A China vai liberar a exportação do caça J-10B?
Por Bilal Khan
A Chengdu Aircraft Corporation (CAC) fez uma exibição estática de seu caça multi-função J-10B no Zhuhai Air Show, na semana passada.
Além do caça, novos sistemas e munições ar-ar e ar-superfície também foram mostrados ao lado do novo avião de combate da Força Aérea do Exército de Libertação Popular (PLAAF).
Atualmente, apenas o J-10A – com a designação FC-20 – está disponível para exportação, pela Aviation Industry Corporation of China (AVIC).
Não está claro até que ponto as mudanças na estrutura do J-10 são sensíveis na visão da PLAAF, embora os subsistemas – ou seja, radar de varredura eletrônica ativa e o sistema de guerra eletrônica (EW) e contramedidas eletrônicas (ECM) são motivo de preocupação.
No entanto, com o Nanjing Research Institute of Electronics Technology (NRIET) apresentando um radar AESA abertamente para o JF-17 de exportação, parece que os chineses estão em posição de liberar seus subsistemas de próxima geração para o mercado, sem arriscar sua segurança nacional.
A AVIC não precisará competir com desempenho puro, mas sim com a realidade de que está oferecendo soluções capazes com as tecnologias atuais a um preço acessível. Uma versão de exportação do J-10B se beneficiaria de camadas de economias de escala graças ao mercado interno expansivo da China.
Por exemplo, a plataforma J-10 é a plataforma de caça multi-função da PLAAF. Nesta fase, os custos indiretos de pesquisa e desenvolvimento terão sido fortemente distribuídos, resultando em um pequeno custo adicional para o futuro cliente de exportação (além do custo de mão-de-obra e materiais).
É o mesmo caso do radar AESA e da tecnologia ECM/EW a bordo do J-10B. O desenvolvimento desses subsistemas não está vinculado ao J-10B, mas é, de fato, relevante para muitas aplicações, incluindo soluções em terra e no mar. Se não já, os chineses terão escala nesta tecnologia de forma expansiva, mais uma vez colocando subsistemas da NRIET e outros sobre uma base de custos favorável.
Com a próxima geração de caças FC-31 (J-31) sendo oferecida para exportação, é curioso que o J-10B ainda não tenha entrado no portfólio da AVIC. Claramente, os chineses não hesitariam em vender seu radar AESA e sua nova tecnologia EW/ECM, pois oferecem o FC-31.
Em contraste com o FC-31, que ainda não garantiu apoio (muito menos encomendas) da PLAAF ou da Marinha do Exército de Libertação Popular (PLAN), o J-10B é um caça completo, adotado e pronto para a produção.
O acesso ao J-10B não exige um investimento separado em pesquisa e desenvolvimento (que é o caso do FC-31), e o J-10B já transporta subsistemas contemporâneos da indústria.
Para uma força aérea que precisa hoje de uma plataforma de caça de peso médio maduro com fatores qualitativos, como um radar AESA, o J-10B é mais atraente do que o FC-31. É um produto tangível.
Pode-se apontar para o Paquistão, mas, além disso, este caça poderia facilmente atrair um conjunto mais amplo de países que simplesmente não teriam acesso aos atuais radares AESA que equipam caças de peso médio. O MiG-35 equipado com Zhuk-AME é essencialmente a única outra opção para países como a Argélia ou o Irã.
O CAC J-10B tem potencial para garantir vendas no curto prazo, o que poderia ser o bilhete da AVIC para aumentar sua relevância no mercado global de caças.
Os chineses já haviam exposto o FC-20 ( nomenclatura de exportação) em um feira:
http://www.janes.com/article/58176/singapore-airshow-2016-china-s-avic-looks-to-expand-exports-with-fc-20-fighter-aircraft
Opa! A Argentina vai mandar alguém pra lá pra olhar!
Já olharam faz tempo Rosenweiss!! Dá uma busca ali em cima por “J-10B argentina” que eu acho que sai a matéria.
Não entendo o motivo de tanto deboche com relação aos equipamentos chineses. Nós utilizamos f-5 ainda galera, vamos acordar pra realidade!
O J-10 para o Brasil seria perfeito.
Taí o Gripen que a Argentina pode ter.
E.Silva 7 de novembro de 2016 at 8:51.
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Não ofende o J-10.
Brincadeira.
