O A-10 nasceu como caçador de tanques na Guerra Fria

O A-10 nasceu como caçador de tanques na Guerra Fria

Embraer é uma das candidatas a oferecer avião de combate aos EUA

O A-10 nasceu como caçador de tanques na Guerra Fria
O A-10 nasceu como caçador de tanques na Guerra Fria

ClippingNEWS-PA Ninguém tem mais amigos em Washington do que o A-10 Thunderbolt, um antigo avião de combate que ficou famoso por seu canhão Gatling de 30 milímetros e por sua durabilidade –em batalhas no Oriente Médio e em conflitos entre o Congresso e a Força Aérea dos EUA.

O avião, apelidado de “warthog” (“javali”) por seu aspecto deselegante, data do início dos anos 1970 e foi construído para dizimar tanques soviéticos que nunca surgiram por trás da Cortina de Ferro. Essa besta com asas sobreviveu a numerosos combates contra a aposentadoria porque seus aliados políticos repeliram os vários esforços do Pentágono para derrubá-lo.

Segundo o orçamento atual do Departamento de Defesa, o A-10 voará até 2022. Embora os parlamentares americanos possam liberar recursos para manter o jato depois de 2022, a Força Aérea dos EUA começou a avaliar alternativas para a missão de oferecer apoio aéreo aproximado a tropas terrestres.

O futuro do A-10 faz parte de um debate militar muito mais amplo relacionado ao apoio aéreo aproximado e a que tipo de conflito os EUA enfrentarão, disse Richard Aboulafia, analista da Teal Group. Os EUA devem se concentrar em ameaças reais, como uma agressão da Rússia ou da China, ou em combates de intensidade menor, que Aboulafia chama de “incêndios florestais”, em lugares como Afeganistão e Síria?

O A-10 dos anos 1970 já não é viável contra um adversário importante como a Rússia, disse ele. Oponentes menores, como o Estado Islâmico e outros grupos terroristas, dão uma missão ao A-10, já que o inimigo não possui uma defesa aérea digna de crédito.

“Não há muita vontade política para novos Iraque, Síria e Afeganistão”, disse Aboulafia em entrevista por telefone. “Mas se esse for o futuro, então em todos os aspectos faz sentido continuar financiando algo como o A-10”. Se não for empregada a frota atual de mais de 280 A-10, então quem deve cumprir a missão? A seguir, algumas das opções que vêm sendo ventiladas nos círculos militares. (Sua famosa arma de 30 milímetros pode não sobreviver à transição).

AT-6 - foto Hawker Beechcraft

Beechcraft AT-6 Wolverine
O AT-6 é uma aeronave leve de ataque capaz de transportar uma variedade de bombas e foguetes guiados por laser. Trata-se de uma variação armada do T-6 da Beechcraft, que é usado por vários países no treinamento de pilotos. Além disso, o avião é um turboélice, o que pode levantar alguns questionamentos no Pentágono e no Capitólio. “Com um avião baixo e lento, diante de um adversário com algo mais que uma AK-47, você terá um problema sério”, disse Aboulafia.

Super Tucano A-29

Embraer A-29 Super Tucano
O Super Tucano é uma aeronave militar leve de apoio aéreo que o Congresso já adquiriu — para a Força Aérea do Afeganistão. A Embraer fabrica alguns de seus aviões na Flórida, com apoio da Sierra Nevada, e o modelo foi vendido a vários países, como Angola, Brasil, Colômbia, República Dominicana e Mali. Muitos desses países usaram o modelo em batalhas contra insurgentes. O Afeganistão planeja empregar seus 20 A-29 contra o Taliban. Uma razão pela qual o A-29 pode não se transformar no substituto do A-10 é o fato de não ter exercido papel de combate para nenhuma força aérea robusta, como as de Israel, Coreia do Sul, França e EUA.

