Portugal paga mais 34 milhões de euros para programa de construção de novo avião militar da Embraer
Verba teve luz verde esta quarta-feira pelos ministros das Finanças, Defesa e Economia. Portugal participa com mais 30 países no programa da Embraer que desenvolve avião que pode substituir o C130.
O Governo vai reforçar a parceria com a Embraer para a construção do avião militar de transporte estratégico KC-390, disponibilizando mais 34 milhões de euros para o projeto. Segundo o despacho assinado pela ministra das Finanças, pelo ministro da Defesa e pelo ministro da Economia, publicado esta quarta-feira em Diário da República, este programa tem “importância estratégica” e há interesse para continuar a apoiar o projeto financeiramente.
Ainda segundo o despacho, “constatou-se a insuficiência do montante de 30 milhões de euros inicialmente fixado para as medidas alternativas” e isso levou a um reforço financeiro de 34 milhões e 800 mil euros por parte do Governo português.
Em outubro de 2014, o ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco, disse que “eventualmente em 2015″ haveria uma “decisão do ponto de vista político e financeiro” sobre a possibilidade de compra por parte de Portugal dos aviões KC-390. Portugal assinou com a empresa aeronáutica brasileira – tal como outros 30 países – um protocolo em que está prevista a compra de até seis aviões KC-390. O primeiro destes aparelhos foi apresentado em outubro no Brasil e algumas das partes da aeronave são construídas em Portugal.
O KC-390 é o maior avião que a Embraer já construiu e poderá vir a substituir os seis aviões de propulsão a hélice Hércules C130 da Força Aérea Portuguesa – e cujo programa de substituição é uma das prioridades estabelecidas na revisão da Lei de Programação Militar.
FONTE: Observador
COLABOROU: Zampol
Lendo várias vezes o parágrafo só me fez aumentar a curiosidade em saber quais seriam as “medidas alternativas” que justificariam o investimento desses 64 milhões de euros (30 +34).
É muito dinheiro. Principalmente para um país que, a duras penas, começa a sair da crise severa em que se encontrava Portugal. Compra um avião e sobra.
Peço a ajuda dos colegas para esclarecer o possível destino dessa verba.
Senhores, É sabido que o dono intelectual do projeto é a FAB, e sendo assim, como entram esses recursos no projeto? Via incentivos fiscais para as unidades de produção da Embraer por lá? Se houve essa verba na forma de incentivos fiscais, 30 +34 mil, considerando que cada unidade do KC está orçada em algo próximo a 60 milhões, podemos então dizer que Portugal já gastou algo corresponde a uma unidade do KC … Claro que houve contrapartidas industriais, geração de emprego local e outros desdobramentos positivos… Será que na hora “da verdade”, quando eles tiverem que escolher entre gastar… Read more »
Não nos esqueçamos de que estes milhões estão em euros que estam valendo mais de tres vezes o real.
“wfeitosa
20 de fevereiro de 2015 at 14:46 #”
“Alguém conseguiria me dizer, quanto se gasta para modernizar um único C130 dos bigodudos?? E se eles tem capacidade para fazer isso em território local? (considerando capacitação local, lógico)”
Não, não tem essa capacidade;
IAI/LAHAV seria melhor destino, mas ……
Itália, USA também o fazem.
http://www.iai.co.il/2013/34047-23350-en/IAI.aspx
wfeitosa
https://www.facebook.com/C130MRO
wfeitosa
https://www.staero.aero/www/keyoffering.aspx?serkeyid=ODAwMDAwMTI
wfeitosa
Cu$to$
Dependerá do que se fará e das necessidades que a célula exigirá.
Não tenho tais dados, são muito variáveis.
“Caso a EMBRAER raciocine tendo os Hércules(todos) como concorrentes, esse foco está incorreto.
Vai tomar muita “porrada”.
Ela terá que “criar” ou “enxergar” um novo nicho de mercado.
Associar-se a um player facilitará muito, Boeing ?
Vender para seus sócios no projeto muito importante e a FAB/GF/MD/top top honrarem a compra da FAB é vital.”
Mas com o custo de um KC 390, creio que se coloque dois ou três C 130 em estado de arte.
Saudações
Tem que levar em conta que um avião modernizado não é a mesma coisa que um avião novo, ainda mais no caso de trocar o Hércules pelo KC-390.
A fadiga da estrutura cobra seu preço e não é uma revisão que irá tornar o avião 0 km. O mesmo vale para motores.
Aí vai do potencial cliente escolher o quer. Modernizar o Hércules velho? Comprar Hércules novo? Comprar o KC-390?
Todas com suas vantagens e desvantagens.
Mal comparando, Portugal está para o “Gordinho” como o Canadá para o F-35: é um investidor no projeto; mas se vai comprar o produto final, não sabe. Embora eu ache que nos dois casos vão.
Penso que no caso do Gordinho o projeto é PARA a FAB e não DA FAB. Se ela deverá receber royalties das vendas por isso já não sei; creio que não. Mas os países participantes e investidores com certeza receberão.
