A Embraer e o que esperar da estratégia de desenvolvimento econômico brasileiro
Por Thiago Caliari*
Diversos estudos têm mostrado que o processo de desenvolvimento econômico de uma nação passa por uma mudança considerável na estrutura produtiva de sua economia, com aumento da participação de setores econômicos que possuem maior produtividade, notadamente a indústria de transformação e atividades de serviços complexos (que servem como apoio a essa própria indústria). Estudos dos pesquisadores Ricardo Haussman (Harvard) e César Hidalgo (MIT) sobre a Complexidade Econômica dos países (além de demais estudos derivados a partir desses trabalhos) mostram a relação de maneira direta, e a observação dos processos de catching-up produtivo, científico e tecnológico passam por uma agenda bem estabelecida de internalização de competências direcionadas pelos estados nacionais.
É nesse sentido que não vislumbraremos estados nacionais que conseguiram realizar o processo de desenvolvimento econômico aceitando passivamente a venda de suas empresas transnacionais. Não espere que a Coreia do Sul aceite a perda do controle da Samsung, Kia, LG, Hyundai, ou o Japão da Toyota, Honda, Mitsubishi ou Nissan, só para citar algumas. É por isso também que o processo de acumulação de capacidades que a China vem promovendo seja pautado na internalização de conhecimento e habilidades com o aumento do número de grandes empresas nacionais operando a nível mundial. E olha que aqui só estamos falando de países com industrialização recente.
Nesse interim, poucos casos setoriais no Brasil poderiam ser destacados como uma política industrial satisfatória, sendo a indústria aeronáutica decididamente um desses, talvez ainda o mais famoso.
Porém, diferente de países com complexos industriais aeronáuticos consolidados, no Brasil a dependência da indústria aeronáutica em torno da Embraer é muito grande. Comparando dados da Pesquisa Industrial Anual (PIA) do IBGE e da própria empresa, a Embraer respondeu em 2015 por aproximadamente 84% do emprego direto total na indústria aeronáutica brasileira (17.007 empregados no Brasil em um total de 20.242 empregos em toda a indústria aeronáutica), e esse valor não tem variado muito nos últimos anos.
Em uma eventual aquisição, não esperamos que no curto prazo esse quantum de empregos sofra modificações contundentes. As especificidades nos relacionamentos intra-empresas e possíveis acordos trabalhistas tenderiam a manter uma certa estabilidade. O problema deve ser visto em um nível mais estratégico: a capacidade do Estado operar em conjunção com a Embraer em busca de criar novas capacitações de empresas nacionais fornecedoras de soluções.
Hoje temos uma grande montadora de aviões de porte regional no topo da cadeia produtiva aeronáutica, mas um vão de empresas com capacidade de fornecimento de soluções e elementos de elevado conteúdo tecnológico. O que se encontra é um grande grupo de empresas de baixo nível tecnológico, que opera ofertando soluções padronizadas, demandadas por essas empresas com maior capacitação e pela própria montadora final.
Aceitar a aquisição da Embraer é delegar as definições estratégicas para uma empresa que não tende a se preocupar em operar conjuntamente com o governo brasileiro na busca de maior capacitação dessas empresas nacionais.Estudos realizados no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) têm mostrado que as políticas de offset (compra de produtos tecnológicos com contrapartida na transferência tecnológica) da Força Aérea Brasileira são importantes para incremento de capacidades inovativas de empresas nacionais. Em contrapartida, quando a relação é matriz-subsidiária, há menor transferência de tecnologia e maior capacitação em produção.
Dadas essas informações, falar em privatizar a Embraer é praticamente falar na privatização de todo um complexo industrial nacional, considerando a dependência desse complexo às ações e estratégias definidas pela empresa líder desse sistema. Ainda, é esperar que a nova estratégia nada tenha a ver com uma política nacional; será possivelmente um processo de redução de custos produtivos e comerciais.
