Governo brasileiro tenta vender cargueiro da Embraer a Portugal
Assis Moreira
A delegação do vice-presidente Michel Temer partiu ontem de Lisboa com a esperança de que Portugal escolha o cargueiro militar KC 390 da Embraer, na compra de seis aparelhos para a Força Aérea Portuguesa, apesar da forte concorrência da Lockheed dos Estados Unidos.
As autoridades portuguesas não fizeram qualquer promessa de formal de compra, durante a visita de Temer. Mas a sugestão do vice-primeiro-ministro de Portugal, Paulo Portas, para que o primeiro voo oficial do KC 390 ocorra em junho coincidindo com a cúpula Brasil-Portugal, foi recebida como um indicativo da disposição portuguesa pelos aparelho brasileiro.
Como antecipou o Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor, os Estados Unidos voltaram com força na competição com o Brasil para a venda de seis cargueiros militares para Portugal, num pacote de dezenas de milhões de dólares.
Washington ofereceu ao governo português um pacote financeiro considerado extremamente interessante, que inclui tanto a venda dos seis cargueiros em condicoes vantajosas, como a reforma dos aparelhos Hércules da Força Aérea Portuguesa que estao em má situação e mesmo reforma de base aérea no país.
Já do lado da Embraer, partes e componentes de seu KC 390 são inclusive produzidos em sua unidade industrial de Évora, em Portugal. Com a empresa brasileira trabalham outras 16 companhias portuguesas, o que significa que a encomenda poderia beneficiar tambem a industria portuguesa. Para uma fonte diplomática, se Portugal não escolher o aparelho brasileiro dará “um tiro no pé”, contra sua própria industria também.
O vice-presidente Temer levantou a questão da venda dos seis aparelhos em diferentes encontros com autoridades portuguesas. Para Temer, “é mais do que natural, que se a Embraer está a produzir aviões aqui em Portugal, que Portugal compre aviões da Embraer e espero que isso venha a acontecer”.
Durante sua visita, Temer fez um gesto comercial em direção a Portugal, anunciando praticamente a liberação da entrada de uvas e cítricos portugueses no mercado brasileiro, que estavam suspensas devido a problemas de certificações fitossanitárias.
Passos Coelho, o primeiro-ministro português, recebeu carta da presidente Dilma Rousseff convidando-o para a cúpula no Brasil, em junho. No caso de a Embraer ganhar, uma possibilidade seria o anuncio ocorrer nessa cúpula.
Sobre o interesse de empresas brasileiras na privatização da TAP, Michel Temer disse que “este é um assunto de interesses privados”, mas acrescentou que “o que temos feito no Brasil é incentivar as empresas aéreas brasileiras a interessarem-se por esta privatização, assim fiz com a TAM, assim fiz com a GOL e assim fiz com a Azul e sei que a Avianca também esteve a participar neste encontro (de empresários em Lisboa)”.
FONTE: Valor Econômico, via NOTIMP
O Império Contra Ataca… 🙂
[]’s
Será, no mínimo, constrangedor para o Passos Coelho anunciar que, em plena Troika, o governo português irá preferir um produto que diminuirá postos de trabalho, e pior, produzido pelos “porcos imperialistas norte americanos”.
Essa venda está cada vez mais certa 😉
Um outro certo pais de lingua portuguesa também poderá, mais a frente, entrar na lista de operadores.
Ora pois pois corsário, e seria africano???
Se a resposta for sim, imagino que estejamos fala do de Angola
Difícil lutar contra o poder econômico do Tio San…
Mas com o aceno da liberação fitossanitária entre os dois países e naturalmente um incremento na balança comercial, os Brazucas talvez tenham que disponibilizar um financiamento via BNDES com a quitação via balança comercial …
Este seria um mecanismo interessante de financiamento e com uma boa garantia …
Quem sabe …
Boa tarde Senhores! Feliz Dia da Aviação de Caça do Brasil!
Quanto ao KC390 eu tenho forte esperança de irá vender bem e o suficiente para ter o retorno de investimentos.
Pessoalmente ainda quero apontar que os parceiros escolhidos pela EMB foram no mínimo questionáveis…Não sei dizer se foi falta de opções e necessidade urgente de despontar um novo produto em sua pleiade militar…sei lá…mas estes parceiros não me inspiram confiança.
CM
NOTA:
espero que não tenha sido uma “engesada” por parte da diretoria da EMB.
O Jogo com os americanos é pesado. Eles possuem muitas balas na agulha que sempre são guardadas para evitar a entrada ou sufocar novos concorrentes.
Não será mais facil do que o foi na época do Osório, onde não bastou ter o melhor produto e vencer a concorrencia tecnica perante americanos, ingleses, franceses e alemães.
Em primeiro lugar é a pataquada do governo português e bancar uma de parceiro do projeto e depois vir com uma dessas. Esta aquisição não precisava nem está em negociação, ameaçando comprar um outro concorrente, é parceiro no projeto? Ou compra ou está fora, simples assim. Em segundo lugar, Portugal não perde a chance de ainda continuar um apêndice para o restante da União Europeia. A mera aquisição de aparelhos sem ter, se quer, uma pequena participação na industrialização, manterá Portugal como um país insignificante no mundo da indústria aeroespacial. O governo brasileiro não tem que mendigar nada, ainda mais… Read more »
Reiterando:entendo que existem apenas duas razões para a EMBRAER ter investido na OGMA e outras instalações em portugal (incluindo de Évora), quais sejam: 1. abrir o mercado Europeu, uma vez que estaria operando a partir de um dos seus membros (quero salientar que assim foi feito pela Suiça quando investiu maciçamente nos lusos la no idos dos anos 80/90); 2. obter um parceiro comercial/economico confiável (uma vez que tecnicamente não há nada que os portuga tenham agregado ao KC-390). Se os tais gajos ficam querendo pular de paraquedas, nenhuma das duas razões subsiste.. Por outro lado, fechar as portas significaria… Read more »
O ufanismo tosco e tolo de alguns, está a beira do delírio.
“…que estavam suspensas devido a problemas de certificações fitossanitárias.”
O vice está sendo no mínimo irresponsável, agindo desta maneira.
“…o governo português irá preferir um produto que diminuirá postos de trabalho, e…”
Os “Hércules” portugueses se reformados, o serão pela OGMA, em Portugal.
Ora pois pois corsário, e seria africano???
Se a resposta for sim, imagino que estejamos fala do de Angola
Prezado Vassili
Se realmente é um país de língua portuguesa há 99,99% de chances que seja africano. Como Goa e Macau não são independentes, duvido que o Timor Leste venha comprá-lo. 😉
Caros Poggio e Vassili,
De fato. A aviacão de transporte em Angola é basicamente composta por pesados cargueiros de origem russa, que apesar de robustos, são da época da URSS e precisarão de substituto no curto-médio prazo.
Por ora há dificuldades financeiras pela parte angolana devido ao baixo preço do petróleo, porém esta situação deve se normalizar (num patamar de 60-80$) num futuro próximo.
Com uma boa capacidade de financiamento, bem como possuindo uma estrutura de apoio logístico e de treinamento tão próximos, sem falar no aspecto da língua, a Embraer é uma seríssima candidata por lá.