Gripen E: perspectivas para o primeiro voo e entregas para Suécia e Brasil
Primeiro voo do Gripen E 39-8, apresentado em maio, está previsto para ocorrer até o final deste ano, e primeira entrega de exemplar de série está prevista para o Brasil, segundo site de aviação
Reportagem publicada pelo site AIN online nesta terça-feira, 5 de julho, traz algumas informações sobre o programa do Gripen E (nova geração do caça sueco) em geral e as perspectivas para o primeiro voo da aeronave 39-8, apresentadas em 18 de maio, e para as futuras entregas à Suécia e ao Brasil. A fabricante Saab espera voar o primeiro protótipo / pré-série do Gripen E, exemplar que recebeu a numeração 39-8, até o final do ano. A empresa o considera, segundo a reportagem, como uma aeronave de pré-produção e de testes, a primeira de três autorizadas pelo governo sueco.
Os voos do avião 39-8 serão destinados principalmente a testes de sistemas e aerodinâmicos. Já o segundo avião, 39-9, cujo primeiro voo deverá ocorrer no ano que vem, terá alguns sistemas táticos instalados. O terceiro exemplar, 39-10, deverá se juntar aos outros dois em 2019, já com sistemas destinados à capacidade inicial de operação (IOC) e o padrão de software / sistema de missão MS21.
Menos voos de testes que o Gripen C/D – Vale lembrar que a geração atual do caça sueco, o Gripen C/D (foto acima), está finalizando sua atualização para o padrão MS20, que inclui o emprego do míssil ar-ar Meteor e armas ar-solo SDB (bombas de pequeno diâmetro), entre outros aprimoramentos. Ainda segundo a reportagem, a Saab já trabalha no padrão seguinte de sistema de missão, o MS22, que acrescenta maior funcionalidade.
A Saab estima que a quantidade de voos de testes necessários para certificar o Gripen E será de apenas um terço dos que foram necessários ao Gripen C/D, e credita esse ganho ao uso mais intenso de bancadas de testes em terra realizando a maior parte do trabalho.
Brasil na frente – O site AIN Online também noticiou que a produção em série do primeiro lote dos 96 caças encomendados da nova geração, 60 para a Suécia e 36 para o Brasil, já está em andamento.
O primeiro exemplar de produção está programado para ser do Brasil, com fabricação na Suécia para testar os elementos específicos brasileiros do sistema.
Na Suécia, estreia na Ala F7 – Outra informação trazida pela reportagem é que a Suécia deverá receber seu primeiro exemplar de série em 2019, com obtenção da capacidade de operação inicial em 2021. A conversão dos seis atuais esquadrões de Gripen C/D (distribuídos em três alas de dois esquadrões cada) está prevista para o período entre 2023 e 2026.
O primeiro esquadrão sueco a se reequipar com o Gripen E, ainda segundo o AIN Online, será um dos dois que formam a Ala F7, em Såtenäs, o atual centro de treinamento do Gripen, cujos caças e pilotos também atuam na linha de frente.
60 no lugar de 100 – Os sessenta caças Gripen E (modelo monoposto) deverão substituir cerca de 100 jatos da atual geração, o que significa uma queda nos números, que se espera compensar pela maior capacidade da nova versão.
Ainda assim, alguns políticos suecos vêm advogando a necessidade de ampliar esse número, e o ministro da Defesa da Suécia, Peter Hultqvist, afirmou à reportagem que “sempre houve um debate sobre tamanho e número”, e que “se precisarmos de mais (caças), isso dependerá de uma nova decisão.”
Outros possíveis compradores – O primeiro sucesso de exportação da nova geração do Gripen foi o Brasil, que encomendou 28 exemplares do Gripen E e 8 do Gripen F (biposto), num contrato em que a transferência de tecnologia foi considerada um fator importante, com a indústria do Brasil tomando parte não só na produção de parte da encomenda destinada à Força Aérea Brasileira, mas também no desenvolvimento do modelo biposto.
A reportagem chega a mencionar o desenvolvimento da proposta da versão naval (Sea Gripen, ou Gripen M) como parte do envolvimento da indústria brasileira, mas destaca principalmente o potencial da compra brasileira chegar a 100 aviões. Isso, combinado à possibilidade de vendas a países latino-americanos, explicaria o investimento em conjunto com a Embraer num centro de produção, desenvolvimento e testes em Gavião Peixoto, no Estado de São Paulo.