Esse é um assunto que deve ser visto a nível de política industrial e soberania nacional. É certo o papel que a Embraer tem desempenhado desde sua fundação em conjunção à FAB, e a capacitação alcançada pela empresa nesses programas definiu sua trajetória de sucesso para operação em escala mundial. Foi – e continua sendo – um relacionamento público-privado com benefício mútuo, que foi mudando ao longo do tempo a depender das mudanças competitivas e produtivas a nível mundial.
Parcerias comerciais e produtivas devem ser vistas como benéficas e necessárias, considerando os novos padrões competitivos. Porém, a possível permissividade na venda de um ativo nacional estratégico mostra muito sobre o que se acredita sobre desenvolvimento econômico, que vai em sentido linearmente contrário ao praticado por países líderes mundiais.
*Thiago Caliari é Professor do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA)
FONTE: jornalggn.com.br
Só para começar: Hyundai é hoje da Toyota; Nissan é da Renault.
É bom lembrar que ninguém aqui está falando em controle acionário da Embraer, mas em parceria.
Não se sabe nem qual é a proposta da Boeing e vários setores retrógrados já se manifestaram contra.
Mas já que citaram a Coréia do Sul, é bom lembrar que várias gerações de sul coreanos se sacrificaram economicamente pelo seus filhos. No Brasil é o contrário: os pais sugam o futuro do filhos e dos netos.
Marcos 27 de dezembro de 2017 at 10:59
A Hyundai é da Toyota? De onde você tirou isso? A menos que você coloque alguma fonte, vou considerar que você se “equivocou”
Hyundai não é dona da Toyota, e a Renault tem uma aliança estratégica com a Nissan, que inclusive quase foi rompida. E hoje essa aliança engloba Renault-Nissan e MItsubshi. O acordo é oficialmente considerado uma Parceria estratégica com sede na Holanda.
Hyundai ser da Toyota.. comentário editado olha cada uma. A vontade de apoiar a venda da EMbraer pra Boeing é maior do que analisar a realidade.
Pessoal, vamos acalmar os ânimos e procurar argumentar com racionalidade, minimizando a paixão nessa questão. Palavrões e xingamentos serão bloqueados. Obrigado!
Quem viveu ambientes de empresas e até como acionistas majoritários que atuaram nas respectivas administrações sabem muito bem como a dinâmica funciona. Em última análise, para quem administra seriamente, 1+1 = 2, o famoso “Despesas x Receita”, as projeções para o futuro da empresa , se a mesma pretende crescer no mercado ou manter-se apenas para conservar seus ativos. Neste ultimo caso, manter-se para conservar seus ativos, a organização precisa de ter uma administração sólida e um bom aporte de capital próprio para manter seu fluxo de caixa, conforme a flutuação do mercado (a empresa se distanciou do mercado e… Read more »
Muito bem explanado !! thiago calliari, bela matéria, parabens! Vc sintonizou a real nessecidade da Boa gestão pública e privada em buscar soluções de desenvolvimentos tecnológico e auto sustentáveis para desfaser as mazelas crônicas e retrógradas, destrutivas ao nosso interesse de independência e soberania. Modello este, que aí está, ja sente a ferrugem corroer em todos seguimentos e instituições chamada de, do povo. FELIZ ANO NOVO !!
Prezado Alexandre O assunto é polêmico, pois envolvem aspectos políticos, econômicos, ideológicos e tudo o que possa ser desdobrado de cada um deles. Expressei minha opinião e quase fui linchado em outro post e decidi que não aceitarei provocações sobre o que penso ou o que sei ou deixo de saber. Minha sugestão é que cada um dos comentaristas que realmente gostam da Trilogia ignorem agressões, deixem os mal-educados falarem ao vento e vamos nos manter no assunto das matérias. Entendo que aqui é um espaço especial, muito sério e muito util para quem quer aprender tambem, como eu aliás… Read more »
O plano era acabar com a Golden share da Embraer.
O Meirreles e mais um tal de Flavio Basilio do ministério da defesa faziam parte do plano pra simplesmente extinguir a GOlden share da Embraer.
