Pilatus suíça espera vender o PC-21 aos suecos, mas prevê pressão brasileira pró-Embraer

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PC-21 - foto 3 Pilatus

Mesmo após referendo brecar a venda do caça sueco Gripen à Suíça, para a qual uma contrapartida seria a compra do treinador PC-21 pela Suécia, a fabricante Pilatus mantém a esperança de conseguir o contrato. Mas prevê que o Brasil pressionará a Suécia a comprar o Super Tucano da Embraer

Segundo reportagem publicada pelo jornal suíço Tages Anzeiger neste sábado, 24 de maio, a empresa aeronáutica suíça Pilatus ainda espera vender à Suécia seus treinadores turboélice PC-21, mesmo após o resultado negativo do referendo suíço sobre a compra do caça Gripen, fabricados pela sueca Saab.

Havia um acordo com os suecos de que, caso o referendo suíço fosse positivo e levasse à assinatura do contrato do Gripen, haveria por parte da Suécia uma compra de 20 aeronaves Pilatus PC-21, para treinamento de pilotos da Força Aérea Sueca. A Pilatus previa que, no prazo de dois anos, os treinadores turboélice já estariam sendo entregues à Suécia. Porém, com a vitória do “não” no referendo, tudo isso dependerá de negociações, que poderão levar mais tempo.

PC-21 - foto 2 Pilatus

As informações foram dadas por Oscar Schwenk, que dirige a Pilatus. Em entrevista à mídia suíça, ele disse que está “otimista de que, um dia, (o avião) voará para a Força Aérea Sueca”.  Mas ele destacou, também, que após o Brasil selecionado o Gripen no final do ano passado, numa possível encomenda de 36 exemplares por cerca de 4,5 bilhões de dólares, os brasileiros certamente insistirão numa contrapartida sueca. Schwenk frisou que a Embraer fabrica um competidor do avião de treinamento suíço (o Super Tucano), e que há uma expectativa de que o contrato de compra do Gripen, pelo Brasil, seja assinado até o final do ano.

PC-9M do Corpo Aéreo IrlandêsNa entrevista, o executivo também defendeu a utilização de uma versão armada dos treinadores turboélice Pilatus, pela Suíça, para a missão de policiamento aéreo. A Eslovênia e a Irlanda, segundo Schwenk, já operam turboélices Pilatus armados, e esta última pretende empregá-los em policiamento aéreo (nota do editor: ao lado, foto de treinador armado Pilatus PC-9M nas cores do Corpo Aéreo Irlandês).

A justificativa é que seria difícil imaginar o ataque de um avião de caça a um evento como, por exemplo, o Fórum Econômico Mundial, realizado na Suíça. O mais lógico seria o emprego, num eventual ataque ao evento, de pequenas aeronaves esportivas ou de passageiros.

Nesses casos, segundo o executivo da Pilatus, caças são muito velozes para interceptar esse tipo de alvo, tendo que “realizar frequentes curvas para os lados” para acompanhar aeronaves mais lentas. Aviões de treinamento armados, menos velozes que caças, seriam opções melhores para essas situações.

PC-21 - foto Pilatus

FONTE: Tages Anzeiger (tradução e edição do Poder Aéreo a partir de original em alemão)

FOTOS: Pilatus e Corpo Aéreo Irlandês

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Clésio Luiz

Atualmente a Suécia só opera um treinador, o Sk-60, que é a jato. É um sistema de ensino ultra enxuto, e eu não duvido nada que eles partam para um treinador a jato, como o M346.

Do ponto de justa puramente de aprendizado, o PC-21 parece ser um melhor treinador, já que possui desempenho bem superior ao EMB-314. Além disso, com as asas pequenas ele simula melhor a carga alar de um jato.

thomas_dw

a Suecia vai boicotar com o cancelamento da compra de qualquer equipamento de origem Suíça – pelo menos isto vai acontecer enquanto a SAAB existir, é só a Suíça encomendar o Gripen que o boicote acaba.

A SAAB deve agora fazer uma tremenda pressão para que a EMBRAER forneça equipamento aos Suecos, começando pelo ST, nem pensar premiar a Pilatus com contratos, esta é a realidade do mercado.

Clésio Luiz

Interessante a sua informação sobre o treinamento suíço Nunão. Reforça ainda mais a posição da FAB de passar os alunos do ST para um jato de primeira linha.

phacsantos

Empurra pra rede Embraer!

