Justiça condena União por morte de piloto de caça no Ceará
AVIÕES DA FAB – Depois de 18 anos, Justiça condena União a pagar indenização à viúva do piloto que morreu no acidente com um Xavante no litoral cearense. A causa: falha de manutenção da aeronave da FAB, como O POVO antecipou na época
Por DANTE ACCIOLY DE BRASÍLIA Especial para O POVO
A União é responsável pela morte do tenente aviador Alexandro Bosco Prado, que desapareceu no litoral cearense após um acidente aéreo no dia 4 de julho de 2000. O xavante AT-26 prefixo 4626 que ele pilotava caiu no mar a 25 quilômetros da costa, durante uma missão de treinamento do 1º Esquadrão “Pacau” do 4º Grupo de Aviação (1º/4º GAv), sediado na Base Aérea de Fortaleza. A aeronave e o corpo do piloto jamais foram encontrados.
A condenação transitou em julgado no Supremo Tribunal Federal (STF) na última sexta-feira (16). O ministro Edson Fachin rejeitou um recurso extraordinário em que a Advocacia Geral da União (AGU) tentava anular uma sentença do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5), em Recife. Como a AGU não recorreu da decisão de Fachin, fica mantido o acórdão do TRF-5, que em 2010 condenou a União a indenizar em R$ 150 mil a viúva do segundo tenente, a arquiteta Adriana Prado. Não há previsão de quando a indenização por danos morais será paga.
O relator do caso no TRF-5 foi o desembargador federal Francisco Wildo, hoje aposentado. Ele entendeu que a morte de Alexandro Prado “se deu por falta de manutenção da aeronave”, que perdeu uma das asas em pleno voo. “Ao executar procedimento de curva, a asa esquerda da referida aeronave veio a desprender-se, fazendo com que o avião, descontrolado, começasse a cair em direção ao mar”, afirmou Wildo na sentença. A decisão da Justiça confirma reportagens publicadas pelo O POVO na época do acidente. A partir de entrevistas com fontes da Força Aérea Brasileira (FAB), o jornal antecipou com exclusividade que a queda do xavante havia sido provocada por falha de manutenção e perda da asa esquerda.
Uma série de matérias sobre acidentes aéreos militares no Brasil, escritas por mim e pelos jornalistas Demitri Túlio e Cláudio Ribeiro, venceu o Prêmio Esso de Jornalismo — Região Nordeste, em 2000. Durante o processo, a AGU contestou a tese de falha de manutenção do xavante. Para os advogados da União, “a aeronave estava com suas inspeções em dia” e a morte de Alexandro Prado “foi ocasionada exclusivamente pelo fato de que o piloto descumpriu a ordem de ejetar-se”. A AGU tentou reduzir o valor da indenização, com o argumento de que a Administração Pública não contribuiu para o acidente. Mas a alegação não convenceu o TRF-5: para o desembargador Francisco Wildo, “não houve imprudência ou imperícia dos pilotos envolvidos”.
A viúva de Alexandro Prado pedia inicialmente uma indenização de R$ 1,5 milhão por danos morais. Mas o TRF-5 fixou a reparação em 10% desse valor. O tribunal entendeu que é preciso compensar a viúva “pelas imensuráveis sequelas provocadas pela morte abrupta de seu jovem esposo e pela presumida dor e privação decorrente da perda de seu companheiro”. O piloto morreu aos 24 anos. Adriana Prado estava casada com o militar havia sete meses e tinha 25 anos quando ficou viúva. Após o desastre, ela apresentou quadro de depressão, sofreu paralisia provisória do lado esquerdo do corpo e abandonou temporariamente a faculdade de Arquitetura.
INFORMAÇÕES SECRETAS
1. O tenente André Schineider disse em depoimento que “observou muitos fragmentos ao redor do avião pilotado pelo tenente Alexandro Prado” durante a manobra de curva à esquerda. Em seguida, Schineider relata, “viu nitidamente que a asa esquerda tinha se desprendido da aeronave”.
