A-Darter

A-Darter - maquete na LAAD 2011 - foto Nunão - Poder Aéreo

A-Darter fez manobra de 90° e destruiu o alvo sobre o estante de tiro na África do Sul

Um avião de caça Gripen da Força Aérea da África do Sul realizou com sucesso na tarde desta segunda-feira (09/02) o lançamento real de um míssil A-Darter, um projeto binacional entre o Brasil e África do Sul. O alvo, uma aeronave não tripulada, estava em uma rota a 90° da aeronave lançadora e se distanciava. Apesar disso, o sistema de mira do míssil conseguiu “travar” no alvo, que também estava em uma altitude 600 metros mais elevada.

De acordo com o gerente do projeto pelo Brasil, Coronel Aviador Júlio César Cardoso Tavares, da Força Aérea Brasileira, a principal característica dos mísseis de última geração é exatamente a capacidade de realizar manobras de alto desempenho. “O sensor de guiagem detecta o alvo e o míssil também calcula a melhor rota”, explica o Coronel.

Com 2,98 metros de comprimento e 90 kg de peso, o A-Darter se destaca pela ausência das pequenas asas usadas para as manobras. No lugar delas, o modelo tem capacidade de direcionar o empuxo do seu motor-foguete. Desse modo, consegue realizar manobras que o leva a sofrer até 100 vezes a força da gravidade (100 G). Os caças de combate mais modernos não passam de 9 G.

Guiado por calor, o A-Darter também consegue “enxergar” em mais de uma frequencia de infravermelho e desse modo evitar ser enganado por “flares”, iscas incandescentes lançadas para confundir os mísseis. O alcance máximo é de 12 quilômetros.

Veja abaixo imagens da destruição do alvo e a concepção artística do lançamento do A-Darter:

A-Darter Tiro

A-Darter Tiro 2

Investimento de R$ 300 milhões na indústria
O sucesso da missão é uma das etapas finais do desenvolvimento do míssil. De acordo com o gerente do projeto pelo Brasil, com esse lançamento, A-Darter está mais de 90% concluído. A previsão é de o projeto estar pronto no primeiro semestre de 2016 e possa futuramente equipar os caças Gripen NG da FAB. Trezentos milhões de reais foram investidos até agora, sendo a metade diretamente em empresas localizadas no País.

As empresas brasileiras Mectron, Avibras e Optoeletrônica já recebem tecnologia transferida pela Denel, da África do Sul. A parceria para o desenvolvimento começou em 2006 e o objetivo é que os dois países produzam componentes para futuras exportações. “No futuro, as vendas serão compartilhadas. Já há entendimento entre as empresas”, explica o Coronel Tavares.

De acordo com ele, é possível perceber que algumas soluções tecnológicas desenvolvidas para o A-Darter já fazem parte de outros produtos criados pela indústria nacional. Ele lembra ainda que o papel do Brasil não foi apenas aprender com os sul africanos. “Os nossos técnicos participam das decisões”, afirma. Os algoritmos de programação dos sistemas do míssil, por exemplo, foram desenvolvidos por um engenheiro militar da FAB. “O período dele na África do Sul iria acabar e eles solicitaram a prorrogação”, conta o gerente do projeto.

Porém, o foco foi passar conhecimento para o parque industrial brasileiro. “Não fazia sentido a gente absorver conhecimento só para a FAB, e sim para as empresas também”, explica.

A África do Sul, com experiência de desenvolvimento de mísseis desde a década de 60, buscou a parceria com o Brasil por conta da complexidade do projeto. “É um míssil de alta tecnologia”, explica o Coronel Tavares. Segundo ele, o A-Darter tem inovações dominadas por poucos países do mundo e que não são transferidas quando há a compra de armamento. “Ninguém ensina a fazer isso”, resume.

FONTE: FAB

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Wellington Góes

Ótima notícia, mas acho que a FAB deu uma de migué com esse papo de apenas 12 km de alcance. Tá certo, vai dar ouro ao bandido de gratis?!?!

No mais, mais um exemplo de que um Gripen como o C/D, só que com alguns sistemas mais sofisticados, seria um vetor a ser temido na arena ar-ar WVR.

