Foguete com propulsor desenvolvido pelo DCTA é lançado na Austrália
Primeiro estágio do artefato foi produzido no IAE, em São José dos Campos
O foguete suborbital VS-30/IO V12 foi lançado com sucesso (18/05) no Centro de Lançamento de Woomera – WIR (Woomera Instrumeted Range), localizado na Austrália. O propulsor S30 (primeiro estágio do VS-30/IO) foi produzido pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), unidade do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA).
O VS-30/ORION é um foguete suborbital bi-estágio a propelente sólido, não guiado, estabilizado por empenas e lançado de trilho. Consiste de um propulsor S30, no primeiro estágio e um propulsor “Improved Orion (IO)” no segundo estágio. Este foguete pode efetuar missões com cargas úteis científicas e tecnológicas de 100 a 260 kilos.
O voo do foguete foi nominal (apogeu de 278 km; alcance de 390 km) e o experimento foi realizado com sucesso. A carga útil – responsável pelo transporte – levou o experimento hipersônico HiFire – Hypersonic International Flight Research Experimentation Program, programa este liderado pela NASA, pelo AFRL (Air Force Research Laboratory) dos EUA e pelo Defence Science and Technology Organisation (DSTO) da Austrália, com a colaboração do DLR (Centro Aeroespacial Alemão).
O motor S30, do segundo estágio, tem sido largamente utilizado em outros foguetes suborbitais, tais como o Sonda III, VS-30 e VSB-30. Todos esses foguetes já foram utilizados dentro do acordo de cooperação entre o IAE/DCTA e o DLR.
“A expectativa é de que o S30 continue cumprindo com eficiência a missão para a qual foi idealizado, ampliando o papel do Brasil como provedor de tecnologia e confirmando a confiança que seus parceiros internacionais nele depositaram e proporcionando a transferência das tecnologias de foguetes suborbitais já dominadas pelo DCTA/IAE para a indústria nacional”, relata o Pesquisador Engenheiro do IAE e Gerente do Projeto, Eduardo Dore Roda.
Até agora foram efetuados 12 lançamentos, nove voos relacionados com o Centro Espacial Alemão, três lançamentos no Centro de Lançamento de Alcântara. Esta foi a primeira vez que um foguete brasileiro é lançado do território australiano. O próximo voo está previsto para 2017 de um foguete VSB-30 com a carga útil HiFire 4.
FONTE: FAB
Brasil transferindo e adquirindo tecnologia sensível, muito bom ler esse tipo de matéria.
Minhas perguntas de leigo são: o foguete consegue levar uma carga útil de 100 a 260 kg a uma altitude total de 390 km do solo, agindo em ascensão, portanto contra a força da gravidade. E se esse mesmo foguete fosse modificado para um míssil guiado ? Poderia manter pelo menos 200 kg de explosivos,contando que teria de haver mais espaço para os equipamentos adicionais mais os softwares de guiagem ? E se ele consegue contra a força da gravidade, atingir 390 km de altitude, qual seria o seu desempenho e seu alcance como míssil, em ataque de cruzeiro a… Read more »
acho eu que uns 1.200 km mais dependeria muito da velocidade de cruzeiro!
esse tipo de artefato não entra em “cruzeiro” como um avião ou um Tomahawk, eles têm trajetória balística, ou seja, parabólica (não perfeita, devido à resistência do ar).
Míssil p/ ser empregado “em ataque de cruzeiro a instalações militares”, já existe o AV MT-300 da Avibrás.
Quanto ao míssil para emprego contra “navios de superfície”, a MB desenvolve a algum tempo juntamente c/ Avibras, Mectron, Atech e Omnisys, o míssil “MAN-SUP”.
Acho interressante essa plataforma é o caminho para termos misseis de cruzeiro num futuro proximo infelizmente o Brasil não tem artefatos nucleares mas se preciso sabemos fazer. Isto foi provado com oDaltom e teoricamente e só por mais estagio neste que o Brasil tem seu missel intercontinental. Militarmente e apostar no matador e no man-sup mesmo em pequenas quantidades protege a amazonas é o pré-sal pelo menos em negação do mar. esqueci do subnuclear que e outra negação. O Pré-sal não é alvo pois está cheio de emprezas internacionais isto incrivelmente se tornou um seguro a mais pelo menos na… Read more »
traduz ?
Que bom, o foguete, na função de foguete vai bem.
O objetivo de “prova de conceito aplicado” também parece que vai bem.
Mas e a finalidade, o uso prático, militar estratégico e/ou civil qual seria? Mais alguma coisa parecida com o Sistema Astros?
Cadê o Bosco?
O uso prático possível até o momento, está explícito no texto:
.
“Este foguete pode efetuar missões com cargas úteis científicas e tecnológicas de 100 a 260 kilos.”
.
Ainda é um foguete suborbital, seu desenvolvimento continuado deve nos levar ao foguete plenamente orbital e daí ao desejado lançador de satélites.
Que devido a dualidade desta tecnologia, nos levará também as portas do míssil balístico.
.
Ocorre que:
.
“…não guiado, estabilizado por empenas e lançado de trilho.”
.
Não tem nem uma simples plataforma, de estabilização inercial????
.
Assim, magoa…
OK Claudio e Marcelo, mas digamos que ainda que não consiga planar e voar em cruzeiro, mas que faça trajetória elíptica, seu alcance é muito superior ao Avibrás AV-MT-300 e ao Mansup. talvez ele pudesse ser modificado. Mas ainda assim, se ele fosse integrado à um lançador desenvolvido pela Avibras , para operar como foguete de saturação de área, imagina você poder atacar tropas e formações blindadas a 800, 1000 ou até 1.200 km com sugeriu o Cláudio. Seria realmente uma super capacidade para foguetes não guiados. Ainda supondo que ele só alcançasse uns 600 km de distância, seria muito… Read more »
Seria possível adaptar um foguete desses para ser guiado ?
sim Lucio, creio que com extensivas modificações, um sistema de guiagem inercial, poderia ser usado como um míssil balístico terra terra, como o Scud, ou um exemplo mais moderno, o Iskander. Mas será que o Brasil precisaria de uma arma desse tipo? Além disso, os sistemas de defesa mais modernos se tornaram eficientes contra mísseis balísticos não manobráveis. Creio que um míssil de cruzeiro como o Avibras AVTM é mais útil e com mais chance de sobreviver às defesas.
Não entendi o contexto. Quando falam em motor do foguete é o próprio lançador?
Que programa é esse?
Qual a conexão com o VLS?
Afinal de contas, o Brasil consegue fabricar tinta RAM, trem de pouso de titânio, e motor de foguete. O que falta agora?
Qual a diferença entre fabricar motor de foguetes e turbinas a jato?
Claro que não são a mesma coisa. Mas teoricamente são bastante semelhantes.
Queimam combustível e expelem gases quentes para fins de propulsão.
Tecnologia pré V2…Motor foguete S30 primeiro vôo em 1976…Evolução…
Mauricio R. 29 de maio de 2016 at 15:11
Sim Maurício R. ele pode! Mas o que ele fará, de fato? Esta é minha pergunta.
Minha dúvida é se ele foi concebido somente para estudos de viabilidade e aprendizado ou se existe alguma perspectiva de uso militar e/ou comercial? Tão simples quanto isto.
Olá.
Visualmente, parece o Sonda III.
SDS.
Em alguns dos comentários vemos uma mistura de ignorância e maldade, temperadas com a síndrome de vira lata. O segmento aeroespacial é um mercado importante na economia global. Nem tudo que se fornece para esse mercado tem por obrigação virar um produto militar, muito pelo contrário. O VS-30/IO é um produto que não tem nenhuma pretensão de ser um ICBM ou qualquer coisa parecida. Até por isso ele é barato e competitivo. Ele deve ser visto apenas como um produto brasileiro que atende muito bem a muitas demandas dos programas aeroespaciais de diversos países que, por diversas razões, o tem… Read more »
Olá e boa noite a todos! Eu sou leigo no assunto mas acredito que um possível emprego militar desse foguete seria como defesa anti aérea. Imagino esse foguete sendo disparado com auxílio de uma estação de radar em solo contra um alvo aéreo a grande altitude e tendo os instantes finais de engajamento do alvo com o auxílio de um sensor infravermelho e sistemas de controle, o qual pode ser “emprestado do ADater ou mesmo do Piranha. Poderia ser a solução para o que nos falta em defesa antiaérea de grande altitude.
Pessoal, O que é brasileiro é só o primeiro estágio do foguete. O segundo estágio não é brasileiro. Míssil balístico tem um alcance de pelo menos 4 x seu apogeu. Ou seja, se desenvolvermos o segundo estágio com função militar aos moldes deste, com uma carga útil equivalente a relatada (só que com uma ogiva em vez de uma carga “científica”), poderíamos ter um míssil balístico com alcance de uns 1000 km. Teria que ter um sistema de orientação bem avançado haja vista a pequena carga (100 a 260 kg) de modo a ter alguma serventia do ponto de vista… Read more »