2. No momento do acidente, o tenente Ricardo Beviláqua estava no controle do Xavante 4626. No assento traseiro da aeronave, ele “sentiu o avião afundar bruscamente” quando iniciou a curva à esquerda. Antes de puxar a alavanca do assento ejetor, Beviláqua “comandou a ejeção do tenente Prado cerca de oito vezes pelo interfone da aeronave”.
3. O avião começou a girar em parafuso em direção ao mar: despencou cerca de 2 mil metros em poucos segundos. No meio dos destroços que se soltavam do xavante, o tenente Alan Knoll, piloto da aeronave “dois”, “reconheceu algo branco, que poderia ser o paraquedas” de Alexandro Prado. Mas percebeu que havia algo de errado com o colega do 4626. “Notou que ele (Prado) estava inconsciente, por não ter inflado as boias” e “viu o paraquedas começar a afundar junto com o piloto”.
4. O capitão Fábio Faria estava no mesmo avião do tenente Alan Knoll. O comandante do treinamento disse que a aeronave deles “quase colidiu com alguns destroços do FAB 4626 que ainda estavam no ar”. No entanto, nenhum dos pilotos viu o local ou o momento exatos em que o xavante caiu no mar.
5. Quem comandou a sindicância da Base Aérea de Fortaleza foi o tenente Thomas Ahrens, que também participava da missão de treinamento 11FT59. Ele afirma que, nas condições em que se encontrava, o tenente Alexandro Prado “conseguiria sobreviver apenas três dias”.
6. Thomas Ahrens presume que o colega está morto porque no lugar do acidente, a 25 quilômetros da costa, “não há acidentes geográficos como ilhas ou arrecifes”. “Não havendo assim possibilidade de o referido oficial ter logrado êxito na tentativa de sobrevivência a nado”. O responsável pela sindicância conclui que o acidente com o Xavante 4626 “não apresentou indícios de crime ou contravenção, transgressão disciplinar e nem tampouco indisciplina de voo”. Thomas Ahrens recomendou o arquivamento da investigação. (DA)
“Finalmente, ele foi inocentado”, desabafa viúva do piloto
A arquiteta Adriana Prado comentou ontem a decisão da Justiça, que condenou a União pela morte do marido dela, o tenente aviador Alexandro Prado. Para a viúva do piloto, o desfecho da ação foi “uma grata surpresa”. “Não tem um dia sequer que eu não pense nele (Alexandro Prado) e em como tudo isso mudou minha vida. Alguma ‘justiça’ foi feita. Não repara nada, mas acho que, de onde ele estiver, deve sentir que finalmente foi inocentado publicamente”, afirmou.
A advogada de Adriana Prado, Celimari Freire Castim, criticou a “morosidade do Judiciário”, que levou mais de uma década para julgar o processo. Ela explica que a viúva do militar ainda vai ter que esperar para receber os R$ 150 mil de danos morais. “Infelizmente, Adriana ainda não poderá receber os valores da indenização, pois necessitará executar a decisão, o que levará mais alguns anos”, afirmou.
Celimari Freire Castim destaca, no entanto, que a sentença “traz um certo alento”. “Mesmo que tardia, a decisão representa o reconhecimento de que o acidente não ocorreu por falha do piloto, e sim em razão da manutenção falha da aeronave, já que parte da asa se partiu em pleno voo”, disse. (DA)
FONTE: O Povo
Muito trágico o acidente e minhas condolências a esposa.
No entanto, gostaria de saber o que foi feito com os muitos Xavantes que a FAB possuía? Além disso, não existe mais aviação de caça a jato em Fortaleza, o que é um lamento muito grande.
Justiça que anda nesse ritmo nunca será Justiça!!!
Sei não os mesmos riscos que os recrutas sofrem em treinamentos e instruçoes .aviadores e marinheiros também sofrem mas a vida militar e assim mesmo
Vergonhoso! “Vítimas” que foram exiladas por vontade própria em Paris ganharam muito mais e ocupam cargos públicos de alto nível e esse jovem morreu por tentar servir a Pátria e sua família tem essa mísera indenização após uma longa luta nos tribunais. E parte dessa indenização vai parar nas mãos dos advogados, quando receber.
