Guerra Fria: os Dassault Mirage 5BA da Bélgica
A fim de substituir a Republic F-84F Thunderstreak e RF-84F Thunderflash, o Governo belga decidiu, em 16 de Fevereiro de 1968, adquirir 88 Mirages (54BA, 22BR e 12 BD) com uma opção para mais 18 aeronaves cujo subtipo foi decidido mais tarde.
Em 25 de agosto de 1968, após uma série de discussões políticas e uma cooperação fracassada com os Países Baixos, foi colocada uma encomenda final com a Dassault para 106 aeronaves (63 BA, 16BD end 27 BR). O Mirage 5BA foi otimizado para ataques terrestres e foi de fato uma versão do Mirage IIIC usado pelo Armée de l’Air francês, mas equipado com aviônicos menos sofisticados.
Após uma extensa série de estudos, o Mirage foi preferido sobre o Northrop F-5A, o LTV A-7A Corsair, o Douglas A-4 Skyhawk, o A-6A Intruder e as novas versões do Starfighter F-104H e F-104S e o Draken sueco.
Em 1988, decidiu-se modernizar cerca de 20 Mirages no que foi chamado de Programa de Melhoria do Sistema Mirage (MirSIP), mas com a queda do Muro de Berlim a situação política mudou para um ponto que não se justificava mais a modernização. O Chile assumiu os Mirages melhorados (incorporando também modificações chilenas e chamadas “Elkan”) e mais 5 aeronaves não modificadas. Os Mirages restantes armazenados foram comprados pela empresa francesa SAGEM, enquanto várias aeronaves tornaram-se guardiãs de portões de bases ou expostas em museus.
É o pai do Kfir.
O F-84 chega a ser feio, gordo e desajeitado ao lado do Mirage.
Em 1991 foi realizado, na AFA, o Campeonato de Pentatlo Aeronáutico Internacional Militar (PAIM), com a participação de vários países, dentre eles a Bélgica. Dentre os competidores belgas havia um Tenente piloto de Mirage 5B. Levei-o num vôo de T-27. O Brasil é competidor tradicional do PAIM, já tendo se sagrado campeão mundial algumas vezes. Inclusive em 1991.
A modernização deu a estes Mirages os decoys de chaff e flare. Porém de armamento ar-ar só levavam 2 sidewinder.
Eu achei a camuflagem destes Mirage 5 agressiva, linda mesmo.
Alguns ELKAN Chilenos ainda estão,”em tese”, em condições de voo. Foram aposentados com horas remanescentes e hoje são oferecidos pra canibalização. A FACh decidiu aposentar eles, mesmo antes de expirar sua vida útil por considerar muito alto o custo de operação. Na atualidade 13 deles, se encontram estacionados na Base aérea “El Bosque” em Santiago junto às 5 aeronaves que foram compradas sem modernizar e que foram sometidas a adaptações e modernizações no Chile. Estas 5 unidades foram denominadas Mirage Patera. Se quiser ver, é só entrar no Google Earth. Sua localização: Latitude 33°34’3.28″S Longitude 70°41’42.84″O. Os perfis de ambas… Read more »
Rinaldo, nunca tinha ouvido falar desse PAIM. Pensei que as cinco provas fossem em aviões e fiquei imaginando quais seriam.
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O Google sanou minha curiosidade. É um pentatlo moderno com basquete no lugar do hipismo e a corrida contém alguns obstáculos.. E tem provas aeronáuticas como cereja do bolo. Legal! O senhor competiu?
e “se” . . . o Muro ficasse de pé ?
Será que a Bélgica teria comprado uns 50 Rafales?
Rinaldo Nery, eu estava lá neste PAIM lembro bem dos Belgas, teve uma fato bem curioso, um tenente novinho Belga piloto de F-16 chegou em um Coronel antigão da FAB e falou que pilotava o F-16 e perguntou qual aeronave o Cel. pilotava, este meio sem graça respondeu “T-27”.
Foi motivo de muita gozação a expressão de desanimo do Cel.
Ah sem falar que lucramos horrores trocando Dolares pros gringos.
Junior Marchi
Fica dificil compreender como um país pequeno, com economia pequena tinha condições para tanto. Somente nesta foto eles tinham mais Mirages que Brasil e Argentina juntos.
“Antonio Palhares 8 de novembro de 2016 at 8:39
Fica dificil compreender como um país pequeno, com economia pequena tinha condições para tanto. Somente nesta foto eles tinham mais Mirages que Brasil e Argentina juntos.”
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Eu discordo MUITO ! É muito fácil entender o pq.
A Bélgica passou 5 anos sob domínio nazista. Qualquer país que tenha vivido sob o jugo de outro país, da uma importância a mais aos assuntos relacionados a defesa…. ainda mais quando se tem uma URSS no auge de seu poder, batendo a porta…
Alguns dos Mirage ELKAN comprados pelo chile tem, em tese, condições de voo. Eles foram aposentados com horas remanescentes por serem considerados muito caros de operar. Na atualidade 13 destes caças se encontram estacionados na Base Aérea El Bosque em Santiago e são ofertados como fonte de peças. Se entrar no Google Earth vai vê-los na Latitude 33°34’3.20″S Longitude 70°41’42.73″O. Junto se apreciam 5 Mirage Pantera, remanescentes de um lote de 16 que foram comprados novos e modificados por ENAER.