Queriam eliminar a parte que tratava da transferência do controle acionário na EMbraer. Ai a Boeiong compra a Embraer e depois o governo simplesmente iria dizer que não pode fazer nada. A matéria do WSJ estragou o plano.
O Valor Econômico ja tinha noticiado que o Meirreles queria editar a Golden share da Embraer. Isso bem antes de aparecer essa noticia da Boeing.
Cagliari, muitos aí, vão discordar de vc !!!
Sobre qual país ser dono do que, um exemplo interessante vem do Reino Unido. Lá eles venderam tudo, e nem por isso as pessoas deixar de associar essas empresas como britânicas e a maioria da força de trabalho continua britânica.
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Dito isso, acho sim importante o GF manter as suas Golden Shares, tanto como fonte de renda, como forma de evitar que interesse financeiro externo retire capacidades importantes para nós, como a expertise em desenvolver aeronaves militares voltadas às nossas necessidades.
Ao mesmo tempo em que penso como é vital o governo manter a golden share, visando a proteção do patrimônio econômico e intelectual para o país, lembro da estirpe dos nossos políticos, os quais bastaria apenas a Boeing “molhar a mão” para jogar tudo pelo ralo, se fosse o caso de uma aquisição hostil.
em tecnologia que custa caro ser desenvolvida e quem o faz, não é a Boeing ou a Embraer, mas seus parceiros e fornecedores. Não é complexo de vira lata e nada do tipo, mas o que se propõe nos novos produtos são desenvolvimentos já “consagrados” de anos atrás que outros produtos já disseminaram. Sim, acessamos e melhoramos, como muitos fazem. Mas daí a dizer que a Embraer é a única responsável por desenvolvimento tecnológico…. o próprio fato de citarmos ITA em todo canto já denota o quanto nós somos dependentes de um cluster relativamente pequeno de formação de talentos, muitos… Read more »
Os EUA não autorizou a venda da titica da Beechcraft. A justificativa que deram para vetar a venda não teve mais que uma linha.
““a transação representa um risco para a segurança nacional dos Estados Unidos””
Essa foi a resposta e nem falaram mais nada. Aqui no bananal tem escrever um livro inteiro de justificativa… e ainda pedir desculpa..
Resumindo,
“perde-se” o quê ?
Nissan quebrou, os Franceses foram lá e a salvaram;
Mitsubishi quebrou, os Franceses foram lá e a salvaram;
NÃO foram os locais e nem os Govêrnos que socorreram-na.
Chrysler USA quebrou, os Italianos foram lá e a salvaram;
antes que falem do dinheiro colocado pelos Âmis, em 2017
a FCA paou a última parcela desse dinheiro.
http://www.bbc.com/portuguese/brasil-42454815
NÃO pago impostos para ser dono de Empresa nenhuma, quero meus impostos
direcionados a Educação, Saúde, Saneamento Básico e Segurança.
Muito bem gastos e com muito planejamento e eficiência.
Com todos os argumentos prós e contras sobre essa relação Embraer x Boeing tenho algumas dúvidas, que talvez sejm óbvias para muitos: 1 – Como e Embraer sobreviveria sozinha em uma mercado onde os “inimigos” seriam Airbus-Bombardier, Boeing, Lockheed Martin, UAC (Russia-China)? 2 – Para confrontar os “inimigos” do item 1, quanto dinheiro seria necessário e de onde viria? 3 – Considerando a Embraer sozinha, A EDS deveria ser mais atuante e rentável, ou pelo menos, não deficitária e para isso quais programas militares deveriam ser incentivados (entenda-se contratados) e para que países incluindo o Brasil? Na minha visão de… Read more »
Hellcat 27 de dezembro de 2017 at 11:59
Sua lenga-lenga esquerdopata estatizante deveria ser a mesma quando em 1994 a Embraer foi privatizada.
De uma empresa virtualmente falida nas mãos do estado, hoje é a terceira fabricante de aviões comerciais do mundo…
Sabe o que é melhor?? ninguém cai no papinho furado de vocês.
