Rafale na Índia: novas divergências quanto aos offsets
Segundo o site Defense News, franceses estariam insistindo em assinar o acordo governo a governo para os 36 caças Dassault Rafale, estimado em quase 9 bilhões de dólares, antes de finalizar o acordo de compensações no valor de 50% do contrato com a Índia. Ajuda francesa no programa do motor Kaveri para o Tejas também estaria sendo negociada, mas fonte do site The Diplomat não confirma essas discussões
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Na quarta-feira, 6 de julho, o site Defense News noticiou que a França está impondo novas condições em seu acordo para venda de 36 caças Dassault Rafale à Índia. Segundo a reportagem os franceses têm insistido, sem fazer muito alarde, que o acordo governo a governo com os indianos, estimado em 8,9 bilhões de dólares, seja assinado antes da finalização de um acordo de compensações (offsets) de 50% do valor do contrato.
As informações foram dadas por uma fonte da Embaixada Francesa na Índia, que falou em condição de anonimato: “Nós concluímos múltiplas discussões com a estatal DRDO (Defense Research and Development Organisation – organização de pesquisa e desenvolvimento de defesa) e outras agências para executar 30% de compensações nos programas indianos aeroespaciais e militares, em andamento e futuros, mas nenhum acordo (de offset) será finalizado até que o contrato final do Rafale seja assinado.”
Pelo lado indiano, uma fonte da área de aquisições do Ministério da Defesa, também falando anonimamente, afirmou sobre o assunto do Rafale: “Nós simplesmente não podemos tornar públicas as negociações”.
30% + 20% – Como parte do acordo do Rafale, segundo a reportagem do Defense News assinada por Vivek Raghuvanshi, a França comprometeu-se a compensações de 30% em programas de pesquisa e desenvolvimento de defesa militares e aeroespaciais, além de 20% para a fabricação de componentes do caça Rafale com empresas indianas.
Ainda segundo a reportagem, as empresas francesas Safran (motores), Thales (aviônica) e Dassault (células, integração, projeto e liderança do programa do Rafale), além da europeia MBDA (armamentos) também se compromissaram com tecnologias de furtividade, radar, vetoração de empuxo, mísseis e materiais para componentes eletrônicos junto à DRDO e empresas da Índia.
Motor Kaveri para o Tejas – Entre as discussões governo a governo, a França teria concordado em ajudar a retomar o programa mal-sucedido do motor a jato Kaveri, desenvolvido na Índia para equipar o caça leve Tejas, também de projeto indiano. No estágio atual de desenvolvimento, o Kaveri mostrou ter pouca potência, eficiência e confiabilidade. Atualmente, o Tejas é equipado com o motor norte-americano F404, da General Electric.
A fonte da embaixada afirmou que, em dois anos, a cooperação com a França pode ajudar a desenvolver um aprimoramento do Kaveri, capaz de atingir empuxo de 90 kN. Pelo lado indiano, uma fonte da DRDO (também sob a condição de anonimato), confirmou que houve “discussões detalhadas com equipes francesas para reviver o projeto do motor Kaveri”, e que no momento “a decisão final está com o Ministério da Defesa”.
Mísseis e manutenção – Ainda segundo a reportagem do Defense News, além dos 36 caças Rafale a Índia pretende comprar 1 bilhão de dólares em armamentos para necessidades imediatas, incluindo mísseis ar-ar Mica e Meteor, mísseis ar-solo Scalp e munições guiadas de precisão.
Espera-se também que os indianos adquiram um pacote de apoio de engenharia e manutenção de cinco anos para o Rafale, a um custo estimado de 500 milhões de dólares.
Mais atrasos? A reportagem do Defense News repercutiu no site The Diplomat, da área do Pacífico – Ásia. Texto publicado hoje e assinado por Franz-Stefan Gady opina que essa questão das compensações confronta a assinatura do contrato com mais atrasos.
O autor ressaltou a cronologia dos fatos reportados por ele mesmo no site sobre as negociações, que só em abril deste ano chegaram a um valor de cerca de 9 bilhões de dólares para o acordo dos 36 caças “de prateleira”, época em que a cláusula de compensações era uma questão ainda pendente.
Outras pendências que vinham perdurando, segundo Gady, eram a data de entrega das aeronaves e questões técnicas como a troca de componentes originais por outros fabricados na Índia e também de prateleira, assim como armamentos.
Em relação ao que afirmou ao Defense News a fonte da Embaixada Francesa, a respeito das negociações sobre o motor Kaveri, o site The Diplomat confronta outra versão: de acordo com pessoa do Ministério da Defesa da Índia, nenhuma negociação teria ocorrido nas últimas seis semanas.