Uma excelente opção para a maioria das FAs do mundo! A diferença de preço possibilita que comprem mais unidades que excederiam qualquer desvantagem, incluindo eventual menor disponibilidade (minha opinião de quem sabe uma fração do mínimo que gostaria sobre os equipamentos chineses).
Deve ser de altíssima qualidade, uma marca indelével da indústria chinesa.
Devemos comprar já.
Alguém sabe o seria esta “tampa aberta” com o caça voando e em solo, na traseira do avião?
Paulo 7 de novembro de 2016 at 8:44 “ O J-10 para o Brasil seria perfeito.” — hummm, acho que não, amigo. E não por conta das capacidades operacionais do caça chinês (não tenho conhecimento para contestá-las ou corroborá-las). O problema que observo seria de outra natureza: logística! Vai que, hipoteticamente, o GF comprasse esse avião para a FAB. Qual seria a assistência pós-venda que teríamso? E para integrar as armas que dispomos nesse caça? Isso sem falar que, diferente da Saab, duvido muito que houvesse a menor possibilidade de termos produção local do J-10, nem mesmo um parafuso! Como… Read more »
Olá.
Maximus, essas “portinhas” são os freios aerodinâmicos do aparelho.
SDS.
Olá Paulo. O que é perfeito para a FAB é o Gripen, que tem contrato assinado, financiamento aprovado, pilotos em treinamento e engenheiros na fábrica trabalhando.
mauriciosilva2014 7 de novembro de 2016 at 9:57
Obrigado Maurício!
Não consigo entender a lógica de alguém que diz que o J-10 ou J-17 seria uma boa escolha para o Brasil. Não nenhum sentido! . Gastaram uma fortuna no contrato do Gripen para produzir localmente uma aeronave que atende as necessidades da FAB. O que precisamos é atender a demanda dos 108 caças, ponto. . O Gripen E é um caça médio multifunção. Fará tudo que essas aeronaves chinesas poderiam fazer e melhor, fará tudo que os Mirage, F-5 e A-1 poderiam fazer e melhor… . Mas ainda precisamos de outro caça, além do Gripen? Sim… Um de 5 geração!… Read more »
Precisa ver como se sai quanto ao custo de operação. às vezes é barato de comprar mas caro de operar.
Camargoer”, olá, então vamos de Gripen NG e J-10 e já era.
Olá Camargoer”, então vamos de J-10 e Gripen. E já era.
Se seu radar tiver desempenho parecido com o radar do JF-17 (da reportagem anterior), quando ele detectar um Gripen E em teoria já estará no range compatível com o míssil Meteor correto? . Me corrijam por favor, ele detecta um alvo de 5m2 em 170km (novamente, supondo ser o mesmo radar ou de desenvolvimento parecido), o Meteor tem um range de 300km é isso? Considerando que o Gripen E deve ter um rcs frontal de 0,1m2 ou menos, talvez ele o detecte já na NEZ do Meteor (pelo que li em alguns lugares 100km, não tenho certeza). Sei que nessa… Read more »
Olá Bardini, eu estava só imaginando. Pelo porte do J-10 seria uma ótima escolha.
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Eu sei que estamos com o Gripen alinhavado e é só questão de tempo, assim espero.
Até mais.
Pessoal. quantas aeronaves dessa a China possui atualmente?
Super seven metido a besta….Mono por mono, fico com o nosso F39
Nem todo avião chinês é ruim, nem todo avião bom tem espaço na FAB. . Vejam a licitação: não veio o melhor vetor Boeing, o F-15. O bicho é mais caro que o F/A-18 para operar, portanto não veio. A Lockheed ofereceu o F-35, que naquele clima de incertezas e naqueles preços, também não veio. Os pilotos ficaram encantados com o Su-35, porém a intendência entendeu que poderia haver problema com a logística de manutenção. O Typhoon é pra quem pode, logo não podemos. O shortlist ficou entre os caças que teoricamente teriam o melhor custo x benefício, bem como… Read more »
Altair Marques 7 de novembro de 2016 at 11:49
Segundo a Wikipedia 240 unidades.
https://en.wikipedia.org/wiki/People%27s_Liberation_Army_Air_Force
O J-10 é perfeito para a Argentina que não tem contrato nem de um caça usado , não tem grana e dependendo do caça a ser comprado não permissão da rainha. Mui Bueno para os Hermanos! é pegar ou voar de Pampa mesmo
Acredito que caso seja realmente exportado, vai ser um ótimo parâmetro para se avaliar o produto chinês de alta tecnologia e consequentemente seu irmão maior o J-20. (Embora sejam de classes diferentes).
