A arte “Burning the enemy” de Fabricio Sousa mostra dois P-47 da FAB atacando forças alemãs na Itália durante a Segunda Guerra Mundial. Clique na imagem para ampliar

PODER AÉREO – Por favor, comece falando sobre você, onde nasceu, qual sua profissão e de onde veio seu gosto por aviação

FABRICIO SOUSA – Meu nome é Fabricio Sousa tenho 30 anos, Nascido em Limeira interior de São Paulo, Mas criado numa cidadezinha do interior de Minas Gerais, chamada Guaranésia.

Lá, passei boa parte da vida, antes de me mudar para São Paulo onde vivo hoje com minha esposa Walini, e minha filha Laura.

Hoje em dia, trabalho com Ilustração e modelagem 3D, já somando pouco mais de 10 anos atuando na área, e passando por algumas agências de publicidade aqui da grande São Paulo.

A Paixão por aviões, é algo que tenho desde sempre eu acho. É um amor que vem desde pequeno, e nessa época, me lembro que ficava eufórico quando assistia algum filme como: Top gun, Águias de Aço ou Memphis Belle.

Aquelas cenas de combates aéreo, os voos rasantes as manobras me deixavam maravilhado.

Fabricio Sousa

PA – Quando começou a desenhar aviões? você começou no papel ou foi direto no computador?

FS – Como qualquer garoto, eu comecei a desenhar nos meus cadernos de escolas, e foi lá, entre uma lição e outra,
que eu comecei a rabiscar e ilustrar alguns aviõezinhos. Nessa fase da vida escolar, devo ter lotado meus cadernos com mais desenho do que as lições de casa. E depois de anos gastando folhas de papel, ganhei meu primeiro PC.

E foi nesse primeiro PC, usando o famoso MS Paint, que comecei a me aprofundar no mundo da ilustração digital.

Depois disso, foi dedicar cada pedaço de tempo livre pra estudar, e cada hora de estudo e cada erro, foi trazendo evolução, e aí, tudo foi ficando melhor. Depois de um tempo, comecei a me interessar por modelagem 3D, e meu grande amigo Robson Carvalho, me apresentou alguns softwares 3D. Depois conheci o Cinema 4D, que é a minha principal ferramenta de trabalho hoje em dia.

A arte “Burning the enemy” sendo preparada no software Cinema 4D

PA – Quais os softwares que usa para fazer suas artes?

FS – Como o meu foco de trabalho é quase 100% 3D, uma das principais ferramentas que utilizo é o Cinema 4D.
Com ele eu posso construir modelos tridimensionais, que usarei depois, para alguma ilustração que eu queira fazer.

Em conjunto com o Cinema 4D, utilizo plataformas para criação de texturas, tais como: Substance Painter, Mari, Photoshop etc.
Além do 3D, faço algumas ilustrações 2D, e para isso eu utilizo Photoshop em parceria com outra grande ferramenta que são o sites de buscas. Com eles consigo reunir o máximo de referências e informações, para a criação de um determinado trabalho.

PA – Como foi a concepção da arte North American T-6 “Smoke Squadron” com o T-6 do Coronel Braga?

FS – A concepção para essa arte, veio da vontade de homenagear dois grande ícones da aviação brasileira, duas lendas que voaram
pela FAB. De um lado o Coronel Braga, e do outro, nosso querido T-6. Já outro fator que me influenciou na criação, é aquela admiração
pelos velhos aviões que fizeram história durante a Segunda Guerra, e um dos meus favoritos é o NA T-6.

E foi esse o ponto de partida na construção de tudo. Tendo a ideia, e alguns rabiscos, o passo seguinte foi iniciar uma vasta pesquisa
sobre o modelo do NA T-6, reunir uma infinidade de fotos e blueprints e começar na construção do modelo tridimensional.

Depois foi compor a cena e finalizar a peça.

NA T-6 do Cel Braga. Clique na imagem para ampliar

PA – Como nasceu a ideia da arte Burning the enemy com o P-47 da FAB?

FS – Essa arte surgiu, depois de ter sido convidado pelo Flavio Kauffmann para ilustrar a capa do livro “O Céu da Itália” que ele lançou
no ano passado. Quando conversamos, e ele me contou suas ideias sobre a composição de uma cena, surgiu a necessidade de criar em conjunto, uma arte que seria usada no lançamento do livro. Depois de muita conversa, pesquisa, vídeos de “gun camera”, noites sem dormir montando alguns esboços, a ilustração foi ganhando forma.

O ponto nessa cena, era mostrar alguns P-47 do Senta a Púa, lançando sobre os alemães, toda a sua fúria, deixando um rastro
de destruição e uma missão bem sucedida. Por sorte, o Flavio acabou gostando, e a arte, acabou sendo usada.

PA – Quais são os seus projetos futuros?

FS – Quero continuar fazendo o que eu gosto, procurando evoluir, e mostrando em cada novo trabalho uma história diferente. Pretendo me dedicar mais profissionalmente, já que hoje, ilustração sobre meios militares e aviões são um hobby. Quem sabe num futuro próximo eu possa começar a ilustrar para revistas ou livros sobre aviação!

PA – Quais as dicas que você dá para aqueles que querem começar a trabalhar com ilustração digital?

FS – Procure estudar a fundo o software que você vai usar. Se esforce ao máximo, pois é uma área que exige um pouco de dedicação.
Sempre procure por referências, e essa é uma parte importante. Esse simples fato de pesquisar, olhar ou analisar uma obra de outro artista te traz algum conhecimento ou ideia que você vai poder usar em algum momento.

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