Embraer começa a pagar royalties do Super Tucano
A Embraer iniciou o pagamento de royalties do jato (sic) militar Super Tucano para o Comando da Aeronáutica (Comaer). A primeira parcela, equivalente a 1% do valor de venda da aeronave, foi paga em setembro, com a venda do 83ª unidade para Angola. A estimativa do Comaer é receber R$ 13 milhões entre 2014 e 2015 com royalties.
Segundo a Aeronáutica, o recebimento aconteceu com a exportação da sexta aeronave para Angola. Os recursos já estão sendo repassados para o IFI (Instituto de Fomento à Indústria), no DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial).
O diretor do IFI, coronel Marcelo Franchitto, disse que os recursos serão aplicados em projetos de ciência, tecnologia e inovação, desenvolvidos pelos institutos de pesquisa do DCTA, em São José dos Campos.
O preço do Super Tucano, segundo o coronel Franchitto, oscila entre US$ 9 milhões e US$ 15 milhões, dependendo da configuração e do tipo de armamento e de sensores que serão incorporados. Para chegar ao percentual de 1% a FAB considerou os custos de desenvolvimento do avião, análise de mercado e retorno dos investimentos para os cofres públicos.
O pagamento dos royalties também contabilizou o investimento feito pela Embraer no desenvolvimento do avião (neste caso 5% do valor total). Segundo o Valor apurou, o montante aplicado no desenvolvimento da aeronave, iniciado em 1995, girou em torno de US$ 200 milhões a US$ 300 milhões.
O Super Tucano está em operação em nove forças aéreas na América Latina, África e Sudeste Asiático. Somadas, as encomendas superam 210 unidades, das quais 170 já foram entregues. A aeronave executa missões de treinamento avançado, vigilância de fronteiras, ataque leve e contra-insurgência.
A FAB opera o Super Tucano há mais de 10 anos. O modelo também foi selecionado pela Força Aérea dos Estados Unidos (Usaf) para ser utilizado no apoio em missões no Afeganistão. O contrato, que contempla inicialmente a compra de 20 unidades por US$ 427,5 milhões, envolve a opção de compra de mais 35 unidades. Em setembro, a Embraer e sua parceira americana Sierra Nevada entregaram o primeiro Super Tucano para a Força Aérea americana, produzido na fábrica da companhia brasileira instalada em Jacksonville, na Flórida.
Da mesma forma que o Super Tucano, o Comaer tem a propriedade intelectual do jato de transporte militar KC-390, produzido pela Embraer. “A aeronáutica receberá royalties de 3,1% sobre a venda a terceiros das primeiras 120 aeronaves. Esse percentual será reduzido para 2% para os demais aviões exportados”, disse o diretor do IFI.
Os parceiros estratégicos do programa de desenvolvimento do KC-390, a Argentina, República Tcheca e Portugal estão isentos do pagamento de royalties. Estimativa feita pela Embraer, mostra um potencial de vendas de 300 unidades para o KC-390 em 20 anos.
Até o momento, 32 cartas de intenção de compra do avião foram assinadas por cinco países: Argentina, Chile, Colômbia, Portugal e República Tcheca. A FAB adquiriu outras 28 aeronaves pelo valor total de R$ 7,2 bilhões. Equador, Peru e Emirados Árabes avaliam a compra do avião. O processo de certificação militar do KC-390 está sendo coordenado pelo IFI. O Instituto é órgão responsável pela certificação de todos os produtos militares
Além do KC-390, o IFI é encarregado da certificação de seis versões dos helicópteros EC-725 que estão sendo adquiridos pelas Forças Armadas brasileiras.
O processo de certificação do caça Gripen NG que a FAB comprou terá a participação do IFI. Franchitto disse que representantes da autoridade de certificação sueca Flygi virão ao Brasil em fevereiro para discutir o trabalho que será realizado em. “O Gripen NG é uma versão customizada que está sendo desenvolvida para a FAB. Dessa forma, é necessário que haja uma certificação suplementar dos requisitos do projeto”, explicou.