“Vader em 20/02/2015 as 15:54 Penso que no caso do Gordinho o projeto é PARA a FAB e não DA FAB. Se ela deverá receber royalties das vendas por isso já não sei” Vader, A Embraer informou em coletiva de imprensa, durante o roll out em outubro do ano passado, que a propriedade intelectual do projeto é da FAB, que vai receber royalties pelas vendas do KC-390 ao exterior, como retorno pelo valor investido. A informação já foi publicada aqui (http://www.aereo.jor.br/2014/10/22/prototipos-se-somarao-aos-kc-390-encomendados-pela-fab-para-uma-frota-total-de-30-avioes/) e está também na matéria de capa da última edição da revista (especificamente no primeiro parágrafo da página 49).… Read more »
Zampol,
Como a reportagem não explicou, farei uma suposição.
O Governo Português tem 35% do capital da OGMA (empresa que fabrica partes do KC-390).
Talvez esses investimentos sejam aportes dos acionistas na empresa (ampliação das instalações, compras de ferramental, etc) sendo esta a parte que coube ao GP, cabendo à Embraer e demais acionistas aporte proporcional.
Não entendo o vosso raciocínio: Um avião nasce dos requisitos de uma determinada Força Aérea para substituir (em alguns requisitos deve superar) os seus C-130, e, na hora de vender para outros países o fabricante não pode se propor como adversário da família Hercules? Porquê? Se não falar que é um suo concorrente a LM não vai notar e vai deixar a Emb sossegada conquistando novos clientes? Então tá fácil, combinamos todos de dizer que o KC-390 é para substituir os Casa espalhados pelo mundo. Aqueles bobalhões da LM nem vão perceber a nossa jogada e quando isso acontecer jà… Read more »
Obrigado Rafael,
Pode ser isso mesmo.
Zampol, por nada.
E, aliás, concordo plenamente com seu comentário anterior.
Outros comentaristas daqui do PA defenderam essa tese de que a Embraer não deveria mexer com a LM, pois se daria mal. Mas eles se referiam mais ao marketing da Embraer, até poque ela já fez o avião que será naturalmente concorrente do Hércules.
Agora é encarar a realidade e tentar vendê-lo.
Kojak 20 de fevereiro de 2015 at 15:38# Cu$to$ Dependerá do que se fará e das necessidades que a célula exigirá. Mas com o custo de um KC 390, creio que se coloque dois ou três C 130 em estado de arte. ………… Quando digo fazer uma atualização, penso que seja no mínimo no mesmo padrão do KC-390… E sendo atualizado seus avionicos e motores, qual passa a ser a vida útil da célula como um topo? Não se pode atualizar eternamente um equipamento… Comparando de maneira tosca, até a Kombi, que tem uma fração da complexidade do C130 teve… Read more »
“Mas qual FFAA está com grana em caixa pra gastar a vontade?”
Já respondeu !
Rafael,
As variáveis meu amigo, as variáveis ……..
Quer que eu as elenque ?
Lembrando:
Sou EMBRAER de carteirinha, lembra-se ?
Mas dai a ……………
Saudações
Sobre as questões levantadas por vários leitores sobre como a Embraer encara o mercado e suas possibilidades, reproduzo abaixo uma declaração do diretor do programa, Paulo Gastão, publicada aqui em novembro de 2013: Em relação ao mercado mundial, em que regiões o KC pode prosperar? É um mercado muito espalhado, tem potencial em toda parte, não depende de poucos e grandes clientes. Nosso estudo de mercado endereçado indica demanda por 700 aeronaves em 80 países (menos Estados Unidos, Rússia e China) em 10, 15 anos. A gente quer disputar pelo menos 15% disso. Quais são os concorrentes do 390? Há… Read more »
Ou seja Nunão, o espectro de concorrentes é maior do que apenas um. Em determinadas situações, o KC-390 poderá concorrer com o C-130, em outras, com outros concorrentes com mais ou menos capacidade, neste caso o que estará em jogo é a capacidade da Embraer evidenciar as vantagens custo-benefício de se operar o KC-390 em detrimento de outros maiores e/ou menores e não, necessariamente, a faixa/categoria que ele se encontra. Pelo menos é este o meu entendimento.
Até mais!!! 😉
Inicia-se a fase de industrialização da aeronave, pois existe a encomenda da FAB a ser atendida.
Assim os parceiros industriais do projeto devem capacitar suas plantas de produção, para a fabricação seriada de partes e peças destinadas as 28 células brasileiras de produção.
Qnto aos C-130 Hércules no inventário da FAP, dependendo da complexidade de sua reforma, já autorizada pelo legislativo português, poderá ser executada no âmbito da própria força aérea, mediante o fornecimento de kits ou pela OGMA; pois é certificada pela LM na manutenção e reforma de aeronaves C-130.
A FAB e a Embraer ja são vitoriosas. Apenas o fato de ter conseguido fazer um primeiro voo seria o suficiente. Claro que o KC-390 vai ainda muito mais longe. Quanto aos lusitanos: sua participação é muito importante, mas sua soberba impede-os de admitir que são coadjuvantes neste processo. Suas fábricas em Évora e alhures só sobreviveram/ existem hoje, por que a Embraer as comprou e nelas investiu pesado. Inclusive com tecnologia desenvolvida em boa parte no Brasil. O “custo” adicional de €34000000 é irrisório frente aos benefícios e aos investimentos que lá já fizemos. Ao inves de ficarem amargando… Read more »
Só um detalhe… as fábrica em Évora não foram compradas pela Embraer… foram construídas do zero pela Embraer.
Antes da Embraer chegar a Évora, no terreno das fábricas só havia mato.