendo na ala direita um AT-33A , na esquerda um Xavante e o ferrolho um Mirage; mas isso é assunto de um outro trabalho, nesse número de “AERO”.

Houve então uma passagem em formação dos aviões que participaram do tiro. Logo após veio o pouso, que assistimos de uma posição privilegiada.

Obviamente, a comemoração foi um sucesso, tendo sido, inclusive, a primeira demostração pública de tiro real de nossos Mirage. A lamentar apenas o fato dos Grumman P-16 Tracker do 1 Grupo de Aviação Embarcada não terem voado.

Além dos tipos já mencionados, o público pode ver também Cessna T-37, C-130 Hercules, Bell UH-1H, Neiva Regente U-42, Viscount VC-90, HX 748, C-91, Douglas C-47, etc. (inclusive dois helicópteros Fairchild-Hiller FH 1100, um da Marinha e outro da Polícia). Os aviões-monumento existentes na Base (um Republic P-47 e um Gloster Meteor F-8) e o imenso hangar que outrora abrigou os dirigíveis alemães despertaram grande interesse do público.

No transcorrer da solenidade, pousou um Bandeirante da Transbrasil, o PT-TBE, resplandecente em sua pintura predominante amarela.

Em suma, o dia 22 de abril apresentou uma festividade à altura do fato que comemora, e aproximou ainda mais o povo de sua Força Aérea.”

FONTE: Revista AERO Vol.1 No.4

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