Incidente com o Embraer KC-390 PT-ZNF
O blog Caixa Preta da Solange, da jornalista Solange Galante, noticiou ontem que o KC-390 sofreu um estol e uma descida brusca quando fazia um voo de teste, no dia 12 de outubro.
A imagem abaixo, capturada do site Flight Radar 24, mostra o KC-390 da Embraer sobre a área de ensaios em Gavião Peixoto (SP), e nela foi congelado o instante em que a aeronave sofreu um estol e começou a cair.
Uma fonte muito próxima da Embraer e que não quis se identificar, confirmou à Solange que o avião militar voava a cerca de 20 mil pés quando sofreu a queda e desceu verticalmente em cerca de um minuto, chegando a pouco mais de 3 mil pés – sobre terreno com aproximadamente dois mil pés de altitude.
A fonte afirmou que não é possível avaliar a velocidade máxima atingida pelo avião durante essa queda, que superou quatro G negativos – o suficiente para torcer sua estrutura a ponto de inutilizar o avião para novos voos. A fonte disse ainda que ele soltou pedaços, durante a queda.
O KC-390 PT-ZNF é o primeiro dos três protótipos da campanha de ensaios e participava de testes de formação de gelo no último feriado (12 de outubro).
Abaixo, o comunicado oficial da Embraer:
“Um protótipo do avião de transporte multimissão KC-390 realizou na manhã de quinta-feira, 12 de outubro, ensaios em voo para situação de estol, que resultam em perda de altitude da aeronave, devido à diminuição da força de sustentação, como parte da campanha de testes para certificação.
Em razão das manobras efetuadas e seguindo os protocolos estabelecidos, a tripulação solicitou retorno antecipado à base, pousando normalmente no aeródromo da companhia em Gavião Peixoto (SP) onde a campanha de ensaios é realizada.
A entrada em serviço do KC-390 está prevista para acontecer em 2018, conforme o cronograma do programa. Atualmente, dois protótipos do KC-390 somam mais de 1.300 horas de voo.”
Os invejosos inventarão teorias mirabolantes.
Ouvi rumores em fóruns sobre esse incidente.
Triste, mas dentro do esperado. O A400M deu muita dor de cabeça também.
Sds
Dois pontos chamam a atencao; primeiro 4 g negativo e o outro ponto : soltou pedacos. Confesso que fiquei preocupado mesmo sendo um teste digamos “extremo”, mas deixo para os mais entendidos do assunto.
Testes de gelo. Diz muito do ocorrido. Mudança no perfil e possível perda de sustentação em baixa velocidade. É para isso que servem os teste de certificação. Se for isto ou se faz alguma mudança para um melhor degelo ou se estabelece novos parâmetros de utilização.
Notícia sem credibilidade. Deveria ser retirada do ar
1º) Graças a Deus não houve vítimas fatais;
2º) Fase de teste, da pra arrumar;
3º) Aguardando nota oficial.
São testes de um dos protótipos. Acontece. Concordo com o Sr. Gustavo. Esperemos por mais informações. Continuo torcendo pelo KC 390.
Aconteceu parecido com um ATR da Trip, se não me engano. Uma vez em um vôo de teste pós trabalho de manutenção. O piloto tava fazendo os testes e deveria ter uma vibração quando chegasse em determinada velocidade, mas não vibrou, então o mecânico sugeriu que interrompesse o teste, mas o comandante decidiu seguir para checar a próxima vibração, que também não ocorreu e o avião despencou. O piloto sujou o avião todo pra conseguir diminuir a velocidade de queda. . Esses “pedaços” que caíram, devem ser parafusos e alguma carenagem, como a do trem de pouso. Ele deve abrir… Read more »
?
Cedo para tirar qualquer conclusão, mas o C-17, C-5, A400M e C-2 tiveram problemas no desenvolvimento e certificação.
Não sabemos detalhes dos aviões soviéticos porque não divulgavam isso na guerra fria.
Isto não é o desejado mas pode ser considerado como aceitavel nesta fase de desenvolvimento e testes.
Segundo consta, os pedaços eram relativos a instrumentação.
Como coloquei em outro post, gostaria que os editores, se possível, pudessem checar com suas fontes p/ esclarecer melhor o caso, já que não conheço a jornalista Solange Galante ( seria parente do Alexandre Galante? ) e o comunicado da Embraer não corrobora c/ a gravidade dos relatos – em tempo, não vi esse texto no site da Embraer.
Se o KC-390 sumir por uns meses ou for aposentado, pode ser verdade o relato dado pela “fonte” à Solange Galante.
