Bélgica: caça francês Rafale ainda na disputa
BRUXELAS — O gabinete restrito da Bélgica, conhecido como “Kern”, decidiu na sexta-feira manter — pelo menos temporariamente — o avião de combate Rafale francês na corrida para a substituição dos caças F-16, enquanto continuava em paralelo os procedimentos da concorrência na qual os Estados Unidos e o Reino Unido responderam, oferecendo respectivamente o caça furtivo F-35 Lightning II e o Eurofighter Typhoon.
Parceria estratégica
Os principais ministros do governo concordaram em solicitar uma nova revisão legal da proposta francesa de uma parceria estratégica baseada no Rafale, que a ministra das Forças Armadas francesas, Florence Parly, “ainda espera” vender para a Bélgica, apesar da hostilidade exibida nesta oferta pelo Partido N-VA (do ministro da Defesa Steven Vandeput)
De acordo com várias fontes, o governo quer saber mais sobre a oferta francesa, feita no início de setembro, na véspera do prazo para a apresentação de propostas para o processo de licitação.
O ministro da Defesa, Steven Vandeput (N-VA), disse anteriormente que apenas as agências governamentais dos EUA e do Reino Unido responderam de acordo com as regras estabelecidas na concorrência (Pedido de Proposta do Governo ou “Request for Government Proposal”, RfGP) no prazo de 7 de setembro.
Mas Paris, sem responder ao RfGP, fez uma surpresa ao propor, em uma carta de três páginas enviada por Florence Parly ao seu homólogo belga, uma “parceria aprofundada e estruturante” baseada no Rafale e envolvendo a Bélgica no desenvolvimento da aeronave de combate de nova geração prevista pela França e Alemanha em 2040, como parte de um ressurgimento da defesa europeia.
Nova revisão legal
O Kern na sexta-feira decidiu pedir novas revisões jurídicas da proposta francesa — o que é politicamente difícil de rejeitar — enquanto o Sr. Vandeput, com base em duas opiniões legais procuradas internamente e o escritório de advocacia Stibbe, havia dito na quarta-feira que França estava legalmente fora da competição.
O procedimento iniciado no âmbito do convite para a compra de 34 novas aeronaves de combate por um montante inicial de cerca de 3,6 bilhões de euros continuará em paralelo com a revisão, disseram duas fontes.
Há um debate sobre “todas as ofertas”, confirmou o vice-primeiro ministro e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Didier Reynders (MR), à RTBF, na chegada ao Conselho de Ministros.
“Vamos examinar os aspectos legais e ver os contatos possíveis com cada um dos parceiros, incluindo a França. Esta é uma área suficientemente importante para a estratégia belga para que o governo discuta e ainda tenha contatos com os diferentes parceiros, incluindo França “, acrescentou.
“Não há urgência, não precisamos decidir isso em alguns dias”, disse ele. “Como se refere à política de defesa europeia, vale a pena analisar o que está sendo proposto, mas devemos ser capazes de combinar as condições do mercado … se os obstáculos legais forem muito grandes, continuaremos com o processo RfGP”, avisou.
Em Paris, Florence Parly, a ministra das Forças Armadas, assegurou que ainda “tem boas esperanças” de convencer a Bélgica a escolher o Rafale, que seu fabricante, a Dassault Aviation, apresenta como uma aeronave de combate “omnirole”.
FONTE: Agência de notícias Belga, publicada em 6 de outubro de 2017
Impressionante a vigarice francesa em querer negociar por fora, embaixo dos panos! Quisesse participar da licitação belga que apresentasse a sua proposta nos termos estipulados pelo governo de Bruxelas. Ademais todo vimos aqui no Brasil o resultado das “parcerias estratégicas” oferecidas pelo governo francês. Quando não se trata de um produto bichado (H-225/725) tem algum indício de corrupção no meio. Entretanto espero que o gabinete belga tenha o bom senso de após receber a proposta francesa jogá-la em seu local de direito, o lixo. Por fim, os contribuinte belgas ficarão satisfeitos em ver seus recursos serem empregados em um vetor… Read more »
Esperando o funcionário da airbus fazer propaganda do produto rival. Só para rir mesmo.
Se os belgas ouvissem as piadas que o pessoal da Legião Estrangeira Francesa contam sobre eles….
Tio Rosenweiss 9 de outubro de 2017 at 15:55
Pelo que soube piada de belga para os franceses está para piada de português para nós aqui no Brasil.
Eu acho que a Bélgica vai de F-35, é mais avião que o typhoon, é o preço vai ser igual.Quanto ao Rafael ele mais caro é não é de 5 geração. Mas acho que vai haver muita pressões dos países concorrentes.
A escolha belga é entre ir com os holandeses (F-35) ou ir com os franceses (Rafale).
