75 anos da Batalha da Inglaterra: ‘nunca tantos deveram tanto a tão poucos’
Em 10 de julho de 1940 começou a batalha na qual a Luftwaffe comandada por Hermann Goering tentaria aniquilar a RAF – Royal Air Force. Goering pensava que conseguiria derrotar a RAF em quatro dias para permitir a operação Leão Marinho que invadiria a Inglaterra, mas a batalha durou três meses, milagrosamente terminando com a retirada dos aviões alemães do cenário.
Mesmo com superioridade numérica de 2:1 no número de caças, a Luftwaffe não conseguiu superar a RAF, devido ao dispositivo defensivo de cobertura radar costeira, táticas e tenacidade dos pilotos britânicos e expatriados tchecos e poloneses.
Quando a batalha começou a Luftwaffe dispunha de 1.290 caças Messerschmitt Bf 109 e Bf 110, contra 591 caças Hawker Hurricanes Supermarine Spitfires. Goering acreditava que a atrição, a perda de caças e pilotos ingleses, obrigaria a Inglaterra a se render.
No final da Batalha, a RAF tinha perdido 900 aviões, enquanto a Luftwaffe amargava a perda de 1.500 aeronaves, que acabou tornando-se insustentável.
TRECHO DO FILME BATTLE OF BRITAIN, DE 1969
A pergunta: o que levou a superioridade britânica?
Ao meu ver as duas aeronaves tinham suas qualidades equivalentes, ganhos de um lado, perdas de outro. Os pilotos alemães eram mais experientes. Sim, os FW190 se mostraram mais eficientes, mas chegaram muito tardiamente. Seria o peso extra em combustível das aeronaves alemãs o grande diferencial? De qualquer forma o texto não fala das perdas em tipos de aeronaves. Acredito, chute mesmo, que tenham sido os bombardeiros os de maior número de perdas.
Sobre o assunto recomendo o livro ‘Com Asas de Aguia’ de Michael Korda, que descreve bem preparativos e a batalha em si, principalmente do lado Britanico, dando destaque a figura um tanto excêntrica de Hugh Dowding, comandante do comando de caças da RAF.
Marcos, respondendo a sua pergunta: foi principalmente a relação de perdas de pilotos alemães Vs a sua reposição, que com o desenrolar da Batalha da Inglaterra, passou a ser cada vez mais por pilotos verdes recém formados e sem experiência. Na verdade a Alemanha possuía muito mais aeronaves e mais pilotos, mas os britânicos estavam lutando em seu quintal e praticamente “caiam” em casa quando abatidos, ou em terra firme ou no Canal… Já os alemães estavam caindo em território inimigo quando em terra ou no Canal e em ambos os casos eles eram presos enquanto os britânicos eram resgatados… Read more »
Completando o seu comentário Oganza…
Sem contar, a falta de objetividade do comando alemão.
Ora objetivavam destruir as bases aereas da RAF, ora as fábricas de aviões eram alvos, e no derradeiro final, tentaram quebrar a tenacidade britanica ao bombardear as cidades…
Li uma vez que os dois primeiros objetivos quase foram alcançados. Quando os britânicos começaram a ter pesadas baixas em aeronaves, pessoal e infra-estrutura de solo, os alemães mudaram de alvo… Quando os britânicos começaram a sentir, em numeros de aeronaves repostas, o resultado do bombardeamento as fábricas, os alemães mudaram de alvo novamente…
Senhores, no ano passado eu fiz um trabalho sobre radares na faculdade, e posso afirmar que o advento do Magnetron que resultou nos primeiros radares pelos ingleses fez toda a diferença nesta batalha.
Mesmo que primitivo já se manifestava como uma ferramenta importantíssima, dando aos ingleses uma vantagem que não pode ser deixada de lado.
Sem o radar, seria muito improvável que o final fosse favorável aos ingleses.
Existem outros fatores também, como citados pelo Oganza, mas nenhum com a relevância causada por este equipamento.
Sds.