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Caso se confirme ser um caça pelo menos a altura do F-16 em termos de desempenho, tendo um pós-venda satisfatório e com valores de manutenção dentro do esperado, a China vai provar ao mundo que já é um player global de respeito.
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E caso tudo isso se confirme, ele tem tudo para abocanhar uma boa fatia do mercado.
camargoer” 7 de novembro de 2016 at 10:54
Assino em baixo.
Olá. Bardini, eu ainda acho que a FAB precisa sim de um outro caça. Para mim, o Gripen seria o “caça de uso geral” (ataque, interceptação e por ai vai). O próprio multiuso. Mas defendo que se mantenha um “GDA” (ou equivalente), composto por interceptadores de alto desempenho/alcance. Seriam aparelhos que voariam menos e teriam uma missão específica: interceptação. Para serem efetivos, o país precisaria ter aviões radar/alerta antecipado, comando e controle mais eficazes que o E-99, não se restringindo ao TO amazônico. Claro que seria necessário dispor de mísseis de longo alcance BVR no arsenal. Os demais armamentos poderiam… Read more »
Corrigindo: Assino embaixo.
Quem compra caças chineses? não temos parâmetros de um país sério para dizer se os caças chineses são realmente bons. Não vejo ninguém elogiando ou desejando um celular de marca chinesa, ou qualquer outro eletrônico, ou um produto chines ser o sonho de consumo de alguém, isto simplesmente porque o ocidente possui congeneres testados e com tradição de décadas de evolução e operação. O caça é bonito? é sim, mas isso não significa que é bom para o Brasil, não tem o menos sentido achar que a FAB iria comprar caças chineses, ou pior achar que poderíamos operar caças ocidentais… Read more »
Iväny
é isso ai.
Muita suponhetagem …. pouca realidade.
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Mais, haveria outras possibilidades que aqui (PA) defendi baseadas no F 5 e nos Mirage para seguir a lógica.
Sair da estrutura implantada no solo e no ar para aventuras ….. nem a pau juvenal.
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Mas que é uma cópia do Lavi isso ele é !
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Uma pergunta aos expert’s:
É possível colocar armamentos e “recheios” Israeli nesse vetor ?
Comprando-se somente motor com a “casca” ?
Tirando isso e tirando aquilo o J-10 é um ótimo avião par argentina com certeza o que daria a eles independência tecnológica em relação ao mundo ocidental…..
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Para o Brasil o bom mesmo é o Gripen……
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Apesar de na minha opinião fazendo coro com os pilotos Brasileiro o melhor mesmo seria um SU-35 o terror dos Ingleses no atlântico sul hehe….
Iväny Junior, assino em baixo!! O melhor é focar no NG mesmo. 😉
Tem cara de ser um ótimo avião, só não entendo do porquê dos amigos quererem vê-lo na FAB. À Argentina ainda vá lá.
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Bardini, meu amigo, o Gripen E não é um caça médio. Só aqui o pessoal quer defender está ideia (acredito que para ludibriar os desavisados).
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Maurício Silva, compartilho do mesmo entendimento.
Wellignton Góes, acompanho o relator.
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Eu também não entendo por que dizem que o Gripen E é um caça médio. O Gripen E é um caça leve.
mauriciosilva2014 – Olá Mauricio, não sou o Bardini, mas permita-me intrometer na conversa.. rsrs – Quando vc diz: “..que se mantenha um “GDA” (ou equivalente), composto por interceptadores de alto desempenho/alcance.” – Imaginando que esses tais interceptadores aos quais vc se refere sejam bimotores pesados estilo, F-15, SU-35, Typhoon etc.. Não vejo vantagem em se ter 1 único(?) esquadrão deles. Acredito que seria sim, mais toda uma logística/doutrina de operação, totalmente diferente apenas para se manter alguns poucos aviões. Tudo obviamente a um alto custo.. – E em se voando menos (menos ainda?!?) então, como você mencionou, piorou, qual seria… Read more »
As vantagens do Gripen transcendem muito o simples equipamento militar que ele representa.
Ele é adequado ao modo de fazer de nossa indústria.
O que os foristas aqui chamam de “LEGO”.
Senhores
Vou repetir o q postei na matéria do radar.
Infelizmente não posso ser mais claro, mas, segundo uma fonte que opera com material chinês novo em solo, não está bom não. Pode ser que no ar esteja diferente, mas não confio.
