Reino Unido lançará Estratégia de Combate Aéreo
Uma Estratégia de Combate Aéreo será lançada para garantir que a Grã-Bretanha mantenha uma capacidade de combate aéreo de liderança mundial, anunciou o secretário de Defesa, Gavin Williamson, na frente do comitê seleto de defesa no dia 21 de fevereiro.
O MOD (Ministério da Defesa) trabalhará através de todo o governo e estreitamente com a indústria e parceiros internacionais para explorar as futuras capacidades do Combate Aéreo no Reino Unido, com base na Estratégia Industrial e na Política Industrial de Defesa atualizada no ano passado.
A estratégia examinará a capacidade operacional necessária no futuro e as habilidades e recursos necessários para a sua prontificação. O trabalho terá em conta a tecnologia nova e emergente, bem como o potencial de exportação, ao mesmo tempo em que vai testar a capacidade da indústria britânica de atender nossos requisitos futuros. Espera-se que seja lançado no verão.
O secretário de Defesa, Gavin Williamson, disse: “Desde o nascimento do poder aéreo, a indústria britânica tem sido crucial para manter a posição de líder mundial de nossos militares. À medida que celebramos 100 anos da Royal Air Force (RAF) protegendo nossos céus, é apropriado que criemos planos arrojados e ambiciosos para ajudar nossas bravas Forças Armadas a manter-nos seguros contra ameaças intensivas. A Estratégia do Combate Aéreo reunirá o melhor da engenharia, habilidade e projeto britânicos e oferecerá uma visão convincente para o futuro do poder aéreo”.
O Chief of the Air Staff, Air Chief Marshal, Sir Stephen Hillier, disse: “É especialmente apropriado que lançemos a Estratégia de Combate Aéreo, já que a nossa Royal Air Force marca o seu 100º aniversário. As capacidades do Combate Aéreo foram o coração das capacidades da RAF ao longo de sua história e são constantemente empregadas em operações em todo o mundo hoje.
“Esta estratégia assegurará que a RAF possa continuar a permanecer na vanguarda da tecnologia e da inovação do poder aéreo high-end que precisamos para lidar com ameaças futuras, trabalhando em estreita colaboração com a indústria do Reino Unido e nossos parceiros internacionais”.
O Reino Unido já é líder mundial no setor aéreo, que responde por 85% das encomendas de exportação de defesa da Grã-Bretanha. A indústria é composta por cerca de 2.500 empresas, gerando mais de £ 33.5 bilhões no volume de negócios e empregando mais de 128.000 pessoas – cerca de 26.000 delas em trabalhos altamente especializados de pesquisa, projetos e engenharia.
O investimento em tecnologia de combate aéreo combinado com os pontos fortes da indústria do Reino Unido resultou no país ser o único sócio de Nível 1 dos EUA no programa F-35 Lightning II, com a indústria britânica fabricando cerca de 15% de cada F-35 produzido. O Reino Unido conseguiu explorar as capacidades operacionais da aeronave, ao mesmo tempo em que reforça a capacidade industrial do Reino Unido, habilidades e uma maior prosperidade econômica.
O Reino Unido também continua a liderar o caminho no poder aéreo de combate como uma das quatro nações parceiras no programa Eurofighter Typhoon. Com mais de 20.000 horas de voo em operações globais até o momento, o Typhoon ofereceu uma incomparável confiança e comprovada interoperabilidade com nossos aliados.
O F-35 Lightning II e o Typhoon são duas aeronaves de combate multifunção complementares que constituirão a frota aérea de combate da RAF, colocando o Reino Unido na vanguarda da tecnologia de caças – com o Typhoon esperado para permanecer no serviço do Reino Unido até pelo menos 2040.
Na semana passada, o Reino Unido liderou a tentativa de substituir jatos de combate da Bélgica por 34 Typhoons com a oferta de incluir uma ampla parceria industrial e de defesa entre os governos da Bélgica e do Reino Unido. O secretário de Defesa, Gavin Williamson, também esteve no Qatar no final do ano passado para supervisionar a compra bilionária de 24 caças Typhoon, que suportará milhares de empregos em todo o Reino Unido.
