Folha: Em reunião sobre Embraer, governo entrega lista de dúvidas à Boeing
IGOR GIELOW
DE SÃO PAULO
A Boeing fez nesta sexta-feira (12) o primeiro contato oficial com o governo brasileiro acerca de sua intenção de formar algum tipo de parceria com a Embraer que envolva aquisição de ações da empresa brasileira.
Os americanos saíram da reunião com uma lista de questionamentos sobre aspectos sensíveis das negociações, como o futuro dos programas militares da Embraer. E ouviram o que já era sabido: o governo usará o seu poder de veto para evitar a perda de controle nacional da fabricante de aviões paulista.
No encontro, os americanos não expressaram detalhes da proposta que pretendem fazer. Segundo a Folha apurou, a impressão do governo foi a de que eles queriam mais ouvir do que falar.
O ministro Raul Jungmann (Defesa), acompanhado do comandante da Força Aérea, Nivaldo Rossato, e de assessores, recebeu os executivos da Boeing. Jungmann reafirmou o interesse do governo no negócio, ressaltando as ressalvas relativas a soberania.
A negociação da Boeing foi anunciada no fim de 2017, sendo vista como uma resposta de mercado à aquisição da linha de jatos regionais da canadense Bombardier por sua rival europeia Airbus. A Embraer domina o nicho, que não é atendido por produtos da Boeing. Além disso, interessa aos americanos a carteira de defesa da brasileira.
FONTE: Folha de São Paulo
Repetindo as sábias palavras de outro comentarista daqui em post anterior: “Nem a Boeing sabe o que ela quer com a Embraer”.
Todas as minhas tentativas em descobrir qualquer informação mais relevante caem sempre no mesmo lugar: os americanos conversam sobre tudo e de concreto não há nada. Tudo o que se falou até agora não passa de especulação.
Ao que parece, a compra da Embraer é mais uma consequência lógica ao movimento realizado por Airbus/Bombardier do que uma vontade genuína e objetiva de adquirir a empresa.
Na minha opinião, não há um motivo mas vários, alguns da Boeing, outros do Tio Sam :
– Entrar de imediato na linha de jatos executivos;
– Impedir que apareça mais um rival ao B-737;
– Adquirir projetos militares já prontos com potencial.
A coisa tá complicada para a Boeing, notícia da flightglobal de ontem ” The US ITC investigating Boeing’s anti-dumping complaint against Bombardier now wants Boeing to provide “detailed information” on proposed Embraer”. Resumindo, se a Boeing adquirir a Embraer enfraquece e muito o argumento dela que diz que o C-Series iria destruir o negócio dela com o 737 MAX 7 e fortalece o argumento da Bombardier e da Delta que diz que o avião da Bombardier não concorre com a Boeing, muito provavelmente a sobretaxa de 180% aplicada sobre o C-Series cairia. Lembrando que o US ITC é um órgão… Read more »
A Boeing atirou no próprio pé no momento em que começou a tratar de negócios com a Embraer as escondidas, sem que o governo soubesse. Sabe aquele jovem casal que não tem aprovação dos pais e se encontram secretamente, pois é sabido que o pretendente não é flor que se cheire e não tem lá as melhores intenções com a namorada? Então, é basicamente o que houve neste caso. Que governo que gosta de pensar que está sendo passado para trás? Deixado de lado?
Jr
A série 300 da Bombardier é sim um concorrente da Boeing e, independente ou não de ser concorrente, a Bombardier obteve recursos ilegais.
Delfim Sobreira
Na minha opinião, não há um motivo mas vários, alguns da Boeing, outros do Tio Sam :
– Entrar de imediato na linha de jatos executivos;
O foco da Boeing nunca foi aeronaves executivas. Se tivesse intenção de entrar nesse mercado optaria por comprar uma Cessna ou Gulfstream.
– Impedir que apareça mais um rival ao B-737;
Os E2 não são concorrentes do 737.
– Adquirir projetos militares já prontos com potencial.
O único projeto militar seria o KC390, pois o ST já é montado por lá,.
Em relação ao KC390 seria mais fácil e barato adotar a mesma postura da Sierra Nevada: uma parceria.
As coisas estão bem encaminhadas, em breve teremos o anúncio da fusão de negócios Embraer/Boeing.
@Marcos
Péssima ideia! Dessa forma aconteceria o que já está acontecendo com o Super Tucano, quase todos os países passariam a tratar as compras do KC-390 com o governo do EUA através do FMS, e o Brasil ficaria a ver navios (de novo). Isso não pode continuar acontecendo, o Brasil precisa ter uma postura de um país verdadeiramente soberano, caso o contrário nunca vamos evoluir em nada.