O mercado indiano é visto pela Saab como grande oportunidade, devido à limitação da possível compra do caça francês Dassault Rafale em apenas 36 exemplares. O chefe do programa do Gripen, Jerker Ahlqvist, diz que a empresa “usaria o Brasil como um modelo de transferência de tecnologia, embora a (encomenda da) Índia seja potencialmente muito maior”.
Outros países potenciais compradores são a Finlândia e a Bélgica, havendo também uma expectativa de que o requerimento suíço (onde o financiamento da compra do Gripen, selecionado pelo governo, foi rejeitado num referendo popular) será retomado.
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Maravilha, estamos no aguardo .
Putz!, Acaba de cair um F5 FAB. Os Pilotos se ejetaram.
Gente, já tem post sobre o acidente de F-5 FM da FAB no ar, peço que comentários sejam feitos lá.
Gosto demais desta aeronave, tanto que apostei minhas fichas (torcida) nas sua escolha desde antes do short-list, em meados de 2006/07 início do programa FX-2. . Mas o que me deixa “ensimesmado” é a sua demora pra uma aeronave que já havia uma plataforma demo. Embora a descisão de sua escolha no FX-2 foste demorada, a Saab prometia seu primeiro voo já em 2014, devido ao já comentado Gripen-demo(demonstrador), presumo eu. . Recentemente em Maio foi exposto para mídia o tão esperado caça, e ainda hoje o referido nem sequer alçou voo, o que prá mim é uma baita lástima.… Read more »
“Marcelo Silveira em 05/07/2016 às 20:38 Embora a descisão de sua escolha no FX-2 foste demorada, a Saab prometia seu primeiro voo já em 2014, devido ao já comentado Gripen-demo(demonstrador), presumo eu.” . Marcelo, boa noite. . Embora eu também ache que está demorando mais do que o desejado, é preciso ter em mente uma coisa: prazos de apresentação e de primeiro voo de protótipos do Gripen E estavam condicionados à decisão do F-X2, ou então do programa suíço, ou mesmo do indiano, que eram as principais concorrências do caça sueco no passado recente. A Suécia condicionava sua compra, inicialmente,… Read more »
Provável causa, TREM DE POUSO!
Boa noite!
Obrigado Nunão pelo esclarecimento!
Mas li há muito tempo na revista da RFA(desculpe a propaganda) que o programa do Gripen-E seria uma atualização para manter o Gripen ao estado da arte por no minimo 30 a 40 anos mesmo que não estivesse o escolhido no FX-2, que o mesmo seria custeado pelo governo sueco, por isso inclui o parecer no comentário acima.
Uma pena eu ainda não conter o tal artigo, portanto não posso garantir se confere, ou talvez eu já esteja caducando.
.
E a demais um buenas e me espalho.
Marcelo, dê uma olhada nesta matéria de 2014, que não por acaso está entre as da seção “veja também” do final desta:
http://www.aereo.jor.br/2014/08/31/suecia-confirma-que-vai-comprar-novos-cacas-gripen-mesmo-com-desistencia-da-suica/
Esse Gripen E tem um grande problema, que pode torná-lo inviável, eu acho que ele também não vai conseguir reabastecer helicópteros.
Maria do Carmo, essa provocação é realmente necessária? Vai acrescentar algo ao debate? Isso está ficando muito sem graça, e aos poucos vai minando a paciência dos editores. Já dei um aviso bem educado a você ontem, não obrigue a gente a mostrar uma postura menos gentil. Colabore.
Apesar de estar ancioso para vê o F-39 voando vejo de forma natural este atrazo, além do que foi dito pelo Nunão, o modelo E é totalmente novo em relação aos outros modelos do Grifo, assim como o Super Hornet era em relação aos Hornets, desta forma novos conceitos, sensores e capacidades devem ser testados novamente, até mesmo um novo envelope de vôo deve ser aberto. Melhor demorar um pouco mais e ser entregue pronto que o contrário.
