Embraer pondera desafio de jatos executivos grandes de longo alcance
Segundo CEO, novos modelos posicionariam a companhia para enfrentar rivais em todos os segmentos do setor
–
São Paulo – A Embraer, fabricante de jatos executivos de pequeno e médio porte, está considerando a possibilidade de entrar em um novo mercado com a construção de modelos maiores e de longo alcance.
Pouco depois de obter a autorização regulatória do Legacy 500, de médio porte, a fabricante brasileira está analisando os aviões com cabine grande, que posicionariam a Embraer para enfrentar rivais em todos os segmentos do setor, disse ontem o CEO da unidade de jatos executivos. “Para atuar na aviação executiva é necessário que o projeto parta do zero”, disse Marco Túlio Pellegrini, da Embraer, em entrevista na Conferência e Exibição Latino-Americana de Aviação Executiva (Labace) em São Paulo.
“Para competir em outros segmentos você precisa oferecer o que há de melhor. Não basta dar só um retoque”. Oferecer um jato com alcance intercontinental impulsionaria a Embraer, com sede em São José dos Campos, a um nicho que inclui a Gulfstream, da General Dynamics, e a Bombardier.
A linha de produtos da Embraer inclui o modelo pequeno Phenom e uma aeronave executiva derivada dos seus jatos regionais característicos. O Legacy 500 e o 450, que é menor, expandem a oferta da Embraer na categoria de médio porte depois que a fabricante de aviões apresentou o Phenom na década passada. O Legacy 500 obteve ontem a aprovação da Anac para começar a operar.
Os jatos maiores são aqueles que pesam mais de 22.700 quilogramas, de acordo com o grupo do setor Associação dos Fabricantes da Aviação Geral (Gama). A categoria de médio porte inclui aeronaves de 5.670 quilogramas a 22.680 quilogramas.
Enquanto o Legacy 500 pode acomodar até 12 pessoas e voar 5.600 quilômetros, um modelo grande de alta gama, como o G650 da Gulfstream, pode transportar 18 passageiros e tem um alcance de 12.964 quilômetros, o suficiente para um voo sem escalas de Nova York a Pequim. Essa capacidade de viajar pelo mundo fez do G650 um preferido entre os CEOs.
A Embraer teve uma participação de 18 por cento no mercado mundial de jatos executivos no ano passado, em comparação com cerca de 3 por cento em 2008, de acordo com a empresa e com dados do grupo do setor Associação dos Fabricantes da Aviação Geral.
FONTE / FOTO (meramente ilustrativa): Exame
COLABOROU: Marcos
A Embraer sempre esteve focada nos segmentos civil, militar e executivo:
Xavante, Bandeirante e Xingu
Tucano, Brasília e Vector
AMX, ERJ 145 e Legacy
Super Tucano, E-Jets e Phenom
Legacy 500, KC-390 e E-2
E ao que tudo indica vem ai:
Gripen, o novo jato executivo e ?
No mercado de longo alcance a Embraer já conta com o Lineage 1000 que, dependendo da configuração, tem alcance de até 8.344 km.
Mas pelo meu entendimento da reportagem eles querem um avião ainda maior e voltado especificamente para este mercado (e não uma adaptação).
Poggio, Já eu interpreto diferente, devido à menção bem clara ao G650 da Gulfstream, considerado um “benchmark” Afinal, o Lineage 1000 é do mercado de longo alcance mas também de grande cabine, concorrendo com BBJ e ACJ, por exemplo. Cabine bem maior que o modelo da Gulfstream Ou seja, penso que seria um avião saído do zero para combinar o porte semelhante aos Legacy 600/650 (que são razoavelmente semelhantes ao Gulfstream G650, a grande diferença para mais deste último está na envergadura, que é quase igual à do Lineage). Um parêntesis: a reportagem faz uma ligeira confusão de capacidade de… Read more »
Eles não comentariam se não tivessem a intenção.
Já devem ter um estudo preliminar.
Caso desenvolvam, muito bom para a Embraer e para o Brasil.
http://pt.gulfstream.com/products/g650/
Nunão,
Não bastaria a Embraer aumentar a capacidade de combustível do Legacy 650, substituindo parte do espaço da cabine por tanques adicionais?
Acaso não seria semelhante a esta a solução adotada pela Gulfstream, em sua versão 650ER? Esta versão tem alcance de impressionantes 13.890 km, segundo o site: http://www.gulfstream.com/products/g650er
Edgar,
A questão não é o que bastaria, e sim o que é dito na reportagem, que se pretenderia fazer um avião novo.
Vale dizer que não é apenas questão de mais tanques de combustível no espaço da cabine. Repare que a versão do Gulfstream citada tem uma envergadura muito maior do que aviões da Embraer com comprimento semelhante, o que aumenta o espaço de combustível nas asas, entre outras diferenças.
Realmente, Nunão, 21.17 m do Legacy contra 30.36 m do Gulfstream.
Em capacidade de combustível o Legacy tem 20.600 lb contra incríveis 48.200 lb do Gulfstream!
Estou começando a realmente considerar a necessidade de um novo avião 😀
A propósito, não seria este G650ER uma excelente aeronave presidencial? Acabaria com o problema de “perna curta” que nossos últimos governantes sempre reclamaram.
Tudo bem que sua “perna longa” cobra seu preço: US$ 66.5 mi, frente a US$ 53 mi do Lineage 1000, por exemplo.
De uma coisa vocês podem estar certos, a Embraer não dá um passo maior que a perna, se ela entrar nesse nicho vai ser de muita pesquisa e análise mercadológica.
Eu tenho lá minhas dúvidas se o mercado suporta satisfatoriamente tantos players assim. Começar um projeto do zero é uma coisa complicada ($$$), mesmo para a Embraer.
Eu não penso em projeto A, B ou C, penso na lucratividade e retorno sobre o investimento dos mesmos.
Eu prefiro ser cabeça de formiga a ser rabo de elefante.
Sds.
Não sei porque não citaram a Da$$ault, afinal a família 7X vende muito bem.
Deixaram de citar a família Global da Bombardier.
Entretanto, acredito, que o mercado que a Embraer deverá focar é um pouco acima do Legacy 600/650.