Saab desenvolveu versão melhorada do radar PS-05/A do caça Gripen C/D
Empresa afirma que nova versão Mk4 tem desempenho e alcance melhorados, com integração plena a mísseis AMRAAM e Meteor, otimizando o disparo a longas distâncias deste último e a detecção de alvos furtivos
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Em nota à imprensa divulgada nesta terça-feira, 28 de abril, a Saab informou ter desenvolvido a versão Mk4 do radar PS-05/A que equipa as versões C/D do caça Gripen. Segundo a empresa, a nova versão permite melhor desempenho e alcance operacional, num “passo significativo do roteiro para o futuro aprimoramento da capacidade do Gripen C/D”.
Os aprimoramentos representados pela nova versão Mk4 são resultado do conceito de “desenvolvimento contínuo em espiral” para o radar PS-05/A, de forma a mantê-lo competitivo. O Mk4 tem uma nova configuração de hardware, com a parte denominada “back-end” completamente nova, segundo a Saab. Com isso, aprimorou-se significativamente o desempenho e alcance operacional, permitindo melhorar as capacidades do sistema de armas Gripen e oferecer integração plena a mísseis AMRAAM e Meteor.
Além disso, a empresa informou que as melhorias incluem maior capacidade de crescimento por meio de atualizações de software, visando se contrapor a ameaças em desenvolvimento para as próximas décadas.
A Saab também afirmou, na nota, que foi implementado e demonstrado um novo modo ar-ar para aproveitar totalmente a capacidade de processamento de sinal e a flexibilidade de geração de ondas do PS-05/A Mk4. Esse novo modo, ainda segundo a empresa, aumenta o alcance de aquisição em 100% a baixas altitudes, quando comparado à versão anterior do radar, permitindo também o uso na detecção de alvos com assinatura radar muito baixa. Além disso, o “downlink” do míssil Meteor é otimizado para manter o desempenho do radar em cenários de disparos a longas distâncias, com uso de datalink (enlace de dados).
Por meio de seu chefe da área de sistemas aeroembarcados de vigilância, Lars Tossman, a Saab também destacou o “excelente desempenho ECCM” (contra-contramedidas eletrônicas) da versão Mk4, assim como seu “custo de ciclo de vida muito baixo”. A atualização Mk4 do radar PS-05/A pode ser adaptada em diversas plataformas aéreas, por ser uma solução modular, compacta e de baixo peso, de aviões de combate multifuncionais até aeronaves remotamente pilotadas e jatos de treinamento avançado.
Informações técnicas – Folder de divulgação do radar PS-05/A Mk4, também disponibilizado pela empresa, divulga que além do aumento de 100% do alcance de aquisição em baixas altitudes, o novo modo ar-ar do equipamento aprimora em 40% esse alcance em altitudes elevadas, quando comparado a versões anteriores do radar. Quanto aos modos ar-ar já existentes do radar, este foi aprimorado entre 20% e 30%.
Segundo o folder, as unidades que compõem o “back end” do conjunto do radar e que configuram o aprimoramento do PS-05/A para o Mk4 são as chamadas RPU (radar processing unit) e EXR (exciter receiver unit).
O material também divulga melhorias para as missões ar-solo. Dois novos modos SAR (abertura sintética) com resoluções de 3 metros e abaixo de 1 metro são oferecidos, com imagens SAR processadas e fornecidas ao piloto durante o voo. Disponibilizou-se igualmente um novo modo de busca sobre o mar, projetado para detectar pequenos barcos a longas distâncias, numa melhoria de 100% frente às versões anteriores do PS-05/A.
O Mk4 possui um modo automático de busca e modos dedicados para aquisição de alvos a longa distância e para baixa probabilidade de interceptação (LPI) do sinal, sendo todos os modos de busca projetados para detectar automaticamente e acompanhar alvos e despistadores, havendo três níveis de acompanhamento de alvos aéreos, o que permite ao piloto priorizar alvos. Também são oferecidos diversos modos de combate aéreo, que incluem busca pelo capacete. Outros modos adicionais são para navegação e para evitar ameaças.
O radar opera na banda X e sua antena tem limite de ângulo de 60 graus (positivos e negativos). Modular, é composto de cinco unidades que podem ser substituídas independentemente das outras (LRU – line replaceable units), que são: unidade de processamento do radar; unidade de recepção; unidade auxiliar de transmissão; unidade amplificadora; unidade da antena.