O caça omnirole Dassault Rafale é uma plataforma incrível, alia o que tem de mais avançado em combate aéreo. Com a sua finalidade primordial de defesa aérea e superioridade aérea não poderia ficar fora da disputa na Bélgica, quem deve raciocinar defesa aérea sabe que o Rafale é uma arma letal que pode se incorporar a sua defesa aérea. Tem o aspecto financeiro, mas quem quer o melhor não pode prescindir de investimentos. Com isso, o Rafale incomoda e cutuca o F-35 e gera polêmica na pasta de defesa de Bruxelas em relação aos EUA. Sendo que, o joint strike… Read more »
Alemanha e França engajados em um desenvolvimento de caças de 5º geração, Inglaterra pronta para receber
os seus F35, A Itália saiu na frente, a Holanda fala em comprar 37 F35, ou seja, as visinhas potências da Europa todas optando pelo F35 – acho muito difícil a Bélgica ficar de fora ” a grama do visinho é sempre mais verde”. Lembrando que os requisitos do programa do FX da Bélgica só o F35 atenderia.
Ivanmc, tudo o que você faz é repetir as histórias da carochinha que constam da propaganda da Dassault, que até o presente não conseguiu justificar como um caça de 4,5 geração pode custar o mesmo que um aparelho de 5 geração. Aliás, hoje um F-35 é mais barato de adquirir que um Rafael. E por falar no F-35, de onde você tirou que o Rafale está “cutucando e incomodando” o aparelho da LM, da propaganda do fabricante? Faltou combinar isso com o mundo real, onde o F-35 já tem bem mais usuários. E se você tem alguma dúvida quanto às… Read more »
Bélgica, Suíça, Áustria, são países neutros e não precisam de tanto poder de fogo assim, voto pelo Gripen, considerando que ele esteja operacional e entregue o que promete, claro.
Aqui na América do sul o mesmo vale para o Chile, Colômbia e Argentina, se fosse eu já teria repassado alguns Gripen C para a FAB, esses países fazem exercícios militares em conjunto, quer melhor propaganda que essa !
HMS, desculpe, mas tua picuinha com o que seja francês beira à infantilidade, rsrsrs
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Essa concorrência é tão séria, quê SAAB e Boeing desistiram de participar. Azar do contribuinte belga.
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Até mais!!! 😉
Wellington meu amigo, não é picuinha mas sim fatos! Eu não disse nenhuma inverdade acerca do Rafale e dos métodos utilizados pelos franceses para empurrar seus produtos mundo afora.
E se o amigo diz que eu tenho picuinha, o que vai dizer de quem repete a propaganda da Dassault?
Por fim, se você duvida da licitude do certame belga, o que achar da Dassault querer empurrar o seu avião por debaixo dos pano, por fora? Por que não fez como a LM e a BAe Systems, que submeteram suas propostas nos termos pedidos pelos Belgas?
teropode 9 de outubro de 2017 at 22:31 “Ivanmc ,”o terrivel …mente errado” . Eu até iria rebater a ofensa, mas, porém não tem como dialogar com um BOT. . Os BOT ou Bot’s, são programas que executam tarefas pré-programadas e muitas vezes repetitivas. Eles são programados com algoritimos e suas ações respondem aos hábitos de outros bots ou usuários reais. Por ter esta possibilidade de agir de diversas maneiras, os bots são mais inteligentes que simples comandos de computador. Da mesma forma, os bots maliciosos são vírus mais inteligentes e mais difíceis de serem detectados por firewalls e antivirus.… Read more »
“HMS TIRELESS 9 de outubro de 2017 at 14:54”
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Não entendo pq “vigarice”…
A França fez uma oferta… Bruxelas aceita se quiser !!
E outra… vc nem sabe o que compõem as propostas, nem os valores envolvidos… ou sabe ?
Alfredo Araujo 10 de outubro de 2017 at 13:21 Vigarice sim! O governo belga lançou um procedimento licitatório para comprar os caças que precisa. Qualquer proposta honesta deve ser feita dentro do mesmo pois ali estão as regras estabelecidas por Bruxelas, as quais os concorrentes devem se submeter. SAAB e Boeing simplesmente não apresentaram propostas ao passo que a LM e a BAe Systems o fizeram. Assim, ao fazer uma proposta “por fora” os franceses clamam para si tratamento privilegiado, diferenciado, que não foi estendido aos demais concorrentes que se submeteram aos termos do certame. Como eu já afirmei em… Read more »
HMS TIRELESS 10 de outubro de 2017 at 13:32
Alfredo Araujo 10 de outubro de 2017 at 13:21
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Deixando de lado o rigor formal (o que pode ser um problema), para a Bélgica o ideal é obter o maior número possível de propostas diferentes, para aumentar seu poder de barganha sobre cada concorrente. Daí minha estranheza diante da atitude do MD belga. Pareceu-me que ele deve ter problemas pessoais com os franceses.
pangloss 10 de outubro de 2017 at 14:32
Amigo, o rigorismo formal dentro de um procedimento licitatório tem por finalidade justamente resguardar e proteger o interesse público, para evitar que administradores públicos malversem o dinheiro do contribuinte. E de outro lado, serve também para garantir tratamento isonômico aos competidores.