Adestramento nos Rafales: pilotos indianos viajam para Mont-de-Marsan no início de 2018

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Dassault Rafale - © Dassault Aviation - S. Randé

Dassault Rafale – © Dassault Aviation – S. Randé

Roberto Lopes
Especial para o Poder Aéreo

O jornal indiano em inglês Hindustan Times (HT), de Nova Déli, informou, em sua edição da manhã desta sexta-feira (15.12), que a Força Aérea Indiana enviará uma equipe de pilotos “escolhidos a dedo” e técnicos em manutenção, no início do ano que vem (janeiro ou fevereiro), à base aérea de Mont-de-Marsan, a 594 km de Paris, no extremo sudoeste do território francês, para iniciar o treinamento na operação e na conservação de caças Rafales.

O governo do Primeiro-Ministro Narendra Modi assinou, em setembro de 2016, uma encomenda de 36 desses jatos, ao custo de 8,7 bilhões de dólares.

É a primeira importação de aeronaves de combate feita pela Índia em 22 anos (a última, de aparelhos Sukhois Su-30, aconteceu em 1997). Ficou decidido que os próprios pilotos indianos conduzirão os Rafales à sua nova casa, de forma gradual, a partir de setembro de 2019.

Os chefes militares indianos estimam que todos os seus aparelhos estejam entregues até o ano de 2022.

A cúpula da Aviação Militar da Índia defende a compra de ao menos mais dois esquadrões de Rafales (18 aeronaves por esquadrão), mas esse é um assunto que, segundo o HT, “ainda não está sobre a mesa”.

Esquadrões – Em dezembro de 2016, o então chefe da Força Aérea Indiana, Marechal do Ar Arup Raha, declarou que os 36 Rafales encomendados não são o bastante, e que seu país necessita de, aproximadamente, 200 aeronaves como essas para expandir de verdade as suas capacidades militares.

Apenas para efeito de comparação, o Poder Aéreo lembra que, enquanto a Força Aérea Brasileira tem 11 esquadrões de caça, de 12 aeronaves (em média) cada um – incluindo os quatro equipados com turboélices A-29 Super Tucano (em Mato Grosso do Sul, Rondônia, Roraima e Rio Grande do Norte) –, os chineses possuem 60, e os paquistaneses, 25.

Os indianos almejam operar 42 esquadrões de caça, mas atualmente só possuem 33:

  • 11 esquadrões de antiquados MiG-21 e MiG-27 em processo de desmobilização nos próximos cinco ou seis anos;
  • 13 esquadrões de caças polivalentes Sukhoi Su-30, com problemas na motorização e baixa disponibilidade;
  • 9 esquadrões com um mix de caças Mirage 2000, jatos de ataque ao solo Jaguar (para os quais estão sendo comprados suprimentos e peças de reposição na França), e caças tipo MiG-29.

É essa frota que será reforçada pela chegada dos 36 Rafales (entre 2019 e 2022) e por um lote adicional de 32 Sukhois-30 (em 2020).

Déli ainda maneja uma concorrência para adquirir um modelo de caça monomotor apto a ser fabricado no território indiano. Os dois candidatos mais fortes a vencer essa disputa são o SAAB Gripen E/F e o Lockheed Martin F-16.

Os chefes militares indianos estimam que sua corporação necessitaria de ao menos 150 modernos caças monomotores, para fazer face às suas responsabilidades nas fronteiras com a China e com o Paquistão.

Um plano de pesquisar e construir caças de dois motores na Índia avança com muita lentidão, devido às dificuldades enfrentadas pela indústria aeronáutica indiana no desenvolvimento do caça leve Tejas.

A Aviação da Índia já ativou um esquadrão de Tejas, mas ela possui apenas cinco exemplares do aparelho. A Marinha indiana rejeitou a versão naval do avião, por considerá-la inadequada à operação em porta-aviões (muito baixa capacidade de transportar armamento para ter condições de decolar do convés de voo e cumprir a missão).

A Hindustan Aeronautics Limited (HAL), fabricante do Tejas, já comunicou ao Ministério da Defesa que tem condições de, por volta de 2019/2020, produzir o caça leve a um ritmo de 16 unidades anuais.

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