Moderação, alguns comentários fiaram retidos, peço por favor desconsiderá-los.
O melhor a mais versátil caça dos anos 60 foi a família Mirage III. Phantom incluso.
Clésio, o Phantom II foi o melhor caça dos anos 60, especialmente com o surgimento do F-4E que trazia um canhão interno. Mas o Mirage III era sem dúvida o aparelho de melhor custo benefício do mercado.
O membro injustiçado da família talvez tenha sido o M 50, pois tinha ao invés daquela bomba problemático do Atar 9C, tinha o 9K 50, um motor muito melhor, mas chegou tarde.
G abraço
Rafael, atleta da equipe do PAIM somente os “top”. São atletas de nível olímpico. Hoje o nosso campeão é o Maj Utzig. Eu não chegava nem perto. Quem também tem muita tradição no PAIM é a Suécia.
Junior, o Tenente belga piloto de F-16 também voou no T-27. Levei os dois pra conseguir um macacão de vôo emprestado.
Essa versão BR do Mirage é a mesma que nós adquirimos?
Quem acompanhou a guerra das Malvinas, sabe dizer. Os IIIC sempre foram os burros de carga dos cadillacs.
Rinaldo, imagino que o nível seja bem alto mesmo, mas pensei que o senhor poderia ter sido um atleta rsrs.
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Dei uma olhada nos recordes mas, como as provas tem diferenças com as do pentatlo moderno, não é justo comparar com atletas olímpicos. De qualquer forma, achei bem interessante a competição.
Belas fotos.
Rafael, não, essa versão é a de reconhecimento dos Belgas.
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qboavida, até onde eu sei, nenhum Mirage IIIC esteve nas Falklands. Se não me engano foram adquiridos de Israel após o conflito.
Isso mesmo Leandro Costa, a versão que a Argentina operava era o IIIEA monopostos e IIIDA bipostos, algumas unidades estavam aptas a levar o o R550. O IIIC veio somente após o conflito de Israel.
Gente, aquilo é um ginásio? Ali, na primeira foto. kkkkk….
Tireless, eu mantenho o que disse. Acho o Phantom um caça com muitas qualidades, mas o desempenho dele em combate não foi tão bom quanto o comparativo de ficha técnica leva a crer.
Sobre o melhor caça dos anos 60, vou entrar na conversa: . Segundo relatos de pilotos, o Phantom era um ônibus com 2 motores de Porsche. Muito potente, mas tinha limitações aerodinâmicas gravíssimas. O primeiro protótipo nem voou, e todas aquelas estranhezas da fuselagem (cauda baixa, ponta da asa levantada, nariz torto) eram anexos aerodinâmicos necessários para que o avião pudesse voar. Mesmo assim, tinha tendência de entrar em parafuso, de uma hora pra outra, sem aviso prévio. . O Mirage foi absurdamente eficaz nas mãos dos israelenses. Vários pilotos tecem muitos elogios à máquina, porém, os pontos falhos dele… Read more »
O Mirage é o mais belo avião feito pelo homem, não tem pra ninguém, o segundo é o F-14, difícil superar estes dois.
Ivany, eu discordo bastante. Até porque de acordo com os relatos que eu li em diversos livros, indicavam que o Phantom era sim uma aeronave difícil de voar. A tendência à entrar em parafuso era por causa de uma característica do Phantom chamada de ‘adverse yaw.’ Simplificando muito, quando em baixa velocidade e o piloto desejasse ir para a direita, as superfícies aerodinâmicas do Phantom jogavam ele para a esquerda. Se o piloto insistisse nisso, ele entraria em um parafuso bem violento. O jeito era deixar o manche centrado e usar os pedais para fazer a curva. . Era preciso… Read more »
Leandro
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Conheço esse livro. Conheço esse documentário que conta com depoimentos dos pilotos americanos. E fazendo um paralelo com das declarações de ambos, dá pra ver que o Mig-21 era superior (e muito!).
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https://youtu.be/fqP2qRfmoQA
Ah… o ‘Dogfights.’ Pois é, a diferença é justamente que você está olhando mais os pilotos treinados pela USAF. Eles não sabiam voar o Phantom hehehehehe. Parece estranho falar isso, mas é verdade. Veja os outros capítulos e de quebra ainda leia o ‘Clashes’ do Marshal Mitchel III.
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Na verdade, o que mais me irrita nesse seriado ‘Dogfights’ é que toda hora o narrador faz um super repeteco. Até porque esses combates geralmente duravam segundos, e fazem eles caberem em quase uma hora.
Os slats nas asas do F-4, que melhoraram a performance em curva sustentada significativamente, tornando-o comparável ao MiG-21 nesse quesito, só apareceram nos anos 70, junto com uma modificação para diminuir a fumaça das J79.
