Boeing quer engenheiros brasileiros trabalhando no 797
De acordo com pessoas envolvidas com a história, a Boeing analisou seriamente alternadamente a Embraer e sua rival canadense Bombardier nos últimos 18 anos. Seu novo passo em direção à Embraer poderia anunciar a aquisição de talentos de engenharia para trabalhar no próximo novo jato, o 797
Dominic Gates
A revelação do mês passado de que a Boeing estava em negociações para adquirir o controle da fabricante brasileira de aviões, a Embraer, pode ter parecido um acontecimento inesperado, mas a empresa norte-americana explorou silenciosamente esse acordo duas vezes no passado.
Os esforços anteriores indicam que o interesse estratégico da Boeing inclui a aquisição de talentos de engenharia para trabalhar no próximo novo jato.
De acordo com pessoas envolvidas com a história, a Boeing analisou seriamente alternadamente a Embraer e sua rival canadense Bombardier nos últimos 18 anos.
Em maio de 1999, então o presidente-executivo da Boeing Commercial Airplanes, Alan Mulally, encomendou o primeiro estudo sobre a possibilidade de comprar a Embraer.
Havia mesmo uma conexão familiar: Daniel Da Silva, agora um executivo sênior da Boeing Capital Corporation, a unidade de financiamento de aviões do fabricante, era diretor no estudo da Boeing. Seu pai, Ozilio da Silva, foi um dos fundadores da Embraer, seu primeiro diretor de operações e, mais tarde, o chefe executivo da fabricante, embora ele tenha deixado a empresa em 1991.
Um executivo familiarizado com as abordagens da Boeing para a Embraer ao longo dos anos, que pediu para permanecer anônimo porque falou sem a autorização da empresa, disse que o impulso para a abordagem era reforçar o futuro do jato Boeing herdado de McDonnell Douglas e construído em Long Beach, o 717.
A Embraer estava desenvolvendo seus E-jets de 70 e 90 lugares e a ideia era encorajá-la a projetar a maior parte possível das coisas para o jato de 106-117 assentos 717, criando uma família de aviões para o jato órfão 717.
Não é outra de Havilland
A conclusão do estudo foi muito positiva e Mulally estava preparado para avançar.
No entanto, Harry Stonecipher, então presidente da Boeing, cancelou a mudança, de acordo com três pessoas com conhecimento do que aconteceu.
Aparentemente julgando que o Canadá oferecia menos risco do que o Brasil, Stonecipher mudou os objetivos e lançou um esforço para comprar a divisão aeroespacial da Bombardier.
O executivo de aviões comerciais, Gary Scott, e a diretora financeira Deborah Hopkins, então Boeing, foram os líderes nesse impulso. Os dois voaram para Montreal para conversas detalhadas com a família Beaudoin, que controlava a Bombardier.
Uma das questões foi a cautela entre os principais executivos da Boeing que se lembraram da desastrosa compra da de Havilland, no meio da década de 1980, que faz vários aviões anfíbios e também o turboélice Dash 8 voado hoje como o Q400 pelas companhias aéreas regionais, incluindo a Horizon Air, com sede em Seattle.
No acordo de Havilland, a Boeing “perdeu um milhão de dólares por dia todos os dias durante três anos consecutivos”, disse Joe Ozimek, um executivo aposentado que ocupava cargos seniores tanto na Boeing Commercial Airplanes quanto na Boeing Capital Corporation.
A Boeing cortou as perdas e vendeu a de Havilland para a Bombardier em 1992.
No final, o esforço de compra da Bombardier sete anos depois naufragou quando a família Beaudoin exigiu um preço que a Boeing considerava alto demais.
“A Boeing poderia estar interessada em comprar toda a unidade aeroespacial da Bombardier, mas não pelo preço que eles estavam pedindo”, disse Scott, agora aposentado, em uma entrevista.
A Boeing suspendeu a produção do órfão 717 em 2006.
Aquisição bloqueada
Enquanto isso, Scott tinha deixado a Boeing em 2002 e mudou-se para o Canadá. Alguns anos depois, ele juntou-se à Bombardier como chefe do seu novo programa de avião comercial e lançou o jato CSeries — o primeiro jato regional que invadiu uma fatia do céu da Boeing.
Em 2005, Scott visitou Mulally e sugeriu que a Boeing poderia colaborar no CSeries.