Mauricio Silva

Olá. Caros, é necessário lembrar: o referendo da Suíça NÃO rejeitou o Gripen E; rejeitou, isso sim, a forma de financiamento da aquisição. Assim, ainda é possível que o novo caça da força aérea helvética seja o Gripen, o que seria um impulso a mais para a compra dos Pilatus como treinador básico. Resta saber se o Brasil vai “fazer pressão” (leia-se: registrar no contrato de aquisição dos Gripen E brasileiros a contrapartida comercial) para compra dos ST pela Suécia. Particularmente creio que seria mais interessante (para o Brasil) uma contrapartida envolvendo o KC-390. Eles poderiam substituir os C-130 E/H… Read more »

Mauricio Silva

Olá Nunão! Ainda acho que a rejeição não foi diretamente ao caça. Como você mesmo escreveu, o processo político é que falou mais alto nessa negociação. Assim, creio, o Gripen não está “queimado” como aparelho. Vejo (eu) apenas um problema político a ser resolvido. Qualquer solução, paliativa ou definitiva, enfrentará também problemas políticos. Assim, para manter a sua força aérea “operacional” (i.e.: capaz de executar suas missões básicas no início para o meio do séc. XXI, como a defesa do espaço aéreo da nação) será necessário um “acordo político” prévio. E (quando) houver esse acordo, o Gripen certamente estará no… Read more »

Ricardo Cascaldi

Apesar de considerar extremamente acertada a análise do Nunão, quero propor um exercício de imaginação rápido… Considerando um milagre e a suposta retomada de uma compra de caças pela Suíça, acredito que estaríamos ganhando mais com a venda do PC-21 para a Suécia do que vendendo o EMB-314. Por que? Com a venda do PC-21 para a Suécia, estaríamos colocando mais fichas nas chances da Suíça voltar atrás e escolher o Gripen E/F, um caça em desenvolvimento que quanto mais países escolherem, melhor para nós, que teremos participação no processo de exportação. Mas não é melhor vender Super Tucano e… Read more »

Ricardo Cascaldi

Em um mundo onde o Brasil entende de estratégia, o GF não poderia propor financiamento para a Suíça para a compra do Gripen E/F?

Em contrapartida os Suíços também poderiam pensar em adotar uma pequena quantidade de KC-390, entre 3 e 5 unidades.

A Suíça não opera C-130 ou aviões da mesma categoria que este até onde consegui pesquisar. Alguém confirma a informação?

Eu gostaria mais desta estratégia do que aquela lá de construir porto em Cuba.

Abraço!

Mauricio Silva

Olá Ricardo. Estratégia interessante, mas discordo em alguns pontos. Primeiramente, mais que um problema de recursos, a compra do Gripen não foi aprovada devido a problemas de acordos políticos. Com certeza, falta de recursos financeiros não foi o principal motivador. Em razão do exposto, um possível financiamento brasileiro para a compra dos Gripen pela Suíça não seria determinante para que o caça fosse adquirido. E considerando que a Suíça não se interessou pela versão F do aparelho, uma possível “intervenção” do Brasil no processo não se justifica. Pelo menos, não de uma forma tão incisiva. Uma possível compra do Gripen… Read more »

Mauricio Silva

Há, não esquecer que os F/A-18C/D ainda são “suficientemente” modernos para “aguentar o rojão” pelos próximos anos. Mas não por muito mais. Assim os suíços logo logo terão de negociar um novo caça. Mesmo uma atualização dos F/A-18 implicaria na retirada de algumas células de operação. Como o número de aparelhos é reduzido, no mínimo um “tampão” seria necessário.
SDS.

Mauricio Silva

Olá Nunão. “Agora deixa ver se eu entendi bem: vocês estão discutindo a possibilidade do Brasil ajudar a financiar compra de caças pela Suíça? Acho que a Suíça já tem bancos mais do que suficientes pra isso!!!” Sem dúvida! “Dinheiro” e “Suíça” são sinônimos. Se não houver compra, não será por falta de recursos. E o Brasil não tem nada que “se meter” nessa história. “O problema deles é que uma boa parcela dos políticos (e da população, como vimos) não quer ampliar gastos com suas forças armadas, e sim cortá-los. Para eles, os 32 caças F/A-18 Hornet são suficientes… Read more »

Iväny Junior

Se alguém na embraer tem senso de competição, não vai apenas pressionar a venda de ST. Vai encoxar.

Mauricio Silva

Olá.

“Se alguém na embraer tem senso de competição, não vai apenas pressionar a venda de ST. Vai encoxar.”

Não tenho dúvidas que o pessoal da Embraer é “macaco velho” no que diz respeito a competitividade. Talvez meu “xará” não concorde… Enfim…
SDS.

phacsantos

Que tal a Embraer e a Sabedoria comprarem a Pilatus? 50/50….

phacsantos

*Saab…. Corretor automático….

Mauricio Silva

Bom, a Embraer poderia ter comprado a Beechcraft… e não o fez.
No meu parco entender, aquele poderia ter sido um bom negócio para a empresa brasileira.
SDS.

Galeão Cumbica
Vader

Os suíços só podem reclamar deles mesmos.

E merecem se danar…

Mauricio R.

Thread condenada:

Excesso de febeapa.

Next!!!

juarezmartinez

O ST ficou uma aeronave “pesada”, mais lento de resposta, mais apertardo de G e provavelmente sues custos de hora de voo acomopanharam o peso e a pot|ência do motor como o Roberto Santana comentou e o custo de hora voada é muito importante em um treinador porque ele voa e voa muito.
O ST talvez seja na sua categoria a melhor aeronave COIN em operação, mas tudo isto rm detriimento da sua função secundária de treinador avançado.
Eu acredito que o projeto do JPATS, um “Tucanão” melhor motorizado e com sistemas digitais seria o ideal, mas….

Grande abraço