Assinado contrato de 1 bilhão de euros para o radar AESA do Eurofighter
Na quarta-feira, 19 de novembro, foi assinado um contrato de 1 bilhão de euros (cerca de 1,25 bilhão de dólares ou 3,19 bilhões de reias) referente ao novo radar de varredura eletrônica ativa (AESA) Captor E-Scan do caça Eurofighter Typhoon. A cerimônia de assinatura, realizada em Edinbugh (Escócia) contou com a presença dos ministros da Defesa do Reino Unido, Alemanha Itália e Espanha.
O contrato, assinado entre Eurofighter Jadgflugzeug GmbH e NETMA (NATO Eurofighter and Tornado Management Agency – agência de gerenciamento do Eurofighter e Tornado da Organização do Tratado do Atlântico Norte), permitirá a integração do novo radar à aeronave. Segundo nota divulgada pelo consórcio Eurofighter sobre o assunto, a grande área do nariz do caça, combinada à capacidade de movimento da antena, dará ao Typhoon maior “visão” que seus competidores, proporcionando melhor desempenho operacional à aeronave e ao seu sistema de armas.
A nota também destacou que esse foi um marco histórico para o programa, que confirma o compromisso das quatro nações parceiras em proporcionar ao caça as melhores capacidades para perseguir atuais e futuras oportunidades no mercado de exportação. Os consórcios Eurofighter e Euroradar confirmaram que o radar Captor E-Scan possui significativo potencial de crescimento, e que atuais e futuros clientes poderão participar na customização do mesmo para atender a seus requerimentos operacionais específicos.
O radar poderá ser instalado tanto nas novas aeronaves do chamado “Tranche 3” quanto do “Tranche 2”, oferecendo aos clientes a liberdade de reequipar seus atuais jatos Eurofighter Typhoon quando isso for requerido. O Captor E-Scan oferece uma variedade de benefícios sobre o M-Scan (de varredura mecânica), com maior alcance de detecção e travamento dos alvos, capacidade ar-superfície avançada e medidas de proteção eletrônica aprimoradas. Também mantém, segundo a nota do consórcio, características-chave da arquitetura do atual radar Captor.
Outra vantagem destacada é que a antena AESA de grande tamanho, incorporando um maior número de dispositivos TRM (módulos de transmissão e recepção) e com capacidade de ser reposicionada, proporcionam um amplo campo de busca de 200 graus, significativamente superior aos radares AESA de antena fixa.
Desde a entrega do primeiro jato Eurofighter Typhoon à Força Aérea Real Britânica (RAF) no final de 2003, um total de 420 aeronaves já foi entregue a seis nações (os quatro parceiros originais e dois clientes de exportação, Áustria e Arábia Saudita) e mais de 268.000 horas de voo foram acumuladas. O caça também foi encomendado por Oman.
FONTE / FOTOS: Eurofighter (tradução e edição do Poder Aéreo a partir de original em inglês)
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Prezados, Para aqueles que criticam o radar previsto para o nosso Gripen, AESA com base oscilante, agora também terão a tarefa de criticar o radar adotado para o Eurofighter Typhoon. É um tema muito interessante mesmo. Na minha opinião, repito, esta questão tem que ser analisada considerando um sistema de armas complexo e não pode ser restrito a um foco limitado a um vetor isolado, ou mesmo um elemento composto por dois caças. Ressalto que várias das implementações solicitadas pela FAB para o F-X2, ao meu ver tem o mérito de suplementar o AESA (sem nenhum demérito ao mesmo) em… Read more »
Minha nossa!! 2 bilhões de Dolares só por um Radar? Como assim!!!
Diegolatm,
É 1,25 bilhão de dólares, na cotação de hoje.
Porém, a nota do consórcio não dá praticamente nenhum detalhe sobre o que está incluído no contrato.
Dá pra ter uma noção nos anúncios de outras empresas que têm partes nesse contrato, como a Finmeccanica e a BAE Systems.
A Finmeccanica, que tem 400 milhões de euros no contrato, fala em desenvolvimento, produção e integração:
http://www.finmeccanica.com/en/-/eurofighter-captor-e
Já a parte da BAE Systems é de 365 milhões de euros, e esta fala meio de passagem que seu trabalho inclui a retrofitagem do radar a operadores dos Tranche 2 e 3:
http://www.baesystems.com/article/BAES_177849/advanced-radar-will-keep-eurofighter-typhoon-ahead-of-the-game?_afrLoop=36887777889000&_afrWindowMode=0&_afrWindowId=589tfbsv5_1
As únicas informações que são confirmadas condizem com a evolução do programa. É caro? é. Mas é o melhor caça do mundo 😀
E quem ficou com o Tranche 1, ficou com um mico na mão (não digo isso só por causa do radar, mas também de outras limitações de atualização da aeronave). Coitado dos austríacos.
Realmente tenho que repensar minhas críticas ao 1/2 radar AESA de prato oscilante do Gripen NG…
Só duas coisas:
O Radar Captor-E do Typhon não é um 1/2 radar é um radar AESA integral em prato oscilante…
segundo, quando da assinatura do contrato equivalente para o Raven ES-05 entre a SAAB e a Selex-Galileo os valores dos “vários milhões de euros” não foram divulgados.
http://www.aereo.jor.br/2014/07/16/selex-es-recebe-contrato-para-fornecer-radares-raven-es-05-ao-gripen-ng/
Parece que esta arquitetura de radar se estabelece como futuro padrão da Europa Ocidental com a exceção do Rafale.
Gilberto, tenho uma curiosidade:
Qual a lógica, no seu entendimento, de classificar um modelo como “1/2 radar AESA” e outro como “radar AESA integral”?
A pergunta não é pegadinha, não é pegação no pé nem nada disso, apenas uma curiosidade em entender por que, tecnicamente, você chama um de 1/2 e outro de integral.