Scorpion 3

Textron Scorpion
A Textron divulga há mais de dois anos o seu Scorpion, um “jato tático multimissões” de baixo orçamento, para governos e exércitos de todo o mundo. O argumento de venda: um preço de apenas US$ 20 milhões por avião, aproximadamente. E embora o modelo não tenha sido desenhado para apoio aéreo aproximado de tropas terrestres, o Scorpion pode ser adaptado e “não é algo fora da realidade”, disse o general da Força Aérea Herbert “Hawk” Carlisle no início deste ano. “Fizemos alguma pesquisa”, disse ele sobre o Scorpion. “Estamos apenas mantendo nossas opções abertas”.

FONTE: Bloomberg (tradução UOL)

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Ednardo de oliveira Ferreira

O que há de artigos de opinião da turma com um pé na trincheira? Galera mesmo da infantaria e de blindados, estes os grandes clientes do A10? Que tipo de apoio eles precisam e requerem mais? este assunto vem sendo bem debatido a anos. De modo geral a opinião nos fóruns que leio é da turma mais ligada à aviação. Há um certo consenso que ele será substituído por um conjunto de equipamentos, especialmente Drones e F35, com armas de maior precisão disparadas de longe. Até porque, como já citado exaustivamente, apoio aproximado está cada vez mais tenso, visto que… Read more »

Ednardo de oliveira Ferreira

Obs.: não acompanho o fórum ‘forças terrestres’. acompanho mais este e o Naval. Há algum debate lá sobre CAS? Se não, sugiro, pois creio que seria interessante o ponto de vista de quem mais realmente precisa de apoio aéreo aproximado.

augusto

Ednardo de oliveira Ferreira ai q ta o A-10 pra cenário de alta intensidade não é mais útil e pra apagar incêndios é mais fácil ter um drone com uma aeronave de ataque leve, o que eu vejo é que a USAF tem medo de mandar o a-10 embora é o congresso não liberar recursos pra substitui-lo ai vai adiando a aposentadoria

Madmax

Drones.

Madmax

Feitos em impressoras 3D.
Quantos precisar para a intensidade do CAS.

Juarez

Quem vai substituir o A 10 na USAF eu não sei, mas que vai fazer parte da missões no USMCs que antes eram tarefas do AV8B e dos F18 dos marines será o ST, anotem e acompanhem.

G abraço

Ednardo de oliveira Ferreira

pois é. pela USAF já teria rodado. Mas gostaria de opinião do infante ou do cara de blindado. Para este aí, creio que nada substitui muita bala nem o apoio próximo.

o A10 apóia especialmente o cara do exército e o fuzileiro, que não são da turma do aviãozim.

Juarez

OS Marines voaram e querem voar nos terceiros com ST, e os que voaram gostaram demais da anv.

G abraço

Clésio Luiz

Ednardo, o único relato detalhado que eu li sobre esse assunto de um sujeito que lidava com o assunto CAS no solo, era contra qualquer tipo de aeronave de alta performance e drones operando esse tipo de missão. . Segundo ele, como a USAF não tem como manter um caça o tempo todo sobre a cabeça dos combatentes no solo, eles trabalham com um conceito onde o apoio aéreo está no máximo a 8 minutos da tropa. Segundo ele, o problema é que os caças, para ter esses tempo de reação, gastam muito combustível e acabam ficando pouco tempo sobre… Read more »

Ednardo de oliveira Ferreira

Pois é. O ponto de vista publicado é na maioria das vezes do pessoal que voa, poucas vezes do “fi d’uma égua” que tá lá no chão levando chumbo.

Claro que entendo que o cenário aéreo está cada vez mais interditado ao CAS. Qualquer companhia vai ter 2 ou 3 MANPAD’s à disposição. Mas me parece que CAS é um problema dos marines e do Exército, e não para USAF.

Mas talvez em 15 ou 20 anos já haja drones com poder de fogo para CAS equivalente a um A10.

Ednardo de oliveira Ferreira

Obs.: quando cito poder de fogo, trato de capacidade em carga paga (hoje, o reaper tem uns 1700kg), sensores ainda melhores para consciência situacional e armamento como canhão, amadurecimento do projeto e custo viável (hoje o reaper está em 17.000.000$ a unidade).

