Mais informações do primeiro voo do caça Gripen E na coletiva de imprensa da Saab
A Saab realizou hoje uma coletiva de imprensa pela Internet para dar mais informações do primeiro voo do caça Gripen E de nova geração.
Participaram da coletiva o vice-presidente sênior e chefe da Saab Business Area Aeronautics Jonas Hjelm, os pilotos de teste Marcus Wandte e Hans Einerth, e o Chefe da Unidade de Negócios Gripen Jerker Ahlqvist.
Jonas Hjelm destacou que o Gripen E é de fato um novo avião e que por trás da visibilidade do histórico primeiro voo, existe muito trabalho de empregados dedicados, clientes, parceiros, fornecedores e milhares de horas em equipamentos de testes. Ele também agradeceu ao apoio da FMV – Swedish Defence Materiel Administration, pelo apoio prestado ao primeiro voo.
Segundo Hjelm, a fuselagem do Gripen E foi completamente redesenhada, o sistema de aviônica é totalmente novo, no qual a estrutura foi dividida em funcionalidade crítica de voo e funcionalidade tática separadas. Daí vem o conceito de “smart fighter” ou caça inteligente, que significa que o Gripen poderá ser adaptado mais rapidamente no futuro para novas ameaças, sistemas e táticas. No sistema de aviônica anterior, qualquer alteração no software demorava anos e a partir de agora, no novo sistema, será muito mais rápido introduzir modificações e novas capacidades.
Ele ainda reforçou que o primeiro voo significa que o sistema de aviônica totalmente qualificado foi aprovado e que agora estão mais confiantes de que o restante do programa será cumprido no cronograma.
O piloto de testes Marcus Wandt que voou o Gripen E e estava visivelmente entusiasmado, disse que o avião se comportou muito bem desde a partida e que nenhum aviso de problema surgiu, diferentemente do que se espera de protótipos que voam pela primeira vez.
Wandt destacou que pode sentir a maior potência do motor do avião em relação ao Gripen C/D. Após a decolagem, ele subiu com o trem de pouso baixado até certa altitude para testar as características de voo e, em seguida, fez uma aproximação simulada para pouso. Segundo Wandt, o caça se comportou exatamente como no simulador. Na sequência, o piloto subiu novamente e recolheu o trem de pouso, para depois colocar o avião em modo de combate e testar algumas manobras, nas quais também obedeceu perfeitamente aos comandos, superando as expectativas.
Na volta, baixou o trem de pouso e pousou suavemente finalizando o voo aplicando os freios da aeronave, que também funcionaram bem.
Na parte de perguntas de jornalistas que assistiam à coletiva, o piloto de testes Hans Einerth disse que o Gripen E foi acompanhado por dois caças Gripen atuando como “chasing aircraft” para servir de referência de velocidade de pouso ao piloto Wandt, caso o Gripen E sofresse alguma pane nos instrumentos e precisasse voltar à pista.
Einerth, em resposta à outra pergunta, disse também que o próximo voo só ocorrerá depois que todos os dados gravados do primeiro voo forem analisados e isso deve demorar algumas semanas.
Jonas Hjelm, respondendo uma questão sobre o cronograma, afirmou que apesar do anúncio no ano passado do adiamento do primeiro voo, o mesmo ocorreu como prometido no segundo trimestre de 2017. As primeiras entregas aos clientes estão confirmadas para 2019, de acordo com as expectativas.
O piloto Hans Einerth, respondendo a uma questão sobre quais as diferenças entre o Gripen E 39-8 pré-série e as aeronaves de produção de série, disse que o Gripen 39-8 utiliza todos os computadores e aviônica dos aviões de produção, mas não leva todos os sensores. Em seu lugar, o 39-8 leva equipamentos de medição e por isso é mais pesado que os aviões de série.
Jerker Ahlqvist, respondendo a uma pergunta sobre as principais diferenças do Gripen E em relação ao Gripen C/D, disse que o Gripen E tem mais potência, maior capacidade de armas externas, sistema de aviônica completamente novo que facilitará atualizações para novos sensores e armas.
Sobre possíveis futuros clientes além de Brasil e Suécia, Jonas Hjelm mencionou a Finlândia e a Bélgica, mas disse também que o Gripen E se encaixa muito bem nos requisitos de vários outros países.
Hans Einerth, respondendo sobre os pilotos de testes que vão voar o Gripen E, disse que a Saab tem 7 pilotos e que alguns vão voar o avião e que pilotos dos clientes também vão voar.
Jerker Ahlqvist disse que a primeira aeronave de série já está em produção, com a fabricação detalhada de vários componentes e ela deverá voar em 2019.
Encerrando a coletiva, Jonas Hjelm e Jerker Ahlqvist disseram que todos na Saab estão muito felizes e orgulhosos de, depois de muito trabalho dia e noite em computadores, simuladores e equipamentos de teste, fazer parte dessa jornada e desse momento.
Como é bom ver notícias do gripen, estava me sentindo triste por ter quase nada sendo noticiado, fora algumas matérias esporádicas, nada saia de novo!!! Acho que a partir de agora, vai ter material mais frequente!!! iiiuuuu…kkk
Creio que o IRIS é um dos sensores que não foi instalado no protótipo. Ao menos não consegui notar.
Pelo que eu entendi.. os sensores não foram instalados pra liberar espaço, foram instalados equipamentos de telemetria para os primeiros vôos de testes..
Adriano, acho que você quis dizer IRST, não? IRIS-T é o míssil ar-ar, já encomendado pela FAB para nossos F-39E/F Gripen.
O Gripen E/F será um marco para a FAB!
Isso mesmo Alexandre, obrigado!
O que me intrigou foi o fato de, logo no primeiro voo, o trem de pouso ter sido levantado e abaixado durante voo (se não me engano). Não é costume que, neste voo inaugural, o trem de pouso permaneça abaixado o tempo todo? Por que nesse caso foi diferente?
Daglian, por questões de segurança é normal não recolher o trem de pouso no 1º vôo, mas as últimas aeronaves geração E2 da Embraer também recolheram em seus 1ºs vôos. Isso passa uma impressão de que o projeto foi bem feito e que confiam nele, acho é mais uma ferramenta de marketing. Abs.
Agradeço a resposta Luciano, deve ser algo nesse sentido mesmo.
Abs.