A Boeing criou outro estudo interno, desta vez encarregado de avaliar qual fabricante de avião regional seria o melhor parceiro.
Até então, Stonecipher já havia desaparecido. Quando a Embraer saiu na frente, Mulally rejeitou Scott e a Boeing pressionou para estruturar um acordo com os brasileiros.
Ozimek disse que o principal interesse da Boeing foi no talento de engenharia da Embraer.
Ele também queria garantir a maior comunalidade do cockpit, como era prático, para facilitar a migração dos pilotos da Embraer para os aviões da Boeing.
A aquisição da Embraer evitaria que ela construísse um concorrente do 737, bem como enfrentaria a ameaça competitiva da CSeries da Bombardier.
Mas a empresa atingiu uma barreira: o governo brasileiro queria manter o controle desta joia da coroa da fabricação do país, e especialmente para proteger a divisão de aeronaves militares da Embraer.
No final, isso bloqueou uma aquisição, embora as discussões sobre potencial colaboração continuaram.
O executivo familiarizado com as várias abordagens da Embraer disse que quando a Boeing estava vacilando entre prosseguir com uma nova versão do 737 com novos motores – o 737 MAX – contra o desenvolvimento de um novo avião novo para substituir o 737, houve discussão dentro da empresa de como envolver a Embraer no último projeto.
Mas quando a Airbus em 2011 lançou o A320neo com novos motores, precipitou a decisão da Boeing de abandonar o novo avião pequeno a favor do MAX.
Mais tarde, em 2012, a Boeing e a Embraer estabeleceram um acordo para se envolver em ampla colaboração.
As duas concordaram, por exemplo, em manter as similaridades básicas do cockpit, usando as colunas de direção para pilotar seus jatos, em vez de um joystick lateral estilo Airbus.
Essa colaboração continuou desde então. Em 2016, a Boeing concordou em comercializar em conjunto o KC-390 da Embraer, um avião militar e aeronave de reabastecimento aéreo.
Outro 787 não
O movimento da Airbus em outubro para adquirir o programa CSeries foi quase certamente o catalisador para a Boeing continuar seu esforço para comprar tudo ou parte da Embraer.
Se fechada, uma aquisição poderia levar os recursos de engenharia da Embraer para o próximo e novo programa de desenvolvimento de jatos da Boeing, o 797, o potencial avião New Mid-Market que o Boeing está atualmente lançando para companhias aéreas ou uma substituição do 737.
No entanto, de acordo com reportagens, a Boeing enfrenta o mesmo obstáculo agora que ocorreu em meados dos anos 2000.
A fabricante dos EUA está tentando oferecer garantias ao governo brasileiro enquanto mantém o controle total de pelo menos o lado de aviões comerciais da Embraer.
As lições ásperas do programa 787 Dreamliner provavelmente influenciam a posição da Boeing nessas conversas.
No 787, a Boeing fez parceria com os principais fornecedores na Itália, no Japão e nos EUA, entregando-lhes o trabalho de engenharia e dependendo de ambos para entregar suas peças e ao longo do tempo para reduzir o custo dessas peças.
Mas esses parceiros não estavam à altura da tarefa de produção, resultando em atrasos sem precedentes e bilhões de dólares em excessos de custos. E eles preferiram colher os benefícios de qualquer economia de custos gradual, em vez de passá-los para a Boeing.
O resultado foi um pesadelo financeiro. A Boeing foi forçada a comprar as fábricas parceiras na Carolina do Sul. Provavelmente nunca recuperará todo o investimento no 787.
“Essa foi uma lição sólida aprendida”, disse Ozimek.
Para evitar uma repetição desse desastre, disse ele, é improvável que a Boeing esteja interessada em que os engenheiros da Embraer ajudem a desenvolver um novo avião da Boeing. Eles deveriam ser engenheiros da Boeing.
“É por isso que a Boeing quer controlar a Embraer”, disse Ozimek. “Quer possuí-los, não ter uma parceria”.
FONTE: The Seattle Times / COLABOROU: Henrique Pedrotti
A Questão é, que a Embraer precisa de uma parceria com a boeing, por causa da sua concorrente. O Governo deve saber negociar, principalmente no que diz respeito a empregos, quem sabe abrir uma fabrica da Boeing no Brasil. O Problema é que a mão de obra brasileira é caríssima e a burocracia.