Mas, em princípio, acredito que o relato é falso e que foi apenas um teste, dentro do esperado pela Embraer que teria muito a perder caso estivesse omitindo problemas tão graves num teste de estol.
Em outro blog citaram que a aeronave poderia ficar inutilizada pelo esforço submetido por conta dos citados -4g.
Isto não foi um teste e sim um incidente que por pouco não vira um acidente. O protótipo esta recolhido para análise das possíveis causas. Força de -4 g não nãp é pouca coisa.
Mas claro que a EMB não iria admitir. O tempo é senhor da verdade.
Sds.
Problemas sempre são esperados em testes com os protótipos. Melhor ainda quando todo mundo volta bem e com a aeronave inteira com varias lições aprendidas e ajustes por fazer. Pra dizer a verdade achei que terminariam os testes sem nenhum defeitinho, seria um recorde na história dos protótipos! Pelo menos um defeitinho tinha qie dar né se não as outras fabricantes ficariam como? Kkkk
Concordo Baschera: “Força de -4 g não nãp é pouca coisa.” Com peso vazio de 51 000 kg para o kc390 foi um baita esforço.
correcao nãp = não
Para quem é do ramo.
O que é estol?
O que se deve esperar ao realizar o teste de estol?
O resultado desse teste no KC 390, a partir das informações divulgadas, estaria fora do normal?
Caso seja anormal o resultado, quais seriam as possíveis causas e correções?
Eventuais correções implicaria refazer todos os realizados com base na atual versão?
Nonato 19 de outubro de 2017 at 17:49
Estol, stol ou stall é a situação na qual uma aeronave perde a sustentação que permite seu voo e está associada a sua velocidade mínima de voo. Abaixo dela ocorre o estol.
Nonato 19 de outubro de 2017 at 17:49
Cada aeronave compor-se de uma maneira ao ocorrer o estol. Em um Paulistinha, por exemplo, se você cabrá-lo (levantar seu nariz) e tirar potência, ele abaixará seu nariz.Você retomar a potÊncia e ele volta a voar. Alguns podem cair sobre uma das asas, por exemplo.
Nonato 19 de outubro de 2017 at 17:49
Se for real, o que ocorreu foi anormal. Não poderia ter despencado daquela forma. perdeu 17000 pés em um minuto, muita coisa.
Voava a 20000ft, cerca de 6000m. Foi para em cerca de 3000ft ou 1000m.
As causas estão sendo avaliadas e balizarão eventuais mudanças.
Baschera 19 de outubro de 2017 at 17:43 Isto não foi um teste e sim um incidente que por pouco não vira um acidente. . Baschera, que bom lhe ver por aqui, nunca esqueci o seu exemplo do voo de galinha em referencia a alguns projetos brasileiros, “Faz um barulhão, levanta poeira e acaba 200 metros a frente”. . Mas falando do KC-390, neste caso específico pelo gráfico do flight radar era um voo de teste com várias perdas de sustentação até que virou um incidente. Me lembrei de uma reportagem antiga onde um piloto de provas da Embraer falava… Read more »
Engraçado ver noticiado que a aeronave foi danificada e está inservível, porque não voa desde o dia 12… Após sofrer -4Gs, por cautela, a aeronave precisa ser inspecionada minuciosamente até retomar os voos seguintes.
Walfrido Strobel 19 de outubro de 2017 at 18:07
Esse exemplo do Xingu [e muitos outros] mostram como é o risco dos pilotos e engenheiros de voo que realizam esses voos. Muitas vezes situações extremamente adversas não mandam recado!
A questão da formação de gelo é relevante para o caso.
Resta saber se é quando foi utilizado o paraquedas balístico.
Sobre a formação de gelo, tem este antigo vídeo de 1960, bem simples que podera mostrar como o gelo age.
. https://m.youtube.com/watch?v=9I40DQcK_6U
Esperar mais informações, para saber se tudo isto aí é verdade.
Rafael Oliveira 19 de outubro de 2017 at 17:42
Se o KC-390 sumir por uns meses ou for aposentado, pode ser verdade o relato dado pela “fonte” à Solange Galante.
O protótipo em questão não tem voado desde o incidente. Antes, incluindo-se a data do ocorrido, ambos estavam voando simultaneamente todos os dias. Somente ontem pela manhã o outro protótipo voltou aos ares.
Caraca!!! Realmente é muita altitude para perder em um teste, arrisco a dizer que foi por pouco que não se transformou em uma tragédia.