Dados do reaper: https://en.wikipedia.org/wiki/General_Atomics_MQ-9_Reaper

Maria do Carmo Lacoste

Clésio Luiz 15 de agosto de 2016 at 23:19 Não são oito minutos, são sete, é a chamada “regra dos sete minutos”, o tempo de resposta requerido, o A-10 não cumpre essa norma, vamos chamar assim, pois precisa de uma grande infra estrutura para operar, e normalmente opera longe da tropas, o A-29 pode operar desde condições precárias de pistas e de equipe de terra, então pode permanecer mais perto das tropas, além de grande tempo sobrevoando o campo de batalha, é isso que quem está sob fogo inimigo precisa. Sobre drones como dito por alguns, eu acho que um… Read more »

Clésio Luiz

Maria do Carmo Lacoste Que eu saiba, o A-10 foi feito para operar próximo da linha de frente, seu trem de pouso é adequado à pistas rústicas e ele até possui escada integrada na fuselagem. Inclusive é o caça mais barato de operar da USAF, mais até que o F-16. Uma vantagem dele sobre outros caças é o tempo de voo sobre o alvo. Nos anos 70, num último esforço (contra) antes de deixar o programa seguir em frente, fizeram um teste com o A-7 para ver se este podia cumprir a missão e descobriram que o tempo sobre o… Read more »

Maria do Carmo Lacoste

Clésio Luiz 16 de agosto de 2016 at 10:49 O A-10 foi construído para destruir as colunas de tanques do Pacto de Varsóvia, eu lembro que li um artigo na Military Review que seus fabricantes estudaram até a forma de emprego das metralhadoras soviéticas de 23 mm usadas como bateria anti aérea na época, e a melhor forma do A-10 sobreviver a elas, era outro cenário, ninguém nunca jamais imaginou o surgimento do Bin Laden, Al Qaeda, EI… e toda essa baboseira atual.. A logística despendida para operar um A-29 é infinitamente menor e mais simples que para um A-10,… Read more »

Marcelo Andrade

Sou fã do A-10 há muito tempo, desde o fascículo de Aviões de Guerra sobre ele!!! Este vídeo mostra a oponência do bichinho!!! Claro que hoje os orçamentos estão sendo cortados e não estamos na era das torneiras abertas da Guerra Fria, mas, se sou infante e vejo um rasante de uma esquadrilha dessa sobre minha cabeça!!! E banzai na certa!!!!

Clésio Luiz

Sim, com certeza a logística do ST é muito mais simples que a do A-10. Só a quantidade de combustível para manter uma esquadrilha voando é muito menor.
.
OFF Topic
.
Sem lugar melhor para postar isso, aqui vai: hoje fazem 50 anos da operação israelense para obter um MiG-21 iraquiano. Merece uma nota pelo menos.
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http://www.iaf.org.il/4450-46926-en/IAF.aspx

augusto

Clesio sobre o CAS hoje acho que o cenário que você leu acho que não vale mais, ainda mas porque o CAS hj é feito com bombas inteligentes é só a tropa sinalizar com pode de laser que qualquer caca ou bombardeiro pode fazer o trabaio

Clésio Luiz

Pelo contrário Augusto. Tenha em mente que bombas tem um raio letal que pode chegar a mais de 100 metros mesmo em bombas pequenas como a Mk.82. Ano passado eu vi um vídeo onde uma tripulação de F-15E se negou a liberar uma bomba porque o local onde o inimigo estava era próximo de uma escola. Então eles fizeram uma passagem de metralhamento, o que satisfez os operadores franceses que estavam sob fogo inimigo. . Esse é só um exemplo. Existem outros casos documentados onde os inimigos estavam tão próximos das tropas aliadas que o ataque com bombas não era… Read more »

bosco123

O A-10 foi pensado numa época que a defesa antiaérea das colunas blindadas soviéticas era efetuada principalmente pelo Shilka ZSU-23-4. Daí o canhão de 30 mm era uma arma de precisão aceitável para um caça bombardeiro destruir blindados. Havia também o Maverick A/B, que não tinha alcance muito maior que a do canhão, e colocava o A-10 ao alcance dos SA-9. A introdução do sistema Tunguska e do SA-8 obrigou o desenvolvimento do Apache/Hellfire e o trabalho conjunto do A-10 com o exército. O Maverick D também veio dar um alento ao A-10 na sua missão antiblindados, assim como a… Read more »