Falou tudo amigo eu sou a mãe de Alexsandro Bosco Prado
Dona Mara estudei no CCPA c ele, era o sonho de Alexsandro, tão inteligente, tão amigo, tão querido p morrer assim… muito triste.
Morrer pelo sonho realizado.
Deus ilumine a senhora, a irmã tão amada e a esposa q não conheci.
Silas, seguramente a viúva recebe a pensão, que, de certa forma cobre os danos materiais sofridos. Essa indenização é pelos danos morais.
Concordo com a crítica aos auto-exilados, só estou dizendo que ela não ficou desamparada até hoje.
É verdade a mãe que sou eu ficou desamparada
A indenização justa deveria ser de R$ 1.5 milhão, R$ 150 mil foi uma mixaria ..!!
caracas… a culpa é do piloto por não ter ejetado… 18 anos para sair uma sentença dessas…
Acho que os R$150 mil é o valor da decisão na época. Agora cabe ajustar o valor pela inflação para executar a divida e a união pagar a viúva.
Achei estranho a outra aeronave não plotar o local da queda, já que voava em ala com eles.
Não haveria um modo de registrar onde houve a queda, para acionamento do SAR?
Outra coisa é chegarem à conclusão de que o motivo da queda foi a manutenção? como chegaram a este vereticto se o avião não foi encontrado?
concordo com vc amigo sábias palavras
Então o apelido Caiante era justificado. Diziam que ele era pilotado com uma mão no manche e outra na alavanca de ejeção.
Me perdoem se eu estiver falando alguma bobagem ou ofendendo alguém mas como sabiamente falou um professor meu do segundo ano “é reconhecendo os erros que mostramos que ficamos adultos ou que crescemos” e como confiar numa instituição que não assume seus erros, posso estar falando a maior besteira do mundo aqui mas a frase da esposa me deu uma certa indignação pois como culpar o piloto por um acidente como este, se alguém souber ou tiver notícias sobre a posição da FAB em relação a este acidente eu gostaria de saber pois acho que deveria ser tomado providências para… Read more »
Pelo menos não deram uma indenização milionária de 1,5 milhão.
A viuva recebe os salários dele integralmente e não tinha direito a nenhuma indenização na minha opinião de leigo no assunto, mas está na moda pedir o seu milhão quando morre alguem em avidente aeronáutico, a máfia dos advogados é que lucra com isso.
Pelo comentário o piloto tenente Prado! ” Mas percebeu que havia algo de errado com o colega do 4626. “Notou que ele (Prado) estava inconsciente, por não ter inflado as boias” e “viu o paraquedas começar a afundar junto com o piloto”. pela velocidade da queda da aeronave pode ser que o jovem aviador, desmaiou ou bateu na aeronave na hora da ejeção , é um assunto polemico pois o avião e o piloto nunca foram encontrados, lamentável a sua morte pois era considerado em excelente piloto.
Obrigado amigo
É isso mesmo que entendi? R$ 150.000,00 pela vida do piloto, morto por negligencia? E isso a 18 anos atrás?
Pessoal. Esse valor de R$ 150 mil é corrigido a partir da data em que foi fixado. 18 anos não foi o tempo para sair uma sentença. Foi o tempo para sair pelo menos 4 decisões. A sentença do juiz de 1º grau, o acórdão do TRF de 2º grau, a decisão do STJ e agora a do STF. Claro que 18 anos é muito tempo, mas se levarmos em conta que processar ente público é mais demorado e que o processo tramitou nas 4 instâncias, não foi algo mais demorado que o “normal”. Achei o valor justo, mas concordo… Read more »
Bosco
ednardo ferreira 20 de Fevereiro de 2018 at 16:15
Muito cuidado, os pilotos têm treinamento para somente ejetarem em situação limite. Sempre que possível irão evitar justamente para preservar o equipamento caríssimo que estão pilotando. Não seja tão rápido para julgar um piloto que morreu sem se ejetar, até porque não sabemos se houve algum problema que o impediu de fazer isso.
boa resposta amigo
Marcelo Andrade 20 de Fevereiro de 2018 at 16:28
Achei estranho a outra aeronave não plotar o local da queda, já que voava em ala com eles.