Até mais!!! 😉

Iväny Junior

Tá atrasado e o lançamento não é LOAL, como previa o requerimento. Também não foram ditas especificações sobre o alvo.

Oganza

“A África do Sul, com experiência de desenvolvimento de mísseis desde a década de 60, buscou a parceria com o Brasil por conta da complexidade do projeto.” Por que, Por que, Por que ficam com essa insistência ridícula de tentar parecer que é a Africa do Sul que não conseguia executar o projeto e que foi o Brasil que foi lá dar suporte técnico a um complexo projeto? O Brasil foi lá com uma mala cheia de dinheiro e uma cabeça fazia de conhecimento para aprender e claro, levou suas poucas Moscas Brancas que estavam “perdidas” aki no mar de… Read more »

Iväny Junior

Na foto pareceu que o alvo era um Mirach 100/5, porém sem decoys.

Como é que se testa um míssil supostamente a prova de decoys e não montam as contramedidas no alvo?

Pelo menos é o benchmark atual. Em condições normais, se acerta esse alvo, acerta o avião. Porque se for depender de piranha, ih…

Link do Mirach 100/5 abaixo.

http://www.selex-es.com/documents/737448/17669060/body_mm07761_Mirach_100_5_LQ_.pdf

Wellington Góes

Desculpem amigos, mas pra quê falar mais do que o necessário?

eparro

Iväny Junior 11 de fevereiro de 2015 at 18:22 #

Meu, desculpe lá a “falta de conhecimento”, mas como você identificou que não foi lock-on after launch?

Oganza 11 de fevereiro de 2015 at 19:07 #

Meu seria incrível se não o fizéssemos pois até o chineses já o integraram.

Oganza

eparro,

pois é… vamos esperar, inclusive terão que haver outros lançamentos… um só não atestam todas as capacidades pretendidas do A-Darter…

… me arrisco a dizer que um IOC verdadeiro só será atingido lá por 2018 ou mesmo entre 2019 ou 2020.

Grande Abraço.

joseboscojr

Eu não sou engenheiro de mísseis mas imagino que há maneiras de testar a cabeça de busca em diversas situações simuladas sem precisar gastar um míssil no processo.
A cabeça de busca IIR pode ser testada até em bancadas ou montadas em aeronaves, já o comportamento cinemático do míssil, só é aferido em sua plenitude com lançamentos reais.
Claro que na medida que o míssil se aprofundar no processo de qualificação mais lançamentos reais nas mais diversas condições deverá ser feito, mas hoje é inviável lançar centenas de mísseis de teste como já foi feito no passado.

Oganza

Bosco,

mais uma meia dúzia de lançamentos rola né?

😀 Grande Abraço.

Mauricio R.

“Se sim, já poderia ser feita no Brasil pelas empresas da contraparte brasileira?”

Depende, as tais “moscas brancas” ainda estão no negócio, ou teremos que depender dos “ticos e tecos”???

Oganza

Mauricio R.,

pois é…

… tb é uma questão… 🙁

Grande Abraço.

Mauricio R.

Oganza,

Pelo menos a Denel tem uma subsidiária brasileira.
Se apertar, em teoria tem-se aonde correr.

Iväny Junior

Eparro

Se tivesse sido LOAL, teria sido propagado no texto, rsrsrs. Mas a posição de lançamento não demandaria esse travamento.

Oganza, vi agora seu primeiro comentário. Abração.

Vader

Amigos, 12 km não é um alcance muito pequeno mesmo para um míssil WVR?

Nick

Também acho 12 km pouco. O AIM9-X não tem alcance de 30km+?

[]’s

joseboscojr

Nick,
De todos o AIM-9X é o que alega ter menor alcance.
Só a versão Block 2 é que tem 30 km de alcance, mas só agora está sendo fabricada, e conta com data-link.
Os diversos fabricantes alegam que seus mísseis têm alcance na faixa de 20 a 30 km, em condições ideais, mas acho difícil de acreditar, sem falar que em combate não existe essas condições ideais. rsrsrssss.