O Governo não pode abrir mão da Golden Share em hipótese alguma, mesmo que a Boeing compre todo o resto das ações, já que ela pode fazer isto. Como tudo no mundo se resume a saber negociar um acordo vantajoso a ambos os lados. O problema, inclusive da Golden Share, são os políticos brasileiros. Esta raça sim é complicada de lidar… Agora ser contra a venda da empresa por usar argumentos de soberania, estratégia nacional de defesa e todo o nacionalismo barato que usam é sem sentido. Que grandes segredos militares a EMBRAER possui que os gringos não tenham 100x… Read more »
Luiz Antonio
Eu também não apostaria em um bom futuro da Embraer andando com suas próprias pernas. A dominância da empresa no mercado dos jatos regionais está com dias contados. As vendas do E2 não alavancaram, e com a chegada de novos concorrentes, a situação só tende a piorar.
Eu prefiro que o governo brasileiro compre a empresa, indenizando os proprietários privados pelo preço oferecido, do que permita essa venda para a Boeing. Mesmo que isso signifique o fim dos jatos comerciais. Afinal de contas é melhor termos aqui uma empresa brasileira de médio porte que fabrique aviões militares e jatos executivos de forma independente, do que ter uma fabrica de aviões comerciais da Boeing com a “menção honrosa” de que um dia já foi brasileira. Os jatos da família E2 não são estratégicos para o Brasil, os KC e os caças são. Alias, quando o governo reservou para… Read more »
Antonio de Sampaio 27 de dezembro de 2017 at 12:05
Eu sou de direita!!! Quem posta lenga-lenga aqui é você. O unico com papo furado aqui é você, Que abandona a realidade pra defender as ideias que tem na cabeça.
Eu apoio exatamente oque os EUA e a França fazem, diferente de você.
Eu apoio a EMbraer como uma Empresa privada nacional; Nada dela virar filial. Você não sabe a diferença de uma empresa nacional pra uma filial estrangeria ??
Ozzy
Você prefere estatizar a Embraer para voltar a servir de cabide político e ser saqueada pelos ratos de Brasília em nome da ”segurança nacional”?
Meu deus do céu. Não tenho palavras…
Concordo com o professor, agora essa história de mercado no Brasil por enquanto é utopia. Tem muito Estado pra pouca coisa, para vocês tem uma ideia esse ano muito mais pessoas abriram negócios próprios do que foram empregadas. Pequenas empresas é que geram empregos num país, se o brasileiro tivesse menos interferência do Estado imagine quantas empresas iriam surgir. Uma solução seria obrigar a Boeing a montar uma fábrica aqui para gerar empregos e assim o Estado podia também abocanhar sua parte, mas isso também é outra utopia.
A discussão já esteve interessante mas agora já estamos andando em círculos. Vou aguardar algum fato concreto, não vale a pena ficar divagando sobre hipóteses descabeladas
A Embraer não é estatal desde 1994. A mesma possivelmente não conseguirá sobreviver no médio prazo, nem tanto pela qualidade de seus produtos mas pelo peso político de seus concorrentes e facilidade de fornecimento de crédito desses mesmos. A empresa brasileira possui enorme capital humano com conhecimento técnico, de engenharia e de gestão no âmbito aeronáutico e sua manutenção absolutamente é necessária não só para a empresa mas para o país. É, portanto, um capital nacional. A “aliança” entre a empresa e a FAB é fundamental para a segunda, essencialmente pelo programa do A/T 29 e do nascente KC-390, programas… Read more »
A Embraer precisa continuar a ser independente e não virar uma filial estrangeira da Boeing. De nada adianta ficar com a golden share se a empresa virar filial da Boeing.
Pra que serve uma Golden share em uma filial estrangeira como a Helibras? Serve pra nada, é uma tartaruga manca, eterna montadora de esquilo, não desenvolve nem exporta nada.
Hellcat
Ninguém aqui está defendendo a venda total da Empresa. Questionamos apenas se a Embraer irá sobreviver pelos próximos 10 anos andando com suas próprias pernas sem a ajuda de ninguém além dos que já ajudam atualmente. Os prognósticos do mercado não são animadores…
É muito importante que se faça o acordo com Boeing. Não necessariamente a venda, mas um acordo abrangente que garantirá o futuro próspero para a empresa.
