Unidades Aéreas da FAB iniciam atividades em 2017 em novas sedes
Mudanças seguem planejamento que visa modernizar a instituição até 2041, quando completa cem anos
Por Tenente Flávio Nishimori
Ano novo, tudo novo. Assim tem sido o início de 2017 para vários esquadrões de voo da Força Aérea Brasileira (FAB) que foram remanejados de suas antigas sedes e passam agora a ocupar outras instalações em novas localidades. Essas mudanças das unidades aéreas fazem parte do processo global de reestruturação da FAB, que deve ser implementada até o ano de 2041, quando a instituição completa 100 anos.
Dentre as unidades aéreas que iniciam as atividades em nova casa está o Esquadrão Phoenix (2º/7º GAV). Com uma trajetória de 34 anos em Florianópolis (SC), desde que foi ativado no dia 15 de fevereiro de 1982, o Phoenix passa a operar agora em Canoas (RS), onde estará subordinado à Ala 3.
O 2º/7º GAV compõe, juntamente com mais dois esquadrões (Netuno e Orungan), a Aviação de Patrulha da Força Aérea Brasileira, responsável por monitorar uma área equivalente a aproximadamente 4,5 milhões de quilômetros quadrados sobre o mar territorial brasileiro.
Além da missão de patrulha marítima, que garante inclusive a segurança das jazidas de petróleo do pré-sal, o Esquadrão Phoenix se destaca nas missões de interferência eletrônica, PDATAR, e principalmente na missão de busca. As unidades da Aviação de Patrulha também integram o sistema de busca e salvamento conhecido como SISSAR, responsável pela localização e resgate de tripulantes de aeronaves e embarcações desaparecidos na área de responsabilidade brasileira.
“Com a transferência para Canoas, o Esquadrão Phoenix incrementará a operacionalidade da Ala 3, trazendo para o Rio Grande do Sul o profissionalismo dos patrulheiros”, ressalta o comandante do Esquadrão Phoenix, Tenente-Coronel Aviador Marcus Vinícius Venâncio da Penha.
Anápolis – Do nordeste para a região central do Brasil. Quem também deve operar em uma nova sede a partir de 23 de janeiro é o Esquadrão Carcará (1º/6º GAV). A transferência de Recife (PE) para Anápolis (GO) foi marcada por uma solenidade militar em meados de dezembro do ano passado.
O comandante do Carcará, Tenente-Coronel Aviador João Gustavo Lage Germano, ressalta os ganhos operacionais e estratégicos da mudança de sede. “Anápolis fica no centro do País e isso possibilita que em cerca de duas horas e meia de voo as aeronaves do esquadrão consigam se deslocar para qualquer localidade do País”, explica.
O Esquadrão Carcará, em seus 65 anos de existência, esteve sediado na Base Aérea do Recife, tendo atuado em ações de reconhecimento aéreo e busca e salvamento em todas as regiões do Brasil.
Operou as lendárias aeronaves B-17, as Fortalezas Voadoras, o RC-130 Hércules, R-95 Bandeirantes e, na atualidade, opera o R-35A/AM Learjet, realizando missões de reconhecimento por imagens e reconhecimento eletrônico.
Rio de Janeiro – Quem já está operando desde setembro de 2016 em nova sede é o Esquadrão Puma (3º/8º GAV). Antes localizado na Base Aérea dos Afonsos (BAAF), agora o esquadrão finca raízes na Base Aérea de Santa Cruz (BASC), no Rio de Janeiro, no antigo hangar do Esquadrão Adelphi (1°/16° Grupo de Aviação), desativado em dezembro do ano passado.
Criado em 9 setembro de 1980, o Esquadrão Puma opera atualmente o helicóptero H-36 Caracal. A aeronave é capaz de realizar voos a qualquer hora do dia ou da noite para cumprir missões de busca e salvamento, resgate em combate, operações especiais, evacuação aeromédica, transporte especial, transporte logístico e apoio às comunidades nos casos de calamidades públicas.