Agora vender a Embraer Defense. Jamais. Nunca!
Como escrevi anteriormente, se a Boeing adquirir o controle da Embraer, como um todo ou de parte, será importante manter sua identidade, não necessariamente o nome mas a cultura. É dela que derivam a gestão dos novos produtos e, principalmente, a engenharia. Não que a Embraer seja unânime e infalível mas é essa cultura que faz ser o que é hoje.
Se isso não é uma baita vantagem para a Engenharia Aeronáutica Brasileira, não sei mais o que seria bom
Apenas pelos engenheiros, é duvidoso, porque a Boeing simplesmente pode contratá-los. São poucas as pessoas que recusam um emprego numa gigante multinacional como a Boeing, detentora de tecnologias próprias e recursos inimagináveis.
Fábio Mayer
Mas com certeza a engenharia seria baseado em Sâo José dos Campos, não faria sentido transferirem os engenheiros para Seattle
Há uma coisa que não concordo.
O B-797 será um bimotor médio, com capacidade de 220 a 270 passageiros e alcance de 10.000 km.
Parece estar além da capacidade da Embraer neste momento. Ou seja, pouco ou nada acrescentaria.
Esse 797 a Embraer pode fazer sozinha, a Boeing entra apenas com os recursos financeiros… tenho certeza que seria melhor do que se deixar na mão deles, ou com eles pelo meio.
Basta dar as linhas gerais… em dois anos está voando.
Não é mais fácil oferecer ótimos salários para os engenheiros da Embraer do que comprar a empresa?
este negócios esta virando novela mexicana
Off – valendo tópico.
A Embraer afirmou nesta quinta-feira (11) que está consultando assessores financeiros e legais sobre a negociação com a Boeing para uma possível combinação dos seus negócios. Segundo a coluna Broadcast, do Estadão, a companhia brasileira contratou os bancos de investimento Citi e Goldman Sachs para assessorá-la em suas conversas com a americana Boeing.
http://www.gbnnews.com.br/2018/01/embraer-consulta-bancos-sobre.html?m=1#.Wld5Ma6nFdg
Bueno 11 de Janeiro de 2018 at 15:10
Creio que não seria tão simples. Arrisco dizer que seria como contratar um punhado de craques e não ter um treinador para orientá-los. Aparentemente a Boeing precisa de sangue novo. Do jeito que falou seria apenas um transplante para um organismo já… envelhecido, digamos assim.
Delfim Sobreira 11 de Janeiro de 2018 at 15:08
A Embraer faria esse programa do 797 com os pés nas costas…
E finalmente a Embraer dominaria estrutura em material composto
Bueno 11 de Janeiro de 2018 at 15:10
Na minha opinião a Embraer sem a Boeing em um futuro a médio e longo prazo irá sofrer com a correncia Airbus/Bombadier..
A Boeing precisa da Embraer assim com a Embraer precisa da Boeing
Será bom para as duas Companhias
“É por isso que a Boeing quer controlar a Embraer”, disse Ozimek. “Quer possuí-los, não ter uma parceria”. ___________ Mais claro, impossível. A Boeing quer o que é melhor para ela, Boeing. A Embraer pode estar querendo que é melhor para a empresa ou o que é melhor para seus acionistas – nem sempre são a mesma coisa. O governo tem de querer o que é melhor para o país. Tanto do ponto de vista de mercadológico – para isso existe o CADE, mas sua atuação não cabe neste caso – quanto as Golden Share. A Embraer é uma empresa… Read more »
Acho que nem a Boeing sabe o que exatamente quer com a EMBRAER
Fábio Mayer 11 de Janeiro de 2018 at 14:53 , touché!! O interesse não é só na mão de obra! Essa, quando você toma a decisão de ter, é contratada à peso de ouro se necessário. Se a Boeing quiser, leva o núcleo duro da engenharia da Embraer para os EUA em um ou dois anos. A questão é complexa e requer algo que nossos governantes não fazem, não sabem fazer nem, tampouco, acham ser necessário: pensar estrategicamente e no longo prazo. Vamos assistir a mais um capítulo da eterna (e ridícula) luta vermelhos x azuis, Tio Sam salvador x… Read more »
Robsonmkt 11 de Janeiro de 2018 at 15:19
Se a gente ficar nesse nacionalismo de proteger empresas “estratégicas para o Brasil”, em um futuro próximo a Embraer pode sofrer as consequencias, demitir vários funcionários e perder sua posição de destaque no mercado.