FONTE: Valor Econômico, via Notimp (reportagem de Virgínia Silveira)
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Bom dia!
Colaboro apontando um pequeno erro de digitação:
“A Embraer iniciou o pagamento de royalties do jato militar Super Tucano …”.
Onde se lê JATO leia-se TURBO HÉLICE.
Aldo, bom dia.
Apesar de ser provavelmente um erro da fonte original, chamar turboélice de jato não é tão incomum, tecnicamente, embora seja estranho. É até possível justificar, e o colega Justin Case já comentou a respeito numa outra ocasião em que isso ocorreu na mídia.
De qualquer forma, colocamos agora um “sic” no local, recurso jornalístico que indica se tratar de palavra utilizada exatamente como no texto original, ainda que pareça estranha ou errada. Agradecemos por ter apontado.
OFF TOPICmente, já adiquiri meu presente de natal n.12 se é q vcs me entendem, agora só aguardando a entrega!!rs
Sds.
A reportagem só não explica o porquê de que o KC-390 começará a cobrar royalties a partir da primeira unidade vendida a terceiros (3,1% nas primeiras 120 unidades e 2 % para as demais) e o Super Tucano so irá pagar 1% somente após 82 unidades negociadas… ?!?! Esta “primeira parcela” é sobre o valor da 83 ª aeronave vendida e os royalties só serão pagos sobre as aeronaves vendidas daqui em diante ou é uma “primeira parcela” que também inclui o valor de royalties das 82 aeronaves vendidas anteriormente apenas com concessão de carência para que somente comecem os… Read more »
Aliás num hipotético novo lote de encomenda da FAB de Super Tucano quantas unidades seriam necessárias para se recompor o atrito e mais o “desvio para o EDA” para reconstituir as 99 unidades da frota original ?
Não seria uma ideia interessante talvez fazer uma nova encomenda aproveitando os desenvolvimentos recentes feito para a Colômbia e os EUA e/ou mesmo iniciar estudos para uma programa de modernização de meia vida para quando a frota chegar a 15 anos de uso e vistoriar e atualizar os ST da FAB?
Gilberto, Se não me engano, as perdas normais por atrito em 10 anos de operação reduziram a frota a umas 90 aeronaves. Os três esquadrões do 3ºGAV somam uns 48 aviões (16 em cada um dos três). Com os 12 do EDA, a soma chega a 60. Sobram 30 para o treinamento dos aspirantes recém-saídos da AFA no 2º/5º GAV, em Natal, que talvez não precise de mais do que 20 a 24 aviões, restando entre 6 e 10 para a reserva técnica e alocação de um ou dois ao DCTA para testes etc. De fato, com o reequipamento do… Read more »
Já que a discussão chegou na dotação de aeronaves…o Planalto, pela mente do Molusco, teve a brilhante de idéia de doar mais três Tucanos para a África.
Será que vai fazer falta na AFA? Ou ainda existe algum remanescente AT-27 voando?
Segue: http://colunaesplanada.blogosfera.uol.com.br/2014/12/09/projeto-do-planalto-doa-cacas-tucano-a-mocambique/
Se for aprovado, que enviem os em piores condições por favor…
Nunão entendi que o atrito foi de 9 aeronaves, menos os 12 que foram para EDA, portanto da frota original reduziu-se a 78 aeronaves. Além desta redução eu considero que com a implantação do Ssfron o trabalho que os esquadrões de super Tucanos fazem na área do SIVAM terá que ser ampliado para cobrir as fronteiras terrestres até o Sul, pelo menos caberia mais um esquadrão abaixo de Campo Grande (senão dois). Os Tucanos para Moçambique devem ser da cota dos desativados dos Esquadrões de fora da AFA (acho que só há Tucaninhos ativos na FAB na AFA). Aliás minha… Read more »
10 anos dos Super Tucanos e 9 a menos de atrito…