“A reestruturação reservou ao Esquadrão Puma uma volta às origens, remetendo-nos ao lendário Terceiro Esquadrão Misto de Reconhecimento e Ataque na Base Aérea de Santa Cruz (3° EMRA). O sentimento geral é de esperança de que o esforço despendido leve a Força Aérea Brasileira para um futuro de excelência administrativa e operacional”, destaca o Comandante do Esquadrão Puma, Tenente-Coronel Eduardo Barrios.
FONTE: FAB
A ALA 2, Anapolis, será ativada no próximo dia 18. Nessa nova estrutura, o comandante de UAE perderá muita autonomia, passando, quase, a ser um “chefe de seção”. Nas Bases Aéreas o comandante da Base não possuía autoridade operacional sobre a UAE sediada. Essa autoridade era exercida pela FAE respectiva. Na nova estrutura, o comandante da ALA definirá o Programa de Instrução e Manutenção Operacional (PIMO) das suas UAE subordinadas. E poderá voar naquela UAE onde tiver qualificação. No caso de Anapolis, o seu comandante, operacional em F-5EM, poderá voar no 1° GDA. O GSB foi substituído pelo GAP, chefiado… Read more »
Quando foi noticiada essa “reforma” na organização da FAB, acreditei que ela seria mais profunda, com um menor número de Alas (na verdade, entendi errado e pensei que uma Ala comandaria mais de uma Base Aérea).
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Não seria possível (e até desejável) uma Ala comandar as Bases de Anápolis e Brasília, por exemplo e, assim, enxugar mais cargos administrativos? Existem 5 Alas para apenas um esquadrão (1, 7, 13, 14 e 15) e que poderiam ter destino semelhante.
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De qualquer forma, parabéns a FAB por buscar melhorias e implementá-las.
A reestruturação não pode ser dieta para etíope. “Enxugar” com relação ao tamanho é equívoco. Se a FAB diminuir mais vai virar força auxiliar do EB. Que aliás, junto com a MB, está se fingindo de morto. Cadê a Segunda Esquadra em São Luiz? O que a FAB quer é focar na missão fim, com vetores mais capazes. Em maior número, se possível.
Outras mudanças virão. Até 2018 o COMGAP será transformado em Departamento Logístico, com sede no prédio do COMAR IV (que será extinto), no Ipiranga.
Quanto ao 2°/7° GAV, o último P-95M (modernizado), está sendo concluído no PAMAAF. Essa modernização aumentou a capacidade da aeronave dando uma sobrevida à mesma, além de permitir à FAB cumprir com mais eficiência a missão de Esclarecimento Marítimo. Que no futuro, será realizado por ARP. As missões anti submarino e anti superfície passam pra MB (como deveria ser desde sempre).
Como assim, Rinaldo Nery? Quando o P-3AM for desativado, não teremos mais aviões de MP?
Rinaldo, quando eu disse enxugar me referia aos quadros administrativos, principalmente ao alto escalão. Não me referi a enxugar o número de aeronaves (que eu até acho cabível no caso do GTE). . Na minha visão de leigo, a Ala 1 poderia se fundir com a Ala 2 e ela ser comandada por apenas 1 Brigadeiro, com uma redução também de alguns subordinados. Não quero dizer que o pessoal da Ala 1 daria conta de comandar a Ala 1 mais a Ala 2, mas, sim, que uma quantidade intermediária de oficiais das duas Alas conseguiriam comandar as duas bases, caso… Read more »
Rinaldo Nery 10 de janeiro de 2017 at 13:12 Pois é meu caro Rinaldo Nery, mais uma vez a FAB mostrando que entendeu o recado e está reorganizando, com agilidade, a sua estrutura funcional. Com os limões que tem, fez uma limonada. Espero que, em breve, consigam “amarrar as pontas que faltam”. E não precisou de nenhum novo equipamento ou nenhum “dinheiro novo”, fez com o orçamento que tem. Lembrando dos tempos do Itamar, quando ele anunciou que o país precisava de num novo carro, econômico, familiar de baixo custo, a VW entendeu reviver o Fusca e a FIAT lançou… Read more »
Nossa, juro que não sabia que a FAB havia operado o B-17…
Vader 12 de janeiro de 2017 at 14:10
http://2.bp.blogspot.com/_uRX1wGVlxMw/TQJauwvXTNI/AAAAAAAABzs/cDOpVCoP6gc/s1600/B-17+em+Recife+01.jpg
Matheus, nossa última aeronave de Patrulha será o P-3AM. É bom a MB começar a se coçar…
Rafael, nada é definitivo. Sua idéia de uma Ala comandar mais de uma Base poderá ser a solução lógica no futuro. Uma das Ala deveria ser “projeto piloto”, mas o TB Rossato, preocupado com 2018, atropelou tudo.