O filme Battle of Britain (horrivelmente traduzido para Batalha Britânica) é um dos meus prediletos, perdendo apenas para Tora, Tora, Tora. São muitas as curiosidades na feitura deste filme. Uma é que na época a Força Aérea Espanhola ainda usava caças Me 109 e bombardeiros Heinkel 111. Eles foram alugados à produção. Os produtores também saíram catando Sptifires e Hurricanes espetados como monumentos por todo Reino Unido, para recolocá-los em condições de vôo! Mas uma das mais interessantes é que as camuflagens na parte inferior dos aviões eram tão eficientes, que para as filmagens de combates aéreos eles tinham que… Read more »
Os pilotos de Bf-109E voavam com 2 grandes desvantagens: 1- Estavam quase cegos. Os britânicos sabiam exatamente onde os alemão estavam, então podiam se posicionar eficientemente para iniciar o combate. Os pilotos de 109 podiam apenas reagir ao ataque. Não podiam planejar quase nada e estavam presos aos bombardeiros, não podiam dar caça aos britânicos fugindo de um passe de metralhamento; 2- O 109 dispunha de poucos minutos sobre o sudeste da Inglaterra. Para os bombardeiros alemães, ir além disso significava voar sem escolta. Diferente dos Mustang que voaram sobre a Alemanha 4 anos depois, eles de pouco combustível dispunham… Read more »
E para as escoltas de longo alcance tinha o Bf-110… Que se revelou um fracasso como caça diurno e acabou se encontrando na nascente categoria de caças noturnos com radar, onde teve muito mais sucesso.
Aliás, o único caça bimotor a ter sucesso foi o P-38, mas era monoposto e mesmo assim foi mais contra os lentos caças japoneses do começo da guerra.
Os alemães quase ganharam essa batalha. Os alvos principais eram as bases aéreas da RAF, com ataques combinados de bombardeiros a grande altitude e caças a baixa altitude, uma tática que seria usada contra os próprios alemães à partir de 1944, com os P-51 escoltando os B-17 a grandes altitudes e os P-47 “lambendo” as bases aéreas alemãs em baixa altitude, tirando vantagem de sua altíssima velocidade. Mas, em um ataque noturno onde houve falha em identificar os alvos, uma formação de bombardeiros alemães lançou bombas sobre Londres e a RAF, em represália, ordenou que uma formação de Vickers Wellington… Read more »
Sobre o que está sendo dito, acho bastante curiosas certas passagens da II Guerra: como a urgência da guerra total afetou uns e outros de modo diferente. Na Batalha da Inglaterra, quando Hitler optou por bombardear as cidades tentando quebrar o espírito de luta dos ingleses, isso acabou causando um efeito contrário e uniu a população em torno da mítica figura de Churchill (que, pasmem, ainda tinha quem o contestasse) e seu discurso de resistência “até o último homem”. Contudo, posteriormente, quando os Aliados iniciaram as campanhas de bombardeio maciças contra o território da Alemanha, bombardeando instalações estratégicas para o… Read more »
Oganza 16 de julho de 2015 at 22:55 #
E além da tenacidade da população, a princesa Elizabeth servia no exercito dirigindo caminhões, resgatava cadáveres das vítimas desses bombardeios entre outras coisas, a família real continuava morando em Londres e frequentemente visitava os abrigos anti-aereos e Winston Churchil aparecia quase sempre andando pelas ruas logo após tais bombardeios fazendo seu sinal da Vitória e assim davam o exemplo e motivação a essa população.
Não resisto na comparação com a nossa classe política que aparece mesmo apenas em campanha eleitoral e se esconde para “trabalhar” ou “estão em perigo” ….
Antonio, verdade, não dá para resistir mesmo… mas é triste… =/ Churchill foi o homem certo na hora certa! Um homem calejado por erros e acertos durante a 1º Guerra, que como Primeiro Lord do Almirantado foi responsabilizado pelo desastre de Galípoli, com a perda de 3 navios + 3 que quase não conseguiram voltar e mais de 200.000 baixas durante a tentativa de tomar a península. Tendo que renunciar a seu cargo e sendo execrado nos círculos do Poder Britânico ele vai se “esconder” da vida pública se alistando e indo servir no fronte francês… é ai que começa… Read more »
Bom dia Senhores! Meu nome é RICARDO COSTA. Sou Controlador de Tráfego Aéreo e apresento o meu mais recente texto. Trata-se de uma homenagem aos combatentes ingleses (ou não) da WW II, na Batalha da Inglaterra. Gostaria de apresentar este perfil do combatente. Rendo esta pequena homenagem aos pilotos e combatentes da RAF. Espero receber opiniões sobre o texto assim como saber se poderiam divulgar o mesmo. Talvez (quem sabe) encaminhar para alguma revista especializada. Aguardo resposta. Saudações aeronáuticas, Ricardo Costa (INFRAERO – AEROPORTO de MACAÉ) ( ctaricardocosta@gmail.com ) UM CÉU AZUL e ESCURO (Batalha da Inglaterra) Por RICARDO COSTA… Read more »