FOTOS (em caráter meramente ilustrativo): Força Aérea Francesa e ADA
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É incrível que um país como a Índia, com um pobreza miserável, e indecente, tenha como prioridades gastar biliões em aviões, quando já tem uma força nuclear dissuasora. E por favor, não me venham com histórias da carochinha, que tem vizinhos perigosos como Paquistão, e ou China. As bombas nucleares e misseis estratégicos, são mais que suficientes para reduzirem a pó, estes países dezenas de vezes. EDUCAÇÃO SAÚDE CONTROLE DA NATALIDADE. BEM ESTAR DA POPULAÇÃO. Estes devem ser as prioridades máximas, de qualquer povo civilizado. O Brasil, deve sim comprar e desenvolver o Gripen, mas com os pés no chão,… Read more »
Poẽ 100% em curry e não se fala mais nisso.
Ramiro Lopes Andrade 8 de julho de 2016 at 13:57
Eu não acho que você seja mais humanista do que qualquer um que discorde de sua opinião. Pelo contrário. Minha experiência faz me ter cautela com aqueles que querem salvar o mundo mas não conseguem salvar aqueles que estão ao seu lado.
Se a Índia não for forte militarmente, ela vira Paquistão de dentro pra fora, se é que você me entende.
Save Ferris!
pois e tem uma disputa territorial ainda aberta no Kashmir a india naum pode dar mole ela sempre lutou as guerras da rainha e como eu digo em guerras de nobres ricos quem luta e o pobre como e que pode a india gasta mais do que o brasil em avioes o brasil produz avioes mais do que a india a india e mais rica do que o brasil?pois e a india vai produzir avioes tambem do tipo android e vai vender mais do que pamonha na feira kkkk
sem novidades. Obra de igreja.
Fica tão evidente os americanos e franceses, oferecendo de forma planejada caças Rafale para Índia e F-16 para o Paquistão. Gerando uma instabilidade regional sistematicamente pensada. Como todos sabem, 90% das guerras e conflitos militares após a Segunda Guerra Mundial foram na sua maioria provocados e realizados por parte dos EUA e depois a OTAN foi também arrastada neles. Isto levou milhões de vidas e provocou um dano material imenso. Os EUA aspiram a que a OTAN se torne um juiz e executor dos seus interesses bélicos e econômicos no mundo – direito esse elaborado pelos Estados Unidos. Os países… Read more »
Off topic :
Os editores aqui da página poderiam fazer uma postagem sobre o andamento do Pak-Fa pois de uns meses pra cá dois novos protótipos voaram, o 056 e o 058 sendo agora 8 realizando o programa de testes. E esses dois novos protótipos tem várias diferenças em relação aos anteriores. Em diversos sites já tem diversas novas fotos e informações.
Quando der tempo, abordaremos o assunto, Leo. Nesta semana excepcionalmente fiquei sozinho na edição do site, e com pouquíssimo tempo disponível.
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De fato, ainda não tivemos tempo de falar do voo do protótipo 058 que você menciona, mas do protótipo 056 nós publicamos matéria sim:
http://www.aereo.jor.br/2016/05/27/voa-mais-um-prototipo-do-sukhoi-pak-fa-t-50/
Pronto, Leo.
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Tá no ar matéria do PAK FA, e com um monte de links para matérias anteriores, algumas delas relativamente recentes. O PAK FA / Sukhoi T-50 é um dos temas mais abordados pelo Poder Aéreo desde o início do site.
http://www.aereo.jor.br/2016/07/08/pak-fa-voo-da-oitava-aeronave-e-andamento-do-programa-de-testes/
Ocidental Sincero 8 de julho de 2016 at 15:34 (…) Devagar o mundo está acordando e vendo quem são os maiores enganadores da humanidade. Ocidental Sincero, acho que você está precisando dormir mais um pouco, pois seu raciocínio esbarra na simples cronologia dos fatos. A rivalidade entre hindus e muçulmanos, que motivou a criação dos países que conhecemos como Índia e Paquistão (e também Bangladesh, inicialmente chamado de Paquistão Oriental), é muito anterior ao colonialismo europeu sobre aquelas terras. O comentário do Reinaldo Deprera (08/07/2016, às 14h14) deveria ter sido suficiente para afastar tais suposições, mas talvez você não o… Read more »
Concordo com alguns comentários que a Índia não pode dar mole no assunto de defesa, mas o que eles fazem é da uma de loucos. Basta ver a logística deles, insistem em manter uma força aérea com vários tipos diferentes de aviões, 9 BI por Rafale de prateleira? E ainda pretendem ir de PAK FA também …
Valeu Nunão !! Foi rápido.
Ah, Ocidental. Os EUA são tão maus. Bonzinhos são Fidel, Maduro…