Marcelo, outros fatores podem influenciar na capacidade das outras aeronaves de prestarem o acompanhamento no local no sinistro até rendição por outra aeronave ou equipe SAR. Destaco o principal deles, o da autonomia de voo. Ademais, estava realizando missão de combate WVR, bem provável que estivessem com restrições de combustível.
Walfrido….em que mundo voce vive afinal..? em primeiro lugar tem que haver responsaveis, caso contrario nem teria sentido a busca de responsveis, quer por danos morais, quer por danos materiais. Os responsaveis tem que ser sim responsabilizados a pagar pelos danos causados, ou sera q voce concorda q alguem provoque algum dano em seu veiculo e saia zombando de sua cara (exemplo). Com certeza que ela receba os proventos do tenente (justos por sinal, ou vc tbm discorda ?)) e espero sim, que tenha sido promovido post morten a Capitao av. Advogados existem para isso , para corrigir erros legais… Read more »
A asa se desprendeu? Sim. Mas por qual motivo, já que a aeronave não foi encontrada? Pode ter sido por falha de manutenção ou por fadiga do material. Pela matrícula, foi um dos últimos AT-26 recebidos, no início dos anos 80. A fadiga pode ter sido a causa, pois os AT-26 eram muito exigidos. Aqui em SM operaram por mais de 25 anos. Em Fortaleza foi a mesma coisa. Constantes curvas ascendentes, descendentes, immelmans, etc, etc….cobram muito da estrutura das aeronaves. Assisti centenas e centenas de voos de treinamento com acrobacias dos AT-26, tanto solos como em elementos e em… Read more »
Celso, se alguem bater no meu carro eu terei que procurar o responsável para tentar cobrar, no caso desta viuva ela ja recebe pensão, o que sou a favor, ja que perguntou. O que ocorre é que a viuva cresceu o olho atrás do milhão, mas é um direito seu ganhar um dinheiro as custas fa morte do marido, sei que é legal correr atrás de um dinheiro honesto. Quanto ao meu portugues, fiquei em dependência em 3 anos da AFA, passando com nota mínima, detesto a matéria e não vou me preocupar em melhorar agora com 55 anos. Minha… Read more »
Tá certo em processar, farinha pouca, meu pirão primeiro…
Não é esse o adágio nacional que nos caracteriza?
Daglian 20 de Fevereiro de 2018 at 17:29 Daguian, não sou piloto militar, mas posso te afirmar que o piloto não ejetou para salvar o equipamento, a recomendação é justamente ejetar, ainda mais existindo a ordem do instrutor. Não sabemos o que ocorreu neste caso, se o aluno cristalizou ou o assento não funcionou. Aqui em Salvador no final dos anos 90 um Xavante deu pane de motor e caiu na praia de Boa Viagem e um dos pilotos não ejetou, foi verificado depois que estava em pane, curiosamente o Ten. era nascido na Rússia quando o pai dele trabalhava… Read more »
Meu filho era frio o suficiente para manter-se calmo em qualquer situação
Pelo pouco que eu li até hoje sobre este acidente, o que tenho a relatar é o seguinte: Este acidente com avião Xavante ocorreu em 3 de março de 2000, na sexta-feira de Carnaval, em Salvador (BA). Os tripulantes eram o 2º Ten.-Av. Ricardo Vargas Carvalho ESPÓSITO e o 1º Ten.-Av. André Roberto de Oliveira NEVES. Até onde conheci, eles decolaram da Base Aérea de Natal (BANT) e estavam indo para a Base Aérea de Salvador (BASV). Ao chegarem em Salvador, a aeronave apresentou perda de potência no motor e eles comunicaram ao Controle de Aeronáutica o problema. Foi autorizada… Read more »
Pelo pouco que eu li até hoje sobre este acidente, o que tenho a relatar é o seguinte: Este acidente com avião Xavante ocorreu em 3 de março de 2000, na sexta-feira de Carnaval, em Salvador (BA). Os tripulantes eram o 2º Ten.-Av. Ricardo Vargas Carvalho ESPÓSITO e o 1º Ten.-Av. André Roberto de Oliveira NEVES. Até onde conheci, eles decolaram da Base Aérea de Natal (BANT) e estavam indo para a Base Aérea de Salvador (BASV). Ao chegarem em Salvador, a aeronave apresentou perda de potência no motor e eles comunicaram ao Controle de Aeronáutica o problema. Foi autorizada… Read more »
Uma dúvida: Tendo sido encontrado piloto e assento, o mesmo não foi periciado para saber se foi acionado ou não?
