Lockheed Martin F-35A

Lockheed Martin F-35A

Por Lara Seligman

DUBAI, Emirados Árabes Unidos – A aprovação do pedido dos Emirados Árabes Unidos de comprar os caças F-35 na região do Golfo depende do país concordar em tomar medidas para proteger a tecnologia sensível do caça centrado em rede e em um vasto banco de dados de informações críticas, de acordo com o principal comprador de armas do Pentágono.

O F-35 é mais um supercomputador do que um caminhão de bombas – é um hub de dados voador, projetado para aspirar informações de ameaças críticas e transmitir esses dados perfeitamente para toda a força aliada. Mas essa capacidade apresenta um novo conjunto de desafios: proteção de tecnologia sensível e informações soberanas compartilhadas entre operadores internacionais sobre a vasta rede da aeronave.

Esta questão já mostrou-se complicada para os parceiros internacionais do F-35 e aliados que atualmente planejam operar o caça. Agora, as notícias de que os EUA estão considerando vender o F-35 às nações do Golfo podem alarmar os parceiros existentes – especialmente Israel. Tel Aviv é atualmente o operador exclusivo do Joint Strike Fighter na região do Oriente Médio.

À medida que os Emirados Árabes Unidos buscam um briefing reservado do F-35, os EUA estão trabalhando em estreita colaboração com os Emirados para estabelecer uma estrutura para proteger esse tipo de informação, disse Ellen Lord, subsecretária de defesa dos Estados Unidos para aquisição, tecnologia e logística, em uma entrevista no Dubai Airshow.

Os EUA “continuam a se associar com os Emirados Árabes Unidos ao poderem liberar mais hardware e software para eles e, até certo ponto, dependem de um sistema para controlar informações críticas que se alinham um pouco com os EUA”, disse Lord. “Não é uma questão de certo ou errado, é poder comunicar-se efetivamente e garantir que entendamos as posições de cada um”.

Os EUA têm procedimentos para garantir que funcionários governamentais de alto nível revejam informações críticas antes de serem distribuídas em toda a força, explica Lord. Antes que os Emirados Árabes Unidos possam comprar o F-35, a nação do Golfo deve concordar com um padrão similar, disse ela.

“Queremos que esse mesmo processo pensativo seja aplicado de forma consistente com os EUA para que possamos compartilhar novas tecnologias”, disse ela.

Por enquanto, o Pentágono está focado em continuar a atualizar a frota dos F-16 da Lockheed Martin dos Emirados Árabes Unidos, disse Lord. Os caças F-16 Desert Falcon block 60 do país do Golfo foram descritos como alguns dos F-16 mais avançados do mundo, e foram os primeiros a estar equipados com um radar de matriz eletronicamente ativa e tanques de combustível conformais.

À medida que os Emirados Árabes Unidos continuam a atualizar o F-16, as discussões estão em andamento sobre a implementação de processos para garantir a segurança da tecnologia nessas aeronaves. Essa conversa poderia levar os EAU a garantir potencialmente outros recursos no futuro, como o F-35, disse ela.

“Eu acho que estamos fazendo muito progresso nos F-16”, disse Lord. “Eu acho que há mais que podemos fazer, e novamente, quando colocamos mais estruturas para lidar com informações tecnicamente sensíveis, isso nos permitirá fazer mais em termos de compartilhamento”.

A Lockheed e as Forças Armadas dos Emirados Árabes Unidos anunciaram um contrato de atualização de suporte de US$ 1,65 bilhão para os F-16 da Nação do Golfo, em 11 de novembro. O Major-General, Adbullah Al-Hashimi, diretor executivo do comitê militar do Dubai Airshow, disse que a atualização resolveria problemas de obsolescência nas aeronaves block 60 que foram encomendadas pelos Emirados Árabes Unidos nos anos 2000. Os funcionários da Lockheed recusaram-se a fornecer detalhes adicionais.

Lord destacou a importância da interoperabilidade entre aliados em um campo de batalha cada vez mais conectado.

“Na batalha multi-domínio, a interoperabilidade é muito importante para os EUA com nossos parceiros e aliados”, disse Lord. “Queremos ter certeza de que iremos à guerra se precisarmos entrar em guerra, com nossos parceiros e aliados com sistemas interoperáveis, então, para fazer isso, gostaríamos de vender tudo o que pudermos”.

FONTE: Aviation Week

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