Balanço e projeções fracas afetam ações da Embraer
Virgínia Silveira e Daniela Meibak
Os resultados da Embraer no quarto trimestre de 2014 e as projeções da empresa para este ano ficaram abaixo do esperado pelo mercado, que reagiu provocando forte queda nas ações da empresa. Pouco depois das 11 horas, as ações caíram 13,40% e entraram em leilão. Os papéis terminaram o dia cotados a R$ 24,50, queda de 4,48%.
No quarto trimestre a companhia fechou com lucro líquido de R$ 242 milhões, o que representou uma queda de 60,2% ante igual período de 2013. As receitas do segmento de aviação comercial, carro chefe da empresa, recuaram 13% na comparação anual, com menor volume e mix mais fraco, o que levou à queda da margem bruta, de 22,7 % em 2013 para 19,8% no ano passado. No último trimestre a margem bruta ficou em 17,4%, ante 24,6% em 2013. O Bank of America Merrill Lynch (BofA) destacou a queda na margem Ebit (lucro antes de encargos financeiros, pagamento de juros e impostos) decorrente dos maiores custos de produção e também do maior volume de entregas do jato E-175 (o menor avião da família de jatos comerciais), que representaram 73% da receita total no segmento de aviação comercial.
No segmento executivo, a receita diminuiu 12% e na área de defesa, 3%. O BTG informou esperar que os resultados mais fracos sejam compensados com o real desvalorizado e melhoria no segmento de aviação executiva. Para o Credit Suisse, no entanto, havia a expectativa de que a depreciação de cerca de 20% do real mais do que compensaria o enfraquecimento do mix de jatos comerciais e o crescimento mais lento nas ordens da aviação executiva, que teve receita 48% abaixo do esperado.
A previsão da empresa para 2015, segundo o vice-presidente financeiro e de relações com investidores da Embraer, José Antônio Filippo, é de uma geração de caixa negativo menor que US$ 100 milhões. Para o Credit, o número mostra melhora na comparação com o fluxo de caixa negativo de US$ 404 milhões em 2014, mas ainda é decepcionante, já que a expectativa era que a Embraer conseguisse normalizar seu capital de giro durante o ano.
O executivo disse que a área de defesa não é a única responsável por este resultado. “É uma combinação de fatores que inclui também o maior montante de investimentos a serem realizados pela companhia durante o ano”, explicou. Em 2014 a Embraer investiu US$ 433 milhões e este ano estão previstos US$ 650 milhões.
A fabricante aguarda definição do governo sobre o novo orçamento para definir o andamento dos programas na área de defesa e segurança. Em teleconferência com jornalistas, Filippo disse que os programas de desenvolvimento do jato de transporte militar KC-390, bem como a modernização dos caças AMX e F-5 continuam ativos, apesar da indefinição quanto ao pagamento dos atrasados. O atraso no repasse de verbas para os programas de defesa da Embraer foi um dos fatores que levaram a empresa a uma revisão na sua projeção de fluxo de caixa livre em 2014.
A Embraer atribuiu à menor geração de caixa operacional no quarto trimestre de 2014 à combinação de um aumento nas contas a receber de clientes e nos estoques, bem como um declínio no adiantamento de clientes. As contas a receber de clientes tiveram um aumento de R$ 513,8 milhões em relação ao final de 2013 e encerraram 2014 em R$ 1.8 bilhão.
Segundo o Valor apurou, o projeto do jato de transporte militar KC-390, por exemplo, acumulou no ano passado um atraso superior a R$ 500 milhões. Os programas de modernização dos caças AMX e F-5, avaliados em R$ 2,1 bilhões, também foram afetados e a FAB pretende reduzir o número de aeronaves AMX modernizadas de 43 para 30.
Apesar das dificuldades enfrentadas neste setor, o faturamento da Defesa & Segurança alcançou 22,9% de participação na receita total da companhia. A expectativa da companhia é que a área de defesa tenha uma receita entre US$ 1,1 bilhão e US$ 1,25 bilhão este ano. A carteira de pedidos firmes encerrou o ano com um crescimento de 15% no último trimestre em comparação com o mesmo período de 2013, atingindo US$ 20,9 bilhões.
FONTE: Valor Econômico
Meu Deus…
Nao sei os Srs, mas passa a “impressão” do País estar parando….
País parando?
Who is John Galt?
…antes fosse… 🙁
Grande Abraço.
É, a economia agora está de olho no “dilmômetro”.
E isso é muito ruim, a curto e médio prazo.
No longo prazo, pode ser ótimo.