Entre outras informações técnicas divulgadas estão: alta capacidade de processamento da RPU, de 1 TFLOPS; tempo médio entre falhas (MTBF) superior a 1.000 horas de voo tanto para a RPU quanto para a EXR, sendo que para o radar como um todo, o MTBF é superior a 350 horas de voo; peso de 150 quilos; potência máxima de saída amplificada de 10kW (nominal).
IMAGENS (em caráter meramente ilustrativo): Saab e FMV
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alguém saberia informar se ha algum míssil “inteligente” ??
Ou seja, que quando disparado o missil o mesmo possa “identificar” de algum modo o alvo…. não sei se eh viável “inserir um banco de dados” no míssil para que o mesmo possa identificar e atacar o alvo apos o disparo…
eh muita ficção cientifica ou ja tem algo parecido em uso ??
Caro wwwolf22
Os mísseis estão caminhando nessa direção através de sensor infravermelho com formação de imagem.
Acho que os nossos vem com MK5 (MK3-2015; MK4-2017; MK5-2019???)
Abraços
Aumento de 100% em baixas altitudes!
Para quem sabe como funcinam as propriedades logarítmicas, sabe que para dobrar a capacidade é algo muitas vezes inviável. Almentar em 3dB o sinal de tx e melhorar na mesma proporção a sensibilidade do rx é um feito, ainda mais com as limitações de um sistema embarcado.
Se for verdade, vou me tornar ainda mais fã dessa engenharia sueca.
“Marcos Gilbert
28 de abril de 2015 at 21:19 # Edit
Acho que os nossos vem com MK5 (MK3-2015; MK4-2017; MK5-2019???)”
Marcos, o radar PS-05/A, seja Mk3, 4, 5 etc não é o radar do Gripen E/F.
A não ser que você esteja se referindo a eventuais modelos C/D para o Brasil.
Se o Mk4 faz tudo isso eu realmente não sei dizer… sou um completo dumb em ondas ou o que for a ciência de radares… 🙁
…mas que a SAAB sabe fazer um pdf… aaahhh isso ela sabe… Que Material Bem Feito.
Assim como todos os outros disponíveis em seu site… é uma aula de como se deve tratar um produto…
… altamente recomendado, inclusive para os MKTs das empresas da “Indústria de Defesa” Brasileira.
Grande Abraço.
A Saab (que adquiriu a Ericcson) tem tradição na produção de bons e inovadores radares para caças. Por exemplo, o radar do Draken foi durante um tempo o de maior alcance na Europa, superado apenas pelo APG-63 dos F-15 baseados naquele continente a partir de 1977:
Radar wise it had very powerful radar only surpassed by the F-15 Eagle’s radar in Europe when the Eagles were deployed to Germany in 1977.
http://www.historyofwar.org/articles/weapons_saab_draken.html
O radar Ericsson PS-46/A do JA-37 Vigen foi o 1o radar europeu do tipo pulse-Doppler:
http://www.flightglobal.com/pdfarchive/view/1987/1987%20-%200362.html
Wolf, Há vários modos de operação de um míssil. 1- Há mísseis que precisam ser designados antes do lançamento, já que ele não tem capacidade de “discernimento”. É o modo de operação LOBL. Ex: Maverick, Sidewinder, 2- Há mísseis que podem ser lançados sem adquirir o alvo antes, mas precisa de um link de dados de banda larga (via RF ou fibra ótica), com o operador humano para que esse escolha o alvo. É o modo LOAL, mas mantendo o homem no comando, o que é chamado de “man in the loop”, através do método dispare e atualize. Ex: Spice,… Read more »
Vales salientar que o termo “inteligente” não quer dizer necessariamente que a arma seja guiada. Há armas inteligentes que não são guiadas, por exemplo, os projéteis dotados de espoleta de proximidade e lançados de canhão, como o 3P de 40 mm do canhão 40L70, ou uma moderna mina submarina que só explode se passar um determinado tipo de navio. E claro, há armas de precisão que não são nem necessariamente inteligente e nem guiadas, por exemplo, um canhão L44 do Leopard é uma arma de precisão e não é necessariamente uma arma inteligente (embora possa ser usado algum grau de… Read more »
Só corrigindo: a bomba israelense Spice pode tanto ser do tipo 2 quanto do tipo 3.
Ela pode ser usada tanto contra alvos de oportunidade com um link de dados de RF onde um operador a controla até o alvo (tipo 2), ou pode ser usada contra um alvo que tenha suas características pré-programadas no seu sistema de processamento (tipo 3).