Kojak

“Mauricio R.
12 de fevereiro de 2015 at 1:05 #

Oganza,

Pelo menos a Denel tem uma subsidiária brasileira.
Se apertar, em teoria tem-se aonde correr.”

É e se não der certo chama o Brimo Jacó ou o Tio David pois foi em parceria com eles que a AS chegou em tal estágio, décadas de 60,70 e 80 rolou muito vai e vem e continua até hoje, só não sei em que “profundezas” (rs).

eparro

Iväny Junior 12 de fevereiro de 2015 at 1:18 #

Pô Iväny e eu imaginando alguma sutileza na imagem!

De qualquer forma “obrigado por nada”.

Saudações.

Iväny Junior

Eparro

Se naquela posição ele fosse lançado para após travar no alvo, passaria direto. Tava muito perto, praticamente na cauda do alvo.

Abração.

eparro

Iväny Junior 12 de fevereiro de 2015 at 12:39 #

Ah, então houve uma avaliação!

É isto aí, obrigado pela atenção.

Saudações

joseboscojr

O modo LOAL ocorre basicamente em três situações: 1-lançamentos contra alvos muito distantes, além da capacidade de aquisição do seeker; 2-lançamentos contra alvos não tão distantes mas com assinatura IR reduzida a ponto de impossibilitar o trancamento; 3-alvos a qualquer distância mas situados fora do FOV (angulo de visão do seeker), HOBS, em geral, no hemisfério traseiro, nesse caso sendo designado pelo capacete, RWR, MWS, um outro caça, etc. Nesse caso do lançamento do dia 9 o míssil estava no hemisfério dianteiro, o alvo não estava tão distante e o alvo tinha ou uma assinatura térmica adequado e deveria estar… Read more »

Iväny Junior

Bosco, conversando a gente se entende, rsrsrs

Abraço amigos. Bom carnaval. O meu vai ser regado ao velho e imortal Rock’n Roll.

Iväny Junior

Outra coisa que me veio a cabeça agora foi que quando houve um exercício de tiro real aqui no brasil, os Python III e Magic 2 acertaram nos flares.

A situação tá tão brava que não dava pra gastar com um Mirach, ou mesmo um VANT básico rudimentar. Porém, como a geração de mísseis era anterior, corria-se o risco grande deles não acertarem o Mirach.

Tenho visto uns videos desse alvo em ação, é impressionante. Praticamente um míssil guiável que pode levar uma carga diversa de contramedidas. Dá até pena destruir, rsrsrs

joseboscojr

Correção:
“Nesse caso do lançamento do dia 9 o MÍSSIL estava no hemisfério dianteiro…”
Quis dizer: o ALVO estava no hemisfério dianteiro.

Rafael M. F.
Iväny Junior

Nesse vídeo, a partir dos 3:25, dá pra ver o lançamento LOAL de um IRIS-T contra um Mirach 100/5 voando em cruzeiro de 800km/h, tão pequeno que nem dá pra ver.

Esse é o argumento dos novos mísseis WVR, uma NEZ muito grande, porque se praticamente acerta outro míssil, imagine um avião…

http://youtu.be/4r2nrzHTR_o

Oganza

Rafael M. F.

éééé de vez em quando o Valor acerta… rsrsrs

Na verdade isso ai é que é Transferência de Tecnologia… conhecimento sendo “Passado e Desenvolvido” com o “Fruto na Árvore”…

… aki fora os “Copos já estão cheios” e muitos dos frutos já passando de maduro… na sala de aula não, lá eles estão ávidos por conteúdo.

Primeiro foi Boeing, depois SAAB com seus centros de “Inovação” e agora a Sikorsky…

É mais demorado? Claro que sim.

Mas infinitamente mais substancial, verdadeiro e contundente na vida de um futuro engenheiro.

Grande Abraço.

Rafael M. F.

Oganza, pena não haver a opção de “like” na tua postagem…

Estamos aí!

Rafael Oliveira

Merece um post essa notícia da Sikorsky.

E a Sikorsky merece uma encomenda de Seahawk, Blackhawk e Battlehawk rsrsrs.

Leandro_O.