Reinaldo, não tenho elementos para te responder.
“Ao executar procedimento de curva, a asa esquerda da referida aeronave veio a desprender-se…” Me fez lembrar do canopi de um F-5 meses atrás que caiu no quintal de uma casa. Por mais que se tenha manutenção adequada, uma hora a máquina não aguenta a frequencia de vôos. Que dirá se não tiver.
Transitou em julgado, que o piloto esteja em bom lugar
O xavante era o fabricador de viúvas e fez muitas,graças a insistência da Fab,em continuar mantendo esse velho avião no ar.é vai continuar a acontecer com o f-5,e o amx pelo menos o f-5 teve a reforma mas o amx só 3 foram reformados é e o candidato ão posto de fazedor de viúvas,eu não sei mas os Pilotos devem ter um adicional de pericularidade cada ver que entrar nestes aparelhos.
Quem é da área pode explicar melhor, tempo atrás eu li no wikipedia sobre os acidentes com o caça eurofighter typhoon e curiosamente muitos casos de óbitos, só de espanhois foram uns 3 casos. Por que eles não ejetam antes? Eles desmaiam antes? O que acontece?
Bom. Não sou piloto militar… Por vzs piloto meu carro, mas até isso detesto. Mas acho q nem o santo padroeiro da aviação conseguiria comandar um avião sem uma das asas. Acho um milagre q um deles tenha conseguido ejetar, deve ter comandado a ejeção enqto a asa ainda estabilizada mal e porcamente o curso da ANC. E até onde sei, asa só desprende em incidente crítico – ñ ter percebido tal estado seria uma falha imperdoável do pessoal de terra da FAB. Ñ acredito q eles a cometessem. Qdo eu estava na MB (sou R2 já reformado) na F… Read more »
JOSÉ N BITTENCOURT 20 de Fevereiro de 2018 at 19:28
Sem dúvidas, todo acidente é marcante. Nenhum piloto sai de casa esperando algo assim…
Ivan BC 20 de Fevereiro de 2018 at 19:27 Quem é da área pode explicar melhor, tempo atrás eu li no wikipedia sobre os acidentes com o caça eurofighter typhoon e curiosamente muitos casos de óbitos, só de espanhois foram uns 3 casos. Por que eles não ejetam antes? Eles desmaiam antes? O que acontece? Ivan, é instintivo o fato do piloto tentar em uma primeira instância retomar o controle e retornar à situação anterior ao ocorrido. Muitas das vezes, o curto tempo disponível para se tomar alguma medida corretiva cobra o seu preço. Quanto mais tempo o piloto possuí… Read more »
O de Salvador foi no carnaval de 2000,os moradores da Ribeira queriam que o instrutor recebesse uma medalha ,pq o Xavante passou por cima das casas em chamas e caiu e afundou,sendo depois o seu corpo resgatado por mergulhadores da MB,aí meses depois no mesmo ano aconteceu esse acidente.
Muito triste,no de SSA alguém sabe o desfecho,digo a causa,se houve responsabilidades e o pq não ter havido a ejeção do instrutor?
No acidente de Salvador ocorreu o seguinte: o piloto André Roberto de Oliveira NEVES, meu amigo de turma da EPCAr 90, realizou o procedimento de ejeção conforme instrução recebida da FAB. Ocorre, porém, que o assento ejetável possui 2 dispositivos de ejeção: um acima e outro abaixo. A FAB ensina a utilizar primeiro o de baixo, e foi o que o Neves fez. Todavia, o fabricante manda acionar primeiro o de cima; caso não funcione, aciona-se o de baixo. Se acionar primeiro o de baixo, como a FAB ensinava, anula-se o de cima, isto é, o de cima não irá… Read more »
Luis Cláudio, este Processo está disponível na Internet. Acho que tenho ele guardado em alguma pasta do computador. Foi uma verdadeira “queda de braço” entre a mãe do Neves e a Aeronáutica, salvo engano, representada União (???).