O anúncio da estratégia vem depois de uma revisão inicial do setor aeroespacial de defesa pelo MOD, que contou com o envolvimento em todo o governo e da indústria. O desenvolvimento de uma Estratégia de Combate Aéreo é consistente com os temas do Programa Modernizador de Defesa. Ele estabelecerá, em termos práticos, como o MOD pode cumprir seus requisitos críticos de capacidade militar, considerando fatores econômicos e internacionais mais amplos e nossos objetivos de segurança nacional.
FONTE: Ministério da Defesa do Reino Unido
O texto fala muito em ser líder, mas sinceramente, a única coisa que eu vejo a indústria britânica como líder é em assentos ejetáveis, graças à Martin-Baker. Já o resto da indústria britânica, foi escanteada pelos americanos e soviéticos já em 1947, quando voaram os F-86 e MiG-15, respectivamente. E abandonaram completamente a esperança de voltar à liderança quando o protótipo do Boeing 707 voou em 1954. Os britânicos são patologicamente obcecados em se comparar aos americanos. Cada livro ou documentário que eu leio deles, nas mais diversas áreas, é patente o grande orgulho com que falam de seus projetos… Read more »
Quem foi Rei, jamais perde a majestade.
É Galante, é esse mantra que os pilotos da RAF ficavam repetindo para si mesmos, quando o Lightning dividia a rampa de lançamento com os Phantom durante exercícios … 🙂
Poxa os caras vão de Typhoon e F-35.
Aí dá pra ficar folgado mesmo…
Resumindo….
Não basta possuir.
É preciso saber usar, de forma coordenada a outros meios e recursos, e da melhor forma possível com alto grau de eficiência.
Ou seja….doutrina, treino…treino, doutrina!
Clésio, a diferença é que a França continua fazendo bons produtos em todos os setores e a Inglaterra ficou para trás em qualidade. Não que eles não tenham, mas não estão tão próximos da França assim…
Bom dia.
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“no país ser o único sócio de Nível 1 dos EUA no programa F-35 Lightning II”
Só no papel, na prática Israel passou batido.
Eu acho que esse comunicado britânico tem que se entendido dentro de um contexto em que eles fazem parte da OTAN cujo principal ator é os EUA. Dentro desse contexto eles estão certíssimos em afirmar que continuam na dianteira. Não é pouco a capacidade criativa e produtiva da indústria de defesa britânica. Só para termos uma ideia eles têm seus próprios mísseis de combate ar-ar e agora com o Meteor possuem o que pode ser considerado um dos mais avançados e letais mísseis BVR do mundo. O ASRAAM também não fica de fora, sendo um avançadíssimo míssil WVR de quinta… Read more »
“sup-ar” não, quis dizer “ar-sup”
Bosco, eu também citaria uma interessante capacidade nos mísseis terra-ar para defesa de baixas altitudes. O que também poderia se discutir na RAF é o abandono da capacidade de ataque nuclear. A capacidade de dissuasão nuclear britânica me parece bem desequilibrada em prol dos SSBNs.
Esqueceram que eles tem os Typhoons é que os Typhoons da RAF são os mais avancados, eles tem a Rolls-Royce a segunda maior fabricantes de motores aeronáuticos, alem de fazerem parte de varios projetos aeronáuticos mundo a fora tanto civis quanto militares.
Rafa, Eles abriram mão de terem ICBMs no solo. A ilha deles é pequena e parece que não querem atrair mísseis inimigos pra lá. Os franceses fizeram o mesmo mas conservaram uma capacidade aérea limitada na forma do ASMP. Na verdade é questionável a necessidade mesmo de armas nucleares diferentes dos mísseis SLBM lançados de submarinos nucleares. Estes são sem dúvida a forma mais racional de dissuasão tendo em vista que não atrai fogo (apesar de numa guerra ele ser inevitável) e ter alta capacidade de sobreviver a um primeiro ataque preventivo. Sinceramente, para eles eu acho que tá de… Read more »
Realmente, 15% da “produção” do F-35 não é pouca coisa.