“Marcelo Silveira 5 de julho de 2016 at 21:16 Boa noite! Obrigado Nunão pelo esclarecimento! Mas li há muito tempo na revista da RFA(desculpe a propaganda) que o programa do Gripen-E seria uma atualização para manter o Gripen ao estado da arte por no minimo 30 a 40 anos mesmo que não estivesse o escolhido no FX-2, que o mesmo seria custeado pelo governo sueco, por isso inclui o parecer no comentário acima.” Meu amigo Marcelo o muito foi dito durante a fase de divulgação do programa Gripen NG,mas ele esta mais para uma aeronave nova do que apenas uma… Read more »
E quanto ao FS 2020? Talvez não seria melhor pensar em um 5° geração ao invés de comprar um grande número de E/Fs?
Ok Nunão! Na época já havia também lido, é sempre bom rê-ler novamente como tem muita informação a respeito cria-se um massaroca na fraca “idéia matuta” talvez criando se uma contra-informação não muita precisa. . Tiago Silva! Concordo plenamente que é uma nova aeronave , mas não haveria de ter tanta demora, a exemplo semelhante o SH, que havia uma referência tornando-se um avião totalmente diferente mais capaz e nem por isso tão demorado. Talvez a Saab esteja seguindo a exemplo de fabricação artesanal Rolls Roice rsrsrsrs(brincadeira) bem sei que projetar fazer e refazer um caça não é fazer suco… Read more »
Marcelo: Você disse a palavra correta que é “conceito”, o Gripen NG era o próximo passo a ser dado pela Saab e assim alavancar a sua aeronave. Como na época era um conceito que visava aproveitar boa parte da estrutura do Gripen de primeira geração e assim foi feito até um determinado ponto aonde novas tecnologias foram aparecendo e sendo testadas e incorporadas a nova plataforma. A demora em uma finalização do projeto pode ter vários motivos, mas um dos que mais afeta é a indefinição do que será introduzido sejam eles softwares ou hardwares e a partir dai chegar… Read more »
Muito demorado, não? Alguém pode me explicar o porquê? Ainda da tempo para adquirir alguns F 16 enquanto esses Gripens não aparecem? Obrigado e Ajudem-me.
Sérgio Ribamar, dá uma olhada nas respostas do Nunão que elas informam um bocado.
Na minha opinião, os atrasos (2 anos?) não são preocupantes não. Já tem o primeiro protótipo e parece que vai seguir tudo na normalidade. E, tampão por tampão, Gripen C faria mais sentido no nosso caso.
Abraços!
O que faz um novo projeto voar é dinheiro. Sempre. O governo tinha interesse mas esse não era urgente. Assim, o projeto somente ganhou um pouco mais de velocidade após a encomenda brasileira, algo já comentado acima. Nesse âmbito tudo é caro demais para fazer algo apenas para agradar os fãs. O cronograma está de acordo. Se está demorando para chegar até nós é por conta da demora do processo de decisão. Ou seja, estamos sem uma aeronave nova de primeira linha na caça “porque queremos”.
Nunão, sem querer ser chato só uma correção no texto da matéria, o segundo protótipo é o 39-9 e não 39-8.
Junior Marchi
Junior Marchi, obrigado pelo aviso.
Já corrigi o erro de digitação.
“O governo [sueco] tinha interesse”…
Ainda concordo com o Sérgio. Poderíamos ter adquirido alguns modelos de F-16. Tanto do AMARG ou mesmo 0km da versão V. Seriam encomendas de prateleira via FMS. Acho que o F-16 cairia como uma luva para a FAB, acostumada há tanto tempo em operar um vetor de origem americana como o F-5. Estaríamos muito bem servidos aqui no cenário da AL.
Olá a todos. Não há sentido prático em qualquer tampão. A contratação, revisão, treinamento etc tomaria 2 ou 3 anos, que é o prazo para a entregas dos primeiros Gripens para a FAB. A atual frota de F5M está programada para cobrir a necessidade da FAB pelos próximos dez anos e será gradualmente substituída pelos novos Gripens. Está tudo bem planejado e dentro do cronograma. Se for necessário e somente se for muito necessário, a FAB tem algumas células de F5 estocadas que poderiam ser modernizadas em um ou dois anos, mas acho isso improvável. Sugiro encerrar essa discussão tosca… Read more »