Clésio Luiz

Esse é o ponto Bosco. O F-35 é uma arma adequada a cenários de alta intensidade. Nisso não há discussão alguma. . O problema e o cenário onde os F-15, 16 e 18 estão sendo empregados agora, sem nenhuma oposição aérea, onde a maior oposição terrestre são armas leves e ocasionalmente um míssil lançado de ombro. . A USAF e o USMC arrebentaram com as frotas de F-16 e F-18, mandando muitos para o deserto e os que sobraram estão mais rodados que os F-5 da FAB, tudo para voar uma missão que poderia ser cumprida por uma aeronave mais… Read more »

bosco123

Clésio, Mas os americanos já estão cansados de serem polícia do mundo. Não sei se eles irão querer se meter mais nessa enrascadas que se meteram no Século XX e na primeira década do Século XXI. Dizem os “especialistas” que foram pra eles roubarem o petróleo e se enriquecerem mas estes mesmos dizem que o país está quebrado. Ou seja, se a intenção foi roubar eles só se deram mal. Não vejo vontade por parte dos EUA de ficar lutando guerras “invencíveis”. Se eles não aprenderam no Vietnã com o Afeganistão e Iraque eles devem ter criado um mínimo de… Read more »

Clésio Luiz

A intensão do Obama era justamente virar a página no Oriente Médio, mas… Eles continuam por lá nada indica que sairão tão cedo.
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Já sobre uma pequena frota para guerras sujas, eles podem ter o mesmo destino dos A-37B. São operados enquanto tiverem utilidade, depois são repassados para países aliados de 3º e 4º mundos.
.
Direitos Humanos vão sempre estar do lado de quem os financiam…

augusto

Clésio e Bosco baixa a civis e fogo amigo devem ser consideradas aceitáveis danos colaterais apenas as pessoas tem que saber que numa guerra pessoas vão morrer o melhor a se fazer é tentar ganha-la só e no final tudo da no mesmo porque fazer uma rajada de metralhadora num mundo que lotado de MANPADs pra mim nada mais é do q suicídio. É mas fácil perde soldados e civis que são apenas danos colaterais do que um avião de guerra mesmo que seja um ST

João Bosco

Sugeriria à USAF, se pudesse, fazer o seguinte,: um amplo programa de modernização dos restantes 280 A-10 ( aviônica, motores, etc) que o permitisse lançar armamentos de última geração para os próximos 10 anos, pois ele pode não ver mais uma planície repleta de tanques, mas esta cheias de insurgentes do E.I. com MANPADS e, para acompanhá-los, até sua definitiva substituição – pois nada é eterno, nem o A-10 – uma boa quantidade de aeronaves ST, pois estes já foram testados em combate, mesmo que não por EUA, França, Reino Unido, dentre outros. Se alguém ai está pensando que teremos… Read more »

bosco123

Xará Bosco,
Essa modernização do A-10 já foi feita e ele é plenamente capaz de lançar armas a distância segura de sistemas SHORAD (curto alcance).

Andcal

Também sou fã desta anv: da forma silenciosa de chegar e seu assovio quando passa. Tive a oportunidade de revê-las e toca-lá no último sábado.

Rinaldo Nery

Embora o A-29 seja uma boa aeronave COIN, testada em combate e do agrado de muitos oficiais da USAF e do USMC, essa compra terá um componente politico muito grande. Há um forte lobby “anti EMBRAER” junto ao governo norte americano. Mesmo com a aeronave sendo montada pela Sierra Nevada. Acho muito difícil o A-29 levar essa.
Quanto ao cenário de combate, a USAF sabe muito bem do que precisa e quais capacidades a aeronave deve possuir. Mais do que nós, operadores do avião.