Ademais, é um dos poucos países que fabrica componentes para mais de um caça, inclusive o Gripen.
Bosco,
Quanto ao míssil antinavio, o fato é que o UK vem seguindo a opção dos americanos, por isso à época de desenvolver um novo míssil houve a opção por comprar o Harpoon.
Possivelmente irão de LRASM para substituir os Harpoon.
Em tempo…
O projeto de míssil antinavio que atualmente estão trabalhando é o “Perseus”, em parceria com a França. Convenhamos que, durante o desenvolvimento deste novo míssil, é melhor ir de LRASM do que de Exocet.
Por fim, estão fortalecendo uma parceria com os japoneses para desenvolver um novo
míssil ar-ar.
http://www.janes.com/article/75985/update-japan-uk-advance-missile-development-project
Mercenário,
Eu acho que esse Perseus já deu água! Será que não!!
Se não, vai levar ainda muito tempo. Já tem 10 anos que anunciaram esse projeto e até agora nadica de nada.
Também aposto no LRASM e quem sabe no Tomahawk MST (Maritime Strike Tomahawk)
Bosco não ter icbm em terra não significar não atrair fogo inimigo, até pq o inimigo sabendo que vai ser dificil usar uma tatica de “counterforce” para “countervalue” ou seja vai destruir seus pais inteiro mesmo não destruindo sua capacidade de segundo strike. A mudanca eu acho se deu mais por custos, que são altos numa triadite nuclear e so ter SLBMs é muito mais barato pq te garante de uma vez a capacidade de segundo ataque mas optar só por ela te tira a capacidade de um ataque preventivo devastador ainda mais hj que por acordos os números de… Read more »
Augusto,
Sem dúvida!
Agora você imagina se tivesse uns 36 silos de ICBMs nas ilhas britânicas. Seriam mais 36 ogivas de graça na caçuleta fora as que já vão ter.
O documento é muito mais uma carta de intenção do que algo concreto. Ou seja, na verdade serve para balizar as políticas de aquisição de material aéreo quer para a RAF, quer para a RN. E existe para o Reino Unido uma excelente oportunidade de parceria com o Japão no desenvolvimento de um caça bimotor de 5ª geração para substituir os Typhoon na RAF e os F-15J na JASDF. Enquanto os britânicos têm a expertise os japoneses têm a grana. Quanto aos F-35, a meu ver é um erro uma aquisição de 138 modelos “B”, que são desnecessários para a… Read more »
Bosco,
Não há notícia dando conta do fim do desenvolvimento do Perseus, mas realmente ele tem previsão para 2030.
Assim, concordo contigo quanto ao LRASM ou Tomahawk, dependendo do que os americanos optarem, para substituir os Harpoon.
A história ensina que todos, TODOS, os que tentaram subjugar os britânicos (saxões?) se deram mal.
Não subestimem a capacidade militar dos britânicos, por favor.
Bosco, concordo 155% com você que eles não são apenas coadjuvantes, secundários.
Abços
https://en.m.wikipedia.org/wiki/Aerospace_industry_in_the_United_Kingdom.
É “Wikipidia” mas dá um bom background sobre a industria aeroespacial britanica.
Bosco 27 de Fevereiro de 2018 at 12:35: . Caro Bosco, quando escrevi pensava justamente em mísseis de cruzeiro como o ASMP. Reconheço que o futuro ‘binômio’ F-35 e B-61 será muito poderoso, mas o Império pode mais do que apenas ‘arrendar’ o poderio da ex-colônia. Existem muitas inciativas de mísseis de cruzeiro no ocidente, inclusive para o próprio Eurofighter, acho que da para adaptar ou cortar um bom caminho de desenvolvimento. Talvez o problema seja se a Inglaterra ainda fabrica ogivas… . Também concordo com larga vantagem dos SLBM, o problema é quando você possui apenas quatro unidades deles.… Read more »