CBERS-4 será lançado em dezembro
Novo satélite sino-brasileiro de observação da terra está sendo montado na China e será lançado com um ano de antecedência, para compensar a perda de seu antecessor, o CBERS-3, por causa de uma falha no foguete chinês. “Estamos rigorosamente dentro do cronograma”, diz o presidente da Agência Espacial Brasileira
Herton Escobar
Os trabalhos de montagem do novo satélite sino-brasileiro, CBERS-4, estão caminhando bem e o plano é lançá-lo da China por volta do dia 7 de dezembro, um ano após a perda do seu antecessor, o CBERS-3.
“O cronograma de trabalho está sendo cumprindo rigorosamente, sem nenhum problema até o momento”, disse o presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), José Raimundo Braga Coelho, em entrevista exclusiva ao Estado na reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), realizada nesta semana no Acre. “Estamos fazendo um esforço gigantesco com os chineses para que tudo funcione na hora certa, e por enquanto está funcionando dessa forma.”
O CBERS-3 foi perdido em 9 de dezembro de 2013, após uma falha no foguete de lançamento chinês, modelo Longa Marcha 4B. Um dos motores do foguete parou de funcionar alguns segundos antes da hora, de modo que o satélite não atingiu a velocidade mínima necessária de 8 km/s para permanecer em órbita e, depois de ser liberado do foguete, começou imediatamente a perder altitude e caiu de volta na Terra – sendo completamente destruído durante a reentrada na atmosfera.
Coelho, que estava na China para assistir ao lançamento junto com o então ministro da Ciência e Tecnologia Marco Antônio Raupp, contou ao Estado como foi receber a notícia da perda do satélite, que carregava com ele enormes expectativas para o programa espacial brasileiro – dentro do qual o CBERS é peça absolutamente fundamental. “Foi um baque muito pesado para nós”, disse. “Todo mundo ficou muito abatido; muita gente chorando.”
Foi a primeira falha no lançamento de um Longa Marcha 4B registrada pelos chineses, que têm hoje talvez o programa espacial mais dinâmico e avançado do mundo. “Eles também ficaram bastante abalados e assumiram na hora a responsabilidade pela falha”, contou Coelho.
A investigação do acidente, segundo ele, revelou que o problema foi causado por um acúmulo de detritos na linha de combustível de um dos dois motores do foguete, que causou uma obstrução parcial da linha. A pressão aumentou demais por conta disso e o motor desligou automaticamente, para impedir uma explosão.
Depois disso, os chineses mandaram abrir e inspecionar os motores e linhas de combustível de todos os seus foguetes, para ter certeza de que o problema não acontecerá novamente.
Já no dia seguinte ao acidente, Coelho convocou uma reunião em Pequim e propôs adiantar o lançamento do CBERS-4 em um ano (inicialmente, ele seria lançado apenas no final de 2015). “Eles trouxeram estudos preliminares mostrando que era possível, mas que seria muito difícil; exigiria providências enormes dos dois lados.” Por fim, ficou decidido que o lançamento seria adiantado, mas que o satélite precisaria ser montado e integrado na própria China, e não no Brasil (no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, INPE, em São José dos Campos), como estava programado.
O CBERS-4 é um irmão gêmeo do CBERS-3, e suas peças já estavam todas na China para servirem de “sobressalentes”, no caso de algum problema de última hora surgir antes do lançamento. Assim, em vez de trazer as peças de volta para o Brasil para montar o satélite e depois ter de enviá-lo de volta para a China, optou-se por montá-lo lá mesmo, com a participação dos engenheiros e técnicos brasileiros.
PRIMEIRA EQUIPE
Apesar de ter recentemente completado 20 anos de existência, a AEB até hoje não possui um equipe própria de servidores. Todos os funcionários da agência, incluindo o presidente, são servidores emprestados de outras instituições federais – um forte indício da falta de prioridade dada historicamente ao programa espacial pelo governo federal.
Essa situação está prestes a mudar em outubro, com a realização do primeiro edital da AEB, para contratação de 66 servidores, seguido de uma segunda rodada em 2015, para mais 66 vagas, segundo Coelho.
FONTE: Estadao.com.br
COLABOROU: Carlos Alberto Soares
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Apesar de preferir outros parceiros na área, espero que ocorra tudo a contento.
“uma falha no foguete chines“…
“Apesar de ter recentemente completado 20 ANOS de existência, a AEB até hoje NÃO POSSUI um equipe própria de servidores. Todos os funcionários da agência, incluindo o presidente, são servidores EMPRESTADOS de outras instituições federais – um forte indício da falta de prioridade dada historicamente ao programa espacial pelo governo federal.”
Sinto um “orgulho” enorme dos nossos governantes, nos últimos 20 anos, especialmente…
Uma lástima!
Marcelo, você está corretíssimo. É mais umas das instituições técnicas politizadas pela PeTralha.
O DCTA faz o trabalho sujo pra essa corja levar os louros. Os conflitos são constantes.
Qualquer semelhança não é mera coincidência:
http://www.relybrasil.com.br/rely2014/link?gclid=CMnc66mO6b8CFShp7Aod8QIAoQ
“O DCTA faz o trabalho sujo pra essa corja levar os louros. Os conflitos são constantes.”
Se não cair desta vez, verás o MAG e a corja numa p….a festa “dú baralho.”
Rinaldo Nery; Não sou fã nem dos petralhentos, muito menos, dos tucanalhas… ambos estão inseridos na categoria “mais do mesmo” em minha ótica simplista. É só conferir a estória (sim, fantasiosa) da criação da AEB até os dias de hoje. A notícia acima só confirma a minha percepção de incompetência destes “governantes”. Fazer o que fizeram, fazem e farão com nosso programa espacial é algo que revolta e indigna qualquer cidadão, minimamente cônscio da importância tecnológica daquele para com o país. E comungo do mesmo sentimento teu sobre o DCTA: deste eu tenho admiração e pena, simultaneamente, por “pregarem no… Read more »