MD francês vai à Índia (de novo) para tentar destravar a venda do Rafale
As partes conseguiram finalizar 90% do contrato para vender 126 caças Dassault Rafale à Índia, mas negociações travaram nos estágios finais
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Segundo reportagem do jornal Times of India, com o programa MMRCA (avião de combate de porte médio) travado nos estágios finais para a venda de 126 caças Dassault Rafale aos indianos, o ministro da Defesa da França Jean-Yves Le Drian conversará com sua contraparte indiana Manohar Parrikar na semana que vem, numa tentativa de resolver a questão.
Como já noticiado pelo jornal, 90% do contrato foi finalizado, num programa que prevê a entrega dos primeiros 18 aviões à Força Aérea Indiana (IAF) entre 36 e 48 meses da assinatura do contrato, com os restantes 108 fabricados pela estatal Hindustan Aeronautics (HAL) ao longo dos sete anos seguintes, com transferência de tecnologia. O problema é que a fabricante dos caças, Dassault Aviation, continua relutante em aceitar responsabilidade pelos 108 caças que a HAL fabricará, especialmente sobre penalidades e cronogramas de produção.
Isso travou a finalização do projeto por diversos meses, e por isso Le Drian, em sua visita de dois dias à Índia, tem marcado em 1º de dezembro um encontro com o ministro da Defesa da Índia Manohar Parrikar, para conversações no nível de delegação. Segundo uma autoridade, “o MMRCA terá óbvia presença nas conversas”.
A Índia anunciou a seleção do Dassault Rafale e
m janeiro de 2012, vencendo cinco outros rivais no programa MMRCA após uma extensa avaliação técnica e comercial, mas as negociações andaram em ritmo glacial desde então.
FONTE: Times of India (tradução e edição do Poder Aéreo a partir de original em inglês)
NOTA DO EDITOR: não é a primeira vez em que Le Drian visita a Índia com o assunto do Rafale na agenda. O primeiro link da lista de matérias a seguir, por exemplo, é de 2013. Neste ano, o ministro das Relações Exteriores da França já esteve lá também (segundo link). O terceiro link da lista trata de visita de ministro da Defesa anterior a Le Drian, em2011. Até a presidente do Brasil Dilma Rousseff, em visita à Índia anos atrás, supostamente teria o Rafale na agenda, segundo um dos links mais abaixo, embora isso tenha sido negado depois, ao menos oficialmente (mesmo após nota do MD do Brasil ter citado, à época, a vitória do Rafale na Índia ao tratar de visita de comitiva brasileira ao país asiático).
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A questão aqui, é que não se sabe ao certo, quem é “o sem noção” que trava o negócio… Se são os franceses ou são os indianos. As 108 aeronaves a ser montadas/fabricadas na HAL (por lógica ululante) tem de ter sua responsabilidade compartilhada entre as duas empresas. A discussão racional no MMRCA, eu espero, tem de estar na discussão sobre como estabelecer a correta e justa proporção do partilhamento desta responsabilidade. Tanto a HAL querer imputar total responsabilidade a Dassault por sua produção de aeronaves como a Dassault querer se eximir de maiores responsabilidade sobre quaisquer aeronaves produzidas pela… Read more »
Camarada Gilberto
A India não vai comprar o Rafale porque não tem interesse é simples como H2O, pode levar babalorixá, xaman, pai de santo, benzedeira que não destravar a compra, alias acho que nem eles sabem bem o que querem.
As exigências indianas devem estar muito pesadas para que em quase três longos anos a Dassault não aceitasse um acordo. Porque não se pode deixar escapar um contrato de exportação de nada menos do que 126 aviões (sim, eu sei que 108 serão feitos na Índia, mas a nacionalização dos itens será gradual, e até lá uma grande porcentagem do conteúdo dos caças montados na Índia será de fornecedores franceses, mantendo-os na ativa numa escala bem maior que a produção em baixa cadência de hoje). A não ser que as questões político-burocráticas na Índia estejam dando um banho nas pretensões… Read more »
Nunão
Quero fazer uma provocação ao seu conhecimento de conteúdo e de quem eu presumo que vc seja capaz de fazer uma prognóstico mesmo que empirico.
Você vê alguma chance da Dassault emplacar a venda do Rafale para fora da França, pode ser a minima da minimas por que me parece a realidade aponta para um produto de uso apenas da França.
Obs: Não vale venda caça tampão.
Sim, eu ainda vejo chances, tanto que na própria Índia a coisa encalacrou mas não foi só com a Dassault – diversos outros programas (não estou falando só na Força Aérea) estão tendo problemas pelos mais diversos motivos. Além disso, há prognósticos bastante razoáveis em outros países. Mas uma primeira venda não pode demorar muito, pois as janelas de oportunidade têm que ser aproveitadas antes da linha fechar ou dos cortes no orçamento francês inviabilizarem a produção em baixa escala. Tem que formalizar alguma venda no ano que vem ou no seguinte, no máximo. Além disso, algumas surpresas podem acontecer.… Read more »
Esse negócio pode se voltar para rafales feitos so na França, e o preço continuar o mesmo. Assim a responsa é só francesa.