Dando continuidade ao meu raciocínio. cadê a histeria sueca ?
http://www.valor.com.br/empresas/5239085/chinesa-geely-compra-fatia-na-volvo-por-us-324-bilhoes
Olá a todos, Eu acho muito interessante como os comentários sobre a Embraer simplesmente mudaram de “tonalidade” depois do anúncio do interesse da Boeing. De repente todo mundo conhecia informações valiosas e, pelo jeito, um tanto sigilosas de que a Embraer possui graves problemas e vai falir em pouco tempo, o que torna urgente a sua venda/associação. De repente, de uma empresa com projetos promissores e em pleno amadurecimento/ascensão (E2, KC390, parceria SAAB, OA-X), a Embraer vira um peru de natal que se não for pra mesa está fadada a desaparecer. Uma coisa todos nós sabemos. A parceria/compra/aquisição/sejaláoquefor, será muito… Read more »
Hellcat 27 de dezembro de 2017 at 12:32
Qual a solução pela sua cabeça de stalinista de boteco?? negar qualquer tipo de acordo com a Boeing e seguir sozinha vendendo aviões regionais?
“Rodrigo Martins Ferreira 27 de dezembro de 2017 at 12:11
O Governo não pode abrir mão da Golden Share em hipótese alguma, ….”
Porquê ?
Qual item sensível a EMBRAER fabrica ou detém domínio tecnológico desenvolvido por ela e que nenhum concorrente consiga tê-lo ?
Ozzy 27 de dezembro de 2017 at 12:16 “Os jatos da família E2 não são estratégicos para o Brasil, os KC e os caças são.” => O setor de defesa da EMBRAER responde por 15% das receitas da empresa e vc diz que os jatos comerciais da Embraer não são estratégicos? E quanto a nossa balança comercial, a contribuição para o PIB, ciência & tecnologia, empregos, cadeia produtiva e tudo o que vem atrás disso não interessa? Você por acaso sabe de que família dos jatos comerciais são feitos os aviões R-99A e R99-B da FAB? Te respondo: São da… Read more »
JT8D, concordo com você, essa briga de ideologias debaixo de ataques e insultos não vai levar a lugar nenhum, o jeito é esperar por mais detalhes, mas uma coisa é certa, depois de toda essa gritaria, seja de agentes do governo, parlamentares, sindicatos, funcionários e parte das pessoas, se a Boeing pretendia comprar o controle da Embraer, deve ter desistido, basta ver a nota pouco usual que ele foi obrigada a soltar para acalmar os ânimos.
Nossa… que meda!!!
Concordo com o colega acima… todos já postaram em “N” diferentes tópicos seus pontos de vista.
Até ter algo concreto não adianta mais ficar lendo sempre a mesma coisa dos mesmos.
Acho que cada um já cansou de dar sua posição.
Espero que a moderação só abra novo tópico quando algo relevante surgir.
Já deu no saco!!!
Antonio de Sampaio 27 de dezembro de 2017 at 12:45
Olha o tipo de argumento.
O Obama, Macron presidente da França e o Trump vetaram venda de empresas nacionais para empresas estrangeiras.. Eles também são Stalinistas ???
Vou falar mais uma vez. Parceria é uma coisa.. Eu não sou contra parceria.
Vender a empresa é outra coisa.. e sou completamente contra…
E nesse momento o que a Boeing planeja segundo o WSJ é comprar a Embraer.
