Este vídeo recentemente desclassificado do head-up-display (HUD) de um caça F-16 da Guarda Nacional do Arizona da Força Aérea dos Estados Unidos registra o momento dramático quando seu piloto inconsciente é salvo da morte certa pelo sistema automático de prevenção de colisão com a terra (Automatic Ground Collision Avoidance System – Auto-GCAS).

O evento é considerado o quarto confirmado de “salvamento” de uma aeronave pelo sistema Auto-GCAS desde que foi introduzido na frota de F-16 da Força Aérea do EUA no final de 2014. Desenvolvido ao longo de quase três décadas pela Lockheed Martin, NASA e Laboratório de Pesquisa da Força Aérea, o sistema é projetado para executar automaticamente uma manobra evitando a colisão com o solo, se ele detecta uma colisão iminente.

Com o objetivo de reduzir em 90% os acidentes causados por colisão com o solo em voo controlado, o sistema completou a pesquisa e desenvolvimento no âmbito do Programa de Redução de Risco de caças, do Air Combat Command em 2010. Ele começou a transição para a frota de caças F-16 Block 40/50, em setembro de 2014, como parte da atualização de software do Programa de voo operacional (OFP) M6.2 +.

F-16 da Guarda Aérea Nacional do Arizona
F-16 da Guarda Aérea Nacional do Arizona

O Auto-GCAS compara continuamente uma previsão da trajetória da aeronave contra um perfil do terreno gerado a partir de dados de elevação do terreno a bordo. Se a trajetória predita toca o perfil do terreno, a recuperação automática é executado pelo piloto automático do Auto GCAS. A manobra de recuperação automática consiste de uma abrupta puxada vertical de 5 g até que a colisão com o terreno seja evitada.

No caso do vídeo, um piloto aluno internacional de F-16 estava em treinamento inicial de manobras de combate aéreo com seu piloto instrutor da USAF em dois F-16 separados. O aluno começou a puxar a aeronave, mas experimentou a perda de consciência induzida por força g (G-LOC), quando o F-16 atingiu em torno de 8,3g. Com o piloto inconsciente, o nariz da aeronave desceu e, a partir de uma altitude de pouco mais de 17 mil pés, entrou em um mergulho com inclinação maior e pós-combustão acionada.

Depois de apenas 22 segundos, o nariz do F-16 estava quase 50 graus abaixo do horizonte e em velocidade supersônica. O instrutor chocado chama “2 recupere!” pelo rádio, quando o estudante passava de 12.320 pés a 587 nós. Dois segundos depois, com o nariz para baixo em um mergulho de 55 graus, altitude em 10.800 pés e passando a velocidade de 613 nós, o instrutor preocupado novamente chama “2 recupere!” Nos 2 segundos seguintes, o instrutor agora frenético faz uma terceira chamada para o piloto aluno puxar o nariz do avião para cima, quando o Auto-GCAS executa uma manobra de recuperação em 8.760 pés, a 652 nós.

O aluno piloto neste momento desperta do desmaio e puxa o manche para trás, momentaneamente aumentando os gs para além do nível de recuperação padrão do Auto-GCAS de 5 a 9,1. A altitude mínima agora é de cerca de 4.370 pés. Da perda de controle à recuperação passaram-se menos de 30 segundos.

FONTE: Aviationweek.com

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