Se foi só um baita susto, beleza, “bora lá” acertar os parâmetros, mas se a aeronave foi danificada a ponto de ser descartada, é uma pena…
Parabéns aos pilotos e técnicos, por conseguirem trazer o KC-390 de volta para casa.
pelos relatos parece que ele sofreu um deep stall, que e faltal, o dispositivo que colocam na cauda da aeronave deve ter salvado o mesmo, isso explicaria a queda tao brusca e a carga G tao alta.
Passou muito perto…
Mas o objetivo do teste nao seria justamente este?
Agora já sabem como proceder em caso de estol.
Recuperou a 1000 pés ?
Essa foi por pouco !!
20 mil pés/ minuto
É uma descida e tanto.
Possivelmente o objetivo do teste era observar o comportamento em estol e com formação e gelo. Mas não creio que esperassem tal situação. Certamente algo fugiu ao controle e muito. Resta saber o que houve e corrigir.
Se o acidente tivesse ocorrido, seria muito difícil recuperar o programa.
Olha esse stol controlado de um DC10: 6000 pés,/ min.
https://youtu.be/dfUJyiZo5q8
Estol (ou stall) é a situação provocada pela perda de sustentação aerodinâmica. Ocorre quando o fluxo de ar pára de escoar sobre a superficie da asa, resultando no seu turbilhonamento. Pode ser provocado por várias situações, incluindo ângulo de ataque excessivo (como quando a aeronave levanta o nariz de maneira brusca e além do recomendado em projeto) e diminuição da velocidade da aeronave aquém de um certo limite (causada por vários motivos, incluindo perda do motor). Pelos detalhes disponíveis sobre o caso fala-se em 4Gs negativos e perda de pedaços da estrutura. Esse valor é excessivo até mesmo para aeronaves… Read more »
Ave marela, que cagaço passou a tripulação…
Agora, tem de tirar o chapéu pros pilotos, porque a queda foi extremamente acentuada. Foram profissionais até a medula da alma, se não…não estariam mais entre nós.
Enfim, têem agora, a oportunidade a partir de um relato vivo, sanar possiveis deficiências observadas…
Segue a vida!!!
Descida na vertical durante um minuto??? Caralh….eu tinha tido um infarte nos primeiros 10 segundos
Se fosse um cargueiro chinês ia chover uma miríade de comentários de cunho pejorativo e sarcástico mas como não é… Parabéns aos pilotos pela sua habilidade mais do que comprovada.
O fato é que toda aeronave está sujeita a estol, bastando estar voando. Não só por falha de equipamento ou dos pilotos, mas também por fenômenos atmosféricos.
O KC-390 esteve sob condição de estol drástico (alguns milhares de metros) e por fim nivelou e pousou. Se este ocorrido fez parte de um teste (conforme Embraer) ou não… Palmas para ele.
Sucesso KC-390!!!
Vamos torcer que esse incidente não venha atrapalhar os negócios do KC-390. A Lockheed Martin esta torcendo e porque não dizer, fazendo de tudo para o KC-390 venha dar errado para dar sobrevida para a continuidade das vendas do Hércules!
Ora, Embraer, deu mole e muito hein?! É só retirar aquelas duas letrinhas amaldiçoadas (PT) pintadas na fuselagem do KC-390, que não ocorrerão mais problemas. Aquelas duas letrinhas derrubaram por completo um país inteiro, pra derrubar um avião é num piscar de olhos!
Tentando ser positivo: só o fato do avião ter sobrevivido à essa situação já demonstra a qualidade do projeto. É claro que o problema deverá ser sanado, mas é para isso que servem os protótipos, detectar problemas impossíveis de se prever durante a fase de projeto e eliminá-los. Também deve-se contextualizar o que ocorreu. A aeronave estava sendo propositalmente colocada em situações no limite de seu envelope de voo, o que não deve ocorrer em operação normal. A estabilidade do avião ficou muito bem evidenciada durante a longa viagem internacional e a apresentação extremamente ousada no Paris Air Show. Tenho… Read more »
https://www.youtube.com/watch?v=HivutjaxVSk
.
O avião é bom. Poderia ter tido esse fim e não teve. Aguentou o tranco.
A Embraer tem que ser inteligente e tentar usar isso a seu favor de algum jeito.
.
Abraço a todos.
facilitada
Gilmar Leal 19 de outubro de 2017 at 18:33
Referia-me ao suposto dano mais grave (torção da estrutura) que resultaria em inutilização da aeronave.
Será mesmo que foram 4g negativos ou foram 4g positivos da recuperação? Se aeronave ficou completamente fora de controle devido algum carregamento de cg mais crítico até acreditaria nesses 4 gs negativos.