Não estamos mais competindo com a Bombardier, mas sim com a Airbus, grupo monstruoso aeroespacial
Precisamos nos unir com a Boeing, não há outra saída para a sobrevivencia da Embraer
Robsonmkt 11 de Janeiro de 2018 at 15:19
Você está certo desde que a seguir não defenda a estatização da empresa
Antonio Sampaio, Lucas Bataglia.
Talvez a Embraer até possa projetar o 797, mas culturalmente a Embraer dá passos mais modestos e evita nichos concorridos.
Delfim Sobreira 11 de Janeiro de 2018 at 15:31
Mas com o respaldo da Boeing… a Embraer irá fazer tranquilo esse projeto
Capacitade tem de sobra, estamos vendo isso com o KC390
HMS TIRELESS 11 de Janeiro de 2018 at 15:25
Robsonmkt 11 de Janeiro de 2018 at 15:19
“Você está certo desde que a seguir não defenda a estatização da empresa”
Concordo. O que é necessário é um negócio em que a Boeing esteja junto da Embraer mas que essa tenha espaço.
Delfim Sobreira 11 de Janeiro de 2018 at 15:31
Faria para a Boeing, levando seu naco no negócio.. poderia projetar e construir todo ele aqui no Brasil, desde o desenho até a montagem final… a Boeing entraria com os recursos financeiros.
Não parece ser um avião tão grande…
Antonio Sampaio
O 797 será o sucessor do 757.
Delfim Sobreira 11 de Janeiro de 2018 at 15:42
Então é um E-195E2 gordo… manda pra cá… libera só a babilaca… o resto é com a Embraer.
Continuo mantendo minha opinião de que o governo exercerá seu Golden Share neste caso, pois o onus político sera imenso caso uma empresa estrangeira tome o controle da Embraer, da mesma forma que continuo acreditando que uma eventual parceria ou aquisição, torcida à parte, não sera necessariamente danoso ao Brasil. Como tenho dito, nossos problemas estão relacionados não com o controle de uma empresa, e sim pela absoluta falta de uma política de desenvolvimento, começando por investimentos em educação e em todos os níveis, e pela adoção de novas leis tributárias e burocráticas. Mas está cada vez mais claro o… Read more »
A Embraer deve buscar conversação de negócios com a Airbus-Bombardier, além da já em andamento com a Boeing, e realizar a aliança mais vantajosa para si.
A Boeing teve dificuldades com os parceiros no programa do 787. Se não me engano nunca teve tamanha participação de partners em um de seus programas. A Embraer já trabalha com isso desde… a família 145? Ou então os E-Jets? E, aparentemente, não teve grandes percalços, ao menos não me recordo. Talvez aí esteja uma outra sacada. Além da expertise em engenharia, aproveitar uma em gestão.
Leonardo Guerreiro 11 de Janeiro de 2018 at 15:46
A Embraer não procurou, foi procurada. E certamente não haveria interesse dos europeus uma vez que já tem negócios com a Bombardier.
HMS TIRELESS 11 de Janeiro de 2018 at 15:25 Robsonmkt 11 de Janeiro de 2018 at 15:19 Você está certo desde que a seguir não defenda a estatização da empresa ______________ Não tenha dúvida, HMS TIRELESS! O tempo da Embraer como estatal já passou e ela se provou uma empresa muito bem administrada pela iniciativa privada. O problema dela é que seus controladores não são seus fundadores, são apenas investidores. Não tem uma ligação profunda e enraizada com a empresa a ponto de querer preservá-la diante de um proposta tentadora. Vendem a empresa de aviões hoje, amanhã compram uma empresa… Read more »
Antonio, Lucas.
O próprio post mostra a cultura monopolista da Boeing, absorvendo concorrentes e centralizando métodos. Dá pistas do que pode acontecer.
Para mim, a Boeing vai absorver o corpo de engenheiros, e talvez manter os projetos atuais da Embraer, civis e militares, por força contratual, mas não mais que isso.
À medida que a linha atual da Embraer perder encomendas, será encerrada e não substituída. A Embraer desaparece. Fim.