A culpa e do GF por manter sucatas voando por décadas e décadas e colocando em risco além dos pilotos a própria defesa nacional! Os principais vetores da FAB já deram o que tinham que dar, a instituição é obrigada a conviver com isso, e alguns jovens ainda são perdidos como consequência do descaso do GF.
Justiça,que justiça?
A dita¨justiça¨se destaca pelos altos salários e privilégios de sua casta que,diga-se de passagem,são incompatíveis com a realidade brasileira.
Eu não entendo muito esses negócios de justiça, mas vamos dizer que fosse ao contrário, que a culpa era do piloto.
A viúva teria que indenizar a FAB?
Pau que bate em Chico bate em Francisco também?
Nem sempre sabe por que? quem não tem competência não se estabelece …..tem que pagar o preço
Dona Mara, eu sinto muito pela sua perda! Felizmente fez-se (parcialmente) justiça…
vdd Parcialmente
É, realmente você não entende muito de Justiça…
Walfrido Strobel 20 de Fevereiro de 2018 at 18:37
Agradeço a resposta. Eu me expressei mal, não quis dizer que o piloto vai evitar a ejeção a todo custo, apenas que ele tentará fazer isso somente se realmente necessário. Como ele não ejetou, houve algum problema que não sabemos, infelizmente, já que o instrutor deu a ordem para isso.
Precedente aberto e jurisprudência criada. Qualquer militar que falecer em serviço com obito causado por comprovada falha da manutenção do equipamento em uso , a familia poderá requerer indenização, além da pensão, claro.
Muita gente falando muita bobagem.
Os riscos da aviação militar são conhecidos por aqueles que nela atuam.
No caso em questão o piloto deveria ter ejetado, conforme os procedimentos conhecidos e treinados. Não o fez por alguma razão desconhecida. Foi acidente e não se faz necessário nenhuma indenização por parte do estado.
Ronaldo de souza fonçalves 20 de Fevereiro de 2018 at 19:24 A FAB operou 166 AT-26, de 1972 até 2010. Voaram centenas de milhares de horas, formando centenas de caçadores e operando em ataque leve e reconhecimemto. Suas taxas de perda estão dentro da normalidade para as missões que executavam. A FAB recebeu 56 A-1, com os primeiros entrando em operação em outubro de 1989. Hoje, passados pouco mais de 28 anos, 4 células foram perdidas em acidentes. . Uma média de uma célula perdida a cada 7 anos. Isso e um fazedor de viúvas? Desde a entrega do primeiro… Read more »
Quanto que é mesmo a indenização inicial e depois as pensões dos “injustiçados” e seus descendentes no periodo militar ?
Morei em Natal na década de 80, adorava ver das prais as passagens do AT 26, saudades.
https://www.youtube.com/watch?v=1LT6a_sXI38
https://www.youtube.com/watch?v=1LT6a_sXI38
Walfrido, ninguem e perfeito, mesmo aqui eu mesmo me espanto qdo leio o que escrevi……rsrsrsrs muitosd erros de concordancia. Porem nao uso corretor, tento sempre ser o mais objetivo e direto, o que e impossivel dado aos assuntos tratados e ou comentados. Me preocupo e muito sim com a nossa gramatica, tenho 65 anos e percebo o nivel de agressoes ao idioma patrio diariamente. Nao posso deixar de observar, caso contrario, em algumas dezenas de anos nao teremos mais um idioma comum, assim como ja acontece regionalmente ai mesmo na sua Bahia e no Nordeste onde esta dificil de entender… Read more »
A Justiça do Estado brasileiro é uma piada, e quando envolve o próprio Estado a nojeira fica ainda pior… 18 ANOS para transitar em julgado uma decisão, aí lá se irão mais uns 20 para a viúva receber via precatório, se é que até lá ainda vai haver Estado e, se houver, se vai ter dinheiro pra pagar… . O coitado do piloto sofreu um acidente de trabalho, em pleno exercício da função, pilotando uma aeronave bicheira, velha (dos anos… 50!!!), desgastada, mal ajambrada, e nego dizendo que a viúva não merecia nada, e que ela é que deveria indenizar… Read more »
Bom, ok, desisto de comentar nesse site… Dane-se…
A força tem a obrigação de retirar equipamentos que estejam com obsolencia e com idade avançada,adequar quantidade de pessoal e estrutura para a frota restante e vez de manter vetores apenas para manter numeros para justificar estrutura e cargos desnecessários.