A coisa tá tão doida que todos os comentários não deixam de estar certo em certa medida.
ODST
Não vejo nada de ruim na parceria Embraer / Sierra Nevada, muito pelo contrário. Os aviões são fabricados aqui, montados lá, a Embraer e a Sierra Nevada recebem a vista e o Governo americano assume todos os riscos do financiamento.
Assista ao vídeo abaixo. Fuselagem, asas, trem de pouso são fabricados no Brasil, são embarcados para os EUA, onde são integrados os equipamentos, motores, assentos.
https://youtu.be/43raiozoF1I
@Marcos O Brasil não pode continuar investindo e projetando aviões (ou qualquer outra coisa) para que logo em seguida um governo estrangeiro assuma suas vendas (e tenha parte significativa dos benefícios, sejam eles econômicos ou políticos) e ainda por cima construa (ou monte) partes dele fora do Brasil. E nenhum país pode ter medo de assumir os riscos de um financiamento desse tipo, fora que o governo já faz isso o tempo todo, na área militar ou fora dela. Esse tal Brasil é muito bonzinho, mas já passou da hora de entender que para se dar bem neste mundo muitas… Read more »
@Marcos
Eu já vi este video a mais de um ano atrás, mas este não é o ponto.
Qual seria o ponto então?
O BNDES está levando um calote de US$ 2,5 bi de países africanos.
O Brasil já montou por aqui aeronaves americanas e italianas.
A Embraer fábrica aviões na China e componentes em Portugal.
A Holanda fabricou seus F16.
ODST
Não seja incoerente. O acordo/parceria Embraer/Sierra Nevada é similar ao acordo SAAB/Embraer.
Imaginem se a Embraer construisse fábrica de montagem total de avião seu (E-Jet), nos EUA, em joint venture, e ainda por cima os Estados Unidos se esforçassem para copiar o avião da Embraer. Pois é , esses esquerdinhas são muito comédia. A China pooooode. Se for vender a Embraer pra China eles dão o maiorrrrrhapoio! E com financiamento do BNDES. E pode dar o calote! Nóis apóia.
Delfin Sobreira.13:01- 14:21
Realmente vários motivos.
Alguns da Boeing, os mencionados. Outros do Tio Sam.
Perceberam que o concorrente tem qualidade e estão tratando de cortar-lhes as asas.
Este negócio de livre iniciativa, meritocracia, são bonitinhos até a página dois. Quando o negócio chega na proporção de interesses vitais. O Estados Unidos são sérios na hora de defenderem os seus interesses que nada mais são que os de suas empresas. Não querem concorrentes. E o Brasil que tenha o minimo de altivez e responsabilidade.
Nossa, delírio, delírio, delírio, os americanos não precisam e nem tem interesse no “+ um” e o ST tem data de validade.
Até o IE, que ele não está combatendo, acabar.
Depois disso é pensar em China, Russia ou NC e o ST não serve pra nada frente aos três.
Então qnto aos programas militares ora tocados pela Embraer, não há nada que interesse aos americanos.
Simples assim.
FONTE: Folha de São Paulo
kkkkkkk
Mister M. Continue tentando…
Matheus,
Quem precisa tentar é vc, mexa-se!!!!
Marcos
Confundi E-jets com executivos. São os regionais.
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O E2 não são rivais do 737, mas fazer um rival seria um próximo passo lógico de se pensar.
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O F-39 é o mais recente projeto de 4ger, com potencial para desbancar todos os outros 4ger em custo/benefício.
Corsario137 13 de Janeiro de 2018 at 14:03
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Penso e mesmo e acrescento: Sera o fim da Embraer!
Off-topic
http://aviationweek.com/crossover-narrowbody-jets/turboprops-could-face-crossover-narrowbody-jet-challenge
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Artigo interessante: há uma análise de que a nova geração de aviões, no caso os E2 da Embraer, dado o silencio e economia, poderiam competir diretamente com os turbo-hélices. Fica a estão, portanto, valeria a pena a Embraer desenvolver novos aviões turbo-hélices?
Marcos, a Embraer já deixou de fabricar aviões na China há algum tempo já:
http://www.aereo.jor.br/2016/06/02/embraer-vai-encerrar-producao-de-jatos-legacy-na-china/
Fe Woz “Nos próximos 20 anos o mercado de aviação da China vai exigir mais de 1.000 aeronaves com capacidade para até 130 passageiros, segmento hoje dominado pela Embraer, com cerca de 80% de participação. Por conta dessa demanda, a fabricante brasileira estuda montar uma fábrica no país, apontou Paulo Cesar de Souza e Silva, diretor-executivo da empresa. “Segundo o executivo, o plano pode ser consumado após a estreia do novo jato E195-E2, programado para 2019. “Podemos considerá-lo se tivermos o parceiro certo e interesse suficiente para os nossos jatos”, declarou Silva, citado pela agência Bloomberg.” — Modo irônico: Não,… Read more »
E ai, cumpanherada!?