Saudações
Carlos . Não acredito que o J-10 possa ser muito personalizável, justamente por ser um vetor de 4ª geração e ter uma central de fly-by-wire, provavelmente interligada ao computador multi-missão, ao radar AESA e integrado com armamento exclusivo. Talvez possa ser possível integrar armamentos nele a pedidos, e provavelmente é o máximo que se pode conseguir neste âmbito. Se até o computador multimissão veio do projeto israelense, então, é muito provável que ele já seja nativamente compatível com os armamentos de lá, porém, é notável que os chineses modificaram algumas coisas, como o motor, que exigiu uma leve remodelação dinâmica.… Read more »
Rodrigo M 7 de novembro de 2016 at 15:26
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Concordo em tudo. E obrigado por interceder.
Imaginem se esse caça chines fizer sucesso…. muitos países irão comprá-lo na mão dos chineses, por ser barato e de baixo custo de manutenção ( hipótese, claro) , e pela não insistência do Tio Sam em liberar armamentos de boa qualidade. Assim ele vai ser um enorme sucesso ente os países em desenvolvimento da África, Ásia e até mesmo da América Latina – principalmente se vier recheado de equipamentos eletrônicos de ponta da indústria chinesa, pois duvido que eles não vão deixar de libera-los, pois não se enganem, os chineses querem é mercado, querem dominar a economia e, o que… Read more »
Não acredito que haja gente que queira trocar qualidade sueca por chinesa.
Off com jeito de tópico – Brasil fica fora de declaração americana sobre drones armados
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O Departamento de Estado americano anunciou, em 5 de outubro, a assinatura da “Declaração Conjunta sobre Exportação e Uso Subsequente de Veículos Aéreos Não Tripulados Armados ou de Ataque” por mais de 40 países, dentre os quais não se inclui o Brasil, que trata da importação e exportação de sistemas não tripulados armados e pretende inaugurar a criação de normas globais específicas para a utilização destes sistemas de armas.
A questão não é o J-10 ser melhor ou não que o Gripen, e sim a gordura que o gripen com certeza não dará a FAB na próxima década. Têm muita gente acreditando que serão 108 aeronaves, mas eu duvido e muito que terá um segundo contrato, pra mim não passam de 36, com sorte teremos 72. O Brasil não tem conhecimento pra produzir nem 10% do Gripen, a única coisa que será feita no Brasil é a montagem, nem a SAAB fábrica todas as peças, como ela pode vender o conhecimento de peças que ela nem fábrica? O x… Read more »
João Bosco . Esse avião não sairia tão barato quanto um FC-1 (JF-17), que estima-se estar em 30 milhões de dólares (e pra quem é aliado do Tio Sam, é muito melhor pegar uns F-16 do deserto, sairam a 28 milhões ultimamente, modernizados e abastecidos de suprimentos e armamentos). Aliás, não tem como esse avião ficar mais barato que o Gripen. Porém, acredito que eles estarão disputando mercados bem distintos, o Gripen é para o mundo ocidental e aliados da OTAN, e o J-10 (se comercializado) será para o mundo que não é aliado da OTAN. Mas não se pode… Read more »
De acordo com reportagem da RFA de tempos atrás, houve transferência do projeto Lavi para a China, que fez mudanças no projeto com relação à entrada de ar e motor, entre outras.
Tio Jacob não rasga dinheiro. Não é como Tio Sam, que mesmo não tendo investido um cent no projeto do F-20, impediu a Northrop de passá-lo adiante e diminuir o prejuízo.
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Há possibilidade do Irã, Síria, Venezuela, e outros países comprarem o J-10, de acordo com a supracitada reportagem, o que obviamente exclui participação israeli no mesmo.
Como exercício de imaginação e para divagarmos, tudo bem…..mas não, não teremos esse e nenhum outro caça, seja ele made in USA, China, Rússia ou sei lá de onde….teremos os 36 Gripen NG iniciais e mais alguns (os 36 iniciais só acredito quando chegarem todos e os adicionais….bem, com a conjuntura econômica nos patamares que está………). Então teremos, com sorte, 36 F-39 acompanhados dos F-5M que sobrarem após a incorporação dos Gripen e um punhado de A-1M, que com muita sorte e negociação da FAB/MD junto ao GF, passarão por modernização (em torno de 20 células). 36 F-39 + uns… Read more »
“Lucas Schmitt 7 de novembro de 2016 at 17:49”
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Disse tudo.
Obrigado, André Bueno.