Elton, a FAB ja estava retirando os Xavantes mais problemáticos a muito tempo, eu via dezenas deles aposentados enfileirados no PAMA-RF por fadiga, ja estavam só sendo usados para formação de caçadores, não existia o A-29 ainda.
Não existe esta situação de manter o avião para fazer número ou manter cargos.
1 – não tenho conhecimento dos fatos e alegações fartamente deduzidos nos autos.
2 – o papel da AGU como patrono da União é esse mesmo: defender com vigor moral e rigor técnico a União.
3 – independentemente de dolo ou culpa de agentes do Estado há a responsabilidade civil objetiva da União pelo incontroverso dispositivo constitucional do art. 37, §6º.
4 – lamentável o fato e mais ainda a demorada resolução jurídica dele, sendo esta a mesma realidade processual em casos análogos.
5 – RIP
Acionar a União é uma verdadeira saga, são vários anos até conseguir uma decisão, muitas vezes podem chegar a 20 anos, a vitória da viúva representa pelo menos o resgate da memória do piloto.
Rafael Oliveira 20 de Fevereiro de 2018 at 17:05:”Pessoal. Esse valor de R$ 150 mil é corrigido a partir da data em que foi fixado.” . Correto, caro Rafael, ao contrário dos danos materiais na seara da responsabilidade extracontratual, os danos morais são apenas atualizados partir da data do arbitramento em sentença. Matéria sumulada pelo Superior Tribunal de Justiça. . Como você bem explicou, a demora nasceu da enormidade de recursos, cuja impetração é um dever legal do advogado público, que deve defender o erário a quase qualquer custo. . Atualmente, com a nova sistemática de recursos e precedentes, acredito… Read more »
Ricardo Nery
Aguardo seu comentário
Aviação de caça oferece seus riscos, se ela já recebe o soldo do falecido, tudo bem, a meu ver não seria viável a indenização, pois todos já sabem os riscos, a perda da pessoa é irreparável e deixa marcas para sempre. Se ele não ejetou, algo aconteceu, e somente hipóteses são levantadas.
Só uma dúvida, nos aviões de treinamento não seria prudente ao se ejetar um dos assentos, o outro seria automaticamente ejetado?
Seja por falha técnica ou por fadiga de material, cabe a União (proprietária da aeronave) a responsabilidade pela sua manutenção, revisão e apresentação em perfeitas condições de uso. O piloto não é obrigado a saber se a revisão está em dia, se os componentes foram devidamente testados e/ou atualizados ou se os sistemas estão plenamente operacionais. Isso é de responsabilidade do serviço de manutenção de cada unidade e, por extensão, da Força Aérea. A não ser no caso de flagrante negligência ou desobediência , é difícil crer que um piloto provoque a perda deliberada da sua aeronave. Afinal, sua vida… Read more »
Vader
Comparação infeliz. Se o militar perde a mão em serviço continuará a receber integralmente o mesmo salario da ativa, até a morte. Quem está na iniciativa privada irá receber pensão do INSS, portanto tem que ser indenizado. A viúva do piloto irá receber integralmente o salário de um capitão, não se justificando alguns aqui alegarem que ela ficou desamparada.
Ela está certíssima em brigar pelo que entende ser seu direito, mas a jurisprudência criada poderá ser nefasta para o Governo a longo prazo.