Para a China pode, para os EUA não!
Marcos, 10:49h.
O E190 consome 2.000kg/hora de querosene, contra 600kg/hora do ATR. Sou piloto dos dois modelos. Respondeu?
Corsario137, 14:03h.
Concordo. A associação Airbus/Bombardier é que gerou essa celeuma. Associações são a tendência mundial, senão as empresas quebram. O mercado do agronegócio está passando por isso. Exemplo: a Bayer adquiriu a Monsanto.
O fim da Embraer já está decretado: “Folha: Em reunião sobre Embraer, governo entrega lista de dúvidas à Boeing”. A Boeing e o governo norte americano é que decidem.
romário 14 de Janeiro de 2018 at 13:33
Guarda esses comentários para o PlanoBarril “Peixe”!
Corsario137 13 de Janeiro de 2018 at 14:03
Obrigada pela menção às minhas palavras, que ao que tudo indica representam o status da coisa. No mais o amigo está corretíssimo ao lembrar que o equilíbrio (saudável a meu ver) que existia entre os fabricantes de aviões foi rompido pela Airbus quando adquiriu uma participação considerável no CSERIES da Bombardier.
Nery
Acho que estão comparando, por ex. ATR72 x E175/E2.
Conta de padaria:
ATR72 +/- 9 kg/h/pax
175E2 +/- 11 kg/h/pax
Essa conta, segundo o artigo, valeria para vôos com distância maior que 200nm.
Não são esses valores.
Boa Noite à Todos. Vocês veem que a aquisição do segmento de aviação da Bombardier pela AirBus seja um fato consumado, mas não é. Esse negócio terá que passa pelas agências regulatórias do Canadá, Estados Unidos e Europa. É provável que esse negocio seja aprovado, mas existe a possibilidade de não ser. Isso sem falar da disputa jurídica entre Bombardier e Boeing. Mesmo que a AirBus adquira o C-Series, o que ainda não ocorreu, não muda o fato que o programa foi financiado pelo governo da província de Querbec, caracterizando concorrência desleal. Portando, ainda tem muita água para passa por… Read more »
Existe muita coisa que ainda pode ocorrer, inclusive a não aquisição da Embraer pela Boeing.
ST não interessa ao Americanos, conta outra, sem não interessasse para que eles comprariam e para que montar a Sierra Nevada?
Brasileiro se acha muito, tem gente imaginando que o governo dos EUA está montando uma conspiração para tirar a Embraer do Brasil e impedir que o país evolua tecnologicamente… Acorda desse mundo Alice! Os americanos tão é na verdade se lixando pro Brasil… hahaha
Pensa num trem doido, imaginem a AIRBUS querer comprar também, olha só o BO que virá.
A SND monta os ST nos EUA, devido a legislação americana.
Não aprendeu nada com o LAS???? Pelo visto, não.
Nenhuma dessas aeronaves destina-se a USAF, assim que acabarem de treinar os afegãos, e talvez os libaneses, as aeronaves em Moody vão embora pra lá também.
No que tange a USAF, continuarão operando drones.
Se abatidos em território hostil não há tripulantes para resgatar, é só jogar uma bomba em cima e fim da história.
https://www.flightglobal.com/news/articles/air-force-snubs-a-10-re-winging-effort-pogo-444988/
Está ficando claro que a Força Aérea Americana resiste a idéia de gastar muito dinheiro modernizando/renovando o A-10. Isso significa que eles terão que ser mais seletivos, empregando vetores mais leves quando possível (ST, Drones, Helicópteros), de forma a não acelerar excessivamente o fim da vida desta aeronave que conta com grande simpatia no Congresso dos EUA.
A resistência quase beirando a insubordinação, tem nome: F-35
E essa aeronave já está famosa por não dividir seu espaço com ninguém.
O ST não é parte do inventário da USAF.
Por mais úteis que os drones possam ser, nenhum deles emprega armamento de tiro axial como os canhões GAU-8 do A-10 ou sua versão light, o GAU-5, somente munições guiadas terminalmente.
E não adianta sonhar, o ST também não tira nenhum dos 2 do chão.
Qnto aos helicópteros, bem o A-10 é a cobertura deles.
A boa nova seria que com o fim do IE, os A-10 estariam saindo de férias.
Ocorre que já estão tramando outra confusão na mesma região, desta vez envolvendo turcos, sírios e curdos.