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Já sobre a pilotagem, eu vi o depoimento de um piloto que disse que ele era dócil, porém, se o piloto fosse grosseiro ou quisesse explorar o limite de ângulo de ataque, aí sim ele mordia sem avisar.
Leandro
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Nesse em específico conta a história de abate de Phantons sobre os Migs-21.
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Clésio, exato. As J79 fumavam um bocado. E o F-4E é de 72, se não me engano.
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Saudações.
O F-4E é de 1965, mas só chegou ao SEA depois de terminada a Rolling Thunder e, salvo engano, os slats foram instalados em fins de 1971, início de 1972. De fato, a fumaça gerada pelos J79 eram uma grande desvantagem e motivo de constantes reclamações por parte dos pilotos. Em formação de diversas aeronaves então, a fumaça combinada poderia ser avistada à grandes distâncias, o que certamente facilitava para o inimigo. Se contar no próprio tamanho do F-4 quando comparado com o MiG-21, e o MiG era bem mais difícil de se enxergar à olho nu, ainda mais se… Read more »
Leandro, o MiG-21 também atuou como aeronave de ataque, embora isso só tenha tido mais enfase quando recebeu 2 pontos duros adicionais sob as asas. E assim como o F-4, ele também atuou como aeronave de reconhecimento. Embora obviamente suas capacidades empalidecem quando comparadas ao F-4 nesse quesito.
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Hoje se sabe que as unidades operando na URSS eram consideravelmente melhor equipadas, em termos de aviônicos, do que as versões de exportação para os países clientes, tendo inclusive receptores de RWR, sistemas de navegação mais sofisticados e até datalink, nas últimas versões.
Os resultados no Vietnã não servem muito de parâmetro para afirmar se o Phantom era ou não superior ao Mig-21 ou ao Mirage. No Vietnã os pilotos da USAF e da USN entraram no conflito mal treinados e ainda por cima amarrados a regras políticas absurdas que, segundo um piloto descreveu, era o mesmo que ir para uma luta com um dos braços amarrados atrás. Assim eu prefiro me ater ao testemunho dos pilotos. E com essa premissa vou usar como parâmetro Robin Olds (16 Kills, 4 no Phantom) e Iftach Spector (12 kills, 8 no Phantom): – Robin Olds… Read more »
Tirelles e Clésio . Eu classifico o Mig-21 como melhor caça dos anos 60 também pela sua longevidade. A visibilidade traseira piorou muito com os anexos de tanques conformais. O design, anteriormente limpo e fluido foi contaminado por anexos aerodinamicos que o tornaram “gordo”. Porém, a validez desse conceito se mostrou ainda mais tarde, quando do conflito indo-paquistanês e o treinamento com a USAF. Se eu não me engano, o próprio Giora Romm declarou que um Mig devidamente pilotado teria sido um caos para as forças israelenses da época (e ele era um ás de Mirage/Nesher/Kfir). . Ele pilotado por… Read more »
No caso do Vietnam, se exigia identificação visual antes do engajamento. Isso se dava porque os sistemas de IFF da época não eram 100% confiáveis, e existia a possibilidade de fratricídio entre a USAF, USN, USMC e US Army que operavam aeronaves naquele teatro de operações. . Como nem o Sparrow nem o Sidewinder da época eram mísseis com grande capacidade de manobra, era difícil abater um alvo manobrando. Era preciso pegar o alvo num momento de transição entre manobras. . Canhões não tinham essa limitação, embora o F-8 Crusader tenha obtido a maioria de suas vitórias com o Sidewinder,… Read more »
Ivany, o cockpit do MiG-21 era tudo menos limpo: . . Clésio, o problema não era apenas a falta de manobras dos mísseis. Isso era até de se esperar, até porque foram projetados para derrubarem alvos não acrobáticos (bombardeiros grandes e pesados). O problema é que eles simplesmente não funcionavam como deveriam. . É interessante notar uma diferença aqui. O Sidewinder era bem mais simples, e infinitamente mais confiável. Na maioria das vezes, se disparado, o míssil funcionava. No início da Guerra do Vietnã, a versão AIM-9B, a menos manobrável de todas, funcionava, mas por falta de treinamento das tripulações,… Read more »
Leandro
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Estava falando do design do avião em si, não apenas do cockpit. Mas naquela época, era dificil não ter tantos instrumentos necessários, em contraste com hoje, que as informações estão no HMD, HUD e telões coloridos e 3d.
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Saudações.
Para quem quiser “vestir” o cockpit do MIG-21, sugiro uma visita ao Museu Aeronautico de Otawa
Para quem deseja “vestir” o cockpit de um MIG-21 sugiro uma visita ao museu de aviação de Otawa
Ivany, sim, vi agora. Me confundi, desculpe. E sinceramente eu acho o design do MiG-21 bem legal. Simples, e ao mesmo tempo elegante.
um paisinho como a belgica tem o dobro da força aérea brasileira, uma vergonha, nao adianta dizer que nao da para fazer que da sim, falta vontade politica…
O Miragem 3 tem slats?