Lucas Bataglia 11 de Janeiro de 2018 at 15:25
Robsonmkt 11 de Janeiro de 2018 at 15:19
Precisamos nos unir com a Boeing, não há outra saída para a sobrevivencia da Embraer
____________
Este é o x da questão: como impedir que a união com a Boeing também se torne um risco para a sobrevivência da Embraer.
Delfim Sobreira 11 de Janeiro de 2018 at 15:52
Talvez a Embraer possa ser salva se aliando aos países sul americanos.
Não corre o risco de ser engolida pela Boeing.
A questão é negociar uma eventual fusão, com trocas de participação acionárias, preservando as questões importantes para as partes (sigilos industriais, parques fabris, participações em receita e em desenvolvimento, marca), mas sem permitir o completo entrelaçamento das operações. Se as operação não forem completamente entrelaçadas, é possível o desfazimento da fusão na hipótese de descumprimento do quanto combinado.
E quando coloquei acima, da Boeing manter a Embraer por força contratual na aquisição, ainda fui bonzinho.
A Boeing só quer duas coisas : take over e game over.
“Robsonmkt 11 de Janeiro de 2018 at 15:53 Este é o x da questão: como impedir que a união com a Boeing também se torne um risco para a sobrevivência da Embraer.” Apesar de se apresentar hoje como uma marca, a Airbus na verdade é uma joint ventures. Nasceu como uma pareceria entre Alemães, franceses, britânico e espanhóis. Até pouco, Airbus ainda era uma marca que fazia parte da EADS, que por sua vez resultou da associação entre Aérospatiale-Matra, DASA e CASA. Uma alternative para este “x” seria associar-se a outros fabricantes de mesmo porte, com capacidade técnica, dinheiro em… Read more »
Antonio de Sampaio
Embraer se aliando a quem na AL ? Parte dos vizinhos está quebrada, a outra parte é bolivariana e quebrada também.
O Chile compra de prateleira, e com sua administração pública exemplar, sua posição geográfica e seus minérios, pede e paga o que quiser. Não precisa do Brasil.
Carlito 11 de Janeiro de 2018 at 16:10
Você citou duas coisas interessantes, as associações que resultaram na hoje Airbus, certamente muito apoiadas por seus governos, e a questão da busca alternativa [pela Embraer] de empresas parceiras de porte similar. Creio que esta última torne-se inviável por questões políticas quando consideramos os europeus, japoneses e coreanos. Mas há outra questão: a financeira. De uma forma ou de outra a engenharia financeira da Embraer continuaria “fraca”.
Pelo autor do texto, a Embraer está em condições de obter um bom acordo. Espero que o governo use com sabedoria sua prerrogativa de modo a viabilizar um ótimo acordo entre as partes e não simplesmente boicotar a negociação.
quando e grande de mais mas fácil quebra . Boeing verdade que eliminar Embraer vez do mapa e empresa cresceu muitos pouco tempo ela seria maior concorrente deles .qual e melhor solução continuar líder mercado . compra concorrente eliminar ele vez .
@Lucas Bataglia A engenharia aeronáutica brasileira não ganharia absolutamente NADA com isso, só perderia, pois os nossos melhores engenheiros seriam mandados para fora do país para trabalhar com projetos estrangeiros em uma empresa estrangeira e só voltariam (se voltarem) daqui a mais de vinte anos (dependendo da idade de cada um), e nada garantiria que eles continuem no mesmo ramo ou que sequer iriam querer continuar trabalhando, pois provavelmente voltariam já aposentados ou perto disso. Seria bom para a carreira deles, mas em nada ajudaria nossa engenharia local, pelo menos não a curto prazo (se é que algum dia viesse… Read more »
No tocante à EADS/AIRBUS é importante frisar que não houve uma empresa absorvendo outra, mas quatro empresas de países europeus que se fundiram em uma empresa nova europeia, o que fazia todo o sentido dentro do conceito de mercado comum e comunidade europeia. Já no caso da empresa brasileira e da gigante americana, o conceito é outro. É o maior absorver o menor. A pergunta que não sabemos é: é interessante para a Boeing manter a marca Embraer? Se sim, por quanto tempo? Pelo histórico da empresa em suas absorções, a resposta mais lógica é não, não é interessante. Mas… Read more »
HMS TIRELESS, acertou na mosca, na sessão de comentários de um jornal de Seattle um engenheiro aeronáutico aposentado que trabalhou 40 anos na Boeing falou a mesma coisa ” A gestão esta perdida e não sabe o que quer”. Ele disse que esse 797 vai ser feito em Everett e que a Boeing já esta até separando uma equipe para começar os trabalhos segundo um amigo dele que trabalha na fábrica, portanto, quem tá esperando o 797 sendo feito no Brasil pode tirar o cavalinho da chuva, não vai acontecer
Para a Boeing querer a Embraer não é apenas pelas lindas asas do produto E-2. Tem algo mais do que qualquer portfólio. ele é importante, muito útil, mas pode não ser o principal.
