F-35: Diretor do Pentágono questiona validade dos testes operacionais

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F-35 - F-35B decola do USS Wasp - 2 foto USMC

Diretor do escritório de avaliações e testes operacionais do Pentágono coloque em cheque os testes com F-35, conduzidos a bordo do USS Wasp em maio passado

O Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA (USMC) realizou uma série de testes operacionais com sua versão do F-35 Joint Strike Fighter a bordo de um navio de assalto anfíbio na primavera passada. Após os testes os militares informaram que a aeronave se saiu tão bem na função que o serviço declararia o F-35B pronto para combate.

Mas não foi exatamente isso o que o principal funcionário do Pentágono para testes de armas escreveu num relatório em julho. “Não foi um teste operacional … em qualquer sentido formal ou informal do termo” Os testes “não demonstraram, e não poderiam demonstrar” que a capacidade de combate da aeronave avaliada está pronta para ações operacionais do mundo real, dada a forma como o evento foi estruturado”.

Para que o teste, que aconteceu no final de maio a bordo do USS Wasp, fosse válido ele teria que estar sob “condições muito mais representativas de operações do mundo real do que aquelas usadas”, escreveu Michael J. Gilmore, diretor do escritório de avaliações e testes operacionais do Pentágono, em um memorando.

Entre os problemas citados por Gilmore estão a falta no teste de outros tipos de aeronaves e equipamentos de apoio  que dividem o espaço do convés de voo. Ele também observou que “sistemas-chave da missão de combate não foram instalados na aeronave ou não foram liberados para uso.”

Durante os testes, os F-35 “não foram liberados para transportar ou empregar qualquer material bélico”, continuou Gilmore. Ele ainda completou informando que os militares embarcados “receberam assistência significativa do pessoal contratado”, sendo que estes funcionários civis não fazem parte das operações de combate.

Em adição aos problemas do teste propriamente dito o escritório de Gilmore descobriu que os aviões utilizados nos ensaios tiveram os seus próprios problemas.

“A disponibilidade dos aviões foi tão baixa que era difícil para os fuzileiros navais manter mais do que dois ou três dos seis jatos em condições de voo”, escreveu ele.

Outra seção do relatório mostra que o “número de horas de voo voadas por cada aeronave variou muito, sendo que alguns aviões ficaram indisponíveis por até cinco dias seguidos e outras aeronaves raramente exigiam grandes trabalhos de manutenção.”

Gilmore sugeriu a realização, por parte do USMC,  de novos testes com “um conjunto de objetivos mais agressivo.”

O relatório parece que não surtiu muito efeito, pois uma semana após a sua publicação o Corpo de Fuzileiros Navais declarou a IOC (initial operational capability) do F-35B e as aeronaves prontas para desdobramento global.

FONTE: The Washington Post (tradução e edição do Poder Aéreo a partir do original me inglês)

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