Voltando ao tema, acho viável parcerias que estejam de acordo com os nossos interesses. Do contrário, que a EMBRAER siga o seu caminho mesmo com o movimento comercial da AIRBUS se associando à BOMBARDIER no caso dos jatos comerciais C-Series e que a Boeing siga o dela. Mas não é de se desprezar os acessos mercadológicos que teríamos num possível acordo que, repito, deve salvaguardar nossos interesses. A golden-share deve sim ainda continuar como instrumento de decisões governamentais. Como dito no texto, outros governos possuem seus próprios mecanismos de proteção de suas empresas privadas para que o país não perca… Read more »
O artigo esta equivocado. A Embraer jah eh privada. O maior acionista jah eh um Fundo Americano. A Embraer jah pertenceu em parte a um pool de empresas francesas, entre as quais a Dassault. O governo tem APENAS poder de veto em 5 matérias. Ele não tem poder para dizer o que tem de ser feito pela gestão. Ele não tem poder de indicar diretores, conselheiros e por ai vai. Nao eh para o governo brasileiro que vai o lucro da empresa (quando ha lucro). Nao eh verdade que as grande potenciais mundiais pensem assim. A Land Rover e a… Read more »
Me faltou competência para sintetizar a situação tão bem, ainda com o referência teórico embasado em pesquisas…
Obrigado Thiago Caliari. Muito Obrigado….
*Thiago Caliari é Professor do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA)
É por aí mesmo, e ainda outras considerações detalhistas, relacionadas a nosso presente e futuro, mas já está ótimo.
Assino embaixo.
Hellcat 27 de dezembro de 2017 at 13:02 Segundo apenas um jornal e ninguém mais… presta atenção rapaz, o papo furado de “vai vender””” “vai vender””” “vai vender””” “vai comprar””” “vai comprar””” “vai comprar”””, nunca foi dito nem pela Embraer e nem pela Boeing, foi dito sempre o contrário, “combinação”, ou seja, junção de negócios… se prestar um pouco mais de atenção, não interessa a Boeing comprar a Embraer e tão pouco que ela desapareça como marca, justamente o contrário… Deixa de acreditar em mentiras e teorias conspiratórias, rapaz… essa coisa se transformou em jogo político, pessoas sem escrúpulos –… Read more »
Artisan Eu não mudei a tonalidade após e desde muito tempo eu reafirmo o que eu digo. Atualmente já há sinais do inicio de tempos difíceis: Rescisões frequentes de contratos com fornecedores (A Embraer teve que nacionalizar a produção de algumas peças de seus novos jatos para aproveitar a parte ociosa da Empresa e evitar possíveis impactos com essas rescisões), diminuição do backlog (numero de encomendas firmes) e o alto risco do cancelamento dessas encomendas, como a da SkyWest que encomendou 100 E175-E2, mas não vai receber nenhum até mudarem a Scoope Clause nos EUA, que estabelece limites de MTOW… Read more »
Aladaf 27 de dezembro de 2017 at 13:13
Você está correto mas empresas aeronáuticas e navais, por exemplo, são estratégicas para um país por conta do que produzem e do que poderão produzir. Produzir maionese, cerveja ou sanduíches agrega pouco ao esforço de ciência e tecnologia.
Eu não ligarei nem um pouco se o controle acionário for estrangeiro mas a gestão permanecer como a atual. Essa é a questão.
E pensar que nossa indústria naval foi, se não me engano, a terceira do mundo até a década de 80.
Acredito que reconstruir um setor seja muito mais caro e exija muito mais esforço do que manter um já existente.
Não, não defendo estatização mas políticas nacionais alinhadas com o desenvolvimento da nação. E pensar que a vasta maioria das estatais deve ter surgido nos anos 60-80. Mas não tenho certeza disso.