Observa-se que o míssil vai em linha reta até uma certa distancia (100/200M +ou-).
Pergunta: Isso seria procedimento de segurança programado no míssil?

Delfim

Não é esse míssil que é discutido porque é guiado pelo vetoramento dos exaustores dos motores, qdo estes apagassem teria pouca ou nenhuma capacidade de manobra em fase de inércia ?

felipe

Considerando que a ideia hoje em dia é não se aproximar muito do inimigo, esse alcance de 12 km não é baixo demais?
Ou mesmo de 20, 30 km?
Se um avião usa o meteor, com 100 km de alcance, e atinge seu alvo, quem conseguirá chegar no alcance do A-darter?
Qual é a eficácia dele diante das contramedidas, tais como os flares?
Os aviões atuais usam mísseis para se defender de outros mísseis?

felipe

Leandro, interessante sua pergunta. Mísseis que se dirigem a aviões ou outros alvos à sua frente, costumam ser “soltos” e, alguns segundos depois, os motores são acionados e eles seguem em frente. E no caso desses, que atacam alvos no quadrante posterior da aeronave, qual seria ideal? O míssel cai um pouco e, quando o motor é acionado já vai dando a curva? Ou espera acelerar um pouco para poder usar o direcionador para fazer a curva? O problema é que tudo isso tem que ser feito com muita rapidez para evitar que o alvo se afaste. Segundos fazem a… Read more »

joseboscojr

Leandro, Provavelmente sim. O míssil não pode já logo que sai do trilho, fazer uma curva fechada sob pena de atingir a aeronave lançadora. Delfim, O TVC realmente só funciona enquanto tiver propelente no motor e ele estiver acionado. Mas se imaginarmos que uma bala de canhão percorre o comprimento do cano (alguns metros) mas pode atingir alvos a dezenas de quilômetros e os atinge ainda com grande velocidade, um míssil que acelera em 2 ou 3 segundos (tempo de funcionamento do motor) por um 5 km tem muita energia cinética ainda pra queimar, e mesmo com o motor desligado,… Read more »

joseboscojr

O alcance nominal do míssil,divulgado como sendo de 12 km, é altamente satisfatório. Sem falar que não creio ser oficial do fabricante já que em outras fontes é tido como maior. Independente se é de 12 ou 20 km, o importante é que é satisfatório no alcance típico de um combate ao alcance visual, e isso ocorre numa esfera imaginária de até 5 km ao redor do caça. Nessa distância, o míssil está dentro da NEZ,com o motor funcionando e com máxima capacidade de manobra, mas raramente esse tipo de combate se dá a mais de 2 km de distância.… Read more »

Ricardo

Gostei desta sua ultima explicação, agora entendi o por que de 12 km, agora penso ser suficiente. Espero logo saber dos nosso caças armados e prontos para operar.

joseboscojr

“Ou seja, o caça estaria usando um míssil de curto alcance, otimizado para combate aproximado, como se fosse um míssil WVR.”
Quis dizer: … como se fosse um míssil BVR.

Wesley

Existe a possibilidade de esses misseis serem utilizados nos f5, já que o gripen vai demorar pra entrar em operação?

Flávio.

O alcance divulgado de 12 km pode ser para “esconder o jogo”?
Assim como o alcance de outros misseis em 20/30 km podem estar superestimados.
Pelo que eu já aprendi muitas variáveis influenciam no fator alcance, posição do alvo em relação do avião lançador, altitude de lançamento etc.
No caso desse missil as outras qualidades dele ,no meu entender, são mais importantes que um alcance muito grande, como disse o amigo Bosco 12km é mais que satisfatório.

Felipe

José Bosco, muito boas suas explicações. Verdadeiras aulas para mim.
Continuando os questionamentos.
Não seria possível ou mais prático fazer o míssel virar ainda “grudado” ao avião?
Se bem que sei que, durante um dogfight, as posições entre o atacante e o atacado podem mudar em questão de segundos. Mas caso o posicionamento se mantivesse estável, o míssel virar antes não daria alguns segundos de vantagem? Quem sabe alguns mísseis virados para a frente e outros para trás?