De repente, não seria mais em conta a FAB pensar severamente a transformação destas 30 aeronaves apenas como aeronaves de transição? Botar em prática o tal AMX-T? Hoje, qualquer LIFT está tão ou mais caro (de adquirir, operar e manutenir) do que um AMX. O tempo de uma modernização mais profunda já passou há 15-10 anos atrás, hoje nas vésperas de substituição de todas às aeronaves de combate da FAB pelo Gripen, não seria mais prudente redirecionar o dinheiro destes investimentos no desenvolvimento de armamentos e/ou sistemas? Acho que como treinador o AMX ainda teria muito tempo de vida útil… Read more »
Wellington, Quatro anos atrás, no limite do tempo em que ainda se tinha esperança de decisão rápida do F-X2 (mas ainda tivemos que aguardar outros três), eu também advogava pela não modernização do A-1 (ou redução da quantidade a modernizar), pois qualquer um dos candidatos do F-X2, caso recebidos dentro de um cronograma razoável com o qual ainda se sonhava, poderiam assumir com vantagens as missões de reconhecimento e ataque que só ele realiza hoje na FAB. Nesse contexto, o A-1 se tornaria redundante em capacidade para a FAB (mas não em números, é claro). Cheguei a escrever um artigo… Read more »
Embraer fechou hoje (06/03/15) a R$ 25,32, alta de 3,35%. No mês acumula alta de 1,69% e no ano alta de 3,60%. Dólar alto custa no insumo, mas ajuda na venda, como bem posto pelo BTG na reportagem. Esse câmbio a R$ 3,00 já era dado desde o ano passado, a questão era quão rápido seria, mas era esperado antes do 1º semestre. Como deteriorou mais rápido que o esperado, os efeitos já começam a ser sentidos nas ações. A Embraer aprendeu há muito tempo que o foco dela tem que ser o mercado executivo, esquece militar e seus orçamentos.… Read more »
Boa noite Senhores!
Essa metade da década será a década perdida! 1980 & inicio de 1990 foram anos que somente trouxeram sofrimento e pobreza as indústrias da defesa.
Não é possível que esses quadrilheiros fdp vão continuar no poder!
CM
“… atingindo US$ 20,9 bilhões”.
A partir desse valor o Business Intelligence certamente está em andamento.
EMBRAER ………… SEMPRE !
Se alguém aí ficar pessimista com as ações da Embraer é só vender. Garanto que não vai faltar quem compre.
A empresa melhorou o perfil da sua dívida e, não fosse o atraso dos desembolsos referentes ao KC390, a distribuição de dividendos teria sido maior. O problema é que toda vez que se fecha um contrato com o GF, a conta do ativo que aumenta não é o caixa, mas a do ativo duvidoso, aquele que você sabe que vai receber mas não sabe quando.
Ué não está bom, deixem de vender p/ a União.
Seria uma data histórica, o dia em que a Embraer largou o osso!!!
“Mauricio R.
7 de março de 2015 at 13:59 #”
Tu deverias comandar um programa de Negócios na TV paga, aberta, CBN, BBC, Bloomberg etc ……
Tipo:
Business Intelligence
Irias ganhar muitos prêmios, inclusive internacionais.
Oganza, nas 5 crises na Adm FHC fizemos o faturamento da Empresa que eu trabalhava (13 anos) e era Gestor de Negócios, sair de uma modesta 8ª posição no mercado e nos tornarmos um Player. Crise da Korea, (colando) crise da Ásia, crise da Rússia, crise do México, (colando) crise da Argentina. Crescimento verticalizado e a concorrência penando. Foram vários fundamentos aplicados, somados a Neurolinguística, treinamentos, reuniões pró-ativas todas as Sextas-Feiras após 16:00 hs e um bom Churrasco na primeira 6ª feira de cada mês para comemorar o resultado do mês anterior. A cada três meses permitíamos a presença de… Read more »
“…o apoio financeiro do Estado brasileiro à Embraer deve vir acompanhado de condicionantes de desenvolvimento da cadeia produtiva no Brasil.”
Bela roba poder ser assim nos EUA mas aqui não é o que acontece, queria ver a União cobrando a repatriação de tdo o que teve dinheiro da FINEP.
As fábricas em Évora correriam o risco de fecharem e o Governo Português iria exigir a devolução da OGMA.
Seria lindo!!!
Delenda est Embraer!!!
Enfim, tudo aquilo que tu criticas na EMBRAER. Boeing, LM, Northrop Grumman, AIRBUS, Bombardier, Mitsubishi, Cessna, Beechcraft etc ………… Produtos com destinação civil e militar. Exportam e também vendem dentro de seus países. Tem clientes particulares, Empresas e Governos. Com apoio do Te$ouro de $eu$ países, do$ Parlamento$ ou seja do contribuinte. $omando-$e a$ mala$ de benefício$ via e$timulo$ a$ exportaçõe$ e muito mai$. Inclu$ive Chino$, Ru$$o$ e a QPQ. Mas quando é a EMBRAER não pode. “…o apoio financeiro do Estado brasileiro à Embraer deve vir acompanhado de condicionantes de desenvolvimento da cadeia produtiva no Brasil.” Quantos fornecedores dentro… Read more »
Quod tibi fieri non vis, alteri ne feceris.
Mais adequado.
Aúúúúú….