Vocês já pararam para pensar que não há demanda (ou ela é praticamente insignificante) no mercado nacional por produtos da Embraer? A empresa é totalmente dependente do mercado externo. A empresa sabiamente, por mérito próprio, encontrou um filão do mercado que não era atendito pelas Airbus e Boeing e desenvolveu produtos de qualidade, com preço competitivo e tornou-se lider neste setor. Para voos mais altos, é fundamental ter um mercado interno que sustente novos projetos. Ou vai bater de frente com o poder economico, lobby da Boeing e Airbus? A Embraer não dá conta. . A Crysler era da Mercedes… Read more »
Prezados, essa é minha primeira participação na trilogia, adoro o site e todos os comentários. Sou um apaixonado por aviação e assuntos militares. Não sou militar, e nem especialista como muitos aqui. Mas tenho uma observação importante a ser levado em conta. Nosso pais comprou tecnologia italiana e deu a Embraer na participação no AMX, olhem o salto que a empresa deu após esse fato. Acabamos de compra tecnologia sueca e praticamente entregar a Embraer. Não seria o caso de esperarmos para ver o que a empresa será capaz de revolucionar o mercado com tal conhecimento, assim como foi no… Read more »
Carlos A Soares 27 de dezembro de 2017 at 12:49 Qual item sensível a EMBRAER fabrica ou detém domínio tecnológico desenvolvido por ela e que nenhum concorrente consiga tê-lo ? Não sei dizer, vou chutar: Poucos e muitos, para não correr risco de ficar antipático, porém ninguém está afirmando que a Embraer é importante porque esconde os segredos da propulsão hipersônica a laser. Releia o texto do autor com calma… Terminou? Concorda que para fabricar ou deter domínio tecnológico é preciso que haja primeiramente demanda? Se sim, está respondido a importância da Embraer e dos programas governamentais (FX-2, KC), a… Read more »
carcara_br 27 de dezembro de 2017 at 13:53 Concorda que para fabricar ou deter domínio tecnológico é preciso que haja primeiramente demanda? ___________________________ Você está errado cara, não é a demanda que cria produtos, são os produtos é que criam a demanda. A demanda é criada pelas empresas de produtos e serviços. Você tem várias demandas que nem imagina, mas não existem produtos que façam você saber disso… as empresas lançam um produto e criam sua própria demanda, e não o contrário. Não quero me alongar… olha o teu celular hoje… ele tem o androide, o google maps, o gps… Read more »
Amigos, em linhas gerais o texto do autor está correto assim como o comentarista Hellcat. Contudo, não dá para ignorar que o mercado de aviação civil está mudando vertiginosamente. Estamos vendo um processo de fragmentação do mercado, onde as empresas apostam em linhas ponto-a-ponto ao invés dos antigos Hub, que acaba refletindo nas aeronaves. Assim vemos o A-380 e o 747-8 vendendo muito pouco ou quase nada e frotas inteiras de 747-400 sendo substituídas por 777/787 e A-350. E isso termina por se refletir também no crescimento da demanda por aeronaves de capacidade até 140 lugares como é o caso… Read more »
Hellcat 27 de dezembro de 2017 at 11:28 …a Renault tem uma aliança estratégica com a Nissan, que inclusive quase foi rompida…” Apenas um detalhe, a Renault é o sócia majoritária da Nissan. A tal aliança estratégica é um nome pomposo, mas quem controla é a Nissan. Da mesma forma hoje existe a FCA, Fiat Chrysler Automobiles, tida como um conglomerado ítalo-americano, mas de fato é controlado pela família Agnelli. No mundo corporativo não tem nacionalismo. Quem tem dinheiro, leva. Ao longo dos últimos anos empresas simbólicas em seus países sendo adquiridas. A Pirelli, um dos maiores símbolos da indústria… Read more »
No mesmo contexto da materia, vamos por hipótese imaginar a EMBRAER sozinha no mercado, mandando a Boeing plantar batatas, no sonho (sonhar não é pecado) de um dia “engolir” a Boeing, Airbus ou quaisquer outras fabricantes inocentes que se aventuraram a encarar a EMBRAER. Sozinha não conseguiria grandes contratos, por razões de financiamentos internacionais, mas claro poderia pegar dinheiro do BNDES não é? Ou da Caixa Econômica Federal, ou do Banco do Brasil, ou do Baú da Felicidade, sei lá e assim “peitar” os malvados e manda-los de novo para o lugar que merecem. Outra alternativa, combinada ou não com… Read more »
Clésio Luiz 27 de dezembro de 2017 at 11:41 – Observe o que a Inglaterra fez quando a Rolls Royce teve risco de quebrar (não é o caso da embraer). A empresa foi estatizada pela “Inglaterra”.