Delfim Sobreira 11 de Janeiro de 2018 at 16:06
Sou contra a Boeing, sou a favor de nos mantermos isolados e preservando nosso nacionalismo e nossa empresa estratégica, ou nos aliar a países vizinhos…
ODST 11 de Janeiro de 2018 at 16:36
Não faria menor sentido a Boeing expatriar engenheiros brasileiro, a lógica seria manter a Engenharia em São José dos Campos…
A engenharia ficaria no Brasil, sem dúvidas
André Bueno outra coisa que a Boeing talvez queira da Embraer é o famoso “fazer em casa” que a Boeing perdeu ao longo do tempo com a política de terceirização, política essa, como o texto diz, foi um desastre no programa 787
Antonio de Sampaio 11 de Janeiro de 2018 at 16:49
Se manter isolado em um mercado global que é a Industria Aeronáutica é igual ao Fracasso…
A Embraer sem uma parceria forte, não irá conseguir vencer a concorrencia Airbus/Bombardier..
Se ficar sozinha nessa, questão de tempo para a Embraer fadar ao fracasso
“André Bueno 11 de Janeiro de 2018 at 16:20 …De uma forma ou de outra a engenharia financeira da Embraer continuaria “fraca”.” Creio que o problema não seja uma questão de engenharia, e sim de dinheiro mesmo. O que tornou a Boeing ser o que ela é hoje foram grandes investimentos. O nível de maturidade da engenharia da Embraer a qualifica para ingressar no mercado de aeronaves de maior porte. A questão é se a Embraer tem dinheiro para bancar um projeto desta magnitude, e se terá como brigar contra cachorros grandes deste setor. A experiência canadense demonstrou que somente… Read more »
Nossa; Ler todos estes comentários que os amigos postam aqui sugerindo isto e aquilo por aqui e na verdade uma perda de tempo. Em todos estes dias apenas um foi simples e objetivo = Interesses da BOINA na Embraer, TAKEOVER, GAME OVER. Assim como em todas as outras compras e incorporações de empresas acontecem o enxugamento de gastos para manter os lucros. Como todos já disseram aqui e e notório que aproximadamente 60% de peças e equipamentos empregados nas aeronaves da Embraer são oriundas de fornecedores Americanos, será obvio que estas aeronaves passarão a ser montadas no país sede da… Read more »
Carlito, a Lockheed não tem interesse no ramo civil da aviação, pelo menos por enquanto, das alternativas que você citou seria mais plausível uma aliança com a Saab, a Finmeccanica (creio que essa era a que mais agregaria numa possível associação com a Embraer dentre as alternativas) ou a Bae. Outra alternativa seria algum fundo árabe, tipo o de abu Dhabi ou Saudita, os chineses é complicado, eles só querem absorver tecnologia e dar tchau, eles não seriam uma alternativa apesar de ter muito dinheiro. O que tenho certeza é que governo deveria procurar uma alternativa para ontem, caso a… Read more »
“Jr 11 de Janeiro de 2018 at 17:13” Como eu disse, foi apenas uma viagem da minha parte. Não creio que não haja interesse por parte da Lockheed no Mercado civil, mas eles abandonaram este setor por conta de alguns fracassos que tiveram. Outra empresa americana que poderia ser uma parceira é a General Dynamics, embora esta empresa seja “quase” uma concorrente no mercado de aviação executiva, através da Gulfstream. Uma associação comm uma empresa americana, em tese, protegeria a Embraer contra eventuais medidas protecionistas por parte do congresso Americano (por isso a Airbus optou por abrir uma linha de… Read more »