Mas e o P-X da Embraer?
Entendi, Rinaldo. Obrigado pelo esclarecimento.
Matheus, pelo jeito será problema da Marinha que poderá ou não adquiri-lo, assim como a FAB preferiu o P-3 ao avião da Embraer, no passado.
Santo Deus…
Nem os EUA, com a marinha mais poderosa do mundo, vai fazer esclarecimento marítimo só com drones. E olha que eles têm o MQ-4 nem o melhor drone de esclarecimento marítimo por aí consegue operar sozinho. Ele precisa do P-8. SDS!!
Problema da MB. Usa o que quiser.
Problema é da FAB em acabar com a aviação de MP. Mas aqui não tem dinheiro pra tudo né? é o país da incerteza
Problema da MB em assumir a sua responsabilidade. Faz parte do SISGAAZ.
Continuo achando que a FAB deveria ter aviões MP….
Interessante, mas nas marinhas do Japão, dos EEUU, da França e da Alemanha, por exemplo, o esclarecimento marítimo parece ser feito pela Marinha, pois ela que detém os modelos de aviões para esta função. Kawasaki P-1 Japão Patrulha marítima Lockheed P-3 Orion Japão Patrulha marítima, SIGINT, Reconhecimento P-3C Orion Lockheed EEUU Patrulha marítma Breguet Br.1150 Atlantic França Patrulha marítima de longo alcance Lockheed P-3C Orion – CUP Alemanha Patrulha marítima Entretanto, na Itália, a responsabilidade da patrulha marítima é da força aérea. Breguet Atlantique Itália Patrulha marítima ATR 72 Itália Patrulha marítima No Reino Unido era responsabilidade da RAF, mas… Read more »
A FAB ativou, na ultima sexta feira, o Comando de Preparo e Emprego (COMPREP), que, juntamente com o COMAE, serão os Comandos mais importantes da Força. Dessa forma, atendendo à Lei Complementar 97/99, o preparo e o emprego da FAB foram separados. O COMPREP permitirá dimensionar e, também, definir os custos, do preparo e da qualificação da Força. Todas as ALA estarão subordinadas ao COMPREP, que terá 43% do efetivo da FAB. À sua frente estará, na minha opinião, um dos oficiais generais mais qualificados da FAB, que entende e pensa a guerra, TB Egito. Tive a oportunidade de te-lo… Read more »
Apesar do nome, o COMPREP será responsável pelo preparo, enquanto que o emprego será responsabilidade do COMAE (antigo COMDABRA).
Rinaldo, COMPREP vem sendo divulgado apenas como Comando de Preparo.De acordo com o site da FAB.
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Conheça os Grandes Comandos:
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Comando da Aeronáutica (COMAER)
Estado-Maior da Aeronáutica (EMAER)
Comando de Preparo (COMPREP)
Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE)
Comando-Geral de Pessoal (COMGEP)
Comando-Geral de Apoio (COMGAP)
Secretaria de Economia, Finanças e Administração da Aeronáutica (SEFA)
Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA)
Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA)