Polícia Militar Ambiental não localizou aeronave perseguida pela FAB
No Paraguai, Secretaria Nacional Antidrogas ficou responsável pela investigação
A base da Polícia Militar Ambiental em Mundo Novo realizou várias buscas na divisa entre Mato Grosso do Sul e Paraguai e não conseguiu identificar o avião que poderia ter caído durante perseguição feita por aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB), no sábado (24). Foram feitos disparos para tentar abater o avião.
Em contato com policiais militares ambientais da região, o Portal Correio do Estado apurou que a conclusão da investigação é que o avião perseguido conseguiu atravessar para o lado paraguaio. Neste domingo (25), nenhuma pista também foi identificada.
A FAB, por meio da assessoria de imprensa em Brasília, informou que a retoma das buscas só será feita nesta segunda-feira (26). Autoridades paraguaias foram informadas do caso.
O governo paraguaio avalia que esse avião tem registro no país e a Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai ficou responsável por averiguar o caso. Foi dado um alerta satelital para tentar identificar o paradeiro da aeronave.
O CASO
De acordo com a Polícia Militar Ambiental de Japorã, equipes da PM foram acionadas pela FAB por volta das 14 horas de ontem para iniciarem buscas pela região de Japorã.
A informação inicial era de que o avião de pequeno porte e não identificado tivesse sido abatido e caído na região dos municípios. A aeronave foi perseguida pelo caça desde o interior de São Paulo.
Equipes do Corpo de Bombeiros, da Polícia Militar e até da Polícia Federal fizeram buscas por terra enquanto aeronave da FAB continuava as buscas pelo ar. No entanto, a aeronave não foi encontrada até o fim da noite de ontem e a suspeita é que o piloto tenha pousado em terras paraguaias. A polícia paraguaia iniciou as buscas na noite de ontem.
Um vídeo gravado por um morador de Japorã e que circula nas redes sociais mostra o momento em que o caça da FAB persegue a aeronave de pequeno porte. Disparos são ouvidos, mas não é possível visualizar possível queda ou pouso do avião perseguido.
FONTE: Correio do Estado
Se a FAB solicitou ajuda para localizar a aeronave no solo, realmente não resta dúvidas que ouve o tiro de abate, não apenas de aviso.
Aos especialistas: o quão complicado é acertar tiros de canhão em uma aeronave civil, como nesse caso? Não é um “sitting duck”? Ou há fatores complicadores?
Só se ela manobrar.
O UOL traz este link:
http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2015/10/26/aviao-da-fab-atira-contra-aeronave-em-ms.htm
O sujeito que está perto da câmera fala em tiros.
Eu tenho lá minhas dúvidas se realmente a FAB quis abater essa aeronave, já vi relatos de uma aeronave que voou até Minas e retornou sempre acompanhada pelo ST sem que esse a abatesse, o porquê eu não sei … já falaram também que pegaria mal a FAB derrubar um avião em solo brasileiro, que poderia ter repercussão negativa a imagem da FAB e blá, blá, blá, mas são só especulações. Agora fica minha pergunta, é tão difícil assim um ST abater um avião categoria de um cessna mesmo esse manobrando? Se for, onde está a habilidade do piloto do… Read more »
Fotos de um Sertanejo com as asas perfuradas e que teria pousado no Paraguai:
http://aeromagazine.uol.com.br/artigo/fab-intercepta-aviao-sobre-o-ms_2387.html
Mas que papo é esse de pegar mal pra FAB, pega mal é não derrubar avião de traficante ou alguém acredita que o ST sai de SP acompanhado um teco-teco que estava levando adubo e fertilizante numa rota utizada por traficante e deixar barato, aliás tinha que derrubar mais vezes.
Hummm, se for essa a aeronave, parece que atiraram pra derrubar mesmo, até que enfim hein!!
Amigos,
A FAB confirmou que o avião encontrado em Paranavaí é o mesmo que foi interceptado.
http://www.fab.mil.br/noticias/mostra/23435/NOTA%20OFICIAL%20-%20Aeronave%20interceptada%20pela%20FAB%20%C3%A9%20encontrada
Abraços,
Justin
Bom, confirmado que a aeronave pousou em Paranavaí, não dá para dizer que ela foi abatida e, pior, a FAB deveria explicar como ela veio parar mais de 200 km território nacional adentro, com a FAB achando que ela teria caído ali pelas bandas da fronteira com o Paraguai.
Rafael, não sei se foi o caso, mas vou te contar uma “histórinha” lá dos anos oitenta quando os Argies queriam plotar e fotografar o sítio rada do Sindacta de Santiago no RS, para ludibriar e escapar da interceptação eles faziam uma enorme parábola dentro do oeste do RS, entrando na vertical de São Miguel do Oestes – SC e saindo na proa de Barra do Quaraí.Pode, repito, pode que aeronave tenha feito exatamente o contrário, adentrado em espaço aéreo Paraguaio para escapar do caça e curvou a esquerda retornando ao espaço aéreo Brasileiro pelo norte do Paraná, e como… Read more »
JT 26 de outubro de 2015 at 13:37 #
Aos especialistas: o quão complicado é acertar tiros de canhão em uma aeronave civil, como nesse caso? Não é um “sitting duck”? Ou há fatores complicadores?
É exatamente o que tu falou, um verdadeiro Peru da Marianas II, o que onteceu é que o piloto do ST recebeu uma determinação de danificar e não abate-la, pois com as duas ,50 cuspindo maribondo ele cortaria a fuselagem do Piper em pedaços com a maior facilidade.
G abraço
Pois é, Juarez. Pensei em duas coisas: 1 – ele fez a tal da parábola, ludibriando os FABianos e se aproveitando do buraco do radar que você citou (eu pensei em algo mais simples, mas seria mais ou menos isso de dar um “olé” no caçador). 2 – ele pousou no Paraguai (ou no Brasil), deu um tempo, esticou as pernas, e depois voou para Paranavaí, fez as entregas e abandonou o avião. Sobre ter atirado intencionalmente nas asas em vez de atirar logo no motor ou na cabine, dificilmente a gente saberá se foi muita perícia em seguir ordens… Read more »
Amigos, Não é tão fácil derrubar um avião com canhão ou metralhadora. Resgatando na memória uma ideia geral, para derrubar um avião desse tamanho, em média seriam necessários trinta impactos de .50 pol, ou 15 impactos de 20mm, ou apenas 7 impactos de 30mm. É claro que isso é estatística, pois apenas um impacto em local crítico poderia derrubar o avião, ou ele poderia continuar voando tendo recebido 150 impactos em posições menos relevantes. Pelo vídeo postado, posso calcular que o caçador estava a aproximadamente 250 metros de distância do alvo. Creio que a distância prevista para tiro com o… Read more »
Prezados, escrevi sobre isso no outro post. Voando em trajetorias paralelas, o piloto do ST teria em sua visada apenas um perffl reduzido do sertanejo; no filme divulgado, percebe-se o caça voando na posição seis horas em que disparou pelo menos tres rajadas. A foto da asa do sertanejo mostra pelo menos oito locais de impacto de projeteis; as perfuraçoes parecem estar distribuidas quase que numa secão transversal. Se estes disparos tivessem atingido a cabine possivelmente teriam matado o piloto; os rombos perto da borda de ataque podem até ter sido causados por estilhaços provenientes de fragmentos dos impactos mais… Read more »
Pra mim é novidade o fato de haver tiros de incapacitação (detenção, de acordo com o post o Justin) em relação a aviões. Só sabia em relação a embarcações. É algo muito temerário atingir um avião frágil como esse com a intenção de apenas obrigá-lo a obedecer as ordens. Por isso se adotou a posição de 6 horas, que é a única onde, penso eu, seria possível “mirar” na asa sem atingir a cabine ou o motor, reduzindo a possibilidade de abate. Sem dúvida o piloto é bom de mira. rsrss Não duvido que nesse caso só se use uma… Read more »
Olá, Bosco. Os sistemas de armas de aeronaves propositalmente não têm grande precisão, justamente porque há um grande número de obuses disparados e tanto caçador como alvo manobram em 3D. Não vale a pena ter um sistema tão preciso que leve a um resultado zero ou cem por cento. Houve até uma aeronave que tinha um vibrador no canhão para dispersar os tiros. Em suma. Se acertou somente aquela asa foi por acaso. Não há como mirar e prever acerto naquela posição exata. Se fosse um Boeing 777 o alvo, um caça poderia tentar mirar em um dos motores, com… Read more »
Cel,o senhor foi piloto de caça e sabe que aquele Piperzinho se levar uma rajada longitudinal com um ânguo de ataque de uns 30 graus como o senhor citou vira linguiça na hora, eu penso que realmente não houve intenção clara de abater a aeronave naquele momento, os tiros visaram da área central em direção a extremidade da asas, portanto, tentando evitar o tanque de combustíve llocalizado próximo a junção desta com o berço da fuselagem, que facilmente poderia ter sido atingida pelo caçador. Outra variável que o senhor conhece muito melhor do que eu é a área em que… Read more »
Justin,
Mas e quanto ao “tiro de detenção” que a FAB mencionou nesse documento que postou?
http://www.fab.mil.br/noticias/mostra/23435/NOTA%20OFICIAL%20-%20Aeronave%20interceptada%20pela%20FAB%20%C3%A9%20encontrada
Eu também acho meio que absurdo o tal do tiro de incapacitação no caso de aviões, mas parece que a FAB o admite. Ou “tiro de detenção” tem significado diverso desse?
Um abraço.
Só uma outra dúvida: será que há como selecionar apenas uma das metralhadoras, inibindo a outro, de modo a reduzir essa dispersão proposital e necessária e aquela zona de convergência dos projéteis?
Oi Juarez, tb acho que o ST e o piloto possuem total capacidade de abater esse tipo de aeronave, mas nesse caso, variáveis ocorreram naquele momento e que só esse piloto poderá um dia nos dizer, tomara que um dia ele possa relatar isso pra imprensa especializada.
A variável é a seguinte eriksondb:
Quando o Brig Saito ameaçou abater uma aeronave a algum tempo atrás, a Ideli Salvatti, que dispensa apresentações botou o dedo na cara do Brigadeiro e disse que ele poderia responder criminalmente por assassinar possíveis “inocentes”…
Sabe quando a FAB vai abater um avião com gente como esta no comando???
Nunca……
G abraço
Já participei de inúmeras missões de Porteira Fechada como essa, mas não vou detalhar pela necessidade do sigilo. Como postei noutra matéria, o Tenente acertou onde mandaram.
O Tiro de Detenção pareceu ser, salvo melhor juízo, uma saída razoável pro problema de “deter” tráfegos ilícitos, evitando o Efeito CNN caso um Papa Tango seja abatido e caia com “presuntos” dentro, pra sair, na mesma hora, no Datena.
Exato, Rinaldo. Lembra da polêmica levantada à época da discussão da Lei do Abate pelo Gabeira, que queria que as metralhadoras do Super Tucano disparassem tinta? A parte boa nisso tudo é que o parlamentar (que nesse e em diversos outros temas mostrou uma louvável capacidade de entender argumentos e mudar sua posição, o que falta em tantos outros parlamentares) foi convidado pela FAB a conhecer todo o sistema de defesa do espaço aéreo, os meios, as normas, procedimentos e tudo o mais, e saiu convencido de que a proposta da tinta era uma besteira sem conexão com a realidade,… Read more »
Exatamente , Nunao. Hoje vivemos outros tempos, e não estamos em conflito. Sinceramente, não tenho uma opinião formada sobre a solução, se é boa ou ruim. Como Tenente gostaria de mandar o traficante pro inferno, mas se pertencesse ao Estado-Maior do COMDABRA teria que pensar em todas as implicações. Em 1996, quando Operações do Grifo, interceptei um Navajo entre Toledo e Londrina (PT-EDY), gastei 60 cartuchos em Tiros de Aviso e não pude abate-lo. A única morte foi a de uma vaca, pois estávamos a baixa altura. Acho que até o hoje o fazendeiro tenta entender porque metralharam uma vaca… Read more »
Sobre usar tinta como arma, ela já foi pensada como arma antimaterial contra veículos de combate. A ideia era usar uma ogiva recheada de tinta e dotada de espoleta de proximidade inteligente, que passasse por cima do veículo e quando explodisse iria cobri-lo com tinta extremamente grudenta com a função de impedir a “visão” dos dispositivos de observação e de mira (periscópios, janelas, câmeras, etc).
Pelo jeito não funcionou porque até hoje esse tipo de arma não existe.
Quando li esse artigo o Sílvio Santos vendia caneta na Paulista.
Cel, este negócio está dando o que falar porque a FAB se viu quase obrigada a divulgar, por causa do visual que deu o video o senhor, eu, e outros sabemos que já tivemos meia centena de situações como esta e não deu nada e vão continuar entrando saindo ao bel prazer. Cel, o senhor deve lembrar, dos poiltos mandando os pilotos da FAB tomar naquele lugar com o dedo médio no vidro, viu colocarem crianças e bebês nas janelas para intimidar e também sabe que dois ou três pilotos levaram tiros nas suas aeronaves…. Pessoal, isto aí nos terceiros… Read more »
Juarez,
E nem precisa ser bebê de verdade. Pode ser esse daqui: http://s2.glbimg.com/axoYTPGjmLpydI0oUh1RFxnu6ec=/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2014/03/07/1_ano_deitada.jpg
rsrsrsss
Cel Nery,
Ainda nao lhe mandei o material pois perdi o seu contato.
Mas com relaçao a postagem. O Sr., dada a sua relaçao com os primordios do conceito da aeronave, sente orgulho ao ver o ST sendo usado em tais atividades de policiamento aereo de nossas fronteiras ou nos usos realizados por operadores estrangeiros?
Certamente. Lembro dos caçadores do GEEV, na época, rindo da idéia. Hoje todos são pilotos de ensaio da EMBRAER, ministrando instrução pros clientes no A-29.