F-35 weapons-bay

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O lento processo de integração do míssil AIM-120 possui causas diversas. Uma delas está relacionada com a versão do sotfware. Porém, outras estão associadas com a configuração da baia de armas e podem limitar o seu envelope de emprego.

por Guilherme Poggio

Os problemas envolvendo a integração do míssil ar-ar de médio AIM-120 não são novos e se arrastam desde 2012. Nem todos os problemas de integração estão relacionados diretamente com a aeronave (como deficiências na instrumentação e no processo de gravação de dados).

Outros no entanto estão diretamente relacionados com os sistemas de bordo do F-35 como o sistema eletro-ótico de aquisição de alvos (EOTS), fusão de dados e o capacete. Muitos desses problemas foram difíceis de serem replicados em laboratório ou em testes no solo.

Ensaios de separação com um míssil AIM-120 inerte ocorreram pela primeira vez em outubro de 2012 e prosseguiram no mês seguinte. Desde então os ensaios em voo com o míssil pouco avançaram.

An F-35A Lightning II joint strike fighter completed the first in-flight missile launch of an AIM-120 June 5, 2013, over the Point Mugu Sea test range in California. The JSF is a multiservice/international cooperation warplane. (Courtesy F-35 Program Office)
An F-35A Lightning II joint strike fighter completed the first in-flight missile launch of an AIM-120 June 5, 2013, over the Point Mugu Sea test range in California. The JSF is a multiservice/international cooperation warplane. (Courtesy F-35 Program Office)

Os testes de desenvolvimento para a integração de armas na versão Block 2B, programado para durar um ano, encerraram-se somente em dezembro de 2015. E mesmo assim dos 15 eventos programados na fase WDA (Weapons Delivery Accuracy), três não foram realizados. Todos eles envolviam o lançamento de mísseis AIM-120.

Foi decidido que um desses três eventos passasse para a fase WDA da versão Block 3i e os outros dois para a fase WDA da versão Block 3F. Essas mudanças ocorreram em função de deficiências no sistema de missão do radar, na fusão de dados e no sistema de guerra eletrônica.

Problemas relacionados a vibrações e ambientes acústicos no porão interno de armas foram mencionados primeiramente no relatório do DOT&E do ano fiscal de 2015. As vibrações induzidas estavam fora dos parâmetros de voo preestabelecidos. Isto poderia causar a redução da vida útil do míssil e potencial falha do sistema de telemetria terminal do míssil, necessário por questões de alcance de segurança.

A novidade trazida pelo atual relatório está na quantificação desta limitação. Segundo o documento “limitações de transporte e de envelope de emprego do míssil AIM-120 acima de 550 nós podem ser necessárias”. Análises em solo e em voo demonstraram excessiva vibração induzida em mísseis e bombas carregadas internamente.

AF-1 Static Ejection Test Run 3F-L-001 Station 4 AIM-120 Post Flight June 19, 2012 Edwards AFB
AF-1 Static Ejection Test Run 3F-L-001 Station 4 AIM-120 Post Flight June 19, 2012 Edwards AFB

O relatório não especifica se a vibração ocorre com as portas abertas ou fechadas, mas é possível imaginar que o problema seja potencializado com elas abertas. Também não foi definida as condições atmosféricas em que a velocidade de 550 nós atuaria.

Considerando que a velocidade do som ao nível do mar em condições ISA é de aproximadamente 660 nós, a limitação sugerida pelo relatório coloca o envelope de voo do míssil bem abaixo de Mach 1 e praticamente fora da zona transônica.

Desta maneira uma das grandes vantagens do AIM-120, que é a sua capacidade de atingir o alvo além do alcance visual, fica deteriorada uma vez que a velocidade inicial de lançamento ficaria restrita (consequentemente reduzindo o alcance do míssil).

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