Joner,
O novo governo indiano se elegeu com um forte apelo industrial “Made in India” e acho difícil, nesse contexto, aceitar politicamente uma compra “de prateleira”.
A Índia é um dos maiores importadores de armamentos do planeta (dizem que é o maior) e isso é lembrado toda vez pela imprensa local quando se discute esses programas e a política prometida pelo novo governo Modi é relembrada também.
Sim Nunão, mas nessa negociação, “tem algo de errado que não esta certo”.
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk. 🙂
Nunão “há prognóstico em outro paises” na boa véio, vc é um otimista de risco calculado, ninguém vai comprar pq é caro e os Franceses tem concorrente em mesmo nível e mais em conta.
“Hamadjr em 26/11/2014 as 21:33 Nunão “há prognóstico em outro paises” na boa véio, vc é um otimista de risco calculado, ninguém vai comprar pq é caro e os Franceses tem concorrente em mesmo nível e mais em conta.” Hamadjr, também na boa, não estou correndo risco algum com minha opinião, então posso dá-la como eu acho que são as coisas. Repito: como eu acho, pois se trata de opinião (aliás, solicitada). Para cada compra ou cada concorrência, é preciso ver quem são os concorrentes, antes de dizer que “os Franceses tem concorrente em mesmo nível e mais em conta.”… Read more »
A Dassault me parece confortável demais, com suas vendas garantidas para a AdlA. Se vender, vendeu. Se não vender, não vai fazer diferença.
Quem parece preocupado mesmo é o governo francês que que dar um alívio na sua obrigação de comprar os caças.
[]’s
Nunão,
“Mas uma primeira venda não pode demorar muito…” – Acho que está faltando um “mais” ai no final da sentença… kkkkk
Pois já demorou tudo que deveria demorar.
Na Próxima década a Índia vai estar voando F-35, assim como o resto do mundo… rsrsrsrs
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Joner,
“tem algo de errado que não esta certo”. – Muito bom 😀
Grande Abraço.
A essa altura eu acredito que a Índia não irá comprar o Rafale. Eu acho o mesmo em relação ao Qatar. Analisando o Rafale, o que ele têm de especial? NADA! Vejamos as suas características: Apenas a França o opera; Foi rejeitado por diversos países; Sua linha de produção está prestes a ser encerrada; É compatível apenas com armamento francês; Têm um custo de aquisição muito alto; Têm um custo de operação alto. O Rafale é um bom caça, mas nada justifica o seu custo. Como dito pela imprensa francesa: “O Rafale é invendável.” Eu acredito que o Qatar irá… Read more »
Hamadjr a Índia não está interessada no Rafale, falas com uma certeza sem fundamento algum. Caro coloque-se no lugar dos dirigentes da Dassault, como capitalista. Tens uma firma grande mas não tem o guarda-chuva de uma super-potência e não tens o tamanho de uma Boeing ou Lockheed Martin. Lembre-se do histórico de acidentes da força aérea indiana e o histórico industrial da HAL… Alguém acha que por mais que se ganhe com a venda de 108 aeronaves é seguro para uma empresa média como a Dassault seja legalmente responsável por 108 aeronaves militares fabricadas pela eminente HAL e a serem… Read more »
Meu Deus, funcionário público civil chamando gente de iniciativa privada de coxinha é pra acabar… _______________________________________ Quanto ao Rafale, acho que no final os indianos acabarão comprando sim o caça. Mas vão arrancar o couro dos franceses de um jeito que é bem capaz de que estes se arrependam do negócio. Aliás, em que pese o eterno mimimi da Força Aérea Indiana, penso que quem deve ter pressa no negócio são mesmo os comedores de lesma e não os de insetos. Os indianos vão arrancar até as cuecas dos francos, kkkkkkk… NOTA DOS EDITORES: COMENTÁRIO EDITADO PARA EVITAR UMA BOLA… Read more »
Nunão estou falando em vendas do Rafale em geral ele tem sim caças concorrentes desde do tio boris até o tio lee é desta situação que eu vejo uma dificuldade das outras Forças Aéreas optar pelo caça da Dassault. Logo logo o caça desejado será o F-35, assim que o tão sonhado preço despencar, depois de resolver algumas incomadoções, esse será o caça suprasssumoindetectávelsoberano etc etc etc, para quem tem bala na agulha e amigo do tio san, o Thypoo e Rafale ficaram mesmo como caças caros e operado no bloco europeu e seus consórcios. Camarada Gilberto em relação ao… Read more »
Hamadjr, Na minha opinião, não dá para analisar os prognósticos de venda de um caça frente a outros, num plano geral, sem levar em conta as concorrências específicas. A análise vai ficar cheia de buracos. Você me perguntou: “Você vê alguma chance da Dassault emplacar a venda do Rafale para fora da França, pode ser a minima da minimas…” e eu respondi o que penso a respeito, e para se saber se há uma chance que seja “a mínima das mínimas” não adianta só ver a coisa no plano geral, e sim, é preciso ir a concorrências específicas e ao… Read more »